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Luana Gonçalves Ferreira - UPE - Gus - 09 Farmacologi� Diabete� Mellitu�: insulinoterapi� � antidiabétic�� orai� ❖ O pâncreas endócrino - Endócrino: ilhotas de Langerhans (1-2 milhões) ● Três tipos principais de células: β - 60% das células, no centro das ilhotas, secretam insulina e amilina α - 25% das células, secretam glucagon δ - 10% das células, secretam somatostatina Feedback: insulina → - glucagon; amilina → - insulina; somatostatina → - insulina e glucagon peptídeo semelhante ao glucagon 1 (GLP-1) e polipeptídeo insulinotrópico de glicose (GIP) do TGI (em refeição) → ++ liberação de insulina (inibe K+/ATP) *Hormônios contrarreguladores: glucagon, catecolaminas, glicocorticoides e hormônio do crescimento (GH) - antagonistas da insulina INSULINA *Proteína pequena: 2 cadeias de aa com ligações dissulfeto. Sintetizada nas células β como uma proteína normal, forma: pré-proinsulina → RE → proinsulina (cadeias A, B, C) → CG → insulina (cadeias A e B + peptídeo C: conector) - Insulina tem meia vida curta de 5-6 min (insulinase) - Peptídeo C tem meia vida longa e sua quantificação avalia a secreção de insulina ¹Abundância de energia após refeição com carboidratos → ²absorção dos açúcares nos enterócitos → LEC → sangue: ³aumenta a glicemia → células β = 4secreção de insulina na veia porta → 1º: fígado (onde recebe a maioria dos nutrientes): 5armazenamento de energia Obs: os canais de K+/ATP tem 8 subunidades = 4 Kir6.2 (poro) + 4 SUR1 (receptor de sulfonilureias - regula a sensibilidade) Outros hormônios influenciam no balanço energético: - Leptina: secretada pelos adipócitos em resposta à excesso de gordura: no SNC, suprime o apetite e reprograma = acúmulo → consumo de energia - Fator de transcrição PPARγ (receptor γ ativado por proliferador peroxissômico): ativado por ligantes de ácidos graxos → - ác. graxos séricos; + lipogênese no tecido adiposo = outros tecidos (fígado) reduz seu conteúdo gorduroso e diminui a produção de glicose = + sensibilidade à insulina (alvo das tiazolidinedionas TZD) *Secreção de insulina* *Mecanismo de ação* O controle: Jejum: glicemia 80-90 mg/100mL → secreção mínima. Alimentado → hiperglicemia: Pico inicial: liberação da insulina pré-formada, queda, novo platô: liberação adicional e +enzimas GLUCAGON Secretado pelas células α-pancreáticas em hipoglicemia (abaixo de 90-100 mg/100mL) - jejum/inanição, se persistente: induz a liberação de catecolaminas e glicocorticoides: libera ác. graxos do tecido adiposo e aa do músculo *Mecanismo de ação: GPCR (Gs) = + AMPc → + PKA = fosforila ptn alvos *Baixos níveis de ATP → PQAM (proteinoquinase ativada por 5-monofosfato): desvia atividade anabólica → catabólica; + captação de glicose no músculo (biguanidas ativam) AMILINA - secretada em vesículas junto à insulina: age em receptores do SNC de modo sinérgico à insulina: suprime liberação de glucagon, retarda esvaziamento gástrico e diminui ingestão de alimento SOMATOSTATINA (SST) - secretada nas células δ pancreáticas, no TGI e hipotálamo. Inibe a liberação de GH e TSH, insulina e glucagon e a motilidade/secreção hormonal do TGI INCRETINAS: PEPTÍDEO SEMELHANTE AO GLUCAGON 1 (GLP-1) - produzidos nas células enteroendócrinas após uma refeição. Atuam em GPCRs nas células α (-) e β-pancreáticas (+) e no SNC, SNP, coração, rins, pulmões e TGI. Retarda o esvaziamento gástrico e diminui o apetite. Meia vida curta de 1-2 min: degradação enzimática pela dipeptidil peptidase 4 (DPP-4) ❖ Fisiopatologia da DM DM tipo 1 - destruição autoimune das células β, consequentemente, não há insulina - Células insulinodependentes agem como se estivesse em inanição sempre, induzindo glicogenólise e gliconeogênese no fígado: libera glicose no sangue e provoca hiperglicemia; no tecido adiposo e muscular: degrada e libera TAG (hiperlipidemia) e PTN -Fígado degrada ácidos graxos → gliconeogênese → corpos cetônicos (β-hidroxibutirato e acetoacetato) → cérebro = cetoacidose diabética (evolui rapidamente para coma e morte) - A hiperglicemia ultrapassa os níveis que os rins são capazes de reabsorver glicose: glicosúria + diurese osmótica = poliúria e polidipsia Terapia invariavelmente com insulina exógena DM tipo 2 - +80% são pacientes obesos, doença de início gradual com estado de resistência à insulina - inicialmente compensada com hiperinsulinemia, até o ponto que as células β não são mais capazes de acompanhar o ritmo das demandas crescentes de insulina Nesse momento, se instaura a DM2: os pacientes têm altos níveis de insulina no sangue, mas não é capaz de compensar a resistência insulínica DM1 e 2 estão associadas a patologias vasculares a longo prazo: aterosclerose prematura, retinopatia, nefropatia e neuropatia; principalmente complicações microvasculares Acompanhamento dos níveis de glicemia são necessários de forma aguda, e cronicamente pela hemoglobina glicada (HbA1c) (glicose no sangue glicosila proteínas, a velocidade desse processo ~ glicemia; assim: dosando HbA1c é possível estimar o nível médio de glicose nos últimos 120 dias) Hipoglicemia - pode ser causada por hiperinsulinemia iatrogênica, insulinomas e mutações no canal K+/ATP ❖ Agentes farmacológicos Deve ser associado à terapia não medicamentosa: mudança da dieta, prática de exercícios físicos Insulinoterapia - Base do tratamento da DM1 e também um adjuvante em pacientes com DM2 quando outras terapias não forem suficientes - Antigamente: insulinas suínas e bovinas - Hoje: insulina humana recombinante - Ineficaz em adm oral: degradação rápida no TGI; adm por via subcutânea ➢ Insulinas em bolo prandial Duração de ação curta, usadas para mimetizar o pico de insulina em resposta a uma refeição *Regular* - É a insulina clássica, semelhante à insulina endógena, disponibilizada pelo SUS - Agregada em hexâmeros e a dissociação limita a velocidade de absorção: adm 30 min antes da refeição *Ação rápida* - Modificadas para favorecer a dissociação em monômeros - Adm 15 min antes da refeição, de alto custo, mas menor probabilidade de hipoglicemia Lispro Asparte Glulisina ➢ Insulinas basais - São de ação longa, de liberação constante em níveis baixos: adm 1 ou 2 vezes/dia NPH - a mais antiga, tem protamina que prolonga o tempo de absorção, mas pode exibir variabilidade no perfil de ação, aumentando o risco de hipoglicemia, especialmente noturna. Tem pico entre 4-10h, adm mais de 1 vez/dia Glargina - tem modificações (pH = 4 → adm em pH neutro = causa agregação) que torna a insulina menos solúvel: dificulta a absorção Detemir - tem modificações (+ ác. graxo) que torna a insulina menos solúvel: dificulta a absorção, ação e depuração Degludeca - se liga à albumina: absorção prolongada por até 42h Estas últimas proporcionam níveis insulínicos mais constantes, em forma de platô por muitas horas: menor risco de hipoglicemia noturna Importante na terapia a combinação de bolos prandiais com insulina basal Afrezza - nova no mercado de ação ultrarrápida: inalatória Sensores de glicose e bombas de insulina - programa a liberação de insulina de acordo com os picos, mas o paciente precisa de uma dieta regrada, assim como atividades físicas, com calorias exatas Esquemas de insulinoterapia D - desjejum A - almoço J - jantar LD - lanche ao deitar Antidiabéticos orais ➢ Moduladores do KATP - secretagogos de insulina Sulfonilureias - ligam-se à SUR1 (> SUR2) do KATP, deslocam o Mg++-ADP endógeno e inibem o canal. (adm = via oral, ligam-se à proteínas plasmáticas) - Simulam o efeito pós-prandial, despolarizando a célula β, causando influxo de Ca++ e liberando insulina - pode ser excessiva ao ponto de causar hipoglicemia, principalmente em idosos (função renal/hepática diminuída) e em função simpática comprometida/alteração do estado mental. - Está associada à diminuição dos lipídios circulantes. - Pode causar ganho de peso (1-3kg) pelo aumento da atividade da insulina no tecido adiposo. Evitar o uso em obesos. - Outros efeitos adversos menos frequentes: náuseas, vômitos, icterícia colestática, anemia aplásica e hemolítica eagranulocitose - 1ª geração está obsoleto pelo maior risco de hipoglicemia, uso de 2ª geração, com ação mais curta e segura. - Contraindicado em gestantes e lactantes Meglitinidas - mesmo mecanismo de ação, liga em região diferente da SUR1 - Início e fim da ação rápida: baixo risco de hipoglicemia - Também causa ganho de peso e é contraindicado em insuficiência hepática ➢ Ativadores do AMPk - biguanidas Metformina - ativa a PQAM no fígado: inibe a gliconeogênese, lipogênese e produção de colesterol. - Melhora a captação periférica (músculo) de glicose por mecanismo não elucidado - Muito efetiva em DM2 resistente à insulina - Reduz os níveis séricos de lipídios, assim como o peso corporal - Não tem efeitos hipoglicemiantes em normoglicêmicos: não causa hipoglicemia - Efeitos adversos: desconforto gastrointestinal (diarreia, anorexia, náuseas), gosto metálico *acidose lática - menor fluxo de ácido lático para as vias gliconeogênicas: perigoso em pacientes com outras condições que também levam a essa condição: doença hepática ou renal, insuficiência cardíaca, doença respiratória, hipoxemia, uso abusivo de álcool… - Interage com furosemida e nifedipino - mesmo mecanismo de excreção ➢ Ativadores do PPARγ-tiazolidinedionas - TZD = sensibilizadores de insulina: ao ligar no fator de transcrição PPARγ afeta o metabolismo lipídico/diferenciação das células adiposas - Aumenta captação e armazenamento de de ácidos graxos no tecido adiposo: menor conteúdo de gordura no fígado e músculo: aumenta a sensibilidade dos tecidos à insulina - Suprime a produção de glicose hepática - Também estimula a PQAM - Tem propriedades anti-inflamatórias - Efeitos adversos: ganho de peso (2-4kg), edema, insuficiência cardíaca e risco de fratura óssea Pioglitazona - não é primeira escolha *Rosiglitazona causa risco aumentado de IAM: retirada do mercado em 2010 *Troglitazona: retirada do mercado = hepatotoxicidade ➢ Agentes baseados no GLP-1 *Agonistas GPL-1* - Estimula secreção de insulina, inibe secreção de glucagon, retarda esvaziamento gástrico, diminui apetite (perda de peso em alguns pacientes) e normaliza insulina em jejum - Fármaco injetado subctuâneo 2 vezes/dia, usado em associação com metformina, sulfonilureia ou TZD - alto custo Exenatida, liraglutida, dulaglutida, albiglutida *Inibidores da dipeptidil peptidase 4 (DPP-4)* - Prolongam meia vida do GLP-1 endógeno - Estimula a liberação de insulina ~ fisiológica - Não afeta peso corporal, probabilidade mínima de hipoglicemia - Pouco potente sozinho e alto custo - Efeitos adversos: diarreia - comum, doenças hepáticas, agravamento de IC e pancreatite (raro) Linagliptina, saxagliptina, sitagliptina e vildagliptina - uso associado com metformina ➢ Inibidores da α-glicosidase - Bloqueadores do amido: retarda a absorção de carboidratos da dieta - Agentes análogos à carboidratos que se ligam à enzima e não permite a quebra dos carboidratos à glicose, a qual seria absorvida rapidamente, causando pico de glicemia pós-prandial - Efetivos se tomados junto às refeições - Monoterapia ou terapia adjuvante - Não há risco de hipoglicemia, mais utilidade em diabéticos recentes/hiperglicemia leve - Efeitos adversos: flatulência, distensão e desconforto abdominal, diarreia (os carboidratos não metabolizados no TGI tornam-se nutrientes paras as bactérias colônicas) Contraindicados em pacientes com doença inflamatória intestinal ➢ Análogos da amilina - Hormônio sinérgico da insulina: ajuda a regular os níveis pós-prandiais de glicose: menor liberação de glucagon, esvaziamento gástrico e apetite - DM1 não tem amilina e DM2 tem deficiência relativa do hormônio Pramlintida é adm em injeção subcutânea antes das refeições como adjuvantes da insulina, causa perda de peso modesta - Efeitos adversos: náuseas, vômito, anorexia e cefaleia Contraindicado em pacientes com gastroparesia - complicação da neuropatia autonômica diabética ➢ Inibidores do SGLT2 - Os transportadores SGLT2 estão presentes nos túbulos proximais dos rins, os quais reabsorvem toda a glicose filtrada em indivíduos normais - Inibindo o SGLT2 = glicosúria - Tem eficácia reduzida na doença renal crônica - Efeitos adversos - cetoacidose metabólica e acidose metabólica Canagliflozina, dapagliflozina, empagliflozina - não são usuais
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