Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Hipoglicemiantes orais e Insulinoterapia Diabetes Mellitus Definição: Grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia, devido a defeito na secreção de insulina, na sua ação, ou ambos. A hiperglicemia crônica está associada a longo prazo com dano, disfunção e falência de diversos órgãos, especialmente os olhos (retinopatia diabética), rins (Nefropatia diabética), nervos (neuropatia periférica diabética), coração e vasos sanguíneos (diabetes ocupa um lugar especial como fator de risco para doenças cardiovasculares). A causa da hiperglicemia o defeito na secreção de insulina OU ela não está funcionando, OU em ambos. Ou seja, defeito na quantidade e/ou qualidade. X. Diabetes Mellitus Sintomas: • Hiperglicemia à aumenta a liberação de glicose pelo fígado porque o diabético tem gliconeogênese que é a síntese de glicose a partir de substâncias que não são os carboidratos, então o fígado produz glicose porque a falta de entrada da glicose na célula sinaliza para o fígado essa falta, e este pensa que está faltando glicose e começa a produzir a glicose piorando os níveis glicêmicos. Além disso, há a diminuição da captação pelo musculo esquelético. • Glicosuria à os níveis de glicose dentro do túbulo renal são tão grandes que a capacidade da proteína transportadora de reabsorver é menor. • Poliúria • Polidipsia • Cetose e desgaste proteico à degradação de gorduras em acetil-coA à perda de massa magra, então o individuo se sente fraco, prostrado. Complicações vasculares e neurológicas à perda de sensibilidade, formigamento das extremidades. Tipos de D.M: 1. DM dependente de insulina (tipo 1) – juvenil – genético ou autoimune. Larissa Irigoyen (T16A) Profº Adilson Farmacologia I 2. DM não dependente de insulina (tipo 2) – adulto – multifatorial. É o mais comum correspondendo a 90% dos casos, acometendo mais os adultos. Tem o fator genético importantíssimo, mas é multifatorial muito relacionado a obesidade, sedentarismo. 3. DM gestacional Principais características DM tipo 1 • Predomínio em idade < 20 anos • Deficiência absoluta de insulina (destruição autoimune) • Individuo magro • Sintomas: Polidipsia, poliúria, polifagia e emagrecimento • Descompensação tipo cetoacidose • Herança associada ao sistema HLA DM tipo 2 • Predomínio em idade > 40 anos • Deficiência relativa + resistência a insulina • Individuo geralmente obeso, sedentário e hipertenso • Início insidioso, as vezes assintomático ou por complicações crônicas • Descompensação do tipo coma hiperosmolar • Herança poligênica Diabetes e Morbidade Primeira causa de cegueira adquirida Primeira causa de ingresso a programas de diálise no Primeiro Mundo e entre as 3 causas mais frequentes na América Latina Importante determinante de amputações de membros inferiores Entre os principais fatores de risco cardiovascular XI. Tratamento do diabetes A) Insulinoterapia a. D.M Tipo 1 b. D.M Gestacional c. D.M Tipo 2 (se necessário) B) Hipoglicemia orais a. D.M Tipo 2 Tipos celulares das ilhotas de Langerhans • 51 AA • 2 cadeias A e B • Síntese dirigida DNA ou RNA • Precursor proinsulina • Quantidade quimolares • Pâncreas humano à 8 mg de insulina à 200 unidades. Quando comemos algo que contêm carboidratos, o nível glicêmico sobe, então o pâncreas libera a insulina já pronta e haverá o estimulo para a síntese afim de repor o estoque, porque não daria tempo para estimular a síntese, produzir o AA e liberar, por isso trabalhamos com a reserva de insulina. Insulina: Secreção A secreção de insulina (aquela pronta na reserva) e bem rápida e depende de secretagogos que são substâncias que estimulam a liberação de insulina, como a glicose, manose, leucina e arginina e atividade parassimpática/vagal. Aumenta a glicemia à leva ao aumento ATP intracelular na célula beta à que promove o fechamento de canais de potássio à estimula a despolarização das células besta à estimulando a abertura dos canais de cálcio. Estimula a secreção de insulina. AMPc, trifosfato de inositol, Diacilglicerol. Insulina: degradação • Fígado e rim • Glutationa insulina transidogenase (insulinase) • Proteólise • Fígado 60% e Rim (35- 40%) • Inversão no diabético Efeitos da insulina sobre seus alvos celulares • Armazenamento de glicose e gordura • Crescimento celular e funções metabólicas A – Acao da insulina sobre os transportadores de glicose: • GLUT-1 – Todos tecidos, cérebro, eritrócitos • GLUT-2 – Células beta, fígado, rim e intestino • GLUT-3 – cérebro, rim e placenta • GLUT-4 – único glut dependente de insulina, todos os outros GLUTs são independentes de insulina, ou seja, não precisam da presença de insulina para transportar glicose. Musculo e tecido adiposo • GLUT-5 – intestino e rim B – Acoes sobre o fígado Reversão das acoes catabólica produzidas pela deficiência de insulina: • Inibe a glicogenólise • Inibe a conversão de AA e AG em cetoácidos • Inibe a conversão de AA em glicose Acao anabólica: • Glicogênese • Aumento TG (triglicérides) e VLDL C- Efeitos sobre o músculo Aumento da síntese proteica: • Aumenta o transporte de AA • Aumenta a síntese ribossomal Aumento da síntese de glicogênio: • Aumento o transporte de glicose • Induz a glicogênio sintetase e inibe a fosforilase D- Efeito sobre o tecido adiposo • Aumento do armazenamento de TG • Inibição da lipase intracelular • Transporte de glicose para o interior da célula • Redução da lipólise Principais tipos e duração de acao das preparações de insulina: 1- Insulina de acao ultracurta: Insulina Lispro: Monomérica produzida por tecnologia recombinante Alcança níveis séricos máximos em 1 hora Sua ação raramente utrapassa 3-4 horas 5-30 in. pré-prandial → DMID 2- Insulina de acao ultracurta: Insulina zinco cristalina solúvel – REGULAR Efeito aparece dentro de 30min. Duração de 5-7 horas Passível de administração EV Tratamento da cetoacidose diabética Tratamento agudo: infecções e cirurgias 3- Insulina de acao intermediária e de longa duração 3.1 Insulina lenta 30% semilenta e 70% ultralenta Absorção rápida com efeito prolongado Agente terapêutico útil 3.2 Insulina ultra-lenta administrada com insulina regular à DMID fracionamento em duas ou mais doses não devem ser misturadas a insulina regular 3.3 Insulina NPH (protamina neutra Hagedorn) ou isofana Acao intermediária Absorção após hidrolise da protamina Misturada com insulina regular a Lispro Espécies de insulina: • Insulina Bovina e Suina • Insulina Humana Sistema de administração da insulina A. Injeção subcutânea B. Injetores portáteis C. Dispositivo de infusão subcutâneo D. Insulina inalada Hipoglicemiantes orais 1. Sulfoniluréias CLORPROPAMIDA é de 1ª geração (antiga) – Duração muito longa e eliminação pela urina à Crises hipoglicémicas graves, prolongadas (internar sempre). –Cuidado nos idosos, pela insuficiência renal. –Rubor intenso com álcool (efeito dissulfiram) à potencializa a acao do álcool, levando ao rubor facial. GLIBENCLAMIDA, GLIPIZIDA e GLIMEPIRIDA: 2ª geração. Equivalentes na ação hipoglicemiante Diferenças de farmacocinética – Glipizida se metaboliza no fígado à ótimo na insuficiência renal e pacientes > 65 anos – Glimepirida pode ser tomado em tomada única diária Age bloqueando os canais de potássio. Quando fecha esses canais, represa o potássio dentro da célula, aumentando o ATP à aumentando o AMPc à abrindo canais de cacio, para liberar a insulinaque já está na reserva/estoque. Então age facilitando o fechamento dos canais de potássio, despolariza a membrana e abre canais de cálcio, que libera a insulina. Absorção, metabolismo e excrecao: • Absorção pelo trato gastro- intestinal • Ligação a proteínas plasmáticas (90%) • meia vida rápida (3-5 h), mas efeito prolongado. • Metabolismo hepático • Excreção urinária Usos terapêuticos: • D.M. tipo 2 associadas com dieta • D.M. tipo 2 combinada com insulina Efeitos colaterais: • Relacionada com a duração do medicamento à pior com a clorpropamida (paciente “pulou” refeições) • Evitar glibenclamida em idosos e em pacientes com problemas renais • Estimulam o apetite à ganho de peso à cuidado em obesos • Rash cutâneo OUTROS FÁRMACOS QUE SECREÇÃO DE INSULINA 2.1. Repaglinida (Prandin) (Derivado do ácido benzóico) Absorção e Metabolismo: • abs. rápida, pelo trato gastro-intestinal • meia-vida: 1h • metab. hepático (maior parte) e renal Efeitos colaterais: • hipoglicemia 2.2. Nateglinida (Starlix) Derivado da D-fenilalanina ↑ Secreção rápida, mas menos sustentada - adm. 1-10 min antes das refeições -menos hipoglicemia Absorção e Metabolismo: • Rápida, pelo trato gastro- intestinal • Meia-vida: 1h • Metab. hepático (maior parte) e renal Uso terapêutico: • Redução glicemia pós- prandial no diabetes tipo 2 (Derivado da D- fenilalanina) REPAGLINIDA e NATEGLINIDA • Atuam igual às sulfoniluréias, no canal KATP • Nateglinida compete com glibenclamida no mesmo ponto • Reduz a placa de ateroma na carótida à essa seria a vantagem dele sobre os outros remédios. 3. Biguanidas Mecanismo de acao: - Diminui produção hepática de glicose (gliconeogênese) - Aumenta ação da insulina no músculo e tec. adiposo - Anti-hiperglicemiante (não interfere insulina) Absorcao e excreção: - Intestino delgado, excretada na urina (inalterada) - Não liga à proteínas plasmáticas - Meia-vida curta, adm. 2-3x ao dia às refeições (máx. 2,5g/dia) Uso terapêutico - Sozinha ou associado com sulfoniluréias e/ou insulina - Reduz complicações vasculares e infarto (menos dislipidemia) - Pacientes obesos c/ resistência à insulina Frequentes: gastrintestinais Diarreia, flatulência, epigastralgia, náuseas Normalmente, transitórios à paciência e esperar 1-2 semanas Raridade, mas muito grave: acidose lática –Evitar em circunstâncias que a favoreçam • Insuficiências renal / hepática / cardíaca / respiratória • Gravidez 4.Tiazolidinedionas (GLITAZONAS) à troglitazona à tosiglitazona à pioglitazona Mecanismo de acao: Efeitos análogos à metformina à SEM HIPOGLICEMIAS Agonistas seletivos para receptor g ativado por proliferador de peroxissoma (PPARg) • Diminuem resistência periférica insulina (requer insulina p/ agir) • Diminuem produção de glicose pelo fígado • Aumentam transportadores de glicose no músculo e tecido adiposo • Ativam genes que regulam metabolismo de ácidos graxos Metabolismo: Fígado Efeitos adversos: • Houve sérios problemas hepáticos com as primeiras utilizadas (Troglitazona, já retirada) à observar a função hepática • Ganho de peso e retenção hídrica à cuidados na ICC • Proibidas em grávidas. • Aditivas com outros hipoglicemiantes orais à em alguns países, proibido o uso com insulina 5. Inibidores de a-glucosidase Acarbose Miglitol Mecanismo de acao: • inibição da a-glucosidase intestinal, diminuindo a absorção de carboidratos. • bloqueia o aumento da glicose plasmática pós-prandial no diabetes tipo 1 e 2 Uso terapêutico: • pacientes idosos com hiperglicemia pós-prandial. 6. Gliptinas Mecanismo de acao: • Inibidores da DPP-4 (enzimas que degradam o GLP1 que é um peptídeo semelhante ao glucagon que age a nível central/cerebral estimulando a acao de insulina, com a vantagem se só secretar insulina se a glicemia estiver alta) à aumento dos níveis de hormonios incretina (GLP- 1) à aumenta a síntese e a liberação de insulina pelas células beta-pancreáticas. Uso terapêutico: • DM tipo 2 em associação Efeitos indesejados: • Hipoglicemia em associação. • Não deve ser utilizado por pacientes com diabetes tipo 1 ou para o tratamento de cetoacidose diabética. • Insuficiência Renal 7.Análogos do GLP-1 (Liraglutida) Mecanismo de acao: • A liraglutida é um análogo de GLP-1. potencializa a secreção de insulina dependente de glicose Uso terapêutico: • DM tipo 2 em associação Efeitos indesejados: • Não deve ser utilizado por pacientes com diabetes tipo 1 ou para o tratamento de cetoacidose diabética. • Risco de pancreatite aguda • Não deve ser utilizado em gestantes SGLT-2: Sodium-glucose cotransporter type 2 • É uma proteína de membrana cotransportadora de sódio/glicose tipo 2 que está presente no TCP do rim. • Essa proteína é responsável por reabsorver a glicose que é filtrada pelos rins antes que ela seja eliminada pela urina Terapia associada à Metformina • Inicialmente, 10mg de dapagliflozina e 500mg de metformina. • Quanto à redução de peso (dapagliflozina 10mg: 2,6 a 2,7 kg; metformina: 1,3 kg; dapagliflozina e metformina: 2,7 a 3,3 kg) • Com 10 mg de dapagliflozina ao dia houve redução da HbA1c basal entre 0,82% a 0,97%; metformina 1,4%; Dapagliflozina e metformina 2,0 a 2,1% Diabético tipo 2 um dia será diabético tipo 1 porque faz parte da história/progressão da doença.
Compartilhar