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ULCERA DE PRESSÃO Enfermeira Camila Albuquerque Alves Uma ferida por pressão significa um dano ao tecido ou à pele que ocorre quando há uma diminuição da circulação sanguínea provocada pela pressão aplicada a uma área específica. Lesão por Pressão Problema de saúde pública (prejuízo da qualidade de vida, constitui insustentável sobrecarga econômica para os serviços de saúde). Lesão por Pressão Evitável em 95% Fatores de risco Umidade (Altera o pH protetor da pele, enfraquece a parede celular de células epiteliais, aumenta a susceptibilidade da pele à pressão, fricção e cisalhamento) Pressão (Força direta e contínua, Interrupção do fluxo sanguíneo com isquemia tecidual e morte celular. Fricção (Lesão entre a epiderme e a derme, geralmente superficiais e de fácil tratamento (se a causa for retirada), comum nos cotovelos e calcanhares); Cisalhamento (Gravidade x Fricção, o esqueleto se move com a pele fixa em uma superfície externa, diminuição do Fluxo sanguíneo, lesão dos Vasos e Tecidos subjacentes. Classificação da UP pelo comprometimento tecidual: • Estágio I: comprometimento da epiderme; • Estágio II: comprometimento até a derme; • Estágio III: comprometimento até o subcutâneo; • Estágio IV: comprometimento do músculo e tecido adjacente. Utilizada com um indicador da qualidade de atendimento ao paciente Custo médio para tratamento de uma úlcera: De R$ 2.000 a 70.000 / lesão Incidência das Úlceras por pressão Estágio 1: A pele intacta com hiperemia de uma área localizada geralmente sobre uma saliência óssea. Descoloração da pele, calor, edema, endurecimento ou dor também podem estar presentes. Classificação da Lesão por Pressão Estágio 2: Perda da pele em sua espessura parcial - Coloração rosa/ vermelha, sem tecido desvitalizado. Pode ser bolha intacta (exs. seroso) ou rompida. Classificação da Lesão por Pressão Estágio 3: Perda da pele em sua espessura total – tecido adiposo visível, granulação. Pode haver tecido desvitalizado, descolamento, túneis, epibolia (lesão com bordas enroladas) Classificação da Lesão por Pressão Estágio 4: Perda da pele em sua espessura total e perda tissular – Exposição/palpação da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso (osteomielite). Tecido desvitalizado (úmido) ou necrose (seco). Classificação da Lesão por Pressão Não Classificável ou não Estadiável: Perda da espessura total da pele/ perda tissular não é visível - coberta por tecido desvitalizado (amarelo, acastanhado, cinzento, verde ou castanho) ou necrótico (amarelo escuro, castanho ou preto). Classificação da Lesão por Pressão PREVENIR É O MELHOR CUIDADO Como Prevenir Estabelecer uma política. • Capacitar os profissionais de saúde. • Documentar. • Desenvolver e implementar um plano de prevenção. É um instrumento utilizado para avaliação de risco para úlcera por pressão (UPP) Quanto menor o escore, maior o risco: Maior ou igual a 19: sem risco Entre 13 e 18: de baixo a moderado Menor que 12: alto risco Escala de Braden Responde ao desconforto da pressão? 1. Não responde estímulos dolorosos (1) 2. Não consegue comunicar desconforto(2) 3. Nem sempre comunica desconforto(3) 4. Sem déficit sensorial e se comunica bem(4) Escala de Braden: Percepção sensorial O quanto a pele está exposta à umidade 1. Constantemente (1) 2. Freqüentemente (2) 3. Ocasionalmente (3) 4. Raramente (4) Escala de Braden: Umidade Grau de Atividade Física 1. Restrito ao leito(1) 2. Restrito à cadeira(2) 3. Caminha ocasionalmente(3) 4. Sem limitações(4) Escala de Braden: Atividade Capacidade de mudar e controlar as posições 1. Imóvel, não faz mudança de decúbito(1) 2. Pequenas mudanças ocasionais(2) 3. Pequenas mudanças freqüentes(3) 4. Importantes e freqüentes mudanças(4) Escala de Braden: Mobilidade Padrão geral da ingesta: 1. Muito pobre(1) 2. Inadequada(2) 3. Adequada(3) 4. Excelente(4) Escala de Braden: Nutrição 1. Problema(1) 2. Problema potencial(2) 3. Sem problema aparente(3) Escala de Braden: Fricção e Cisalhamento Coleta de dados para prevenção de Úlcera por pressão Utilizar uma abordagem estruturada para identificação na admissão/avaliação do doente e repeti-la regularmente conforme necessidade. Reavaliar mediante alteração quadro. Como Prevenir Inspecionar regularmente procurando zonas de hiperemia. Avaliação calor localizado, edema, rigidez. Pedir a colaboração da pessoa na identificação de áreas de desconforto ou dor por pressão. Vigiar a pele com dispositivos médicos. (cateteres, tubos, cânulas.) Como Prevenir Atentar para os pontos de pressão Não massagear ou esfregar vigorosamente a pele em risco e ou em proeminências e ou áreas hiperemiadas. Proteger a pele da umidade (drenos, exsudação, suor, fraldas, absorventes, comadres e papagaios). Conter a umidade, limpar pele com água morna e sabonete neutro. Hidratar a pele após banho. Utilizar barreiras protetoras nas proeminências ou outros curativos. Como Prevenir Observar estado nutricional. Referenciar todas as pessoas em risco nutricional e de desenvolvimento de lesão por pressão para o nutricionista. Comunicar: edema, perda de peso, disfagia, inapetência, desidratação. Comunicar a necessidade de avaliação para possível suporte nutricional (suplemento VO/ sondagem) Como Prevenir Estabelecer um plano com frequência e duração. A frequência da mudança de decúbito dependerá das características do paciente. Aliviar pressão (drenos, tubos, sondas, proeminências). Como Prevenir Aliviar e redistribuir a pressão. • Inclinar a pessoa num ângulo 30º para lateral. Como Prevenir Usar ajuda de transferência( lençol móvel) para evitar a fricção e cisalhamento, levante a pessoa, não o arraste. Como Prevenir Limitar posição da cabeceira elevada. Inclinar a cabeceira no máximo 30º. Como Prevenir Manter joelho leve flexão. Manter almofada em cadeira. Utilizar superfície de redistribuição de pressão. Como Prevenir Usar superfícies de apoio nos calcâneos Elevar completamente calcâneos, mantendo-os livres. Distribuir o peso da perna ao longo da sua parte posterior sem pressão no tendão de Aquiles Como Prevenir Escolher uma posição tolerada pela pessoa. Evitar pressão na região sacral ao sentar. Manter os pés apoiados Alivio da pressão a cada tempo (15`). Limitar o tempo sentado. Manter almofada na cadeira. Como Prevenir Evitar o uso de dispositivos recortados em forma de anel. Não utilizar luvas cheias de água. Como Prevenir Terapêutica/Cobertura adequada: o que temos disponível, frequência de troca, quem realiza a troca, custo x benefício,TIME; Exemplos de coberturas disponíveis: hidrogel, alginato de cálcio, espumas, hidrocoloides, AGE, colágeno, películas, terapia por pressão negativa, prata, papaína, entre outros. Abordagem Integral para Tratamento da Ferida O curativo ideal deve proteger a lesão e proporcionar hidratação ideal Regra: leito úmido, pele em torno seca Tratamento Cirúrgico: Indicação:Feridas Profundas: estágios III e IV. Levar em consideração o tempo: malignização Osteomielite Terapêutica: QUANDO DEVEMOS UTILIZAR A SOLUÇÃO SALINA NA UPP? Coberturas A aplicação de gaze úmida com solução salina em úlceras por pressão em estagios I e II por 10 semanas, com troca de curativo uma vez ao dia, promove a cura completa de 63% das úlceras por pressão. Recomenda-se a utilização da solução salina em úlceras por pressão em estagios II, III e IV para realizar a limpeza uma vez ao dia, até a cura completa, como técnica prévia a outros tratamentos. Aplicação de colagenase em úlceras por pressão em estagio II, III e IV com tecido necrótico, com troca do curativo 2 vezes ao dia, favorece o desbridamento do tecido, apresentando tecido de granulação em aproximadamente quatro semanas e redução de 50% na área de necrose. A colagenase aplicadacontinuamente em úlceras por pressão estagio IV em calcâneos, após desbridamentos cirúrgicos para remoção de necrose, com troca de curativo uma vez ao dia durante 6 a 12 semanas, promove cicatrização completa de 91,6%. QUANDO UTILIZAR A COLAGENASE NA ÚLCERA POR PRESSÃO? Recomenda-se o uso de colagenase em úlceras por pressão estagio II, III e IV, com tecido necrótico, após desbridamento, com troca de curativo de uma a duas vezes ao dia, de 4 a 12 semanas. A aplicação de papaína contínua em úlceras por pressão estagio III e IV, limpas e com tecido de granulação, com troca de curativo uma ou duas vezes por dia, após o desbridamento cirurgico e mudança de decubito rigorosa de 2 em 2 horas, promove 13% de cura e redução do tamanho da úlcera em até 42,1%. QUANDO DEVEMOS UTILIZAR A PAPAÍNA NA UPP? Recomenda-se a aplicação de papaína em úlceras por pressão estagio III e IV com tecido de granulação, pouco exsudato, sem sinais de inflamação ou osteomielite. Deve-se realizar a troca de curativo duas vezes ao dia, durante 6 a 10 semanas, para aumento da proliferação de tecido de granulação e cicatrização completa da UPP. O alginato de cálcio associado ao hidrocoloide, aplicado em úlceras por pressão altamente exsudativas, com troca de curativo uma vez ao dia por 12 semanas, promove 44% de cura. QUAL É A EFICÁCIA DO ALGINATO DE CÁLCIO NA UPP? Recomenda-se a aplicação de alginato de cálcio associado a hidrocoloide em úlceras por pressão em estagio III e IV, com grande quantidade de exsudato, uma vez ao dia por 12 semanas O carvão ativado deve ser aplicado após desbridamento ambulatorial e limpeza com solução salina estéril, em ulceras por pressão em estagios II, III e IV, com tecido necrótico e grande quantidade de esfacelos(um tecido úmido e não vascularizado, pode ser branco, amarelo, marrom acastanhado ou verde e estar solto ou aderido), que estejam ou não drenando exsudato, por um período de quatro semanas, com troca de curativo duas ou três vezes por semana. QUAL É O BENEFICIO DO USO DE CARVÃO ATIVADO NA UPP? Avaliar a evolução, documentação, manutenção da orientação. Sinais de piora: Aumento do exudato ou edema, perda da granulação, estagnação da ferida/Infecção, surgimento de secreção purulenta, febre. Sem melhora com tratamento adequado. Uma úlcera limpa e com fluxo sanguíneo adequado deve mostrar melhora em 2 a 4 semanas Reavaliação OBRIGADA!!!
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