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Aterosclerose e Doenças coronarianas Gabriel Ladeia 3° Período de Medicina Aterosclerose- Aterosclerose é um tipo de endurecimento das artérias. O termo aterosclerose faz referência a formação de lesões fibroadiposas na camada interna das médias e grandes artérias, aorta e seus ramos, artérias coronárias e vasos que irrigam o encéfalo. A aterosclerose começa como um processo lento e imperceptível, e as manifestações clínicas da doença não se tornam evidentes durante um período de 20 a 40 anos ou mais. Fatores de risco- O principal fator de risco para o desenvolvimento de aterosclerose é a hipercolesterolemia, que pode ser modificada. O envelhecimento, historic o de DCC prematura e sexo masculino são outros fatores de risco não modificáveis. Os principais fatores de risco para o desenvolvimento da aterosclerose que podem ser afetados por uma mudança no estilo de vida e cuidados com a saúde incluem os níveis de colesterol alto ( LDL principalmente), tabagismo, obesidade e gordura visceral, hipertensão, diabetes melito. O tabagismo está intimamente ligado com surgimento de DCV por conta do dano endotelial agravado pelo cigarro. Fisiopatologia- Há 3 tipos de lesão associadas à aterosclerose: estrias gordurosas, placas de ateroma fibroso e lesão complicada. As estrias gordurosas são descolorações amarelas da túnica íntima finas e lisas que aumentam e se tornam espessas. São basicamente macrofagos e células musculares lisas que distenderam com lipídios para formar células espumosas. Danos ao endotélio representam um marcador precoce de que mais tarde podem se tornar placas ateroscleróticas. Uma vez que o endotélio é danificado, monócitos e lipídios circulantes começam a aderir à superfície. Uma placa de ateroma fibroso é caracterizada por uma aparência acinzentada ou perolada, por conta dos macrofagos que ingeriram e oxidam as lipoproteínas acumuladas, formando uma faixa de gordura. Com o tempo as faixas de gordura crescem e proliferam na musculatura lisa, e com o crescimento progressivo a lesão passa a invadir o lúmen da artéria. Os macrofagos liberam substâncias que provocam inflamação e podem ocluir o vaso, ou formar trombos. A hiperlipidemia (LDL) desempenha um papel ativo na patogênese da aterosclerose, as interações entre a camada endotelial da parede dos vasos e os monócitos ocorrem ao longo da vida, essas interações são maiores quando os níveis de colesterol no sangue apresentam elevados. Os macrofagos ativados liberam radicais livres que oxidam o LDL, que é tóxico para o endotélio, causando perda de células endoteliais e a exposição do tecido subendotelial aos componentes sanguíneos. Isso leva a adesão plaquetária e deposição de fibrina, plaquetas e macrofagos liberam fatores de crescimento e aumentam a proliferação de células musculares lisas e deposição de matriz extracelular nas lesões. Macrofagos ativados também fagocitam moléculas oxidadas de LDL e se transformam em células espumosas. Os lipídios liberados das células espumosas se acumulam para formar núcleo lipídico das placas instáveis, podendo se romper. As lesões mais avançadas e complicadas contém hemorragia, ulceração e depósitos de tecido cicatricial. Trombose é a complicação mais importante da aterosclerose. A desaceleração e turbulência do fluxo sanguíneo na região e a ulceração da placa causam a formação de um trombo que pode provocar obstrução de pequenos vasos do coração e encéfalo. Podem desenvolver aneurismas nas artérias enfraquecidas pela formação de uma grande placa. Manifestações Clínicas- Em vasos de maior calibre pode ocorrer formações de trombos e enfraquecimento da parede vascular. Em vasos de médio porte, pode ocorrer isquemia e infarto por conta da oclusão do vaso. Pode afetar qualquer órgão ou tecido mas é mais frequente em artérias que abastecem o coração, rins, encéfalo, MMII e intestino delgado. Doenças Coronarianas- Esse termo descreve os distúrbios atribuídos a placas ateroscleróticas coronarianas estáveis ou instáveis. As placas instáveis tendem a formar fissuras e romper, causando agregação de plaquetas e formação de trombos. Já as placas estáveis causam obstrução fixa do fluxo sanguíneo coronariano com isquemia miocárdica que ocorre durante esforço, como na angina estável. Aterosclerose é a causa mais comum de DAC, tem evolução lenta e progressiva. Ela pode afetar uma ou todas as 3 artérias coronárias e seus ramos. Lesões clinicamente significativas podem ser localizadas em qualquer segmento desses vasos, mas tendem a predominar nos primeiros cm das artérias coronárias descendente esquerda e circunflexa esquerda, ou em todo comprimento da artéria coronária direita. A doença arterial coronariana geralmente é dividida em dois tipos: 1-síndrome coronariana aguda (SCA) e 2-cardiopatia isquêmica crônica. A SCA é um espectro de doenças cardíacas isquêmicas agudas, que vão de angina instável a infarto do miocárdio resultante do rompimento de uma placa aterosclerótica. A cardiopatia isquêmica crônica é caracterizado por episódios recidivantes e transitórios de isquemia miocárdica e angina estável, que resultam do estreitamento do lúmen de uma artéria coronária por conta de uma aterosclerose ou vasoespasmo. Síndrome coronariana aguda- Inclui angina instável, IM sem elevação do segmento ST (sem onda Q) e IM com elevação ST (com onda Q). Angina instável- É considerada uma síndrome clínica de isquemia miocárdica, que varia de angina estável até IM. A fisiopatologia pode ser dividida em 5 fases: 1. Formação da placa instável que se rompe, ou erosão da placa com trombose. 2. Obstrução causada por espasmo, constrição, disfunção ou estímulos adrenérgicos. 3. Estreitamento grave do lúmen da artéria coronária. 4. Inflamação. 5. Qualquer condição fisiológica que cause isquemia associada à redução da irrigação sanguínea. Cardiopatia isquemica cronica- Ocorre quando a capacidade de as artérias coronárias fornecerem sangue não é suficiente para atender as necessidades metabólicas do coração. Ocasionadas por aterosclerose, vasoespasmo… Angina estável- A angina estável crônica está associada a uma obstrução coronariana fixa, que acarreta desproporção entre o fluxo sanguíneo coronariano e as necessidades metabólicas do miocárdio. É a primeira manifestação clínica da cardiopatia isquêmica em cerca de 50% dos pacientes com DAC. Embora maioria dos pacientes com angina estável tenha aterosclerose, uma parte expressiva dos pacientes com aterosclerose coronariana não tem angina, por conta do estilo de vida sedentário do desenvolvimento de circulação colateral adequada ou incapacidade de sentir dor, ocorrendo IM sem história de angina. Em geral, a angina de peito é acarretada por condições que aumentam as demandas cardíacas, inclusive esforço físico, exposição ao frio e estresse emocional. A dor da angina se localiza geralmente na área precordial ou subesternal do tórax semelhante à dor do IM, pois pode irradiar para o ombro esquerdo, mandíbula, ou outras áreas do tórax. Diagnóstico- As técnicas para diagnosticar DAC são: ECG, prova de esforço (teste ergométrico, TC, RM e angiografia no laboratório de cateterização cardíaca.
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