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neoplasia II 1 1. Oncogênese 2. Células tronco do câncer 3. Metástase 4. Neoplasia nos animais domésticos NEOPLASIAS BENIGNAS • Crescem lentamente • Permanecem no local de origem • Sem infiltração ou invasão em tecidos adjacentes • Não se dissemina para sítios distantes (metástase) • Normalmente delimitado por tecido fibroso NEOPLASIA MALIGNA • Crescimento rápido • Invasão em tecidos adjacentes • Metástase • Grau variável de diferenciação *LEMBRETE: a capacidade de invasão, ou seja, de infiltração e de metástase é variada dentre as neoplasias. Portanto, existe neoplasia que é muito infiltrativa e pouco metastática e neoplasia muito metastática e pouco infiltrativa DIFERENCIAÇÃO E ANAPLASIA – o quanto as células neoplásicas são semelhantes às células normais – o quanto as células neoplásicas são indiferenciadas do tecido normal; ela é primitiva comparada a linhagem de células normais • O termo DIFERENCIAÇÃO refere-se à extensão com que as células do parênquima neoplásico lembram as células parenquimatosas normais correspondentes, tanto morfológica quanto funcionalmente; • A FALTA DE DIFERENCIAÇÃO (ou células pouco diferenciadas) é denominada ANAPLASIA (marca de malignidade) *células neoplásicas que estão distintas da célula de origem são chamadas de células primitivas. Essas células perderam muitas características 2 • As neoplasias ocorrem pelo acúmulo progressivo de mutações no genoma (estritamente relacionadas com fatores genéticos e ambientais) celular induzindo uma ruptura irreversível dos mecanismos homeostáticos que regulam o crescimento, diferenciação (perda da capacidade de especialização da célula) e morte celular. Sendo importante considerar que as causas são multifatoriais. *passenger – mutações que acontecem constantemente no organismo e geralmente acabam sendo barradas ou acabam tendo uma reversão praticamente que imediata, são super comuns de acontecer *drivers – mutações complicadas e o câncer acontece quando se tem esse tipo de mutação em especial e seriam várias mutações Todos os cânceres surgem como resultado de alterações adquiridas somaticamente no DNA das células cancerosas *quando se fala em DNA é o material genético e epigenético. • Mais de um driver • 5 a 7 eventos em mama, próstata e colorretal (humanos) • Hematológicos podem exigir menos • : análise do genoma da célula cancerígena em busca da assinatura As mutações não são padrões em todos os tipos de câncer e nem em todos os pacientes Processo de formação do câncer, que em geral se dá lentamente, podendo levar vários anos para que uma célula neoplásica maligna prolifere e dê origem a um tumor visível Esse processo para por vários estágios: 1. Estágio de iniciação 2. Estágio de promoção 3. Estágio de progressão *gênese – formação ONCOGÊNESE As células sofrem o efeito dos agentes cancerígenos que provocam modificações em alguns de seus genes. Nesta fase as células se encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é possível se detectar um tumor clinicamente A célula é transformada em célula maligna. Para que ocorra essa transformação é necessário um longo e continuado contato com o agente cancerígeno promotor. A suspensão do contato com agentes promotores muitas vezes interrompe o processo nesse estágio. Multiplicação descontrolada e irreversível das células alteradas. Nesse estágio o câncer já está instalado, evoluindo até o surgimento das primeiras manifestações clínicas da doença. 3 • Mutações • Translocações • Alterações epigenéticas • Deleções e inserções, etc ONCOGÊNESE TRÊS CONCEITOS (alvos de danos genéticos): 1. : gene que codifica proteínas que estimulam a proliferação e diferenciação em células NORMAIS : quando temos alterações PROTONCOGENE, podemos ter a formação de ONCOGENE. É um protoncogene alterado; os oncogenes estão presentes nas células tumorais 2. bloqueia a proliferação celular – relacionado com a ativação da apoptose (os exemplos clássicos são o p53 e Rb). – os genes p53 e Rb são genes que atuam no bloqueio da proliferação celular. 3. – os genes envolvidos no reparo do DNA são os genes que vão tentar corrigir aquele dano genético EXEMPLO: dano proto-oncogene -> células consegue se multiplicar -> acúmulo de mutações -> transformação em oncogene -> inicia a formação da neoplasia. 4 • Autossuficiência nos sinais de crescimento: capacidade de proliferação sem estímulos externos, em geral como consequência da ativação de oncogenes *autosuficiente – se divide sozinha • Insensibilidade aos sinais inibidores do crescimento • Angiogênese mantida: devem induzir a angiogênese • Evasão de apoptose: podem ser resistentes à morte celular programada, como consequência da inativação do p53 ou de ativação de genes antiapoptóticos • Potencial de replicação ilimitado: apresentam capacidade de proliferação sem restrições, evitando a senescência celular e a catástrofe mitótica • Capacidade de invadir e metastatizar: os cânceres apresentam comportamento metastático distinto • Defeitos no reparo do DNA: os tumores podem falhar em reparar o dano ao DNA causado por carcinógenos ou causado durante a proliferação celular desregulada, levando à instabilidade genômica e a mutações CÉLULAS-TRONCO TUMORAL • O crescimento continuado e a manutenção de muitos tecidos requerem uma população residente de células-tronco teciduais que apresentam vida longa e são capazes de autorrenovação • Tumores malignos são imortais • Capacidade proliferativa ilimitada • Então, de forma semelhante aos tecidos normais, eles também devem conter células com propriedades ‘’tronco’’. • Células-tronco cancerosas são essenciais para a persistência do tumor • Possuem uma alta resistência intrínseca a terapias convencionais como drogas quimioterápicas • As células tronco tumorais adquirem características semelhantes às das células embrionárias (primitivas) 1. Células maduras normais perdem a diferenciação à medida que evoluem para células tumorais, surgindo características mais primitivas 2. Tumores podem surgir diretamente a partir de uma pequena população de células tronco encontradas em todos os tecidos adultos O ASPECTO E COMPORTAMENTO DAS CÉLULAS NEOPLÁSICAS SÃO DETERMINADOS PELOS ESTÁGIOS DE DIFERENCIAÇÃO COM O QUAL O FENÓTIPO MALIGNO É MANIFESTADO • Célula saudável sofre lesão no DNA – parada do ciclo • Gene supressor funcional p53 – parada do ciclo • CÉLULAS NEOPLÁSICAS: NÃO responde a fatores intrínsecos e extrínsecos dirigidos a ela na fase G0 • A maioria NÃO expressa p53 funcional 5 • Número médio de células tumorais por campo microscópico em um aumento de 400x que contém cromossomos condensados e que carecem de membrana nuclear SELEÇÃO CLONAL • Origem CLONAL • Acúmulo progressivo de alterações hereditárias: SUBCLONES • SUBCLONES com vantagens seletivas podem metastatizar *origem clonal – uma célula só que sofreu mutação e se transformou. Não é preciso ter um grupo de células sofrendo essa mutação, pode-se ter uma só célula São múltiplas alterações genéticas e epigenéticas que ocorrem ao longo de um curso relativamente longo de tempo 1. TUMOR – ESTROMA Estimular a angiogênese no estroma 2. IMUNIDADE TUMORAL Células neoplásicas escapando do SI 3. EFEITOS PARANEOPLÁSICOS Neoplasia primária ou metastática provocam doença clínica ANGIOGÊNESE • Neoplasias requerem: - Nutrientes - Remoção de produtos de excreção (resíduos); • Geralmente novos vasos brotam a partir dos capilares previamente existentes O QUE ACONTECE? • Produção aumentada de fatores angiogênicos E/OU a perda dos inibidores angiogênicos.- Fatores produzidos diretamente das células neoplásicas, células inflamatórias ou outras células estromais - Proteases – proteases locais acabam estimulando a formação de novos vasos A falta de oxigênio estimula a HIF1a (fator de transcrição sensível ao oxigênio), que ativa a transcrição de uma gama de citocinas pró- angiogênicas, como o VEGF e o bFGF *a própria a falta de oxigênio local – ativa citocinas que estimulam a angiogênese Esses fatores criam um gradiente angiogênico que estimula a proliferação de células endoteliais e guia o crescimento de novos vasos em direção ao tumor. TAMBÉM OCORRE LINFANGIOGÊNESE 6 METÁSTASES • Metástases são implantes tumorais descontínuos com o tumor primário • Alta taxa de óbito • Apenas neoplasias malignas • A invasividade dos tumores malignos permite que eles penetrem nos vasos sanguíneos, linfáticos e cavidades corpóreas, provendo a oportunidade para a disseminação • Com poucas exceções, todos os tumores malignos podem gerar metástases • ATENÇÃO: as propriedades de invasão e metástase são DISTINTAS NEM TODA NEOPLASIA ALTAMENTE INFILTRATIVA TEM ALTO POTENCIAL METASTÁTICO E VICE E VERSA • Em geral, quanto mais agressivo, mais rápido o crescimento e maior o neoplasma primário, maior será a probabilidade de o tumor formar, ou mesmo já ter feito, metástases 1. Se desprender da neoplasia primária a. Perda das ligações intercelulares i. Dissolução das junções por ação das enzimas proteolíticas ii. Degradação da membrana basal 2. Aquisição da capacidade infiltrativa e migratória a. Alteração da expressão dos receptores para os componentes da matriz extracelular b. Secreção de fatores de motilidade autócritos 3. Escapar da vigilância imunológica 4. Sair dos vasos e se estabelecer no novo tecido 7 A. Adesão B. Migração C. Invasão do estroma D. Transição epitelial-mesenquimal E. Intravasão (adentrar um vaso) ÊMBOLO TUMORAL F. No sge – linfócitos e plaquetas G. Extravasamento (saída do vaso linfático, vaso sanguíneo e instalação em seu novo tecido) 1. Disseminação direta (cavidade corpórea) 2. Disseminação linfática 3. Disseminação hematológica Pode ocorrer sempre que uma neoplasia maligna penetra em um ‘’campo aberto’’ natural • Cavidade peritoneal, pleural, pericárdica • Exemplos: - Adenocarcinomas ovarianos - Adenocarcinomas pancreáticos - Mesoteliomas - Carcinomas mucossecretores do apêndice (pseudomixoma peritoneal) • CARCINOMATOSE (disseminação tumoral, formando múltiplas massas por toda a cavidade abdominal). *LEMBRETE: carcinoma - neoplasia de origem epitelial e adeno refere-se a tecido glandular portanto, uma neoplasia de tecido epitelial maligna que também possui envolvimento de glândulas O transporte através dos vasos linfáticos é a via mais comum para a disseminação dos carcinomas e os sarcomas • Os tumores não contêm linfáticos funcionais, mas os vasos linfáticos localizados nas margens tumorais são aparentemente suficientes para a disseminação das células tumorais • O padrão de envolvimento dos linfonodos segue as rotas naturais da drenagem linfática • Atualmente: metástase em linfonodos regionais indicam provável disseminação sistêmica • A disseminação hematogênica é típica dos sarcomas, mas também é vista nos carcinomas • Mais comum em veias (espessura da parede). - Veia cava – coração – leito pulmonar - Vasos portais – fígado • A disseminação arterial pode ocorrer quando as células tumorais passam através dos leitos capilares pulmonares, ou através dos shunts arteriovenosos pulmonares, ou quando as metástases pulmonares por si mesmas originam um êmbolo tumoral adicional • Células neoplásicas frequentemente se detêm no primeiro leito capilar que encontram. 8 ESTADIAMENTO CLÍNICO Permite estabelecer a extensão anatômica da neoplasia e o comprometimento do organismo pela invasão neoplásica – TAMANHO DO TUMOR PRIMÁRIO – INFILTRAÇÃO EM LINFONODOS REGIONAIS – METÁSTASE A DISTÂNCIA NEOPLASIA ESPÉCIE LOCAIS METASTÁTICOS Hemangiossarcoma Cão Fígado, pulmões, omento, rins, olhos, SNC Osteossarcoma Cão Pulmões, ossos CCE – oral Cão e gato Linfonodos, pulmões Adenocarcinoma mamário Cão e gato Linfonodos, pulmões Adenocarcinoma adanal Cão Linfonodos Adenocarcinoma prostático Cão Linfonodos, osso, pulmões CCT em bexiga Cão Linfonodos, pulmões, ossos Melanoma oral Cão Linfonodos, pulmões Mastocitoma Cão Linfonodos, fígado, baço Mastocitoma Gato Baço, fígado, medula óssea 9 SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS Variedade de sinais clínicos sistêmicos provocado pelos tumores. São efeitos indiretos provocados por produtos das células neoplásicas • Caquexia • Endocrinopatias • Síndromes esqueléticas: osteopatia hipertrófica • Síndromes vasculares e hematológicas É importante reconhecer as síndromes paraneoplásicas, por diversos motivos: • Podem representar a manifestação mais precoce de uma neoplasia oculto • Podem representar problemas clinicamente significativos e até serem letais • Podem mimetizar a doença metastática e, assim, atrapalhar o tratamento TUMORES TRANSMISSÍVEIS Se disseminam além do hospedeiro original através do transplante físico subsequentemente ao contato físico direto entre animais da mesma espécie. • TVT em cães - Genitália e face • Doença tumoral facial em diabo da Tasmânia - Cabeça e pescoço INCIDENCE PER 100.000 TUMOR LOCATION HUMAN DOG CAT mammaru 108,8 198,8 25,4 Melanoma 12,6 25 - Skin/connective tissue 7,7 150,4 51,7 Oral 11,6 20,4 11,6 lymphoma 29,9 25 125 bone 1 7,9 - PRINCIPAIS NEOPLASIAS QUE ACOMETEM CÃES E GATOS: • Carcinomas mamários • Mastocitomas cutâneos • Neoplasias hematopoiéticas (linfomas) • Sarcomas (osteossarcomas, fibrossarcomas) • Neoplasias hematopoiéticas (linfomas) • Carcinomas cutâneos • Carcinomas mamários • Sarcomas vacinais 10 Cão: • papilomavírus cavidade oral, ocular, cutâneo Gato: • Papilomavírus • Retrovírus da Felv PRINCIPAIS NEOPLASIAS QUE ACOMETEM BOVINOS: Fatores: luz ultravioleta, falta de pigmento na epiderme, perda de pelos ou cobertura de pelos muito esparsa nos locais afetados Junções muco-cutâneas, particularmente nas pálpebras PRINCIPAIS NEOPLASIAS QUE ACOMETEM EQUINOS: Neoplasia cutânea mais frequente Não metastático Muito invasivo Fibroblática Comum Afeta o epitélio escamoso da cabeça, olhos, anexos e genitais Pele não pigmentada (radiação ultravioleta?). Massas únicas ou múltiplas localizadas no tecido dermo-epidermal ou subcutâneo Tumores latentes por longos períodos OU disseminam e tornam-se letais *melanoma não acomete tanto quanto o sarcóide e o carcinoma
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