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Traumatismos em dentes decíduos

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LESÕES TRAUMÁTICAS NA DENTIÇÃO 
DECÍDUA 
O traumatismo facial que resulta em dentes 
fraturados, deslocados ou perdidos, pode 
apresentar efeitos negativos consideráveis sobre 
o aspecto funcional, estético e psicológico da 
criança. 
Os dentes decíduos têm uma relação direta com 
os germes dos dentes permanentes, então um 
trauma nessa época pode gerar consequências na 
dentição permanente. 
Essa aula usa as diretrizes do IADT como base, 
que por sua vez desenvolveu esses protocolos 
baseada em: (1) circunstâncias clínicas 
específicas; (2) julgamento do profissional; (3) 
características individuais do paciente 
(capacidade de colaboração e custos); (4) 
entendimento claro do prognóstico imediato e a 
longo prazo das várias opções de tratamento para 
cada caso. 
EPIDEMIOLOGIA (PREVALÊNCIA): 
- Quanto à idade: crianças de 12 a 36 meses de 
idade (importante relação dos decíduos com os 
dentes permanentes); 
- Quanto ao gênero: não há diferença; 
- Quanto ao tipo de lesão: lesões em tecido 
periodontal (luxações); 
- Quanto à localização da lesão: incisivos 
centrais superiores (mais expostos). 
A frequência das injúrias traumáticas na dentição 
decídua pode variar até 30% dos indivíduos. 
Prevalência de 35% das crianças em idade 
escolar. 
Fator predisponente: mordida aberta anterior 
(não só maior risco de trauma, mas também de 
sofrerem com uma lesão mais severa) 
FATORES ETIOLÓGICOS: 
As causas dos traumas são variadas, mas 
destacam-se quedas (68,15%), colisão, acidentes 
domésticos, acidentes automobilísticos, outros 
(espancamento, convulsões): 
- Dentro das quedas, as mais frequentes são: da 
própria altura ao andar/correr, de lugares altos, 
contra objetos, de objetos móveis e outros. 
ABORDAGEM INICIAL 
Condicionamento e abordagem psicológica e 
definição se o atendimento vai ser de urgência ou 
emergência (atendimento imediato) e ainda 
estabelecer o acompanhamento do paciente 
(atendimento mediato). 
Para isso, precisamos de uma boa anamnese, 
exame clínico e exame radiográfico. 
Anamnese: história médica, como/onde/quando 
ocorreu o trauma (muda muito o prognóstico e o 
plano de tratamento do paciente), se já teve um 
traumatismo anterior (se alguma injúria 
encontrada foi de antes), se tem sintomatologia 
dolorosa, a experiência odontológica do paciente 
e sua idade. 
Exame clínico: exame físico corporal; exame 
extrabucal: tecidos moles, ossos e ATM; exame 
intrabucal: tecidos moles, dentes, tecido ósseo. 
Podemos fazer uma limpeza da boca com 
clorexidina, o toque no local para averiguar 
mobilidade e algum teste. 
Testes: testes de vitalidade/sensibilidade e 
percussão vão causar mais sensibilidade e dor e 
podem resultar em diagnósticos falso positivos ou 
falso negativos. Um teste adequado é o de 
transiluminação (com o fotopolimerizador pela 
palatina, ilumina-se o dente, fazendo ser capaz de 
enxergar hemorragias pulpares que causam 
alterações de cor e trincas no esmalte). 
DIAGNÓSTICO – EXAME RADIOGRÁFICO 
Observar nos dentes decíduos: 
- Presença, grau e direção de deslocamento 
- Presença e localização de fratura radicular 
-Presença de espessamento do espaço 
periodontal 
- Grau de rizólise do dente decíduo 
- Fraturas radiculares ou processo alveolar 
- Extensão das fraturas coronárias 
- Exposição pulpar e tamanho da câmara pulpar 
- Radioluscências periapicais 
-Reabsorções radiculares 
- Grau de deslocamento dentário 
- Espaço do ligamento periodontal 
- Posição do germe em relação daos dentes 
adjacentes 
- Grau de rizogênese 
- Alterações decorrentes de traumatismos 
anteriores: hipoplasias, dilacerações coronárias e 
radiculares e outras. 
TRAUMATISMOS EM TECIDOS DUROS 
Tem baixa prevalência se comparado aos traumas 
de tecido mole e tem baixo índice de sequela nos 
dentes permanentes. 
TRINCA OU FRATURA INCOMPLETA DE 
ESMALTE 
Características clínicas: Mucosa íntegra, sem 
sangramento. Não há perda de estrutura dentária, 
observado pelo teste de transiluminação. 
Tratamento: observação e controle (sempre em 
casos de trauma) e polimento da trinca e aplicação 
de flúor no dente acometido. 
Complicações: são incomuns, sem sangramento, 
sem sequela e sem mobilidade. Não necessita de 
radiografia, mas pode ser feita porque o dente 
pode sofrer com alteração de cor. 
FRATURA DE ESMALTE 
Definição: Perda da estrutura dentária 
envolvendo apenas o esmalte. 
Tratamento: alisamento das bordas afiadas em 
esmalte, polimento e aplicação de flúor e em lesão 
mais extensa → restauração em RC (fins 
estéticos). Realizar instruções de higiene e 
observação. 
Prognóstico: bom prognóstico, muitas vezes 
melhor do que o da trinca, uma vez que a força do 
impacto foi atenuada na fratura, resultando em um 
menor dano possível ao tecido periodontal e 
pulpar. 
Controle clínico e radiográfico 
 
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA SEM 
EXPOSIÇÃO PULPAR 
 
Perda da estrutura dentária, mas sem 
comprometimento pulpar; dentina (túbulos) 
expostos → maior chance de sensibilidade; 
Tratamento: restauração com resina composta ou 
até com CIV (como é uma fratura maior, já tem 
espaço para sua acomodação). Caso seja viável, 
a colagem do fragmento pode ser uma opção. 
Prognóstico: bom prognóstico, porém, há 
probabilidade de contaminação da polpa via 
canalículos dentinários, por isso, acompanhar 
qualquer prognóstico desfavorável (infecção, 
necrose, coloração coronária, interrupção da 
rizogênese) ou de resposta (reação inflamatória 
transitória localizada ou formação de dentina 
reacionária) clínica e radiograficamente. 
Acompanhamento: 30, 60, 90 e 120 dias, e 
depois semestralmente. 
FRATURA DE ESMALTE E DENTINA COM 
EXPOSIÇÃO PULPAR: 
Definição: Perda da estrutura dentária com 
comprometimento pulpar. 
Tratamento: 
- Imediato: 
▪ Proteção pulpar direta 
▪ Pulpotomia: 
• Fatores: condição pulpar, tempo decorrido, 
idade da criança, reconstrução estética: 
RC, pinos intracanal ou colagem de 
fragmentos. 
- Tardio: 
▪ Pulpectomia – 4h decorridas do trauma 
(contaminação da polpa) 
• Prognóstico: contaminação direta da 
polpa com os microrganismos da saliva, 
reação inflamatória, necrose pulpar e 
prognóstico depende do tratamento 
realizado. 
Acompanhar clínica e radiograficamente em 1 
semana, 6-8 semanas e até um ano. Qualquer 
prognóstico ruim deve ser reportado e tratado 
imediatamente. 
FRATURA CORONORADICULAR: 
Definição: Fratura envolvendo esmalte, dentina e 
cemento; 
Características radiográficas: Deve ser 
realizada uma radiografia para tentar visualizar a 
extensão da lesão, podendo ter ou não 
envolvimento pulpar (fratura complicada da coroa, 
quando há exposição). 
Quando não há exposição pulpar e a coroa está 
restaurável, podemos fazer uma gengivectomia se 
necessário e restaurar o dente com CIV e/ou RC. 
- Quando há exposição pulpar e o dente está 
restaurável, podemos fazer a gengivectomia + 
terapia pulpar (pulpectomia ou pulpotomia) + 
colagem do fragmento ou restauração (pino e/ou 
resina composta) 
Dentes com fraturas longitudinais, não 
restauráveis e principalmente se houver exposição 
pulpar, devem ser extraídos (remover todos os 
fragmentos para evitar o dano no permanente) – 
sutura 
Casos mais simples (sem mobilidade, sem fístula, 
pólipo não inflamado) – observação e controle. 
Instruções de higiene e observação em casa. 
Acompanhar clínica e radiograficamente em 1 
semana, 6-8 semanas e até um ano. Qualquer 
prognóstico ruim deve ser reportado e tratado 
imediatamente. O controle da infecção deve ser 
muito intenso nesses casos. 
 
FRATURA RADICULAR 
Pode ser no terço apical, médio ou apical e ainda 
oblíqua, horizontal ou longitudinal. Geralmente se 
trata de uma fratura transversal ou levemente 
oblíqua no terço médio ou apical da raiz. Quando 
ocorre uma longitudinal, o procedimento indicado 
é extração. As informações a seguir são para asfraturas transversais. 
O dente pode estar com mobilidade alterada e 
estar com o fragmento coronário deslocado e uma 
radiografia periapical por paralelismo e uma 
oclusal devem ser realizadas para tentar verificar 
a localização da fratura. 
- Se o fragmento coronário não estiver deslocado, 
nenhum tratamento é necessário 
- Se o fragmento coronário estiver deslocado, mas 
sem grande mobilidade, deixe o fragmento 
coronário para reposicionamento espontâneo, 
mesmo se tiver alguma interferência oclusal 
- Se o fragmento coronário estiver deslocado e 
com grande mobilidade e interferindo na oclusão, 
existem duas possibilidades: 
a) extrair somente o fragmento coronário e o 
fragmento apical deve ser deixado no local para 
ser reabsorvido pelo germe do permanente 
(comum quando a fratura é no terço cervical). 
b) reposicionar com cuidado o fragmento 
coronário e se ainda estiver instável colocar 
contenção flexível por 4 semanas (mais indicado 
quando a fratura é no terço médio/apical). 
A reparação da fratura quando os fragmentos são 
reposicionados e faz a contenção depende da 
polpa e do periodonto, podendo haver: deposição 
de tecido calcificado, interposição de tecido 
conjuntivo, interposição de tecido ósseo ou 
formação de tecido de granulação. 
Instruções de higiene e observação em casa. 
Acompanhar clínica e radiograficamente em 1 
semana, 6-8 semanas e até um ano. Qualquer 
prognóstico ruim deve ser reportado e tratado 
imediatamente. Uma consulta na semana 4 é 
necessária se houve colocação de contenção e se 
o fragmento coronário foi extraído somente o 
acompanhamento de 1 ano é necessário. Controle 
da infecção deve ser muito intenso nesses casos. 
Fratura na região radicular: transversal ou 
longitudinal; 
Fratura cervical: maior mobilidade, prognóstico 
mais desfavorável; 
Fratura terço apical ou médio: 
- Pode ser com ou sem mobilidade, e com ou sem 
deslocamento 
- Tratamento: 
▪ Fazer reposicionamento para facilitar a 
cicatrização da polpa e do ligamento 
▪ Aproximação dos fragmentos e contenção 
por 21 dias/ 3 a 4 semanas 
▪ Acompanhamento clínico e radiográfico 
▪ Tratamento ideal é o imediato 
- Localização: 1/3 apical, médio ou cervical 
- Classificação: obliqua, horizontal, vertical ou 
longitudinal 
Tratamento geral: 
- Fratura longitudinal – exodontia 
- Fratura radicular do 1/3 cervical – exodontia 
- Reparação depende da polpa e do periodonto 
- Deposição de tecido calcificado 
- Interposição de tecido conjuntivo 
- Interposição de tecido ósseo 
- Formação de tecido de granulação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRATURA ALVEOLAR: 
Definição: Fratura que envolve o processo 
alveolar 
Características clínicas: Não é muito comum na 
dentição decídua, mas pode acontecer. 
Frequentemente se observa mobilidade e 
deslocamento de um segmento com diversos 
dentes em movimento ao mesmo tempo. 
Características radiográficas: Várias 
angulações radiográficas podem ser necessárias 
para localização e determinação da extensão da 
fratura óssea 
Tratamento: sutura e consolidação ou remoção 
do fragmento e exodontia do dente associado, 
irrigação sanguínea do fragmento ósseo e 
prescrição de ATB (apenas para envolvimento 
com osso) 
Deve-se reposicionar qualquer segmento 
deslocado que esteja com mobilidade e/ou 
causando interferência oclusal e suturar o tecido 
mole. Estabilizar com contenção flexível por 4 
semanas ou em muitos casos remover os 
fragmentos ósseos e os dentes decíduos 
envolvidos. O tratamento deve ser realizado pela 
equipe de especialistas. É importante a prescrição 
de antibióticos nesses casos (a escolha é 
amoxicilina). 
Instruções de higiene e observação em casa. 
Acompanhar clínica e radiograficamente em 1 
semana, 4 semanas (remoção da contenção), 8 
semanas e até um ano. Acompanhar a erupção do 
dente permanente. Qualquer prognóstico ruim 
deve ser reportado e tratado imediatamente (ficar 
atento a fraturas perto do ápice do decíduo podem 
desenvolver abscessos). 
OBS.: sobre prescrição de medicamentos – pode 
analgésico caso paciente relate dor; após cirurgia 
de extração. 
 
 
 
 
 
 
TRAUMATISMOS EM TECIDOS MOLES 
São os mais frequentes em dentes decíduos e são 
os que mais resultam em injúrias no permanente. 
Também são os que causam mais dor e 
analgésicos ou anti-inflamatórios são mais 
prescritos. 
Protocolo de orientação para reparação do 
tecido periodontal em casos de traumatismo 
com lesão de tecido mole (7 a 10 dias): 
- Higiene da área (clorexidina 0,1% ou 0,2% 2x ao 
dia por 1 semana) 
- Repouso do dente – sem chupeta e mamadeira 
- Prescrição medicamentosa (analgésico, anti-
inflamatório e antibióticos quando necessário, 
vacina antitetânica) 
- Acompanhamento clínico e radiográfico 
- Observação da sequela nos dentes decíduos 
- Acompanhamento da formação dos germes dos 
dentes permanentes. 
CONCUSSÃO: 
Definição: Lesão das estruturas de sustentação 
dos dentes 
Características clínicas: Na concussão o dente 
está sensível ao toque e sem mobilidade e sem 
sangramento (pode haver edema e hematoma nos 
tecidos adjacentes decorrentes do impacto). 
Diagnóstico: 
o Clínico: hemorragia e edema do ligamento 
periodontal devido ao rompimento de 
pequeno numero de fibras 
o Sem mobilidade, deslocamento ou 
sangramento no sulco 
o Radiografia normal 
o Edema na região 
o Lesão de tecido mole associado (rompimento 
de freio: sutura ou laserterapia) 
Tratamento: observação e controle, pois dente 
pode sofrer alteração de cor (hemorragia interna – 
impacto não rompeu/causou fratura e quem sofreu 
foi a polpa) e 30, 60, 90, 120 dias, e depois 
semestralmente. 
 
SUBLUXAÇÃO: 
Definição: Lesão traumática de pequena e 
moderada intensidade nas estruturas de 
sustentação dos dentes. 
Características clínicas: dente está sensível ao 
toque, mas tem mobilidade e pode apresentar 
sangramento no sulco gengival (por conta de 
poucos rompimentos de fibras do ligamento 
periodontal). 
Características radiográficas: Uma radiografia 
pode ser realizada para confirmar se não há outra 
lesão associada, pois nessas lesões não há 
alterações radiográficas (na subluxação pode ter 
leve aumento do espaço pericementário). 
Diagnóstico: 
o Não há perda de estrutura dental 
o Rompimento das fibras do ligamento 
periodontal 
o Sangramento ao nível da gengiva marginal 
o Maior grau de mobilidade 
o Radiografia: leve aumento do espaço 
pericementário 
Tratamento: contenção (dependendo da 
mobilidade) 
o Mobilidade muito intensa – contenção fixa (fio 
twist-flex) 
▪ 15 a 21 dias/4 semanas 
▪ Flexível ou semi-rígida – fio 4 a 5 mm 
o Reparar fibras do ligamento periodontal (que 
podem ter sido rompidas ou afrouxadas) 
TRATAMENTO PARA CONCUSSÃO E 
SUBLUXAÇÃO: 
Não é necessário nenhum tratamento, somente 
instrução de higiene e observação em casa. 
Acompanhar clínica e radiograficamente em 1 
semana, 30/60/90/120 dias e acompanhamento 
semestral. Qualquer prognóstico ruim deve ser 
reportado e tratado imediatamente. O controle da 
necrose deve ser muito intenso e nisso o 
acompanhamento é importante, porque o impacto 
pode ter causado uma injúria intra-pulpar que só 
se manifesta com algum tempo. Pode necrosar, 
mas pode só haver uma hemorragia interna ou 
uma calcificação que escurece o dente, mas que 
com algum tempo volta ao normal (importante 
acompanhar). Sequelas nos dentes permanentes 
são raras, geralmente quando ocorrem são devido 
a necrose pulpar não tratada. 
Se a mobilidade na subluxação for muito intensa, 
pode-se realizar contenção flexível ou semirrígida 
por 15 a 21 dias. 
Orientações específicas: evitar alimentos muito 
duros, não usar chupeta e mamadeira para não 
agravar a subluxação, deixar o dente descansar, 
gelo, procurar sinais de necrose. 
 
LUXAÇÃO LATERAL: 
Definição: O dente está deslocado no sentido 
vestibulolinguale é uma lesão das estruturas de 
sustentação do dente com rompimento das fibras 
do ligamento periodontal 
Características clínicas: geralmente há alguma 
mobilidade, mas não há deslocamento do dente 
(travamento no osso alveolar) e pode haver 
interferência oclusal. 
Características radiográficas: Radiografias 
devem ser feitas e pode-se verificar o espaço do 
ligamento periodontal aumentado apicalmente 
(melhor visualizado em radiografias oclusais e se 
o dente tiver deslocado para vestibular). Pode 
haver ou não fratura óssea e geralmente há 
laceração dos tecidos adjacentes. 
Diagnóstico → Aspecto clínico: 
- Mobilidade 
- Com ou sem deslocamento associado ou não a 
mobilidade dentária (travamento no osso alveolar 
– pode levar a fratura óssea) 
- Com ou sem fratura óssea 
- Laceração de tecidos adjacentes 
- Radiografia: aumento do espaço alveolar 
Tratamento: 
- Se o dente não estiver interferindo na oclusão ou 
houver interferência mínima, deixe que o dente se 
reposicione espontaneamente (ocorre geralmente 
dentro de 6 meses). 
- Em situações de deslocamento severo, duas 
opções de tratamento são indicadas: 
a) extração quando houver risco de aspiração ou 
ingestão do dente. 
b) reposicione o dente com cuidado e se após 
reposicionado estiver instável, realize uma 
contenção flexível ligada aos dentes adjacente 
não lesionados por 4 semanas. 
Instrução de higiene e observação em casa. O 
acompanhamento é 1 semana, 4 semanas (se 
colocou contenção), 8 semanas, 6 meses e 1 ano. 
Quando houver preocupações clinicas de provável 
prognóstico desfavorável, manter acompanhando 
anualmente até a erupção do permanente. 
O prognóstico é mais favorável se essa luxação 
resultar no deslocamento da raiz para vestibular, 
mas devemos ficar atentos em todos os casos, 
principalmente se há risco de necrose do decíduo. 
Tratamento (aula): 
o Reposicionamento – pressão digital e 
encaixar o dente na posição mais adequada 
dentro do alvéolo → dor ao paciente (pode 
anestesiar) & 
o Contenção – reparação das fibras 
periodontais (flexível ou semi-rígida); 21 
dias/4 semanas. 
LUXAÇÃO EXTRUSIVA: 
Definição: Deslocamento parcial do dente para 
fora do seu alvéolo. 
Características clínicas: dente aparentemente 
alongado e mobilidade excessiva. 
Características radiográficas: Radiografias 
podem ser realizadas e um leve aumento do 
espaço do ligamento periodontal na região apical. 
Diagnóstico: 
o Aspecto clínico: dente de forma alongada e 
com mobilidade 
o Radiografia: aumento do espaço do ligamento 
periodontal na região apical 
Tratamento: A decisão do tratamento é baseada 
no grau de deslocamento, mobilidade, 
interferência oclusal, formação radicular e na 
cooperação da criança: 
- Se o dente não estiver interferindo na oclusão, 
deixe que o dente reposicione espontaneamente. 
- Se a intervenção é imediata após o trauma, 
podemos reposicionar com MUITO cuidado e 
fazer uma contenção (flexível por 4 semanas) 
- Se o dente estiver com mobilidade excessiva ou 
extruido mais que 3mm, fazer extração. 
Principalmente se já tiver passado algum tempo, 
pois se já formou um coágulo na região apical, o 
reposicionamento e colocação de contenção pode 
lesar o germe do permanente. Perigoso fazer o 
reposicionamento e contenção. 
Instrução de higiene e observação em casa. 
Acompanhar clínica e radiograficamente em 1 
semana e 6-8 semanas e até um ano. Qualquer 
prognóstico ruim deve ser reportado e tratado 
imediatamente. O controle de necrose deve ser 
muito intenso nesses casos. 
Lesa o germe do permanente em 35% dos casos, 
sendo que 70% das vezes há calcificação e 30% 
necrose do dente decíduo. Prognóstico ruim. 
Tratamento: orientações básicas (aula) 
o Atendimento imediato até 4 horas – 
reposicionamento e contenção 
o Atendimento tardio 1/2 dias depois – já formou 
coágulo e a própria presença do germe 
permanente → exodontia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LUXAÇÃO INTRUSIVA: 
Definição: O dente se desloca para o interior do 
osso alveolar; 
Características clínicas: o dente comprime o 
ligamento periodontal e pode causar fratura do 
alvéolo, pode estar associado a lesões na mucosa 
e rompimento da tábua óssea vestibular. O dente 
está geralmente deslocado através da tábua 
óssea vestibular ou colidindo com o dente 
permanente sucessor por palatino. O dente pode 
ter aparentado ser avulsionado ou se aparece na 
boca, parece encurtado. 
Características radiográficas: quando o ápice 
está deslocado para vestibular, a extremidade 
apical pode ser visualizada e o dente parece mais 
curto em relação ao contralateral. Quando o ápice 
está deslocado em direção ao permanente, a 
extremidade apical não pode ser visualizada e o 
dente aparenta estar alongado em relação ao 
contralateral. É a lesão em que há maior risco de 
repercussão no permanente. 
Diagnóstico: 
o Aspecto clínico: dente encurtado em suas 
dimensões; casos severos – ausente 
o RG: maior risco de repercussão para o dente 
permanente 
Tratamento (aula): 
- Aguardar início da reerupção espontânea em 15 
a 30 dias e reerupção total da coroa de 3 a 6 
meses. Retorno da erupção pode acontecer 
anquilose → exodontia 
- Protocolo de orientações básicas 
Tratamento: Deve-se aguardar o 
reposicionamento espontâneo do dente, 
independente da direção de deslocamento, 
evitando lesionar ainda mais o permanente. Essa 
melhora geralmente ocorre por volta de 6 meses e 
em alguns casos, 1 ano. Isso depende do grau de 
intrusão. 
Ficar atento aos sinais de necrose, caso 
necessário e dependendo do grau de reabsorção 
da raiz, realizar o TE par evitar danos no 
permanente. 
Caso o dente tenha anquilosado, ele vai impedir a 
erupção do permanente e deve ser extraído com o 
auxílio de um profissional muito habilitado e a 
criança deve cooperar, pois há muito risco de 
lesionar o dente permanente. 
Instrução de higiene e observação em casa. O 
acompanhamento é 1 semana, 6-8 semanas, 6 
meses e 1 ano. Quando houver preocupações 
clinicas de provável prognóstico desfavorável, 
manter acompanhando anualmente até a erupção 
do permanente. 
 
AVULSÃO DENTÁRIA, EXARTICULAÇÃO 
OU LUXAÇÃO TOTAL: 
Definição: Dente completamente fora do alvéolo. 
Características clínicas: fratura do alvéolo pode 
ocorrer; lesões no tecido gengival 
Características radiográficas: sua localização é 
importante para saber se não estar dentro dos 
tecidos moles ou foi deglutido ou inspirado. Uma 
radiografia pode ajudar nisso e também vai servir 
para avaliação do permanente. O ligamento 
periodontal é totalmente rompido e uma fratura do 
alvéolo pode ocorrer. 
Diagnóstico: achados clínicos e radiográficos 
revelam que o dente não se encontra no alvéolo 
- Radiografia: importante para determinar a 
localização: se não está dentro dos tecidos moles 
ou foi deglutido ou inspirado; e também avaliar o 
permanente 
Comum em IC, IL 
Obs.: 
• 3 a 5 anos – mantenedor de espaço 
Dentes decíduos avulsionados não devem ser 
reimplantados, pois geralmente evolvem uma 
sobrecarga significativa de tratamentos (incluindo 
o reimplante, a colocação e remoção da 
contenção, o tratamento do canal radicular) para 
uma criança pequena, bem como o potencial de 
causar mais danos ao dente reposicionamento ou 
por necrose futura, que seria um evento 
frequente). 
Um reimplante só seria indicado (de acordo com a 
aula da professora) em condições muito 
favoráveis que raramente são encontradas: 
criança com menos de 3 anos e meio, acidente 
ocorrido a menos de 30 minutos, transporte 
adequado do dente avulsionado, região do dente 
afetado sem contaminação e osso alveolar intacto 
(quase impossível). 
Instrução de higiene e observação em casa. O 
acompanhamento é em 6-8 semanas e quando 
houver preocupações clinicas de provável 
prognóstico desfavorável, manter acompanhando 
anualmente até a erupção do permanente.CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES DE 
TECIDO MOLE 
Contusão 
Laceração: comum em quedas de altura 
Abrasão: lesão com aspecto “raspada” 
ACOMPANHAMENTO CLÍNICO: objetivo de 
verificar sintomas, grau de mobilidade, alteração 
de cor e presença de fístula 
EXAME RADIOGRÁFICO: objetivo de detectar: 
reabsorções radiculares, calcificações pulpares, 
área RL na região periapical, complicações do 
germe do dente permanente 
SEQUELAS NOS DENTES DECÍDUOS: 
Estudos: crianças maiores de 2 anos 
apresentaram mais lesões ao periodonto: 
o Principal sequela clinica – descoloração do 
esmalte 
o Principal sequela RG – reabsorção 
inflamatória radicular 
Hiperemia pulpar: reversível e irreversível 
Hemorragia pulpar: calcificação progressiva, 
reabsorção interna e necrose 
Concussão: 
Alteração de cor: 
▪ Imediata 1 semana – prognóstico mais 
favorável; volta a cor normal conforme 
hemorragia vai dissipando; dente com tom 
amarelado/azulado por conta de uma 
hemorragia interna mais intensa, mas RG não 
tem alteração, não tem mobilidade; colapso dos 
vasos → necrose → TE 
▪ Tardia 30 dias 
Obs.: cor amarelada – RG com diminuição da luz 
da câmara – calcificação pulpar interna 
Azulada – quando volta a cor do dente 
Amarronzada – necrose, associada a fistula. 
 
Injúrias ao periodonto e reabsorção radicular: 
- Fatores que afetam a resposta periodontal 
▪ Extensão da lesão no ligamento periodontal e 
cemento 
▪ Condições pulpares 
▪ Idade do paciente 
- Alveólise: expulsão do dente do seu alvéolo, 
reabsorção da tábua óssea, exposição da raiz na 
cavidade bucal 
SEQUELAS NOS DENTES PERMANENTES 
A ocorrência e severidade da sequela depende de 
2 fatores importantes: 
- Tipo de traumatismo: força do impacto, direção 
e estágio de formação do dente permanente 
sucessor 
- Diretamente relacionado à idade do paciente 
Mudança na posição do germe dentário, 
dilaceração coronária e radicular, manchas de 
hipocalcificação e/ou hipoplasia 
Sequelas nos dentes em desenvolvimento 
• Opacidade branca ou amarela marrom do 
esmalte Hipomineralização 
• Opacidade branca ou amarelo marrom do 
esmalte com perda estrutural 
• Dilaceração da coroa 
• Suspensão parcial da formação da raiz 
• Dilaceração da raiz 
• Angulação da raiz e malformação semelhante a 
um odontoma 
Danos a porção radicular: dilaceração radicular 
(luxação intrusiva e avulsão – 2 a 7 anos) e 
suspensão da rizogênese (avulsão 5 a 7 anos) 
Danos ao germe dentário: 
• Distúrbios da erupção - tipo de trauma e idade 
inespecífica 
• Malformações semelhantes a odontoma (rara) 
– luxação intrusiva e avulsão de 0 a 3 anos 
• Sequestro do germe dentário (rara) – luxação 
intrusiva 
MEDIDAS PREVENTIVAS: cinto de segurança, 
cuidado nas brincadeiras

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