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PRÁTICA 02 – 19/08 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO LABORATÓRIO ANATOMOPATOTOLOGICO INTESTINO DELGADO • Se estende do piloro gástrico até a válvula ileocecal; • 6 metros de comprimento, dividido em duodeno, jejuno, íleo; • Ampola Vater: Confluência do ducto biliar comum distal e do ducto pancreático principal na segunda porção do duodeno próximo à cabeça do pâncreas; MUCOSA INTESTINAL • Vilosidades intestinais –se estendem para o lúmen intestinal; • Microvilosidades – pregueamento da membrana plasmática apical dos enterócitos para aumento de absorção celular; • Criptas - invaginações epiteliais na mucosa do intestino, responsáveis pelo potencial proliferativo deste tecido. • Epitélio simples cilíndrico (ou colunar): o Enterócitos ou células absortivas; o Células Caliciformes: secretoras de glicoproteínas; • Criptas de Lieberkühn: o Células-tronco intestinais: capacidade de autorrenovação e a capacidade de gerar todas as células diferenciadas; o Células caliciformes e enterócitos; o Células de Paneth: responsáveis pela produção de proteínas de cadeia polipeptídica curta, dotadas de atividade antibacteriana de amplo espectro, além de também atuar contra fungos, parasitas e vírus. o Células enteroendócrinas – enterocromafins- secretam hormônios digestivos regulatórios que atuam no sistema entérico neuroendócrino, e fatores antimicrobianos que protegem a base das criptas; o Rodeadas por uma bainha de fibroblasto; PRÁTICA 02 – 19/08 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO SUBMUCOSA • Tecido conjuntivo, vasos sanguíneos, linfáticos, plexo submucoso (Meissner); • Glândulas de Brunner no duodeno; MUCULAR • Plexo Mioentérico (ou de Auerbach) gânglios intramurais que regulam o peristaltismo da camada muscular; • Composta de uma camada circular interna e outra camada longitudinal externa de músculo liso. DOENÇA INFLAMATÓRIA INTESTINAL (DII) • Condição crônica resultante da ativação imune inadequada da mucosa. o Doença de Crohn e Retocolite ulcerativa • Combinação de interações errantes do hospedeiro com microbiota intestinal, disfunção epitelial intestinal e respostas imunes da mucosa aberrantes; o “Teoria da higiene”: sugere que pessoas menos expostas a infecções na infância ou condições anti-higiênicas perdem microorganismos potencialmente “amigáveis”, que promovem o desenvolvimento das células T regulatórias, e não desenvolvem um repertório imune suficiente; PRÁTICA 02 – 19/08 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO o Mudanças de dieta e estilo de vida ocidental. DIFERENÇA CROHN X COLITE ULCERATIVA DOENÇA DE CROHN • Geralmente envolve intestino delgado e cólon (mais comum no íleo terminal); • Também chamada de ileíte terminal, enterite regional, colite granulomatosa; • O DIAGNÓSTICO da doença de Crohn requer correlação clínico-patológica; o Frequentemente, requer várias biópsias, difícil de diagnosticar sem envolvimento do íleo terminal; o TC/ Ressonância; o Endoscopia; o Marcadores sorológicos: pANCA (anticorpo contra estruturas citoplasmáticas do neutrófilo, padrão perinuclear) na RCU e o ASCA (anti-Saccharomyces cerevisiae) na DC, apresentam baixa acurácia para o diagnóstico das DII e não devem ser solicitados de rotina. • SINTOMAS: o Variável. Dor abdominal, anemia, febre prolongada e emagrecimento; o 20% têm início abrupto, lembrando apendicite aguda ou perfuração intestinal; • HISTOLOGIA: o Comprometimento segmentar do TGI, frequentemente multifocal, designado como LESÕES SALTADAS; o Inflamação TRANSMURAL, resultando em fissuras, fístulas e abscessos na cavidade abdominal; o GRANULOMAS epitelioides, sem necrose caseosa, são identificados em cerca de 50% dos casos. e submucosa PRÁTICA 02 – 19/08 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO o Doença de Crohn ativa: neutrófilos abundantes que se infiltram e danificam o epitélio da cripta, abcesso de cripta; o Metaplasia epitelial, consequência da lesão recidivante crônica, frequentemente assume a forma de glândulas gástricas de aparência antral; IMAGENS Granuloma: reação inflamatória objetivo de conter o agente agressor; • Epitelioide: macrófago aumentado de volume, com núcleo alongado, de cromatina frouxa; • Células no processo inflamatório granulomatoso se agrupam em massa ou se aglutinam formando uma célula gigante multinucleada, que cerca o “corpo estranho” e forma uma densa membrana de tecido conjuntivo que encapsula e isola a lesão para conter seu avanço. Infiltrado inflamatório na muscular Imagem ampliada = Infiltrado inflamatório de linfócitos – indica doença em fase crônica. CÉLULAS EPITELIOIDES SE FUNDEM E FORMAM O GRANULOMA. PRÁTICA 02 – 19/08 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO Aglomerações de neutrófilos dentro de uma cripta são chamados de abcesso de cripta e muitas vezes são associados à destruição da cripta. • Epitélio de revestimento glandular com área ainda preservada à esquerda e, à direita, já com processo inflamatório. • INFLAMACAO TRANSMURAL Destruição de vilosidades - infiltrado inflamatório destroem as vilosidades e não dá mais pra diferenciar o que é músculo e o que é submucosa. DOENÇA CELÍACA • Doença imunomediada caracterizada por linfocitose intraepitelial no intestino delgado secundária à ingestão de glúten; o Amostras de biópsia a partir da segunda porção do duodeno ou jejuno proximal, que estão expostas às maiores concentrações de glúten na dieta, são geralmente diagnósticas da doença celíaca. • Atrofia parcial ou total das vilosidades intestinais e hiperplasia das criptas intestinais com inflamação crônica na lâmina própria. PRÁTICA 02 – 19/08 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO ROTEIRO O intestino delgado e o cólon são responsáveis por grande parte do comprimento do trato gastrointestinal e são os locais de grande variedade de doenças, sendo que muitas delas afetam o transporte de nutrientes e de água. A perturbação desses processos pode causar má absorção e diarreia. Os intestinos são também o principal local onde o sistema imune faz interface com um conjunto diversificado de antígenos presentes em alimentos e micróbios intestinais. A doença inflamatória intestinal é uma condição crônica resultante da ativação imune inadequada da mucosa e engloba duas entidades principais, a doença de Crohn e a colite ulcerativa. 1. Descreva o que são vilosidades e criptas intestinais, citando as células presentes em cada área. 2. No microscópio observe a lâmina de íleo com doença de Crohn e descreva abaixo os principais achados histológicos presentes na caracterização dessa doença. 3. Cite as principais diferenças entre doença de Crohn e colite Ulcerativa. 4. Paciente masculino, 19 anos, relata surgimento de dor anal persistente após evacuação há alguns meses. Obstipação há 5 dias, associado a tenesmo. Após uso de medicamentos e chás em casa, não houve melhora do quadro, e assim resolveu procurar atendimento médico. No exame físico constatou-se fissuras anais. O paciente recebeu orientações relacionada a alimentação e foi prescrito AINES, analgésicos e pomada anestésica. Não houve melhora do quadro. Cursando com dor abdominal em cólica de forte intensidade, seguida de diarreia sanguinolenta, inapetência e perda de peso. Suspeitou-se de DII e a colonoscopia apresentou padrão macroscópico compatível com DII, e presença de granulomas no anatomopatológico, e o paciente foi diagnosticado com doença de Crohn. a) Com base no caso clínico acima, explique quais são as dificuldades para se diagnosticar a doença de Crohn. b) O que é granuloma? Se o anatomopatológico não tivesse indicado a presença de granulomas, o paciente poderia ser diagnosticado com doença de Crohn? RESPOSTAS: 1. As vilosidades são dobras da camadainterna do intestino delgado que servem para aumentar a superfície de absorção e sediar células com funções especializadas na digestão. Elas se estendem para o lúmen intestinal. As criptas são invaginações epiteliais na mucosa do intestino, responsáveis pelo potencial proliferativo deste tecido. Suas células incluem: cél. de Paneth, cél. Enteroendócrinas e cél. Caliciformes. 2. Lesões saltadas, inflamação transmural, granulomas epitelioides, abecesso de criptas e infiltrado linfocítico. 3. Doença de Crohn = 80% casos envolve ID; reto poupado; fístulas e abcessos; lesões perianais em 1/3 dos casos; acometimento assimétrico e segmentar; inflamação transmural; granulomas epitelioides em 25-30% dos casos. Reticulite Ulcerativa = confinada ao colo; retossigmoide sempre envolvido; sem fístulas, lesões perianais e granulomas epitelioides; acometimento simétrico e contínuo; inflamação confinada a mucosa; PRÁTICA 02 – 19/08 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO 4. . a) É difícil pois os sintomas são inespecíficos e é necessário de clínica, imagem e biópsia para fechar diagnóstico. b) O granuloma é uma reação inflamatória, que tem como objetivo conter a inflamação. Não é soberano ao diagnóstico, pois só acomete 30% dos pacientes. PRÁTICA 02 – 19/08 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO LABORATÓRIO PATOLOGIA CLÍNICA DOENÇA CELÍACA • Distúrbio no intestino delgado, com má absorção e intolerância ao glúten. • Os cereais que contêm glúten têm gliadina - uma fração protéica - que é a responsável pelo dano na mucosa intestinal. As causas, entre outras em estudo, poderiam ser: predisposição genética, falta de enzima digestiva e formação de anticorpos. • Associação com HLA-B8, DR3, DR7. o Sensibiliza o hospedeiro geneticamente predisposto ao glúten através de mimetismo molecular. o Perda de peso, dor abdominal. DIAGNÓSTICO • Realizado pela clínica exibida pelo paciente, pelos exames laboratoriais e confirmado pela histologia da mucosa intestinal. • Os marcadores sorológicos utilizados são os anticorpos antigliadina, os anticorpos antiendomísio e os anticorpos antitransglutaminase (TTG). • Em alguns casos, evita utilizar os métodos invasivos de diagnóstico e, além disso, permitem o monitoramento da adesão do paciente à dieta sem glúten e detectar as transgressões à dieta. ROTEIRO A intolerância a lactose decorre da incapacidade total ou parcial do organismo de produzir a lactase, uma enzima que quebra a lactose, o açúcar dos produtos lácteos. Com isso, o composto se acumula no intestino e é fermentado pelas bactérias que vivem ali, provocando mal-estar. A intolerância surge de diferentes maneiras. PRÁTICA 02 – 19/08 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO A Doença Celíaca é uma enteropatia crônica do intestino delgado, de caráter autoimune, desencadeada pela exposição ao glúten (principal fração proteica presente no trigo, centeio e cevada) em indivíduos geneticamente predispostos. Para o diagnóstico definitivo é imprescindível a realização de endoscopia digestiva alta com biópsia de intestino delgado com vista à realização de exame histopatológico, considerado o padrão -ouro para o diagnóstico. Os marcadores sorológicos são úteis para identificar os indivíduos que deverão ser submetidos à biópsia de intestino delgado. 1. O médico, suspeita que sua paciente de 40 anos tenha intolerância à lactose. Pediu a ela que não consumisse produtos lácteos por duas semanas e observasse a presença de :diarreia ou de gases excessivos. Os sintomas diminuíram, mas não cessaram durante esse período. O médico então solicitou o teste de intolerância à lactose e outros exames laboratoriais. PRÁTICA 02 – 19/08 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO a) Diante do resultado, qual é o diagnóstico? b) Se a paciente não tivesse intolerância a lactose qual seria o resultado do exame? 2. Menina de 3 anos apresenta episódios frequentes de diarreia precedida de dor e distensão abdominal. A mãe relata que as fezes apresentam gordurosas, e às vezes, percebe sangue nos excrementos. A mãe está preocupada porque a criança não ganha peso e não está crescendo como as outras meninas da mesma idade. A mãe relata que leu na internet que o problema da filha poderia ser alergia ao leite se privou a mesma do alimento por 15 dias, mas seus sintomas não melhoraram. O médico após examinar a paciente, solicitou vários exames, entre eles: a) Analisando os exames solicitados qual possível diagnóstico o médico suspeitou? RESPOSTAS: 1. . A) Diagnóstico = intolerância à lactose. O aumento da glicose indica a quebra da lactase, o que acontece em uma pessoa normal, ou seja, é negativo para intolerância. A glicose em níveis estáveis indica que a lactase não está sendo quebrada, como mostra no exame, ou seja, é intolerante à lactose. Podemos identificar que é uma intolerância e não uma alergia pois os níveis de IgE estão baixos, o que indica que não há uma resposta imunológica. B) Poderia haver uma alteração nos níveis de IgE, indicando uma alergia a alguma ou a todas as proteínas do leite, com uma alteração de 20-2 mg/L no teste de absorção de lactose, indicando normalidade na quebra e absorção desse nutriente. PRÁTICA 02 – 19/08 – JULLIANE RAMALHO EPITÁCIO 2. Doença celíaca = doença autoimune que sucede a intolerância ao glúten. Os exames “anti-gliadina, IgG” e “endomísio IgA, anticorpos” deram positivos, além da clínica ter sido um indicativo. O exame “anti transglutanase, IgA” deu negativo, indicando que não é intolerância, e sim uma alergia. Estes exames utilizam anticorpos para detectar a doença. O anti-gliadicina, em específico, se refere à gliadina, que é liberada após quebra de glúten, pois há produção de anticorpos contra a gliadicina, que vão destruir as microvilosidades, responsáveis pela proteção; o paciente se manifesta com dores intestinais. A biópsia é necessária para fechar diagnóstico.
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