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DESCRIÇÃO DE UMA TÉCNICA PARA A BIOPSIA LUTEÍNICA EM VACAS NELORE (Bos taurus indicus). DESCRIPTION OF A TECHNIQUE FOR CORPUS LUTEUM BIOPSY IN NELORE COWS (Bos taurus indicus) Martin, I.; Fujihara, C.J.; Marques Filho, W.C.; Maziero, R.R.D.; Biscarde, C.E.A.; Meira, C.; Oba, E.; Ferreira, J.C.P. Departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária -FMVZ-UNESP, Botucatu-SP, ianmartin@uol.com.br O objetivo do presente estudo foi a colheita de fragmentos luteais por meio de uma incisão no fundo vaginal em 16 vacas Nelore. Tal procedimento foi repetido em torno de cinco vezes em cada fêmea, totalizando 67 colheitas. Os animais foram mantidos em estação em tronco de contenção e presos por cintas nas regiões torácica e pélvica; foram, ainda, submetidos à anestesia epidural com uma combinação de cloridrato de lidocaína 2% sem adrenalina (0,15mg/kg, Xylestesin 2%, Cristália Ltda) e cloridrato de xilazina (0,025mg/kg, Rompun, Bayer S.A.). Adicionalmente, foi realizada anestesia local (fundo vaginal) ao redor da região incisional com 20 a 30mL de cloridrato de lidocaína 2%. Anteriormente à biopsia foi realizada a lavagem da região perineal com uma solução desinfetante (Kilol-L, Quinabra Ltda). Dez minutos após a anestesia epidural foi realizada uma incisão no fundo vaginal com lâmina de bisturi, dissecção do tecido até que fosse possível o acesso à cavidade pélvica e tração dos ovários para o interior vaginal. Nesse momento foi realizada a colheita de biopsia luteínica com o auxílio de uma pinça do tipo Yomann. O pós- operatório consistiu em terapia antibiótica com penicilina benzatina (20.000UI/kg, IM, Septipen, Vallee S.A.) e flunixin meglumine (2,2mg/kg, IM, Banamine, Schering Plough). Os animais foram reavaliados após quatro dias por palpação retal para o diagnóstico de aderência e, clinicamente, para observação de peritonite. Cada colheita foi realizada em um intervalo médio de um mês. Sinais de dor e estresse (vocalização, sialorréia, inquietação e comportamento de fuga) foram observados apenas em duas colheitas durante a incisão no fundo vaginal, tração do ovário ou durante a biopsia luteínica. Contudo, esses sinais foram observados em dez (10/67) colheitas durante a dissecção da parede vaginal e peritôneo. A ocorrência de ataxia foi observada em 26 (26/67) colheitas, e normalmente estava relacionada com o período longo do procedimento e não aos sinais de dor ou a alta dosagem empregada na anestesia, uma vez que o uso da metade da dose de cloridrato de xilazina não suprimiu a ocorrência de ataxia. A maioria dos episódios de ataxia observados (15/26) foi leve, e a ocorrência de ataxia moderada ou severa foi visualizada apenas em seis e cinco colheitas, respectivamente. A presença de adesões ovarianas foi avaliada apenas até a quarta colheita e estavam presentes em 16 (16/54) colheitas. A técnica descrita acima se mostrou segura e eficiente na obtenção de fragmentos luteais para uso em técnicas de biologia molecular. Porém, a ocorrência de aderências ovarianas pode limitar biopsias subseqüentes e o potencial reprodutivo da fêmea, o que precisa ser mais investigado. Apoio: Fapesp mailto:ianmartin@uol.com.br
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