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Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) Profa. Mariana Dantas Cordeiro QUAL A IMPORTÂNCIA DA INSERÇÃO DA ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO NO ESCOPO DE AÇÕES DA ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE? Planejamento, organização, elaboração de protocolos de atendimento e de encaminhamento, formação e educação continuada dos profissionais de saúde das ESF. Atribuições dos Nutricionistas no NASF Atuar em consonância com os demais profissionais e com o setor responsável pela gestão das ações de alimentação e nutrição no município, visando qualificar a atenção à saúde. Articular estratégias de ação com os equipamentos sociais e atuar de forma efetiva sobre os determinantes dos agravos e dos distúrbios alimentares e nutricionais que acometem a população local. Fortalecer e qualificar o cuidado nutricional no âmbito da Atenção Básica, pois esta é uma forma mais econômica, ágil, sustentável e eficiente de prevenir a ocorrência de doenças associadas à má alimentação do que referenciá-las para o atendimento hospitalar, em decorrência de suas complicações. Atribuições dos Nutricionistas no NASF Matriz de ações do nutricionista na APS Propósito Baixa oferta de ações primárias de alimentação e nutrição 01. Baixa incorporação na atuação das ESF 02. Promoção de abordagem transversal nas etapas do curso da vida 03. Espera-se uma organização do cuidado nutricional 04. Desenvolvimento e direcionamento das ações para garantir a qualificação da integralidade de atenção à saúde. Eixos Estratégicos das Ações de Nutrição na APS • 1. Promoção de práticas alimentares saudáveis em todas as faixas etárias; • 2. Estratégias para assistência dos distúrbios nutricionais, deficiências excessos nutricionais; • 3. Desenvolvimento de projetos terapêuticos para DCNTs; • 4. Realização do diagnóstico (indivíduos e áreas de maior vulnerabilidade) e detecção do consumo alimentar; • 5. Promoção da SAN e DHANA. Agenda Programática da Atenção Primária sobre as Ações de Nutrição • 1. Incentivo ao AME e ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR; • 2. Realização da vigilância do estado nutricional; • 3. Desenvolvimento de programas de suplementação preventiva com micronutrientes; • 4. Cuidado nutricional nos grupos portadores de agravos específicos; • 5. Acompanhamento das condicionalidades de saúde no Programa Bolsa Família. Introdução ❑ A alimentação e nutrição constituem-se em requisitos básicos para a promoção e a proteção da saúde. ❑ A PNAN constitui-se uma resposta oportuna e específica do SUS para reorganizar, qualificar e aperfeiçoar suas ações diante da situação alimentar da população brasileira. ❑ 10 PNAN • Criada em 1999 e Revisada em 2003 e 2011. • Conjunto de políticas do governo voltadas a concretização do Direito Humano à Alimentação e Nutrição Adequadas (DHANA). O Ministério da Saúde editou e aprovou, em 1999, a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que expressa as diretrizes com as quais o setor saúde trabalha no contexto do SUS (Sistema Único de Saúde). 7 eixos atuais e adequados 1. estímulo a ações intersetoriais; 2. garantia da segurança e da qualidade dos alimentos; 3. monitoramento da situação alimentar e nutricional; 4. promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis; 5. prevenção e controle de distúrbios e doenças nutricionais; 6. promoção do desenvolvimento de linhas de investigação; 7. desenvolvimento e capacitação de recursos humanos. Eixos da PNAN: 14 Princípios A Alimentação como elemento de humanização das práticas de saúde O respeito à diversidade e à cultura alimentar O fortalecimento da autonomia dos indivíduos A determinação social e a natureza interdisciplinar e intersetorial da alimentação e nutrição A segurança alimentar e nutricional com soberania PNAN • Propósitos: • Melhoria das condições de alimentação, nutrição e saúde da população brasileira através de práticas alimentares adequadas e saudáveis. • Vigilância Alimentar e Nutricional . • Prevenção e cuidado integral dos agravos relacionados a alimentação e nutrição. . Diretrizes 17 “ As diretrizes que integram a PNAN indicam as linhas de ações para o alcance do seu propósito, capazes de modificar os determinantes de saúde e promover a saúde da população. 1 Organização da Atenção Nutricional 19 Organização dos serviços de saúde para atender às demandas geradas pelos agravos relacionados à má alimentação, tanto em relação ao seu diagnóstico e tratamento quanto à sua prevenção e à promoção da saúde. 1 Organização da Atenção Nutricional 20 Rede de Atenção à Saúde(RAS) Diagnóstico da situação alimentar (SISVAN) Vigilância alimentar e nutricional 1 Organização da Atenção Nutricional 21 ❖ Dar respostas às demandas e necessidades de saúde do seu território, considerando as de maior frequência e relevância e observando critérios de risco e vulnerabilidade. ❖ São prioritárias as ações preventivas e de tratamento da obesidade, da desnutrição, das carências nutricionais específicas e de doenças crônicas não transmissíveis, relacionadas à alimentação e nutrição. A matriz Algumas são referentes ao conhecimento técnico específico da formação do nutricionista e muitas são relacionadas ao cuidado nutricional direcionado aos indivíduos, ou entre os membros da equipe na promoção de saúde e prevenção de doenças 23 Práticas de cuidado em Alimentação e Nutrição A abordagem de práticas de cuidado em Alimentação e Nutrição enfoca o cuidado emancipador. Os sujeitos nas práticas de cuidado emancipador em saúde não são apenas alvo, mas sim sujeitos agentes, que devem ser responsáveis pela produção de novos caminhos. Sujeitos da abordagem do cuidado nutricional Família Indivíduo Comunidade Os sujeitos das práticas de cuidado em Alimentação e Nutrição são os indivíduos, as famílias e as comunidades. As famílias e comunidades devem ser entendidas como “sujeitos coletivos” que têm características, dinâmicas, formas de organização e necessidades distintas. Também devem ser consideradas as especificidades dos diferentes grupos populacionais, povos e comunidades tradicionais, como a população negra, quilombolas e povos indígenas. Indivíduos apresentam características específicas e distintas fases do curso da vida, além da influência da família e da comunidade em que vivem. 1 2 3 Sujeito de abordagem: indivíduo • Gestantes; • Crianças de 0-6 meses / Crianças de 7-24 meses; • Crianças de 25-60 meses / Crianças de 5 a 9 anos; • Adolescentes (10 a 19 anos); • Adultos (20 a 59 anos); • Idosos (60 ou mais anos). Indivíduo Identificação dos distúrbios associados à alimentação e DCNT Avaliação e monitoramento do consumo alimentar Diagnóstico e monitoramento do estado nutricional Identificação de possíveis doenças infecciosas e parasitárias Diagnóstico Família Identificação das famílias em vulnerabilidade nutricional Identificação das percepções e práticas alimentares Identificação das características do consumo alimentar da família: produção, aquisição, consumo, preparo, cultura Identificação das famílias com portadores de patologias específicas Diagnóstico Comunidade Mapeamento das áreas de risco de insegurança alimentar e nutricional Identificação de grupos na comunidade com maior vulnerabilidade à saúde e nutrição Identificação das estratégias de segurança alimentar e nutricional disponíveis na comunidade Coleta, consolidação, análise e avaliação dos dados de vigilância alimentar e nutricional Diagnóstico Níveis de intervenção Diagnóstico Realizaçãode atividades que visam a identificação e avaliação do estado nutricional dos usuários do SUS Promoção de saúde Meta ideal a eliminação permanente de alguma doença ou distúrbio nutricional (trabalhar a causa das causas, não apenas evitar que ocorra) Prevenção Toda medida tomada antes do surgimento ou agravamento de uma dada condição mórbida Assistência, tratamento e cuidado ● Conjunto de ações concretizadas pelo SUS para atender as demandas individuais e coletivas. ● Pode ser prestada tanto no ambito ambulatorial, hospitalar e domiciliar. assistência/tratamento/cuidado → indivíduo assistência/cuidado → comunidade e família A abrangência das práticas de cuidado em Alimentação e Nutrição são... Promoção e proteção da saúde Articulação com o Centro de Referência em Assistência Social (Cras) para construção de horta comunitária. Prevenção de doenças e agravos Grupo com pessoas com diabetes para o controle da glicemia e prevenção de complicações. Diagnóstico Diagnóstico do estado nutricional dos estudantes das escolas do território. Tratamento Suplementação de ferro e orientações alimentares para gestante com anemia ferropriva. Redução de danos Acompanhamento do estado nutricional e oferta de orientações alimentares para pessoas que fazem uso excessivo de álcool e/ou outras drogas. Reabilitação Terapia Nutricional Enteral Domiciliar (TNED) pós- procedimento cirúrgico. Cuidados paliativos Dietoterapia para diminuir sintomas gastrointestinais. Vigilância em saúde Vigilância do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses. São universais aquelas práticas cuja realização é pertinente e oportuna a todos os sujeitos, independentemente da fase do curso da vida, e aquelas que devem ser realizadas junto aos sujeitos coletivos (famílias e comunidades). Já as ações específicas são aquelas inerentes ou adaptadas às particularidades das fases do curso da vida, de grupos populacionais específicos. 41 2 Promoção da Alimentação Adequada e Saudável 44 Alimentação adequada e saudável apropriada aos aspectos biológicos e socioculturais dos indivíduos, bem como ao uso sustentável do meio ambiente. 2 Promoção da Alimentação Adequada e Saudável (PAAS) 45 - Em acordo com as necessidades de cada fase do curso da vida e com as necessidades alimentares especiais; - Referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; - Acessível do ponto de vista físico e financeiro; - Harmônica em quantidade e qualidade; - Baseada em práticas produtivas adequadas, com quantidades mínimas de contaminantes físicos, químicos e biológicos. 2 Promoção da Alimentação Adequada e Saudável (PAAS) 46 ESTRATÉGIAS - Educação alimentar e nutricional, envolvendo rotulagem e informação. - Publicidade e melhoria do perfil nutricional dos alimentos. - Incentivo à criação de ambientes institucionais promotores de alimentação adequada e saudável (escolas, ambientes de trabalhos e comércio de alimentos). autonomia PROTOCOLOS DE USO DO GUIA ALIMENTAR PARA A POPULAÇÃO BRASILEIRA NA ORIENTAÇÃO ALIMENTAR 2020 NUPENS Por que avaliar o ambiente? Influência do ambiente alimentar sobre o consumo, estado nutricional, acesso e disponibilidade de alimentos. Influencia o consumo de alimentos ultraprocessados e in natura. 49 Ao entrar no estabelecimento Check Stand Bandeirolas Tablóides Cartazes Display 50 Propagandas e informações sobre alimentos dentro do estabelecimento Balcão de degustação Ilha promocional 51 : Propagandas e informações sobre alimentos fora do estabelecimento O Guia Alimentar para a População Brasileira reconhece que a publicidade e as informações disponíveis no ambiente alimentar do consumidor podem se tornar um obstáculo para que a população alcance as recomendações alimentares preconizadas, pois as grandes indústrias de alimentos, especialmente as de alimentos ultraprocessados, utilizam as propagandas para vender mais produtos, não para educar o consumidor. 52 53 3 Vigilância Alimentar e Nutricional 54 Consiste na descrição contínua e na predição de tendências das condições de alimentação e nutrição da população e seus fatores determinantes. 3 Vigilância Alimentar e Nutricional - Incorporada nos serviços de saúde e a integração de informação em saúde; - Inquéritos populacionais; - Chamadas nutricionais; - Produção científica. ⬩ Subsidiará o planejamento da atenção nutricional e das ações relacionadas à promoção da saúde e da alimentação adequada e saudável, nas esferas de gestão do SUS. 3 Vigilância Alimentar e Nutricional 56 Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) ⬩ O SISVAN tem como objetivo principal monitorar o padrão alimentar e o estado nutricional dos indivíduos atendidos pelo SUS, em todas as fases do curso da vida. SISVAN ⬩ Foi proposto primeiramente pelo INAN (Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição) em 1976, mas somente em 1990, após a promulgação da Lei 8080/1990, é que o SISVAN foi estabelecido nacionalmente. Com a PNAN, SISVAN foi ampliado e aperfeiçoado. ■ Três eixos: I- formular políticas públicas; II- planejar, acompanhar e avaliar programas sociais relacionados à alimentação e nutrição; III- avaliar a eficácia das ações governamentais. São contempladas todas as fases do ciclo de vida: crianças, adolescentes, adultos, idosos, gestantes. SISVAN 58 Prazo de digitação no Sisvan tem duração de 13 meses, assim os acompanhamentos realizados no ano corrente devem ser inseridos no sistema até o mês de janeiro do próximo ano. ■ INDICADORES DE SAÚDE E NUTRIÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA: ● ESTADO NUTRICIONAL ● DOENÇAS CRÔNICAS ● DEFICIÊNCIA DE MICRONUTRIENTES ● ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA DO BRASILEIRO AO NASCIMENTO ● ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO ■ INDICADORES DE SAÚDE E NUTRIÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA: ● MORTALIDADE INFANTIL ● BAIXO PESO AO NASCER ● ACOMPANHAMENTO DAS CONDICIONALIDADES DO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA ● CONSUMO ALIMENTAR ● ALEITAMENTO MATERNO Dados antropométricos 61 Coletados, no mínimo, os dados de peso, estatura, perímetro da cintura (em adultos), perímetro da panturrilha (em idosos). Excepcionalmente deverão ser coletados o peso ao nascer, no caso de crianças menores de dois anos e para grávidas, será necessário inserir a informação de DUM (data da última menstruação). 62 63 64 4 Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição 65 ⬩ As estruturas gerenciais devem possibilitar a construção de estratégias capazes de elaborar e concretizar processos, procedimentos e fluxos de gestão, de acordo com suas realidades organizacionais e que promovam a formulação, a implementação e o monitoramento das suas ações de alimentação e nutrição. 4 Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição 66 ⬩ Promover a implementação da PNAN por meio da viabilização de parcerias e da articulação interinstitucional necessária. GESTORES DO SUS ESTADUAL FEDERAL DISTRITAL MUNICIPAL 4 Gestão das Ações de Alimentação e Nutrição 67 ⬩ A aquisição e distribuição de insumos para prevenção e tratamento das carências nutricionais específicas; ⬩ A adequação de equipamentos e estrutura física dos serviços de saúde para realização das ações de Vigilância Alimentar e Nutricional; ⬩ A garantia de processo de educação permanente em alimentação e nutrição para trabalhadores da saúde. 5 Participação e Controle Social 68 ⬩ A formulação das ações deve emergir dos espaços onde acontecem a aproximação entre a gestão e o fortalecimento da participação popular, com poder deliberativo e/ou caráter consultivo por meio dos Conselhos e Conferências de Saúde nas três esferas do governo. 5 Participação e Controle Social 69 OBJETIVOS acompanhar propor avaliar ❖ a operacionalização das diretrizes e prioridades da PNAN. PROMOVER 6 Qualificação da Força de Trabalho 70 Os cursos de graduação e pós-graduação na área de saúde, em especial de Nutrição, devem contemplar a formação de profissionais que atendam às necessidades sociais em alimentação e nutrição e que estejam em sintonia com os princípios do SUS e da PNAN. Eixos Temáticos em Saúde Coletiva GESTÃO DA INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO (trabalho em rede) INSTRUMENTOS ANALÍTICOS (epidemiologia, SISVAN, técnicas de pesquisa, estatística, etc) NUTRIÇÃO HUMANA (avaliação nutricional, necessidades nutricionais no curso da vida, guias alimentares) ALIMENTOS (higiene e tecnologia de alimentos, vigilância sanitária, técnica dietética, fortificação, regulação) SISTEMAS ALIMENTARES (produção de alimentos, produção agroecológica, determinantes comerciais e econômicos dos sistemas alimentares). DIREITO HUMANO À ALIMENTAÇÃO ADEQUADA (DHAA), SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL (SAN), SOBERANIA ALIMENTAR (SA). SISTEMAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS: SAÚDE, EDUCAÇÃO E SAN. Coordenação de programas, projetos e ações, gestão pública. PROMOÇÃO DA SAÚDE E EDUCAÇÃO ALIMENTAR E NUTRICIONAL (comportamento e cultura alimentar, estratégias, recursos e ações) ÉTICA E PRÁTICA PROFISSIONAL (trabalho em equipe, conflito de interesses, relação público-privado, postura profissional, liderança). Consenso sobre Habilidades e Competências do Nutricionista no Âmbito da Saúde Coletiva (2013). 7 Controle e Regulação dos Alimentos 72 ⬩ A preocupação em ofertar o alimento saudável e com garantia de qualidade biológica, sanitária, nutricional e tecnológica à população é o produto final de uma cadeia de processos, desde a produção (incluindo a agricultura familiar), processamento, industrialização, comercialização, abastecimento até a distribuição, cuja responsabilidade é partilhada com diferentes setores do governo e da sociedade. 7 Controle e Regulação dos Alimentos 73 ⬩ A PNAN e o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária se convergem na finalidade de promover e proteger a saúde da população na perspectiva do DHANA, por meio da normatização e do controle sanitário da produção, comercialização e distribuição de alimentos. 8 Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição 74 O desenvolvimento do conhecimento e o apoio à pesquisa, à inovação e à tecnologia, no campo da alimentação e nutrição em saúde coletiva, possibilitam a geração de evidências e instrumentos necessários para a implementação da PNAN. 8 Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição 75 SISVAN e pesquisas periódicas de base populacional ⬩ É importante que essas fontes de informação sejam mantidas e fortalecidas e que a documentação do diagnóstico alimentar e nutricional da população brasileira seja realizado por regiões, estados, grupos populacionais, etnias, gêneros, escolaridade. 8 Pesquisa, Inovação e Conhecimento em Alimentação e Nutrição 76 ⬩ É fundamental manter e fomentar investimentos em pesquisas de desenvolvimento de novas intervenções e de avaliação de programas e ações propostos pela PNAN, para que os gestores disponham de uma base sólida de evidências que apoiem o planejamento e a decisão para a atenção nutricional no SUS. 9 Cooperação e Articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional 77 ⬩ A PNAN deve interagir com a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN) e outras políticas de desenvolvimento econômico e social, ocupando papel importante na estratégia de desenvolvimento das políticas de SAN, principalmente em aspectos relacionados ao diagnóstico e vigilância da situação alimentar e nutricional e à promoção da alimentação adequada e saudável. 9 Cooperação e Articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional 78 ⬩ Melhoria da saúde e nutrição das famílias beneficiárias de programas de transferência de renda; ⬩ Interlocução com os setores responsáveis pela produção agrícola, distribuição, abastecimento e comércio local de alimentos; ⬩ Promoção da alimentação adequada e saudável em ambientes institucionais como escolas, creches, presídios, locais de trabalho, hospitais, entre outros; 9 Cooperação e Articulação para a Segurança Alimentar e Nutricional 79 ⬩ Articulação com as redes de educação e sócio-assistencial para a promoção da educação alimentar e nutricional; ⬩ Articulação com a vigilância sanitária para a regulação da qualidade dos alimentos processados e o apoio à produção de alimentos advindos da agricultura familiar, dos assentamentos da reforma agrária e de comunidades tradicionais, integradas à dinâmica da produção de alimentos do país. Responsabilidades Institucionais 80 Ministério da Saúde Secretarias Estaduais de Saúde Secretarias Municipais de Saúde 81 Exemplo de cuidado... Seu Jorge foi diagnosticado com hipertensão e está resistente a seguir o tratamento medicamentoso e não medicamentoso. Outros(as) profissionais já falaram das consequências, como AVC e ataque cardíaco, mas Seu Jorge sempre foi muito ativo e não acredita que pode ter esses problemas. Você então resolve conversar mais com ele. O que ele gosta de fazer? Com que ele trabalha? O que lhe dá alegria? Então descobre que ele é aposentado, é sertanejo (come carne de charque com farinha desde pequeno) e está muito feliz porque acabou de ter uma netinha. Seu Jorge disse que sonha em fazer a festa de 15 anos dela, pois não teve condições de fazer para a sua filha. Suavemente, você poderá ajudar Seu Jorge a construir significado para o tratamento da hipertensão a partir dessas informações. Os medicamentos e a mudança da alimentação, em vez de representarem a perda de hábitos que ele gosta, significarão que ele terá mais saúde para dançar com sua neta na festa de 15 anos. Assim, as chances de adesão ao tratamento são maiores e ainda haverá estabelecimento de vínculo com o usuário. Júlio é uma criança de 6 anos que só quer comer biscoito recheado e suco de caixinha. Quando a mãe e a avó, seu núcleo familiar, oferecem outro tipo de alimento, ele resiste de todas as formas e fica sem comer até o momento em que suas responsáveis desistem e dão o que ele quer. A escola encaminhou Júlio para a unidade de saúde porque foi diagnosticado com obesidade infantil. A equipe de saúde fez uma escuta com a mãe para entender a dinâmica familiar. Descobre então que a mãe de Júlio não possui um bom relacionamento com o pai da criança, as incertezas do trabalho como diarista agravam o estresse, fazendo com que esteja cada vez mais sem paciência para lidar com outros problemas. Dessa forma, ela cede às vontades de Júlio. Também conversaram com Júlio para compreender como ele estava se sentindo nesse contexto e qual sua relação com a comida. Ele disse que sente muita falta da companhia dos pais e que os biscoitos de chocolate ajudam a alegrar. A equipe, então, acolheu-os e articulou com a escola para que apoie as mudanças alimentares de Júlio nesse período difícil para a mãe, enquanto os dois também serão acompanhados pelo psicólogo que oferece suporte à Equipe de Saúde da Família. Em casa, a mãe ficará responsável por não comprar biscoito recheado e suco de caixinha. Foi combinada a estratégia de incluir Júlio nas idas à feira para compra de alimentos saudáveis e no preparo das refeições para que passe mais tempo interagindo com sua mãe e conhecendo novos alimentos. A mãe recebeu orientações sobre como montar um prato colorido e atrativo, e também não insistir para a criança comer na mesma hora, mas sim informar que aquela é a comida disponível e ela pode escolher comer aquela opção no momento que quiser. Exemplo de cuidado... Referências 83 ARAÚJO, A. G.. SANTOS, E. M. S.; SILVA, S.A. Contribuições e desafios do nutricionista inserido na atenção primária à saúde: uma revisão integrativa. Teresina: Uninovafapi, 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília : Ministério da Saúde, 2012. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Atenção à saúde / Departamento de Atenção Básica. Matriz de ações de alimentação e nutrição na atenção básica de saúde. Série Normas e Manuais Técnicos. Brasília, 2008. BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Brasília, 2013. BRASIL. Ministério da Saúde. Marco de referência da vigilância alimentar e nutricional na atenção básica. Brasília : Ministério da Saúde, 2015. CARDOSO, M. A. Nutrição em Saúde Coletiva. São Paulo: Editora Atheneu, 2014. Obrigada!