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GESTÃO DO CAPITAL HUMANO Práticas de Gestão do Conhecimento na gestão do capital humano Profa. Dra. Olga Maria Formigoni Carvalho Walter Engenheira de Produção CREA/SC 151004-3 olgaformigoni@gmail.com mailto:olgaformigoni@gmail.com 2 Pessoas como vantagem competitiva As pessoas passam a significar o diferencial competitivo que mantem e promove o sucesso organizacional. Elas passam a constituir: ❖ a competência básica da organização. ❖ a sua principal vantagem competitiva em um mundo globalizado, instável, mutável e fortemente concorrencial. INTRODUÇÃO A MODERNA GESTÃO DE PESSOAS 3 Organizações, Pessoas e Objetivos As organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. E para as pessoas, as organizações constituem o meio através do qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais, com um custo mínimo de tempo, de esforço e de conflito. O CONTEXTO DA GESTÃO DE PESSOAS 4 Figura - Objetivos organizacionais e objetivos individuais das pessoas. O CONTEXTO DA GESTÃO DE PESSOAS 5 Vários termos são utilizados para definir as pessoas que trabalham nas organizações. A denominação dada as pessoas refletem o grau de importância que elas têm para as organizações. IMPORTÂNCIA DAS PESSOAS EM UMA ORGANIZAÇÃO • funcionários • empregados • pessoal • trabalhadores • operários Quando as organizações as tratam como tal. • recursos humanos • colaboradores • talento humano • capital humano • capital intelectual Se as organizações as tratam dessa maneira. Se as pessoas tem um valor maior para a organização. 6 Ainda classificam seus funcionários em mensalistas e horistas para separar o pessoal que trabalha nos escritórios e nas fabricas, respectivamente. Outras ainda chamam de mão-de-obra direta ou indireta. E outras vão mais além: chamam-nos de pessoal produtivo e improdutivo. IMPORTÂNCIA DAS PESSOAS EM UMA ORGANIZAÇÃO A maneira como as organizações denominam as pessoas que nelas trabalham tem um significado importante: sinaliza claramente qual é o valor que elas atribuem as pessoas. 7 As pessoas como parceiras da organização As organizações estão ampliando sua visão e atuação estratégica. Todo processo produtivo somente se realiza com a participação conjunta de diversos parceiros, cada qual contribuindo com algum recurso. IMPORTÂNCIA DAS PESSOAS EM UMA ORGANIZAÇÃO 8 IMPORTÂNCIA DAS PESSOAS EM UMA ORGANIZAÇÃO Quadro - Os principais stakeholders da organização 9 IMPORTÂNCIA DAS PESSOAS EM UMA ORGANIZAÇÃO Quadro - Os principais stakeholders da organização 10 CONCEITOS DE RH OU DE GESTÃO DEPESSOAS Figura - Os stakeholders: os vários grupos de interesses na organização. 11 Administração de Recursos Humanos (ARH): é o conjunto de práticas necessárias para conduzir os aspectos da posição gerencial relacionados com as ou recursos humanos, incluindo: recrutamento, seleção, treinamento, recompensas e avaliação do desempenho. ARH função administrativa devotada à aquisição, treinamento, avaliação e remuneração dos empregados. Todos os gerentes são gerentes de pessoas: estão envolvidos em atividades de recrutamento, entrevistas, seleção e treinamento. ARH conjunto de decisões integradas sobre as relações de emprego que influenciam a eficácia dos funcionários e das organizações. CONCEITOS DE ADM DE RECURSOS HUMANOS (ARH) 12 Gestão de Pessoas* é o conjunto integrado de atividades de especialistas e de gestores - como agregar, engajar, aplicar, recompensar, desenvolver, manter e monitorar pessoas no sentido de proporcionar competências e competitividade à organização. Gestão de Pessoas é a área que constrói talentos por meio de um conjunto integrado de processos e cuida do capital humano das organizações, o elemento fundamental do seu capital intelectual e a base do seu sucesso. CONCEITOS DE GESTÃO DE PESSOAS * Gestão de Pessoas = Capital Humano = Gestão de Talento Humano 13 Mas qual é a diferença entre ARH e Gestão de Pessoas? CONCEITOS DE ARH E DE GESTÃO DE PESSOAS * Gestão de Pessoas = Capital Humano = Gestão de Talento Humano 14 ❑ A gestão de recursos humanos (ARH) desempenha funções sob a ótica de aspectos operacionais da organização - “pessoa certa no lugar certo”. ❑ A gestão de capital humano é focada na utilização das pessoas como fontes de conhecimento, ou seja, ativos essenciais para alcançar os objetivos estratégicos da organização. ARH X GESTÃO DE PESSOAS 15 São fornecedoras de conhecimentos, habilidades, competências e a inteligência que proporciona decisões racionais rumo aos objetivos globais. São o capital intelectual da organização. São padronizados, uniformes e precisam ser administrados, envolve planejamento, organização, direção e controle de suas atividades, já que são considerados sujeitos passivos da ação organizacional. Administrar os recursos humanos para obter deles o máximo rendimento possível. ParceirosRecursos PESSOAS: RECURSOS OU PARCEIROS? Organizações bem-sucedidas tratam seus funcionários como parceiros do negócio e fornecedores de competências e não mais como simples empregados contratados. 16 1. Seres humanos: personalidade própria, história pessoal particular diferenciada, possuidores de conhecimentos, habilidades competências indispensáveis a adequada gestão dos demais cursos organizacionais. 2. Ativadores recursos organizacionais: Fonte de impulso e talento indispensável para constante renovação competitividade um mundo de mudanças desafios. 3. Parceiros: conduzir a organização a excelência e ao sucesso. Investimentos (dedicação, responsabilidade, comprometimento, riscos) - na expectativa de retornos (salários, incentivos financeiros, promoção, satisfação). PESSOAS COMO ... Quanto mais retorno mais investimento. Caráter de reciprocidade e autonomia na interação entre pessoas e organizações. 17 4. Talentos fornecedores de competências: elementos portadores de competências essenciais ao sucesso organizacional. PESSOAS COMO ... Qualquer organização pode comprar máquinas ou equipamentos, adquirir tecnologias para se equiparar aos concorrentes. Mas construir competências similares aos concorrentes é muito difícil. 5. Capital humano da organização: pessoas como principal ativo organizacional que agrega inteligência ao negócio da organização. Primeiro: capacitar. Segundo: reconhecer as pessoas. • Melhorar desempenho: pessoas devem perceber justiça nas recompensas. • Recompensar bons resultados e não recompensar pessoas que não se desempenham bem. • Objetivos claros e explicitar como são medidos e quais as decorrências do seu alcance. 18 OBJETIVOS DA GESTÃO DE PESSOAS Competitividade: criar e desenvolver habilidades e competências da força de trabalho. Ajudar a organização a atingir suas metas, objetivos e a realizar sua missão. Proporcionar à organização pessoas bem treinadas e bem motivadas. Pessoas mais produtivas. Nível macro: P/S bem aceitos. Para que sejam produtivas, as pessoas devem sentir que o trabalho é adequado às suas competências e que estão sendo tratadas equitativamente. Pessoas satisfeitas não são necessariamente as mais produtivas. Mas pessoas insatisfeitas tendem a desligar- se da empresa, a se ausentar e a produzir pior qualidade. 19 OBJETIVOS DA GESTÃO DE PESSOAS Desenvolver e manter qualidade de vida no trabalho Aumentar a auto- atualização e a satisfação das pessoas no trabalho Refere aos aspectos da experiência do trabalho, como estilo de gestão, liberdade e autonomia para tomar decisões, ambiente de trabalho agradável, camaradagem, segurança no emprego, horas adequadas de trabalho e tarefas significativas e agradáveis. Mudanças sociais, tecnológicas, econômicas, culturais e políticas tendem a novas abordagens, mais flexíveis e ágeis. São mudanças cujas soluções impõem novas estratégias, filosofias, programas, procedimentos e soluções.Profissionais de GP devem saber como lidar com mudanças se realmente querem contribuir para o sucesso de sua organização. 20 OBJETIVOS DA GESTÃO DE PESSOAS Manter a ética e comporta- mento socialmente responsável Administrar e impulsionar a mudança Toda atividade de GP deve ser aberta, transparente, justa, confiável e ética. As pessoas não devem ser discriminadas, e os seus direitos básicos devem ser garantidos. A responsabilidade social não é uma exigência feita apenas às organizações, mas também e principalmente às pessoas que nelas trabalham. 21 A GP é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos. Os seis processos básicos de GP são: PROCESSOS BÁSICOS DE GESTÃO DE PESSOAS 22 A GP é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos. Os seis processos básicos de GP são: PROCESSOS BÁSICOS DE GESTÃO DE PESSOAS São os processos utilizados para incluir novas pessoas na empresa. Processos de provisão ou de suprimento de pessoas. 23 A GP é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos. Os seis processos básicos de GP são: PROCESSOS BÁSICOS DE GESTÃO DE PESSOAS São os processos utilizados para criar condições ambientais e psicológicas satisfatórias para as atividades das pessoas. • administração da cultura organizacional • clima • disciplina • higiene, segurança • qualidade de vida • relações sindicais 24 A GP é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos. Os seis processos básicos de GP são: PROCESSOS BÁSICOS DE GESTÃO DE PESSOAS São os processos para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar seu desempenho. • desenho organizacional • desenho de cargos • análise e descrição de cargos • orientação das pessoas • avaliação do desempenho 25 A GP é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos. Os seis processos básicos de GP são: PROCESSOS BÁSICOS DE GESTÃO DE PESSOAS São os processos utilizados para incentivar as pessoas e satisfazer suas necessidades individuais. 26 A GP é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos. Os seis processos básicos de GP são: PROCESSOS BÁSICOS DE GESTÃO DE PESSOAS São os processos utilizados para capacitar e incrementar o desenvolvimento profissional e pessoal das pessoas. • treinamento e desenvolvimento • GCO e gestão de competências • aprendizagem • mudanças e desenvolvimento de carreiras 27 A GP é um conjunto integrado de processos dinâmicos e interativos. Os seis processos básicos de GP são: PROCESSOS BÁSICOS DE GESTÃO DE PESSOAS São os processos utilizados para acompanhar e controlar as atividades das pessoas e verificar resultados. 28 A ESTRUTURA DO ÓRGÃO DE GESTÃO DE PESSOAS Estrura tradicional → departamentalização funcional: privilegia a especialização de cada órgão e a cooperação intradepartamental. 29 A ESTRUTURA DO ÓRGÃO DE GESTÃO DE PESSOAS Estrura tradicional → departamentalização funcional: privilegia a especialização de cada órgão e a cooperação intradepartamental. Cooperação intradepartamental, produz duas consequências indesejáveis: 1. objetivos departamentais tornam-se mais importantes que os objetivos globais e organizacionais. 2. dificuldade de cooperação interdepartamental (os departamentos mais se separam do que cooperam entre si) que impede a visão sistêmica e a obtenção de sinergia entre eles. 30 A ESTRUTURA DO ÓRGÃO DE GESTÃO DE PESSOAS d GTH: Gestão de Talento Humano 31 Gerir pessoas é uma responsabilidade de linha e uma função de staff. Quem deve gerir as pessoas é o gerente (supervisor, líder) ao qual elas estão subordinadas. GESTÃO DE PESSOAS: RESPONSABILIDADES Princípio da unidade de comando: cada pessoa deve ter um e apenas um gerente. 32 Gerente precisa receber assessoria e consultoria da ARH, que lhe proporciona os meios e serviços de apoio. Gerir pessoas é uma responsabilidade de cada gerente que deve receber orientação do staff a respeito das políticas e procedimentos adorados pela organização. GESTÃO DE PESSOAS: RESPONSABILIDADES 33 Responsabilidades de gerentes de organizações bem-sucedidas: 1. Colocar a pessoa certa no lugar certo (recrutar e selecionar). 2. Integrar e orientar os novos funcionários na equipe. 3. Treinar e preparar as pessoas para o trabalho. 4. Avaliar e melhorar o desempenho de cada pessoa no seu cargo. 5. Desenvolver cooperação criativa e relações agradáveis de trabalho. 6. Interpretar e aplicar as políticas e procedimentos da organização. 7. Controlar os custos trabalhistas. 8. Desenvolver as habilidades e competências de cada pessoa. 9. Criar e manter elevado moral na equipe. 10. Proteger a saúde e proporcionar condições adequadas de trabalho. RESPONSABILIDADES DOS GERENTES DE LINHA 34 Figura - A função de staff e a responsabilidade de linha na Gestão de Pessoas. GESTÃO DE PESSOAS: RESPONSABILIDADES GTH: Gestão de Talento Humano 35 Organizações de pequeno porte: gerentes de linha assumem todas responsabilidades ARH. Grandes organizações: trabalho dos gerentes de linha se especializa e há assistência através do staff de GP. GESTÃO DE PESSOAS: RESPONSABILIDADES Modelo descentralizado: GP oferece serviços aos gerentes, e passa a ser uma unidade de negócios dentro da organização. Deve atender aos clientes internos dentro do conceito de consultoria interna. 36 O desenvolvimento entre organizações e pessoas é um dos aspectos mais importantes e críticos da Gestão de Pessoas. Processos de desenvolvimento dos talentos e competências envolvem várias e diversas questões complexas: • preparação de lideranças • introdução do coaching e mentoring • educação corporativa continuada • GCO e do aprendizado organizacional Sem todos esses cuidados, as organizações tornam-se limitadas e restritas ao passado. DESENVOLVIMENTO: PESSOAS E ORGANIZAÇÕES 37 O treinamento é importante, precioso e indispensável para o preparo e qualificação. DESENVOLVIMENTO: PESSOAS E ORGANIZAÇÕES Todavia, em um mundo repleto de mudanças e transformações, tanto os trabalhos, como seus ocupantes também mudam constante e intensivamente. Assim, o treinamento – prepara para o aqui e agora – torna-se insuficiente para acompanhar as necessidades organizacionais, que se desdobram e crescem de maneira constante e intensiva. 38 Antigamente ... Maioria das organizações foi estruturada e organizada nos padrões de relativa estabilidade e permanência. O tradicional modelo organizacional em que elas se inspiraram foi moldado no decorrer da Era Industrial. As organizações eram feitas para durar para sempre, como se fossem prontas, perfeitas e acabadas e não requeressem melhorias ou ajustes com o passar do tempo. Como se o mundo fosse fixo e não sofresse alterações. NOVOS TEMPOS 39 Mas os tempos mudaram e muito! Com a Era da Informação e a globalização, a crescente mudança e instabilidade ambiental colocaram em cheque o antigo modelo rígido e definitivo de organização. O ambiente de negócio que envolve as organizações tornou- se instável e imprevisível, e o tradicional modelo organizacional não consegue a flexibilidade adequada para funcionar adequadamente nessas condições. NOVOS TEMPOS Era da Informação Era Industrial Era da Digitalização 40 Era Digital: está fazendo com que trabalhemos mais em equipes e menos em hierarquias, com mais prontidão e agilidade e buscando mudanças, criatividade e inovação. NOVOS TEMPOS Uma forte transição para uma nova maneira digital de trabalhar. 41 As organizações tem o desafio de buscar a fluência digital e de encontrar nos seus talentos as competências certas e necessárias para criar e agregar valor em seus negócios. NOVOS TEMPOS E a 4a Revolução Industrial está trazendo um mundo, cujas mudanças e transformações transcendem e ultrapassam tudo o que já vimos e enfrentamos antes. 42 1. Comando centralizado através da hierarquia e controle externo e absoluto do desempenho das pessoas; 2. Cargos definitivos com atribuições estritamentedelimitadas e tarefas simples e repetitivas; 3. Regras e regulamentos para estabelecer ordem e eficiência; 4. Departamentos funcionais com objetivos específicos e orientados para sua especialidade; 5. Um modelo estático e conservador onde não se prevê qualquer mudança e flexibilidade. ORGANIZAÇÕES MECÂNICAS - Características Era como se o mundo fosse fixo e não sofresse mudanças. 43 1. Redução dos níveis hierárquicos e descentralização; 2. Autocontrole e autodireção do desempenho pelas próprias pessoas; 3. Trabalhos mutáveis e constantemente redefinidos; 4. Tarefas mais complexas e diferenciadas, 5. Trabalhos desempenhados por equipes multifuncionais, autogeridas e empoderadas; 6. Interação constante para a busca da eficácia 7. Órgãos flexíveis e mutáveis cada vez mais substituídos por equipes. ORGANIZAÇÕES ORGÂNICAS - Características Um modelo dinâmico e inovador na busca de flexibilidade e adaptação ao mundo exterior. 44 ORGANIZAÇÕES MECÂNICAS X ORGÂNICAS 45 NOVOS TEMPOS Para a teoria administrativa ambientes estáveis exigem organizações mecanicistas, e ambientes mutáveis exigem organizações orgânicas. Caracterizou-se por um ambiente estável e de permanência e conservação, em que as organizações mecanísticas e burocráticas proliferaram na maior parte do século passado. Era da Informação Era Industrial A mudança acelerou e o mundo dos negócios se transformou em um ambiente instável e turbulento, abrindo as portas para organizações orgânicas e flexíveis que melhor se ajustam às novas características ambientais. 46 O treinamento é importante, precioso e indispensável para NOVOS TEMPOS Quadro - Ambiente estável em comparação com o ambiente mutável. 48 A mudança de um ambiente estável para instável fez com que as organizações migrassem de uma estrutura mecanística e tradicional para uma estrutura orgânica e moderna. Onda de reorganizações provocou essa migração: ❖ 1980 e 1990: intensa onda de reorganizações nas maiores empresas do mundo: • reengenharia • downsizing • rightsizing • reestruturações • fusões • terceirização (outsourcing) • quarteirização, etc. ONDA DE REORGANIZAÇÕES 49 ONDA DE REORGANIZAÇÕES Downsizing: extinção de trabalhos e de funções na hierarquia das empresas. 50 ONDA DE REORGANIZAÇÕES Diferença entre downsizing e reengenharia. Organizações deixaram de lado o organograma tradicional e passaram a inovar a estrutura organizacional e organização do trabalho. 51 Nessa onda de reestruturações, as pessoas: deixaram de ser um recurso produtivo (agente passivo) da administração para se tornarem o agente ativo e proativo do negócio. Os ativos tangíveis perderam espaço para ativos intangíveis. Ativos tangíveis: capital financeiro, instalações, maquinário, que podem ser comprados Ativos intangíveis: conhecimentos, habilidades e competências, que devem ser construídos e desenvolvidos sob medida para o negócio da organização. ONDA DE REORGANIZAÇÕES 52 A GP deve ajudar a organização a se desenvolver mais rapidamente, e não se afastar do ritmo externo que acontece em seu ambiente de negócios. Esse desenvolvimento passa por quatro níveis ou escalões: DESENVOLVIMENTO: PESSOAS E ORGANIZAÇÕES 53 Treinamento focaliza a preparação do talento para o trabalho atual, imediato, no curto prazo. Desenvolvimento de talentos focaliza o seu futuro no médio ou longo prazo. Todos os colaboradores, independentemente de suas diferenças individuais ou níveis hierárquicos, podem e devem se desenvolver continuamente. No passado, o desenvolvimento era reservado apenas os níveis gerenciais mais elevados (gestores, etc.) DESENVOLVIMENTO: PESSOAS E ORGANIZAÇÕES 54 Com menos níveis hierárquicos e a formação de equipes de trabalho, os talentos passaram a ter maior participação nos objetivos de seus trabalhos e maior preocupação com a quantidade e qualidade e com os clientes. Hoje, as organizações estão exigindo novas habilidades, conhecimentos e competências de todos os seus talentos. O desenvolvimento de talentos está: • Relacionado com a educação continuada e orientação para o futuro e o longo prazo, em termos de carreira. • Focado no crescimento pessoal e na aquisição de competências duráveis. DESENVOLVIMENTO: PESSOAS E ORGANIZAÇÕES 56 DESENVOLVIMENTO: PESSOAS E ORGANIZAÇÕES 57 Não basta desenvolver talentos, gestores e equipes. É preciso também desenvolver as organizações, para que elas possam servir como base para talentos, gestores e equipes trabalharem de maneira integrada e sinergicamente. As aprendizagens nos níveis individual, tático, gerencial e de equipes integradas precisam ter um forte apoio e suporte no nível organizacional. DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Assim, a aprendizagem organizacional deve ocorrer em todos os níveis da organização. 58 Pessoas aprendem ao longo de todas as suas vidas, também as organizações aprendem, na medida em que enfrentam diferentes situações, desafios, oportunidades e ameaças. AO ocorre pela pessoas que nela atuam e trabalham. O aprendizado deve ser: planejado, organizado, alavancado, incentivado e mensurando, para que alcance objetivos, metas. APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL (AO) Atenda às necessidades de conhecimento, habilidades e competências atuais, como também as futuras na formação e desenvolvimento dos gestores, colaboradores e equipes. 59 • A habilidade de aprender mais rápido que os concorrentes é a única vantagem competitiva sustentável. APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL (AO) Nonaka e Takeuchi “em uma economia na qual a única certeza é a incerteza, a única fonte de vantagem competitiva duradoura é o conhecimento. Quando os mercados mudam, as tecnologias disruptivas se proliferam, os concorrentes se multiplicam e os produtos se tornam obsoletos da noite para o dia: empresas bem-sucedidas são aquelas que criam o novo conhecimento de modo consistente, disseminam-no amplamente por toda a organização e rapidamente o incorporam às novas tecnologias e aos produtos”. 60 As empresas bem-sucedidas serão as organizações que aprendem rápida e eficazmente. Serão eternas aprendizes. Hoje, os ativos intelectuais das organizações valem algo como três, quatro ou mais vezes o seu valor contábil e tangível. APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL (AO) Ao longo dos tempos, tem ocorrido uma verdadeira inversão de papéis. Note que: 61 São raros os presidentes e executivos que conseguem utilizar mais de 20% da base de seu capital intelectual. Estão mais acostumados e preocupados em focar somente em seus ativos tangíveis, com ênfase nos aspectos financeiros de curto ou médio prazo. APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL (AO) Atualmente, qual é o ativo mais importante? 62 Efeitos da aprendizagem→ as pessoas se tornam capazes de: Desenvolver novas competências: para compreender o negócio e as causas e os efeitos de certas decisões estratégicas. Adquirir novos insights: sobre como a missão organizacional influencia as decisões cotidianas. Visualizar novos horizontes: combinando insights e competências para ver claramente o que devem alcançar. Sentir-se recompensadas no trabalho: aprendendo e desenvolvendo suas habilidades e competências, as pessoas se sentem mais satisfeitas e realizadas com o que fazem. Tendem a se tornar comprometidas com os objetivos da organização. APRENDIZAGEM ORGANIZACIONAL (AO) 63 1º: AO não deve se limitar a: • uma sala de aula • a programas, periódicos ou anuais • nem a responsabilidade única de lideranças Deve ser uma prioridade estratégica, que merece todo o tempo de cada colaborador, líder, executivo, etc. Deve ser um sistema integrado, dinâmico e continuado. MANEIRAS DE MAXIMIZAR OS EFEITOS DA AO 64 2º: AO não deve se limitar somente a conceitos, teorias ou conhecimentos abstratos. Precisa aprender pela ação, utilizando habilidades e competências que tenham aplicação prática na organização. Isso significa aprender fazendo e experimentando: • transformar problemas empresariais reais em exercícios de aprendizagem de equipe.• criar mecanismos de feedback para verificar o que e como realmente foi aprendido. MANEIRAS DE MAXIMIZAR OS EFEITOS DA AO 65 3º: AO deve se estender a toda a cadeia de valor da empresa e de suas imediações, envolvendo: • universidades • escolas públicas • fornecedores • clientes e consumidores MANEIRAS DE MAXIMIZAR OS EFEITOS DA AO Abrindo horizontes e quebrando barreiras corporativas. 66 MANEIRAS DE MAXIMIZAR OS EFEITOS DA AO Aprender interagindo. Fonte: Tigre (2019) 67 4º: Deve ser incentivada por meio do benchmarking externo das melhores práticas do mercado, não somente de concorrentes, mas de qualquer organização da qual se possa aprender ou adaptar algo útil. MANEIRAS DE MAXIMIZAR OS EFEITOS DA AO 68 5º: Treinamento e desenvolvimento da linha de frente, que mantêm contato e interação com o entorno. Ex: como venda, entrega, assistência técnica, caixa, secretaria. É fonte de informação e feedback do cliente e informações do mercado. MANEIRAS DE MAXIMIZAR OS EFEITOS DA AO É preciso reunir e construir inteligência estratégica. 69 6º: Rodízio temporário dos colaboradores, não só entre departamentos ou localidades, mas também com fornecedores, parceiros e clientes, em alianças estratégicas para aprender e compartilhar lições. MANEIRAS DE MAXIMIZAR OS EFEITOS DA AO 70 7º: Programas internos de treinamento para reforçar a atitude da empresa quanto ao aprendizado vitalício e fortalecer as experiências de aprendizagem. MANEIRAS DE MAXIMIZAR OS EFEITOS DA AO 71 8º: Ajudar as pessoas a serem bem-sucedidas na construção de sua própria base de conhecimento, bem como a de seus colegas, fazendo com que isso resulte na sua remuneração ou promoção. MANEIRAS DE MAXIMIZAR OS EFEITOS DA AO O esforço de aprender ou de ajudar colegas a aprender traz um impacto direto na remuneração e promoção. 9º: Incluir AO na gestão do desempenho e na avaliação de desempenho: talentos somente farão a diferença enquanto estiverem sempre aprendendo. 72 10º: Democratização de informações na empresa: • eliminar barreiras verticais (entre níveis hierárquicos) • eliminar barreiras horizontais (entre departamentos) MANEIRAS DE MAXIMIZAR OS EFEITOS DA AO Para que experiências, informações e conhecimentos possam fluir livremente dentro da organização. 73 11º: Fontes externas de conhecimento, como clientes, parceiros, fornecedores, podem constituir meios importantes de conhecimentos aos talentos. MANEIRAS DE MAXIMIZAR OS EFEITOS DA AO 12º: Quando se combina empowerment, equipes funcionais, horizontalização, equipes multifuncionais, etc., a variedade e disponibilidade de informações dentro da empresa se multiplicam. 74 Senge descreveu cinco disciplinas que, no conjunto, constituem os ingredientes principais de uma organização que aprende: ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM 75 Senge descreveu cinco disciplinas que, no conjunto, constituem os ingredientes principais de uma organização que aprende: ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM O colaborador tem que ter competência ou domínio sobre algum conteúdo específico. 76 Senge descreveu cinco disciplinas que, no conjunto, constituem os ingredientes principais de uma organização que aprende: ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM Diante de desafios as pessoas tem que ser estimuladas a buscar soluções, pensar fora da caixa, na melhor resolução para aquele problema organizacional. 77 Senge descreveu cinco disciplinas que, no conjunto, constituem os ingredientes principais de uma organização que aprende: ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM As pessoas devem trabalhar juntas para intercambiar experiências e conhecimentos da equipe, a fim de tornar a ação coordenada e inovadora e engajar no diálogo. 78 Senge descreveu cinco disciplinas que, no conjunto, constituem os ingredientes principais de uma organização que aprende: ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM Quanto mais as pessoas compartilham a visão ou se associam a ela, tanto maior a probabilidade de sentirem que ela é realizável. As pessoas devem ter uma visão comum e compartilhada daquilo que pretendem criar. 79 Senge descreveu cinco disciplinas que, no conjunto, constituem os ingredientes principais de uma organização que aprende: ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM Existe uma relação entre essas quatro disciplinas que devem ser trabalhadas de maneira conjunta. 80 ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM 81 ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM Figura - AO como meio de criar e aumentar valor aos stakeholders. 82 A aprendizagem é a principal vantagem competitiva da organização. Ela conduz à criatividade e à inovação. Os processos da AO não se revelam facilmente para que todos os vejam. Assim, é necessário desenvolver uma mentalidade de aprendizagem contínua, como sua vantagem competitiva. A cultura de inovação – tão importante nas organizações vencedoras – só pode acontecer por meio de uma cultura de aprendizagem. ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM 83 Para aprimorar AO é preciso criar um forte entendimento e consciência da necessidade do AO. Um diagnóstico da capacidade de aprendizado da organização aumenta o entendimento e consciência. Além disso, o próprio diagnóstico cria um fundamento para a ação. ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM 84 A organização que aprende precisa ter quatro competências de aprendizado: 1. Absorção de conhecimento de fora da organização. 2. Difusão do conhecimento dentro da organização. 3. Geração de conhecimento dentro da organização. 4. Utilização do conhecimento na inovação em produtos e serviços. As competências combinadas para absorver, difundir, gerar e utilizar o conhecimento é que garantem a sua verdadeira vantagem competitiva. ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM 85 ORGANIZAÇÕES QUE APRENDEM 1. Absorção de conhecimento de fora da organização. 2. Difusão do conhecimento dentro da organização. 3. Geração de conhecimento dentro da organização. 4. Utilização do conhecimento na inovação em produtos e serviços Figura - Competências de aprendizado das organizações. 86 Vantagem competitiva da organização: é capital humano, o conhecimento tácito que seus colaboradores possuem. Este é realmente difícil de ser imitado ou copiado. É invisível, pois reside na cabeça das pessoas. CONHECIMENTO TÁCITO: VANTAGEM COMPETITIVA A GCO está intrinsecamente ligada à capacidade das organizações em utilizar e combinar as várias fontes e os tipos de conhecimento organizacional para desenvolver competências específicas e capacidade inovadora, que proporcionam novos produtos, processos, sistemas gerenciais e liderança de mercado. CompetênciaConhecimento P/S: Vantagem Competitiva 87 A gestão da TI proporciona o hardware e o software necessários para capturar, organizar, formalizar e compartilhar a informação. GESTÃO DO CONHECIMENTO E TI 88 O conhecimento precisa ser planejado, organizado, dirigido, incentivado e monitorado. A GC é o processo pelo qual as organizações geram valor a partir do seu capital intelectual e de seus ativos intelectuais. Quando se fala em geração de valor, isso significa compartilhar e aproveitar os ativos intelectuais entre colaboradores, gestores e dirigentes para transformá-los em resultados concretos. Representa o esforço para descobrir e aprender novas e melhores práticas, novas e melhores soluções, novos produtos e serviços. GESTÃO DO CONHECIMENTO 89 NÍVEIS DE GESTÃO DO CONHECIMENTO Figura - Pirâmide dos três níveis da GC. 90 Capital intelectual: são os relacionamentos e conhecimentos gerados pela organização e expressos por: • Tecnologia: patentes, processos, produtos e serviços. • Informação: conhecimento dos clientes, fornecedores, concorrência, entorno, oportunidades e pesquisas. • Habilidades e competências: desenvolvidas pelos colaboradores. • Inovação: solução de problemas em equipe, comunicação, gestão de conflitos, desenvolvimento de inteligência competitiva. • Stakeholders: envolvidos de maneira sistêmica no negócio da organização. CONHECIMENTO DO CAPITAL INTELECTUAL É a soma do que sabemtodos em uma organização e que proporciona vantagem competitiva no mercado e em relação ao seu futuro. 95 LACUNAS (GAPS) DO CONHECIMENTO • A interação da organização com seu ambiente de conhecimento expõe as lacunas de conhecimento e seus déficits de habilidade. • Fontes externas: contribuem para desenvolver competências. Análise da concorrência, melhores práticas, benchmarking→ LAC1 Adquirir ou desenvolver? Instrutor externo para treinamento de vendas ou fazer com os próprios recursos? Laboratório externo desenvolve novo produto ou o nosso próprio P&D pode faze-lo? Nova fábrica com gerente jovem relativamente inexperiente ou contratar outro por algum tempo? Tipos de lacunas de conhecimento 96 Fonte: Probst, Raub e Romhardt (2002, p. 87). Decisão básica: Criar internamente o próprio conhecimento ou usar recursos externos? Adquirir ou desenvolver? Pagar serviço externo para nos fornecer informações concisas sobre a indústria, ou deixar nossos gerentes decidirem por si só? Continuar a fazer a nossa própria pesquisa pura, ou fazer projetos juntamente com universidades? Análise de lacunas de conhecimento 97 A gestão do capital humano requer a análise das fontes de conhecimento (pessoas), considerando o conhecimento que elas detêm e os que não detêm e a maneira como isso influencia o desenvolvimento da organização. Análise das lacunas de conhecimento 98 Grade Gerencial (BLAKE; MOUTON, 1972). Estilo equilibrado na ênfase dada a produção e as pessoas é fundamental para identificar quais lacunas do conhecimento prejudicam os resultados visados pela organização. Quais lacunas de conhecimento impedem que as metas atuais da organização sejam atingidas? Quais lacunas de conhecimento devem ser preenchidas para que a organização alcance seu objetivo no médio-longo prazo? 99 São três as principais barreiras que podem gerar lacunas de conhecimento (PROBST, RAUB; ROMHARDT, 2002): ESTIMULANDO AS PESSOAS A USAREM O CONHECIMENTO Barreiras ao uso do novo conhecimento Cegueira organizacional Barreiras culturais 100 ❑ Barreiras ao uso do novo conhecimento: • Ligada à falta de preparo que as pessoas e as organizações têm sobre o uso do novo conhecimento; • Superestima das próprias habilidades ou medo de perder o status de especialista. Ex: indústria alemã e métodos de produção japoneses. ESTIMULANDO AS PESSOAS A USAREM O CONHECIMENTO ❑ Cegueira organizacional: Excessiva valorização da rotina de processos da organização; Atrofiamento da capacidade inovadora. Ex: Quanto mais familiar e automática a tarefa: • mais difícil de reconhecer a importância do conhecimento novo; • mais difícil trocarmos ideias sobre novas maneiras de executá-las; • relutantes em acreditar que os novos procedimentos podem melhorar a eficiência. 101 ESTIMULANDO AS PESSOAS A USAREM O CONHECIMENTO ❑ Barreiras culturais: Regras implícitas à cultura da organização. Bloqueiam o uso do conhecimento por criarem situações de vulnerabiidade. Ex: funcionário solicita e usa conhecimento novo, ele se coloca em uma posição vulnerável, ou seja, admite uma lacuna em seu conhecimento e sente que isso o põe sob um prisma desfavorável entre seus colegas. A maneira de solicitar conhecimento. Em para quem, esconde perigos adicionais. Ex: se o conhecimento for procurado em um departamento diferente, o chefe do próprio departamento pode ser desacreditado. Os colegas também podem pensar que eles mesmos poderiam ter respondido a pergunta e isso gera um mal-estar. Todos esses fatores instiga o trabalhador a não fazer coisa alguma e ficar quieto em relação ao problema. Assim, ele fica impedido de usar o conhecimento que existe disperso em outras partes da organização. 128 ALGUMAS REFERÊNCIAS CARBONE, P. P. et al. Gestão por Competências e Gestão do Conhecimento. Rio de Janeiro: FGV, 2009. CARVALHO, F. C. A. Gestão do Conhecimento. São Paulo: Pearson, 2012. EBOLI, M. Educação corporativa: mitos e verdades. São Paulo: Gente, 2004. JONES, Gareth, R.; GEORGE Jennifer M. Administração Contemporânea. 4ª ed. Trad. Maria Lúcia G. L. Rosa. São Paulo: McGraw-Hill, 2008. NONAKA, Ikujiro. The knowledge-creating company. Harvard Business Review, July/Aug. 1991, p. 96 PARRY, S. B. The quest for competencies – Training, 1996, p. 48-54. PROBST, G.; RAUB, S.; ROMHARDT, K. Gestão do Conhecimento. Os elementos construtivos do sucesso. Porto Alegre: Bookman, 2002.
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