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UNIDADE II –AMBIENTE DE NEGÓCIOS E CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS Professor Ricardo Alves rcesar.alves@uol.com.br ANÁLISE DO AMBIENTE DE MERCADO E CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS Como conhecer o ambiente de negócios? Ambiente Interno – diagnóstico Ambiente Competitivo – análise do setor Ambiente Externo – o contexto organizacional Cenário estratégico ANÁLISE INTERNA COMO REFERÊNCIA PARA AS DECISÕES ESTRATÉGICAS Ambiente Interno O QUE É UM DIAGNÓSTICO? O que uma análise interna nos diz? A análise interna nos permite ter um comparativo entre as capacidades da empresa • Quais são as forças da empresa? • Quais são as fraquezas da empresa? • Como esses pontos fortes e fracos estão em relação aos concorrentes? A teoria por trás da análise interna Visão baseada em recursos – RBV – Resource Based View • Desenvolvido para responder à pergunta: por que algumas empresas atingem desempenho econônomico melhor que outras? • Assume que os recursos e capacidades de uma empresa são os fatores que levam à vantagem competitiva e ao desempenho econômico. • Usada para ajudar empresas a obter vantagem competitiva e desempenho econômico superior às outras. Visão baseada em recursos Recursos e capacidades Recursos: • Ativos tangíveis e intangíveis de uma empresa. - Tangíveis: fábricas, produtos – Intangíveis: reputação • Usada para conceber e implementar estratégias. Capacidades: • Um subconjunto de recursos que permite à empresa um melhor aproveitamento dos outros recursos. - Conhecimento de mercado, relacionamento. Duas premissas cruciais da VBR • Heterogeneidade de recursos: » diferentes empresas podem ter diferentes recursos. • Imobilidade de recursos: » pode ser oneroso para empresas sem determinados recursos obtê-los ou desenvolvê-los; » alguns recursos podem não ser facilmente disseminados de uma empresa para outra. A visão baseada em recursos O que essas premissas realmente significam? • se uma empresa possui recursos valiosos enquanto outras não, e… • se as outras empresas não podem imitar esses recursos sem incorrer em altos custos, então… • a empresa detentora de recursos valiosos provavelmente conquistará uma vantagem competitiva sustentável. A visão baseada em recursos • a heterogeneidade de recursos costuma resultar do ‘conjunto’ de recursos e capacidades de uma empresa; • os administradores de uma empresa podem ‘juntar’ recursos que pareçam homogêneos e desse modo criar combinações heterogêneas; • a vantagem competitiva geralmente resulta de vários recursos e capacidades ‘juntados’. Heterogeneidade de recursos A visão baseada em recursos Quatro categorias de recursos • Financeiros - dinheiro, lucro acumulado. • Físicos - fábrica e equipamentos, prédios. • Humanos - habilidades e capacidades individuais. • Organizacionais - estrutura hierárquica, relacionamentos. Visão baseada em recursos Ferramenta de análise interna O sistema VRIO Quatro pontos importantes: • Valor - A questão do Valor está relacionada à capacidade de um recurso permitir a empresa usufruir de alguma oportunidade ou reduzir uma ameaça. • Raridade - A questão da raridade está relacionada ao número de empresas concorrentes que controlam o mesmo recurso • Imitabilidade - A questão da imitabilidade está relacionada à facilidade ou dificuldade que uma empresa enfrenta para igualar um recurso com a outra • Organização - A questão da organização está relacionada à estruturação da organização para pleno uso de seus recursos e capacidades e consequente implementação estratégica O sistema VRIO Se uma empresa tem recursos que são: • Valiosos, • Raros e • custosos de Imitar, e • a empresa se Organiza para explorar esses recursos, …então essa empresa poderá aproveitar uma vantagem competitiva sustentável. AMBIENTE COMPETITIVO Análise do setor COMPETITIVIDADE - UMA DEFINIÇÃO Competitividade pode ser definida como ... “... a capacidade da empresa formular e implementar estratégias concorrenciais, que lhe permitam ampliar ou conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado.” Conceitos importantes • Capacitação • Estratégia • Concorrência COMPETITIVIDADE - UMA DEFINIÇÃO ANÁLISES DE COMPETITIVIDADE DEVEM LEVAR EM CONTA SIMULTANEAMENTE - E COM O DEVIDO PESO - AS EMPRESAS, O SETOR E AS CONDIÇÕES POLÍTICA- ECONÔMICA-SOCIAL. No entanto . . . “O desempenho alcançado, as estratégias praticadas e a capacitação acumulada não dependem exclusivamente das condutas adotadas pelas empresas (Ferraz et al, 1997) COMPETITIVIDADE - UMA DEFINIÇÃO O padrão de concorrência é influenciado – Pelas características do macroambiente onde as empresas estão inseridas (economia, política-regulação, infra-estrutura, sistema financeiro) - competitividade sistêmica; – Pelas características estruturais e comportamentais do ambiente competitivo das empresas (setor/mercado de atuação) - competitividade estrutural; – Pela busca constante das empresas individuais em adotar estratégias para vencer a concorrência - competitividade empresarial COMPETITIVIDADE - UMA DEFINIÇÃO Sendo assim, temos que . . . avaliar competitividade requer aprofundar o estudo das vantagens competitivas; as vantagens competitivas são construídas a partir de diversas fontes (logística, imagem - marca, diferenciação, preço, qualidade, atendimento); as vantagens competitivas têm importância variável e diferentes graus de oportunidade; cada empresa é parte integrante de um sistema político-econômico-social que favorece ou restringe a realização do seu potencial competitivo. • Fatores sistêmicos sobre os quais a empresa detém escassa ou nenhuma possibilidade de intervir (?) referentes às externalidades • Fatores estruturais sobre os quais a capacidade de intervenção da empresa é limitada referentes ao setor/ramo/indústria • Fatores empresariais sobre os quais a empresa detém poder de decisão internos à empresa Ambiente competitivo - fatores determinantes O modelo Estrutura – Conduta – Desempenho • originalmente desenvolvido para localizar condições anticompetitivas para fins antitruste; • passou a ser usado para avaliar as possibilidades de lucro acima do normal para empresas em um determinado setor; • o modelo das cinco forças de Porter foi desenvolvido com base nessa tradição econômica. Análise setorial O modelo Estrutura – Conduta – Desempenho Análise competitiva ■ O modelo das 05 forças de Porter – O modelo de Porter não é a única ferramenta para análise do ambiente competitivo. Entretanto, é aquele modelo que fora mais difundido pelo mundo e que possui uma explicação ampla e completa para os fenômenos competitivos. Claro, sempre associado às análises do ambiente interno e externos das organizações. Concorrentes na Indústria Novos Entrantes Fornecedores Compradores Produtos Substitutos Ameaça de novos entrantes Ameaça de produtos substitutos Poder de negociação dos fornecedores Poder de negociação dos compradores A análise estrutural de um setor competitivo – As 05 forças do Porter 1)_ Ameaça de novos entrantes • nova empresa = nova capacidade, desejo de ganhar mercado e recursos extras; • os preços podem cair, os custos podem ser inflacionados, a participação no mercado diminui = menor rentabilidade; • a ameaça de entrada depende das barreiras de entrada e da expectativa dos entrantes em relação à reação dos concorrentes; A análise estrutural de um setor 2)_ Rivalidade entre os concorrentes existentes • forma corriqueira de disputa por posição = concorrência de preços, batalhas de publicidade, introdução de novos produtos, aumento dos serviços prestados, maiores garantias ao cliente; • movimentos e contra-movimentos das empresas - ação e reação em busca de oportunidades; • a rivalidade intensa está relacionada com a presença de vários fatores . . . A análise estrutural de um setor 3)_ Produtos substitutos • os substitutos reduzem os retornos colocando um tetonos preços; • produtos substitutos - produtos que podem desempenhar a mesma função; • Alguns exemplos • Construção civil - aço ou concreto • Segurança - guardas ou sistemas eletrônicos • Energia - elétrica ou gás natural • Presente - flores ou chocolate A análise estrutural de um setor 4)_ Poder de negociação dos compradores • os compradores competem com as empresas . . . Forçando os preços para baixo Barganhando por melhor qualidade e/ou mais serviços Jogando os concorrentes uns contra os outros • O poder dos compradores depende de características quanto à sua situação no mercado e da importância relativa de suas compras. A análise estrutural de um setor 5)_ Poder de negociação dos fornecedores • os fornecedores competem com as empresas . . . Forçando os preços para cima Barganhando por menor qualidade e/ou menos serviços • os fornecedores podem corroer os lucros de empresas incapazes de repassar os custos em seus próprios preços. A análise estrutural de um setor A ANÁLISE ESTRUTURAL DE UM SETOR. ALGUMAS QUESTÕES DE REFLEXÃO: ■ Como posicionar a empresa de modo que suas capacidades proporcionem a melhor “defesa” contra o conjunto existente de forças competitivas? ■ Como influenciar o equilíbrio de forças através de movimentos estratégicos e melhorar a posição relativa da empresa? ■ Como antecipar as mudanças nos fatores básicos das forças e responder a elas, ou seja, escolher a estratégia apropriada ao novo equilíbrio competitivo antes dos rivais? AMBIENTE EXTERNO O Contexto organizacional Por que fazer uma análise do ambiente externo? Essa análise permite que as empresas: • Descubram ameaças e oportunidades. • Comparem sua margem de lucro com a dos concorrentes. • Conheçam melhor o nível de competitividade no mercado. Empresa Tendências demográficas Mudanças tecnológicas Tendências culturais Ambiente econômico Ambiente político/legal Acontecimentos internacionais Setor AMBIENTE EXTERNO smartphones e tablets Tamanho e formato das famílias Mudança de imagem dos SUVs no Brasil Flutuação cambial Mudança da política de concessão de exploração das telecomunicações O que fazer com os refugiados? Empresa AMBIENTE EXTERNO Tendências demográficas Mudanças tecnológicas Tendências culturais Ambiente econômico Ambiente político/legal Acontecimentos internacionais Segundo a consultoria Euromonitor, o consumo de refrigerantes no mercado brasileiro projetado para 2022 estará 20,3% abaixo do que se via em 2012. Na mesma comparação, a demanda por chicletes terá queda de 20,9%, enquanto a categoria geral de doces vai recuar 19,6%. A indústria que se expandiu com o desejo do brasileiro de experimentar novas categorias agora está sendo obrigada a se adaptar a novos tempos, em que o apelo saudável será o nome do jogo. Busca por estilo de vida mais saudável pressiona indústria de alimentos no País Entre as estratégias adotadas para se adequar à nova realidade estão mudanças em fórmulas de produtos (com versões com menos açúcar e gorduras), redução de embalagens (para controlar a quantidade consumida) e a aquisição de marcas menores que já nasceram direcionadas ao apelo saudável. O consultor em marcas Ricardo Klein, da Top Brands, diz que a adoção de um estilo mais saudável pelos brasileiros, no entanto, ainda pode esbarrar no fator preço. Na opinião do especialista, esse processo de migração será percebido primeiro nas classes A e B. “É um processo que vai ser sentido em um prazo mais longo, pois, para a maioria dos consumidores brasileiros, a compra desse tipo de produto, que tem apelo premium, acaba fazendo a conta não fechar no fim do mês.” Então, onde estão os focos de mudanças organizacionais? TECNOLOGIA? PROCESSOS? SOCIEDADE? PAPEL SOCIAL? GOVERNO? ORGANIZAÇÕES?