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Fisioterapia no Puerpério Remoto ANAMNESE Deve-se investigar: hábitos alimentares, estilo de vida, atividade física, hábitos miccionais e intestinais, função sexual, o que mais incomoda a paciente, se já sentiu orgasmo, se passa por todas as fases do desempenho sexual e a frequência de intercurso sexual. EXAME FÍSICO É necessário que seja realizada uma avaliação global, que ajudará a identificar a condição física atual da puérpera, objetivando indicação individualizada nas condutas fisioterapêuticas: Aferição da pressão arterial Medida de peso e altura e cálculo do índice de massa corporal ( peso/altura²) Avaliação postural e dor referida Diástase e flacidez abdominal Flacidez de pele Estrias Cicatrização, Edema Fibroedema geloide (celulite) ALTERAÇÕES PIGMENTARES (HIPERPIGMENTAÇÃO) As hiperpigmentações tendem a regredir parcial ou completamente após a gravidez. Costumam apresentar-se nas áreas já normalmente pigmentadas (aréola, região inguinal, umbigo) e nos locais onde ocorre maior fricção (face interna das coxas e axilas), os quais, devido ao aumento de peso da gravidez e à ação hormonal, têm sua estrutura alterada. A hipercromia de vulva e ânus é uma queixa frequente das puérperas; O melasma tem etiologia multifatorial. Além da gestação, uso de anticoncepcionais orais, fatores genéticos e raciais e exposição solar podem contribuir para o surgimento e a persistência do quadro. INCONTIÊNCIA URINÁRIA É importante informar às mulheres que cerca da metade delas desenvolve IU transitória durante a gestação e que a IUE nesse período é um importante preditor para IU no pós- parto. O peso materno e a duração da primeira fase do parto foram associados com IUE no puerpério. Mulheres incontinentes antes da gestação tinham quase 3 vezes mais chance de apresentar IU após o parto. Estudos de comparação étnica confirmaram, ao ultrassom, que o AP de mulheres asiáticas apresenta significativamente menos mobilidade de órgão pélvico do que as mulheres caucasianas (tanto antes quanto depois do parto). PROLAPSO DE ORGÃOS PÉLVICOS Prolapso de órgão pélvico (POP) é a perda do suporte para o útero, a bexiga, o cólon ou o reto, causando prolapso de um ou mais desses órgãos para dentro da vaginal; Considera-se o introito vaginal/hímen o ponto fixo que indica a graduação dos prolapsos; O POP deverá ser investigado durante a manobra de Valsalva. É importante isolar tanto a parede vaginal anterior quanto a posterior no momento do exame, para que se possa(m) identificar a(s) real(ais) estrutura(s) comprometida(s). INCONTINÊNCIA ANAL PÓS-PARTO No puerpério remoto (6 semanas a 6 meses) a incontinência anal (IA) de novo é descrita entre 26 e 38% das mulheres. Aproximadamente 46% descreveram que ela iniciou após o parto vaginal do primeiro filho; Na IF grave, encontraremos associação entre: IMC, trabalho de parto, puxos prolongados, parto a fórceps, laceração de 3° ou 4° grau e tabagismo. Quando comparado com o parto vaginal, o parto cesáreo pareceu ter efeito protetor para IA na população; Encontrou-se nível de evidência 1 quando da educação em AP, no momento intraparto, para reduzir o risco de desenvolver IA pós-parto; Um fato importante na avaliação perineal é questionar sobre a sensação anal, visto que esta se mostra alterada no puerpério imediato, retornando ao normal apenas 6 meses após o parto; Esse achado não deve ser visto isoladamente, pois mais da metade das mulheres que relatam IA também têm sensação anal . normal FUNÇÃO SEXUAL VERSUS ASSOALHO PÉLVICO A fisioterapia pode auxiliar na retomada das atividades sexuais após o parto, orientar e desmitificar crenças, com a finalidade de empoderar a mulher nas potencialidades do seu corpo. Tais fatos são importantes, pois o relacionamento conjugal passa por mudanças desencadeadas na gravidez; Todas as mulheres deveriam ser orientadas a realizar exercícios nos períodos pré e pós-natal, os quais devem ser incorporados à sua rotina, haja vista que a IU e os prolapsos são fatores que contribuem para a disfunção sexual feminina. AVALIAÇÃO FUNCIONAL DO ASSOALHO PÉLVICO Além da força, também devem ser avaliados coordenação, tonicidade, contração, relaxamento e percepção do AP; Ao realizar-se a inspeção, deve-se observar se a vulva está fechada e se há irritação da mucosa, bem como a coloração e a presença de cicatrizes, que são possíveis fatos responsáveis pela sensibilidade alterada; Os pontos importantes no exame físico são: funções dos músculos do AP, reflexo, tônus, força e resistência. PRÁTICA FISOTERAPÊUTICA E TREINO MUSCULAR DO ASSOALHO PÉLVICO Hay-Smith et al. (2009) afirmam que o TMAP é recomendado durante a gravidez e após o parto tanto para prevenir quanto para tratar as incontinências (IU e IF). Nas mulheres assintomáticas, ele deverá ser instituído como estratégia de prevenção; porém, nas sintomáticas, como tratamento. A revisão da Cochrane confirma que o maior efeito terapêutico aconteceu com as mulheres que foram submetidas a um programa intensivo de TMAP supervisionado (em geral por fisioterapeuta) e associado a uma sessão semanal de eletroestimulação. Universidade Federal do Delta do Parnaíba Discente: Medelly Marques dos Santos Docente: Sávia Francisco Lopes Dias
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