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Info 498 STJ

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www.dizerodireito.com.br 
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INFORMATIVO esquematizado 
 
Informativo 498 – STJ 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
Obs: não foram incluídos neste informativo esquematizado os julgados de menor relevância para concursos 
públicos ou aqueles decididos com base em peculiaridades do caso concreto. Caso seja de seu interesse conferi-
los, os acórdãos excluídos foram os seguintes: AgRg no SLS 1.500-MG; REsp 1.298.407; REsp 1.110.906-SP; CC 
112.748-PE; REsp 1.101.814-SP; REsp 1.236.077-RS; AgRg no REsp 1.304.123-AM; RMS 28.724-RS. 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Processo administrativo 
 
O processo disciplinar se encerra mediante o julgamento do feito pela autoridade competente. 
A essa decisão administrativa, à semelhança do que ocorre no âmbito jurisdicional, deve ser 
atribuída a nota fundamental de definitividade. 
O servidor público punido não pode remanescer sujeito a rejulgamento do feito para fins de 
agravamento da sanção, com a finalidade de seguir orientação normativa, quando sequer se 
apontam vícios no processo administrativo disciplinar. 
Assim, a anulação parcial do processo administrativo disciplinar para adequar a penalidade 
aplicada ao servidor, consoante pareceres do órgão correspondente, ensejando aplicação de 
sanção mais grave ofende o devido processo legal e a proibição da reformatio in pejus. 
Comentários Servidor público federal é processado e, ao final do processo administrativo, recebe, como 
sanção, a pena de suspensão. 
Após o encerramento do respectivo processo disciplinar, com o julgamento pela autoridade 
competente, percebe-se que a sanção aplicada não estava em conformidade com a lei ou 
com a orientação normativa interna. 
Em outras palavras, ao invés de suspensão, o servidor deveria ter recebido a pena de 
demissão. 
 
Será possível a Administração, com base na autotutela, anular a sanção anteriormente 
aplicada e agravar a penalidade imposta? 
NÃO. Trata-se de entendimento pacífico no STJ. 
 
O processo disciplinar se encerra mediante o julgamento do feito pela autoridade 
competente. A essa decisão administrativa, à semelhança do que ocorre no âmbito 
jurisdicional, deve ser atribuída a nota fundamental de definitividade. O servidor público 
punido não pode remanescer sujeito a rejulgamento do feito para fins de agravamento da 
sanção, com a finalidade de seguir orientação normativa, quando sequer se apontam vícios 
no processo administrativo disciplinar. 
(MS 13.523/DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, Terceira Seção, julgado em 13/5/2009) 
 
Tal posicionamento tem por base a Súmula 19 do STF, que dispõe: 
"É inadmissível segunda punição de servidor público, baseada no mesmo processo em que se 
fundou a primeira." 
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O Processo Administrativo Disciplinar dos servidores públicos federais somente poderá ser 
anulado quando constatada a ocorrência de vício insanável (art. 169, caput, da Lei n. 
8.112/90), ou revisto, quando apresentados fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de 
justificar a inocência do servidor punido ou a inadequação da penalidade aplicada (art. 174, 
caput). Confiram-se: 
Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a 
instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade, total ou 
parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração de 
novo processo. 
 
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, 
quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do 
punido ou a inadequação da penalidade aplicada. 
 
Ademais, conforme o art. 182, parágrafo único, a revisão da reprimenda somente será 
cabível quando favorecer o acusado: 
Art. 182. Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, 
restabelecendo-se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo 
em comissão, que será convertida em exoneração. 
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento de penalidade. 
 
Assim, a anulação parcial do processo administrativo disciplinar para adequar a penalidade 
aplicada ao servidor, consoante pareceres do órgão correspondente, ensejando aplicação 
de sanção mais grave ofende o devido processo legal e a proibição da reformatio in pejus. 
Processo Terceira Seção. MS 10.950-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 23/5/2012. 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
Independência das instâncias cível e criminal 
 
A extinção da punibilidade, em função da prescrição retroativa, não vincula o juízo cível na 
apreciação de pedido de indenização decorrente do ato delituoso. 
 
Quando ocorre a extinção da punibilidade pela prescrição retroativa, não há reconhecimento 
definitivo da autoria e materialidade delitiva, pois a sentença penal condenatória é rescindida, 
extinguindo-se todos os seus efeitos, inclusive o efeito civil previsto no art. 91, I, do CP, de 
tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime. Logo, o juízo cível não estará 
vinculado ao que foi decidido no processo penal, podendo apreciar livremente as provas. 
Comentários “A”, na direção de veículo automotor, atropelou “B”, causando-lhe lesões corporais. 
Esse fato pode ser analisado sob dois aspectos: o penal e o cível. 
 
Sob o aspecto penal: 
“A” pode responder pelo crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor 
(art. 303 do Código de Trânsito Brasileiro – CTB). 
 
Sob o aspecto cível: 
“A” pode ser condenado a pagar indenização pelos danos causados a “B” (art. 927 do CC). 
 
 
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O julgamento criminal interfere na decisão cível? 
Regra geral: NÃO. Como regra, a responsabilidade civil é independente da criminal. Trata-se 
do princípio da independência das instâncias (art. 935, primeira parte, CC). 
 
Exceções: 
Essa independência não é absoluta. Assim, em algumas hipóteses, o julgamento criminal irá 
influenciar na decisão cível. 
 
1) Se a decisão for condenatória Irá influenciar na decisão cível. 
Um dos efeitos da condenação é tornar certa a 
obrigação de indenizar o dano causado pelo crime 
(art. 91, I, do CP). 
Logo, o juízo cível não poderá dizer que o fato não 
existiu ou que o condenado não foi o seu autor. 
Transitada em julgado a sentença condenatória, ela 
poderá ser executada, no juízo cível, para o efeito da 
reparação do dano (art. 63 do CPP). 
2) Se a decisão for absolutória Nem sempre irá influenciar na decisão cível. 
Assim, mesmo o réu tendo sido absolvido no juízo 
penal, ele pode, em alguns casos, ser condenado, no 
juízo cível, a indenizar a vítima. 
A absolvição criminal pode ocorrer por uma das 
hipóteses do art. 386 do CPP. 
 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa 
na parte dispositiva, desde que reconheça: 
I - estar provada a inexistência do fato; 
II - não haver prova da existência do fato; 
III - não constituir o fato infração penal; 
IV – estar provado que o réu não concorreu para a 
infração penal; 
V – não existir prova de ter o réu concorrido para a 
infração penal; 
VI – existirem circunstâncias que excluam o crime ou 
isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 e § 1o 
do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se 
houver fundada dúvida sobre sua existência; 
VII – não existir prova suficiente para a condenação. 
 
 Incisos I e IV: a sentença penal absolutória faz 
coisa julgada no cível. 
 Incisos II, III, V e VII: mesmo com a sentença 
penal absolutória, a pessoa pode ser condenada 
no juízo cível. 
 Inciso VI: pode fazer coisa julgada no cível ou não, 
dependendo do caso (vide art. 188 do CC). 
 
Para evitar decisões contraditórias, se a ação penal ainda não tiver sido julgada, o juízo cível 
poderá suspender a ação de indenização enquanto aguarda o desfecho do processo penal: 
Código de ProcessoCivil 
Art. 265. Suspende-se o processo: 
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Balão de comentário
Provada a ausência de autoria e materialidade.
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O crime não existiu; e ou o réu não foi o autor = COISA JULGADA no cível.
 
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IV - quando a sentença de mérito: 
a) depender do julgamento de outra causa, ou da declaração da existência ou inexistência 
da relação jurídica, que constitua o objeto principal de outro processo pendente; 
 
§ 5º Nos casos enumerados nas letras a, b e c do n. IV, o período de suspensão nunca 
poderá exceder 1 (um) ano. Findo este prazo, o juiz mandará prosseguir no processo. 
 
O que foi explicado acima pode ser encontrado em qualquer livro. A pergunta difícil vem agora: 
E se a decisão for condenatória, mas, posteriormente, for reconhecida a prescrição da 
pretensão punitiva retroativa? 
No caso de prescrição retroativa, o juiz reconhece a materialidade e a autoria. O autor 
somente não é punido por conta do montante da pena concretamente aplicada. 
Essa decisão criminal irá produzir efeitos no juízo cível? 
O fato de o juízo criminal ter reconhecido, na sentença, a autoria e a materialidade irá 
vincular o juízo cível? 
R: NÃO. A extinção da punibilidade, em função da prescrição retroativa, não vincula o juízo 
cível na apreciação de pedido de indenização decorrente do ato delituoso. 
 
Quando ocorre a extinção da punibilidade pela prescrição retroativa, não há 
reconhecimento definitivo da autoria e materialidade delitiva, pois a sentença penal 
condenatória é rescindida, extinguindo-se todos os seus efeitos, inclusive o efeito civil 
previsto no art. 91, I, do CP: 
Art. 91 - São efeitos da condenação: 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; 
 
Logo, como essa “condenação” penal prescreveu, ela não produz nenhum efeito, nem 
mesmo este do art. 91, I, do CP. Desse modo, juízo cível não estará vinculado ao que foi 
decidido no processo penal, podendo apreciar livremente as provas. 
 
Vale mencionar, ainda, no mesmo sentido o art. 67, II, do CPP: 
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil: 
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade; 
 
Por fim, ressalte-se que, no processo cível, poderão ser utilizadas as provas produzidas no 
processo penal como provas emprestadas, observado o contraditório. 
Processo Quarta Turma. REsp 678.143-MG, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 22/5/2012. 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
Denunciação da lide 
 
Não cabe a denunciação da lide nas ações indenizatórias decorrentes da relação de consumo, 
seja no caso de responsabilidade pelo fato do produto, seja no caso de responsabilidade pelo 
fato do serviço (arts. 12 a 17 do CDC). 
Comentários Denunciação da lide 
A denunciação da lide serve para que uma das partes traga ao processo um terceiro que 
tem a responsabilidade de resssarci-la pelos eventuais danos advindos do resultado desse 
processo. Desse modo, o principal fator que legitima a denunciação da lide é o direito de 
regresso (NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 3ª ed., 
São Paulo: Método, 2011, p. 244-245). 
ATENÇÃO 
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Princípio da solidariedade legal entre os causadores de danos ao consumidor 
O consumidor prejudicado poderá intentar a ação de reparação contra todas as pessoas 
que, de alguma forma, foram responsáveis pela colocação do produto no mercado ou pela 
prestação do serviço. 
Trata-se do princípio da solidariedade legal entre os causadores de danos ao consumidor e 
está previsto no art. 7º, parágrafo único e no art. 25, § 1º do CDC. 
Apenas em relação ao comerciante abriu-se uma exceção, no art. 13 do CDC, 
estabelecendo-se uma responsabilidade subsidiária. 
No mais, todos os fornecedores são solidariamente responsáveis pelos danos causados ao 
consumidor. 
Ex: consumidor comprou, de agência turística, pacote de viagem que incluía um cruzeiro em 
navio exclusivo fretado. O navio afundou. O consumidor, vítima deste acidente de consumo 
(fato do serviço), pode ingressar com ação de indenização contra a agência, contra a 
empresa proprietária do navio ou contra ambas. 
Caso ingresse com ação apenas contra a agência de turismo e esta seja condenada a 
indenizá-lo, esta agência poderá exercer seu direito de regresso contra a empresa 
proprietária do navio. 
 
Esse direito de regresso poderá ser exercido no mesmo processo e no mesmo momento em 
que se discute a ação indenizatória movida pelo consumidor? 
É possível a denunciação da lide nas ações de indenização decorrentes da relação de consumo? 
NÃO. 
 
Antes desse julgado havia uma divergência entre a 3ª e a 4ª Turmas, mas atualmente a 
posição pacífica do STJ é a de que é incabível a denunciação da lide nas ações indenizatórias 
decorrentes da relação de consumo: 
- seja no caso de responsabilidade pelo fato do produto, 
- seja no caso de responsabilidade pelo fato do serviço. 
 
Fato do produto Fato do serviço 
São os danos causados aos consumidores 
em razão de um acidente de consumo 
provocado por produto defeituoso (art. 12). 
São os danos causados aos consumidores 
em razão de um acidente de consumo 
provocado por serviço defeituoso (art. 14). 
Ex: João compra um carro 0Km e, com uma 
semana de uso, fica sem freios e sofre 
acidente de trânsito. João (consumidor) 
ingressa com ação de indenização contra a 
empresa fabricante do automóvel. Esta não 
poderá denunciar à lide a empresa 
terceirizada que fabrica os freios dos carros. 
Ex: um avião, por conta de problemas na 
turbina, cai e mata todos os passageiros. 
Os herdeiros de um dos passageiros 
ingressam com ação de indenização contra 
a companhia aérea (prestadora de serviço). 
Esta não poderá denunciar à lide a 
fabricante da aeronave. 
 
Assim, nos exemplos dados, os fornecedores demandados (fabricante do carro; companhia 
aérea), para exercerem seu direito de regresso, terão que ajuizar demanda autônoma, ou, após 
encerrada a ação indenizatória, prosseguir nos mesmos autos contra os corresponsáveis. 
 
Mas existe previsão expressa no CDC vedando a denunciação da lide? 
O CDC somente proíbe expressamente a denunciação da lide em uma hipótese, qual seja, 
no caso em que o comerciante é réu na ação de indenização proposta pelo consumidor por 
fato do produto. Veja: 
Art. 88. Na hipótese do artigo 13, parágrafo único deste Código, a ação de regresso poderá 
ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos 
autos, vedada a denunciação da lide. 
 
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Art. 13. O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando: 
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados; 
II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor 
ou importador; 
III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis. 
Parágrafo único - Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito 
de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do 
evento danoso. 
 
Apesar de somente haver vedação expressa nesse caso do comerciante, o STJ entende, de 
forma pacífica agora, que a denunciação da lide é vedada em todas as hipóteses de ação de 
regresso contempladaspelo CDC, referentes à responsabilidade por acidentes de consumo. 
 
Assim, se um consumidor passa mal após ingerir achocolatado industrializado estragado e, 
por conta disso, ingressa com ação de indenização contra o fabricante, este não poderá fazer 
a denunciação da lide do produtor do leite ou do fornecedor do chocolate, para exercer seu 
direito de regresso, caso fique provado que o leite ou o chocolate continham problemas. O 
consumidor não tem nada a ver com as relações empresariais entre os fornecedores, não 
podendo ser prejudicado em seu direito de ressarcimento por conta disso. 
 
Quais os fundamentos que justificam a vedação da denunciação da lide nas lides consumeristas? 
a) A denunciação da lide causaria a procrastinação injustificada do deslinde da causa, o 
que prejudica o consumidor, violando o princípio constitucional da defesa do 
consumidor (art. 5º, XXXII e art. 170, V, da CF/88) e o princípio legal da facilitação da 
defesa dos direitos do consumidor (art. 6º, VIII, do CDC); 
b) A denunciação faria com que se deduzisse no processo uma nova causa de pedir, com 
fundamento distinto da formulada pelo consumidor. Enquanto o consumidor pede a 
indenização (com base na responsabilidade objetiva), um fornecedor pede do outro o 
direito de regresso (com base em responsabilidade subjetiva). 
 
Chamamento ao processo da seguradora do fornecedor: 
Se o fornecedor que for demandado pelo consumidor na ação de indenização tiver feito 
contrato de seguro, o CDC permite que esse fornecedor chame ao processo a seguradora. 
Esse chamamento ao processo da seguradora, ao contrário da denunciação da lide, é 
permitido porque é favorável ao consumidor já que, se a ação for julgada procedente, ele 
poderá executar o valor tanto do fornecedor como da seguradora. 
 
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem 
prejuízo do disposto nos Capítulos I e II deste Título, serão observadas as seguintes normas: 
(...) 
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá chamar ao processo o 
segurador, vedada a integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. 
Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente o pedido condenará o réu nos termos do 
artigo 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido, o síndico será 
intimado a informar a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso 
afirmativo, o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador, vedada 
a denunciação da lide ao Instituto de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio 
obrigatório com este. 
 
Chamo atenção mais uma vez para o fato de que o art. 101, II, do CDC permitiu o 
chamamento ao processo da seguradora e não a denunciação da lide. Como já disse, o CDC 
 
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fez isso para proteger o consumidor. Conforme explica Leonardo Garcia: 
“É que o instituto da denunciação da lide cria duas demandas distintas, uma entre o 
consumidor e o fornecedor e outra entre o fornecedor e a seguradora. A sentença, na 
verdade, resolve duas situações: a eventual responsabilidade do fornecedor e se esse deverá 
ser ressarcido pela sua seguradora. Então, o fornecedor, caso seja condenado, deverá 
indenizar o consumidor para, só depois, pleitear o ressarcimento diante da seguradora. O 
consumidor, por não ter nenhuma relação com a seguradora, não poderá executá-la, 
somente podendo compelir o fornecedor a ressarci-lo dos danos sofridos. 
Por sua vez, o chamamento ao processo estipula uma solidariedade entre as partes de modo 
que, se condenados, o consumidor poderá pleitear a indenização tanto do fornecedor como da 
seguradora, ampliando, dessa forma, a garantia ao efetivo ressarcimento.” (Direito do 
Consumidor. Código Comentado e Jurisprudência. 3ª ed., Niterói: Impetus, 2007, p. 248-249). 
Importância 
do julgado 
A Terceira Turma do STJ possuía alguns precedentes recentes permitindo a denunciação da 
lide. Desse modo, pode-se dizer que houve uma mudança de entendimento, fazendo com 
que o tema se torne pacífico no STJ. 
Processo Terceira Turma. REsp 1.165.279-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 22/5/2012. 
 
 
DIREITO EMPRESARIAL 
 
Sociedades 
 
Quando um sócio deixa a sociedade (dissolução parcial de sociedade), deve-se calcular a parte 
que lhe cabe no patrimônio social. A isso se chama “apuração de haveres”. 
A possível repercussão econômica do renome de um dos sócios não integra o cálculo na 
apuração de haveres em dissolução parcial de sociedade simples composta por profissionais 
liberais. Isso porque o renome é atributo personalíssimo, intransferível, fora do comércio, e 
não é passível de indenização a título de fundo de comércio. 
Comentários Dissolução de uma sociedade: 
A dissolução de uma sociedade pode ser: 
a) Parcial: quando um ou alguns dos sócios saem da sociedade, mas ela é preservada. 
b) Total: quando a sociedade é extinta. 
 
Dissolução parcial de sociedade: 
Ocorre, portanto, quando um ou alguns dos sócios saem da sociedade, mas ela é 
preservada. 
 
A isso também se dá o nome de “liquidação parcial da sociedade”. 
 
Uma das hipóteses de dissolução parcial de sociedade é o direito de retirada (direito de 
recesso, direito de denúncia), ou seja, é a saída do sócio por iniciativa própria. 
 
Nesse caso, o sócio que deixar a sociedade receberá a parte que lhe cabe no patrimônio 
social, continuando a sociedade em relação aos demais sócios. 
 
O cálculo do valor devido ao sócio que deixa a sociedade é feito por meio de um 
procedimento denominado de apuração de haveres e que está previsto no art. 1.031 do CC: 
Art. 1.031. Nos casos em que a sociedade se resolver em relação a um sócio, o valor da sua 
quota, considerada pelo montante efetivamente realizado, liquidar-se-á, salvo disposição 
contratual em contrário, com base na situação patrimonial da sociedade, à data da 
resolução, verificada em balanço especialmente levantado. 
 
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§ 1º O capital social sofrerá a correspondente redução, salvo se os demais sócios suprirem o 
valor da quota. 
 
§ 2º A quota liquidada será paga em dinheiro, no prazo de noventa dias, a partir da 
liquidação, salvo acordo, ou estipulação contratual em contrário. 
 
No cálculo desse valor a ser pago deverão ser levados em consideração o nome e a 
respeitabilidade do profissional que se retira da sociedade? 
A 4ª Turma do STJ, por maioria, decidiu que não. 
 
A 4ª Turma entendeu que a possível repercussão econômica do renome de um dos sócios não 
integra o cálculo na apuração de haveres em dissolução parcial de sociedade simples composta 
por profissionais liberais. Isso porque o renome é atributo personalíssimo, intransferível, fora do 
comércio, e não é passível de indenização a título de fundo de comércio. 
 
O sócio renomado, ao sair da sociedade, leva consigo todos os benefícios que tal 
circunstância traz. Em outras palavras, ele leva a respeitabilidade de seu nome quando sai 
da sociedade. 
Processo Quarta Turma. REsp 958.116-PR, Rel. originário Min. João Otávio de Noronha, Rel. para o acórdão Min. Raul 
Araújo (art. 52, IV, b, do RISTJ), julgado em 22/5/2012. 
 
 
Falência e recuperação judicial 
 
A assembleia de credores é soberana em suas decisões quanto aos planos de recuperação 
judicial. Contudo, as deliberações desse plano estão sujeitas aos requisitos de validade dos atos 
jurídicos em geral, requisitos esses que estão sujeitos a controle judicial. 
Comentários É possível ao Poder Judiciário reconhecer a ineficácia, em relação ao prejudicado, de uma 
cláusula constante de plano de recuperação judicial aprovado em Assembleia Geral de 
Credores, ou as deliberações tomadas nessa assembleia não são passíveis de controle judicial? 
A apresentação, pelo devedor, de plano de recuperação, bem como sua aprovação, pelos 
credores, seja pela falta de oposição, seja pelos votos em assembleia de credores (arts. 56 e 
57 da LFRJ) consubstanciamatos de manifestação de vontade. 
 
Disso decorre que, de fato, não compete ao juízo interferir na vontade soberana dos 
credores, alterando o conteúdo do plano de recuperação judicial, salvo em hipóteses 
expressamente autorizadas por lei (v.g. art. 58, §1º, da LFRJ). 
 
A obrigação de respeitar o conteúdo da manifestação de vontade, no entanto, não implica 
impossibilitar ao juízo que promova um controle quanto à licitude das providências 
decididas em assembleia. Qualquer negócio jurídico, mesmo no âmbito privado, representa 
uma manifestação soberana de vontade, mas que somente é válida se, nos termos do art. 
104 do CC, provier de agente capaz, mediante a utilização de forma prescrita ou não defesa 
em lei, e se contiver objeto lícito, possível, determinado ou determinável. Na ausência 
desses elementos, o negócio jurídico é inválido. 
 
A decretação de invalidade de um negócio jurídico em geral não implica interferência, pelo 
Estado, na livre manifestação de vontade das partes. Implica, em vez disso, controle estatal 
justamente sobre a liberdade dessa manifestação, ou sobre a licitude de seu conteúdo. 
 
Assim, a vontade dos credores, ao aprovarem o plano, deve ser respeitada nos limites da 
Lei, somente podendo ser controlada judicialmente se não forem atendidos os requisitos de 
validade dos atos jurídicos em geral. 
Processo Terceira Turma. REsp 1.314.209-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 22/5/2012. 
 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
Defensoria Pública e honorários 
 
"Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a 
pessoa jurídica de direito público à qual pertença" (Súmula 421/STJ). 
Também não são devidos honorários advocatícios à Defensoria Pública quando ela atua contra 
pessoa jurídica de direito público que integra a mesma Fazenda Pública. 
Comentários É importantíssimo que você conheça a súmula 421 do STJ: 
Súmula 421-STJ: Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando 
ela atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença. 
 
Também não são devidos honorários advocatícios à Defensoria Pública quando ela atua 
contra pessoa jurídica de direito público que integra a mesma Fazenda Pública. 
Ex: ação de “A”, hipossuficiente assistido pela Defensoria Pública do Estado do Rio de 
Janeiro contra determinada autarquia do Estado do RJ. 
Nesse caso, ainda que a ação de “A” seja julgada procedente, esta autarquia-ré não será 
condenada ao pagamento de honorários advocatícios. 
 
O STJ entendeu que seria desarrazoado admitir que uma autarquia estadual, ao litigar 
contra assistido patrocinado pela Defensoria Pública do mesmo Estado, viesse a ser 
condenado ao pagamento de honorários advocatícios, quando considerado que os recursos 
públicos envolvidos são oriundos do próprio Estado. 
 
Nessas circunstâncias, decidiu a Corte que seria necessário dar à Súmula 421/STJ uma 
interpretação mais extensiva, no sentido de alcançar não apenas as hipóteses em que a 
Defensoria Pública atua contra a pessoa jurídica de direito público à qual pertença, mas 
também naquelas em que atua contra pessoa jurídica que integra a mesma Fazenda Pública. 
Pacífico Trata-se de entendimento pacífico do STJ. 
Processo Quinta Turma. REsp 1.102.459-RJ, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu (Desembargador convocado do TJ-RJ), 
julgado em 22/5/2012. 
 
 
Recursos (erro material na denominação do recurso e fungibilidade) 
 
A parte apresentou agravo contra a decisão que negou seguimento a recurso especial 
denominando-o de "agravo regimental". 
Assim, o Presidente do Tribunal a quo analisou o recurso, negando-lhe seguimento por incabível. 
Todavia, o STJ entendeu que a designação errônea do agravo é patente, haja vista encontrar-se 
fundado no art. 544 do CPC e, ademais, seu pedido final menciona o STJ como órgão julgador, 
inexistindo dúvidas de que se trata de agravo do art. 544, com mero erro material na petição. 
Desse modo, se houve mero equívoco material na denominação do recurso este deverá ser 
conhecido como se fosse o recurso correto. 
Comentários Antes de adentrarmos no caso julgado pelo STJ, vejamos algumas noções sobre o agravo 
de que trata o art. 544 do CPC: 
A parte que deseja interpor um Recurso Especial (REsp) ou Recurso Extraordinário (RE), 
deve protocolizar estes recursos no juízo a quo (recorrido) e não diretamente no juízo ad 
quem (STJ ou STF). 
 
Ex: TRF 1 profere acórdão, por unanimidade, em apelação, afirmando que “A”, servidor 
público federal, não possui determinado direito previsto na Lei 8.112/90. Nessa hipótese, 
“A” poderá interpor recurso especial, a ser julgado pelo STJ, contra esta decisão, com base 
no art. 105, III, a, da CF/88. 
ATENÇÃO 
Defensoria 
 
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O REsp deverá ser protocolizado no próprio TRF 1. 
A recorrida (no caso, a União) será intimada para apresentar suas contrarrazões. 
Após, o Presidente do Tribunal (ou Vice-Presidente, a depender do regimento interno), em 
decisão monocrática, irá fazer um juízo de admissibilidade do recurso. 
 
Se o juízo de admissibilidade for positivo significa que o Presidente do Tribunal entendeu 
que os pressupostos estavam preenchidos e então remeterá o recurso para o STJ. 
 
Se o juízo de admissibilidade for negativo significa que o Presidente do Tribunal entendeu 
que algum pressuposto não estava presente e então ele não admitirá o recurso. 
 
O que a parte pode fazer caso o Presidente (ou Vice) do Tribunal não admita o RE ou o REsp? 
Qual é o recurso cabível contra esta decisão do Presidente (ou Vice)? 
 
Antes da Lei n. 12.322/2010 Depois da Lei n. 12.322/2010 
A parte deveria interpor um agravo de 
instrumento. 
 
A parte deveria juntar todos os 
documentos exigidos pelo art. 525, CPC. 
A parte agora deve interpor um agravo nos 
próprios autos, sem a necessidade de 
instrumento (ou seja, não é mais necessário 
juntar os documentos do art. 525). 
 
Este agravo tem sido chamado de “agravo 
contra decisão denegatória de REsp ou RE”. 
 
Vejamos os dispositivos legais que tratam sobre esta nova espécie de agravo: 
Art. 544. Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, caberá agravo nos próprios autos, no 
prazo de 10 (dez) dias. 
 
§ 1º O agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido. 
 
§ 2º A petição de agravo será dirigida à presidência do tribunal de origem, não dependendo do pagamento de 
custas e despesas postais. O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer 
resposta, podendo instruí-la com cópias das peças que entender conveniente. Em seguida, subirá o agravo ao 
tribunal superior, onde será processado na forma regimental. 
 
§ 3º O agravado será intimado, de imediato, para no prazo de 10 (dez) dias oferecer resposta. Em seguida, os 
autos serão remetidos à superior instância, observando-se o disposto no art. 543 deste Código e, no que couber, 
na Lei n. 11.672, de 8 de maio de 2008. 
 
§ 4º No Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça, o julgamento do agravo obedecerá ao 
disposto no respectivo regimento interno, podendo o relator: 
I - não conhecer do agravo manifestamente inadmissível ou que não tenha atacado especificamente os 
fundamentos da decisão agravada; 
 
II - conhecer do agravo para: 
a) negar-lhe provimento, se correta a decisão que não admitiu o recurso; 
b) negar seguimento ao recurso manifestamente inadmissível, prejudicado ou em confronto com súmula ou 
jurisprudência dominante no tribunal; 
c) dar provimento ao recurso, se o acórdão recorrido estiver em confronto com súmula ou jurisprudência 
dominante no tribunal. 
 
Caso julgado pelo STJ neste informativo: 
“B” ajuizou uma ação que foi julgada improcedente em 1ª instância. 
Contra essa sentença, “B” interpôs apelação para o TJ. 
O TJ, por unanimidade, julgou improvida a apelação, mantendo a sentença. 
Contra esse acórdão, “B” interpôs recurso especial, que seria julgadopelo STJ. 
 
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Como vimos, o REsp é protocolizado no próprio juízo a quo (recorrido), que irá fazer um 
juízo de admissibilidade. 
O Presidente do Tribunal fez um juízo de admissibilidade negativo do REsp interposto por 
“B”, ou seja, ele entendeu que algum pressuposto processual não estava presente e, então, 
não admitiu o REsp. 
 
Contra essa decisão monocrática denegatória do Presidente, qual o recurso que “B” deveria 
ter interposto? 
R: agravo contra decisão denegatória de REsp, nos termos do art. 544 do CPC. 
 
Qual é o prazo desse agravo do art. 544 do CPC? 
R: 10 dias. 
 
Ocorre que “B”, dentro do prazo de 10 dias, interpôs agravo, contudo, a este denominou de 
“agravo regimental”. 
 
O Presidente do Tribunal entendeu que “B” interpôs o agravo errado e negou seguimento 
ao recurso, sustentando que houve erro grosseiro de sua parte, não cabendo aplicar o 
princípio da fungibilidade. 
 
Diante disso, “B” ajuizou reclamação no STJ alegando que o Tribunal a quo não detinha 
competência para obstar o seguimento do recurso em questão. 
 
O que decidiu o STJ nessa reclamação? 
O STJ entendeu que, apesar de “B” ter interposto peça processual intitulada de “agravo 
regimental”, verifica-se que, na verdade, o recurso interposto foi feito seguindo as regras 
do art. 544, do CPC, tanto que menciona expressamente esse dispositivo legal. 
 
Desse modo, o STJ entendeu que houve mero equívoco material na denominação do 
recurso e que, portanto, deve o recurso ser apreciado pelo STJ como agravo do art. 544. 
Processo Segunda Seção. Rcl 7.559-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgada em 23/5/2012. 
 
 
Recursos (embargos infringentes) 
 
Se o Tribunal, ao julgar a apelação, em acórdão não unânime, reforma a sentença apenas na 
parte relativa aos honorários advocatícios, contra essa decisão cabem embargos infringentes. 
O mérito corresponde ao pedido da demanda. Um dos pedidos da demanda é a condenação ao 
pagamento de honorários advocatícios. Logo, a parte da sentença que trata dos honorários 
advocatícios consiste em um capítulo de mérito. 
Comentários Embargos infringentes são uma espécie de recurso. 
Os embargos infringentes só cabem para questionar acórdão. 
Não basta, contudo, que seja acórdão, é preciso que ele seja NÃO UNÂNIME, ou seja, 
acórdão em que houve voto vencido. 
A finalidade dos embargos infringentes é a de renovar a discussão para fazer prevalecer as 
razões do voto vencido. 
 
O que é mais difícil de entender, sendo o mais cobrado nos concursos, são as hipóteses de 
cabimento dos embargos infringentes. 
 
 
 
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Segundo o art. 530 do CPC, cabem embargos infringentes somente em duas hipóteses: 
1) contra acórdão não unânime (por maioria) que reforma, em grau de apelação, a 
sentença de mérito. 
2) contra acórdão não unânime (por maioria) que julga procedente a ação rescisória. 
 
1ª) contra acórdão não 
unânime (por maioria) 
proferido por TJ ou TRF que julgou APELAÇÃO e REFORMOU a 
sentença de mérito 
2ª) contra acórdão não 
unânime (por maioria) 
proferido por Tribunal 
(de 2ª instância ou 
superior) 
que julgou a 
AÇÃO RESCISÓRIA 
tendo julgado 
PROCEDENTE essa ação 
rescisória. 
 
Prazo dos embargos infringentes: 15 dias 
Quem julga: o próprio Tribunal, segundo as regras do regimento interno. 
 
Exemplo da hipótese 1: 
“A” ajuíza ação de indenização por danos materiais contra “B”. 
O juiz julga o pedido de “A” procedente, resolvendo o mérito. 
“B” interpõe apelação ao TJ. 
O TJ, por meio de uma Câmara Cível, composta por 3 Desembargadores, reforma a 
sentença do juiz, afirmando que “A” não tem direito à indenização. Dos 3 
Desembargadores, 2 votaram pela reforma e 1 votou pela manutenção da sentença, ou 
seja, o acórdão foi não unânime. 
Nesse caso, “A”, se não se conformar com o acórdão, terá que opor embargos infringentes. 
 
Exemplo da hipótese 2: 
“A” ajuíza ação de indenização por danos materiais contra “B”. 
O juiz julga o pedido de “A” procedente, resolvendo o mérito. 
“B” interpõe apelação ao TJ que, no entanto, mantém a sentença. 
Ocorre o trânsito em julgado. 
“B” ajuíza ação rescisória e o Tribunal, por maioria, julga procedente a rescisória. 
Nesse caso, “A”, se não se conformar com o acórdão, terá que opor embargos infringentes. 
 
Questão polêmica: acórdão que trata sobre os honorários advocatícios 
Se o Tribunal, ao julgar a apelação, em acórdão não unânime, reforma a sentença apenas 
na parte relativa aos honorários advocatícios, cabem embargos infringentes? 
SIM. Havia intensa divergência no STJ sobre o tema, mas a Corte Especial decidiu que, nessa 
hipótese, cabem sim embargos infringentesb. 
 
Assim, são cabíveis embargos infringentes quando o acórdão houver reformado, em grau de 
apelação e por maioria de votos, a sentença de mérito no tocante aos honorários 
advocatícios. 
 
Segundo o que foi decidido, o art. 530 do CPC condiciona o cabimento dos embargos 
infringentes a que exista sentença de mérito reformada por acórdão não unânime, e não 
que o objeto da divergência seja o próprio mérito tratado na sentença reformada. 
 
Desse modo, o dispositivo não restringiu o cabimento do recurso apenas à questão de 
fundo ou à matéria central da lide, não podendo o aplicador do direito interpretar a norma 
a ponto de criar uma restrição nela não prevista. 
 
Ademais, o arbitramento dos honorários não é questão meramente processual, porque tem 
reflexos imediatos no direito substantivo da parte e de seu advogado. Portanto, os 
 
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honorários advocatícios, não obstante disciplinados pelo direito processual, decorrem de 
pedido expresso ou implícito de uma parte contra o seu oponente no processo, portanto 
formam um capítulo de mérito da sentença, embora acessório e dependente. 
 
Em palavras mais simples: o mérito corresponde ao pedido da demanda. Um dos pedidos 
da demanda é a condenação ao pagamento de honorários advocatícios. Logo, a parte da 
sentença que trata dos honorários advocatícios consiste em um capítulo de mérito. 
Recurso 
repetitivo 
Vale a pena ter atenção porque esta matéria foi pacificada no STJ, considerando que o 
julgamento foi proferido segundo o regime de recurso repetitivo. 
Processo Corte Especial. REsp 1.113.175-DF, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 24/5/2012. 
 
 
Direito de Família (execução de alimentos) 
 
Na execução de alimentos pelo rito do art. 733 do CPC (que pode gerar a prisão civil), o valor 
que pode ser cobrado é apenas o dos alimentos, não se podendo incluir verbas estranhas à 
pensão alimentícia, como o valor destinado às despesas de manutenção de um imóvel comum, 
até que este seja partilhado entre o ex-casal. Estes outros valores (despesas de manutenção do 
imóvel) deverão ser executados por outro rito, que não gera prisão. 
Comentários Vamos explicar esse julgado por meio do caso concreto, com algumas adaptações: 
Em uma ação de alimentos, o juiz estabeleceu que “A” tinha a obrigação de pagar a “B” (sua 
ex-esposa), mensalmente, duas prestações: 
 10 salários-mínimos, a título de alimentos; 
 10 salários mínimos, para fazer frente às despesas de manutenção de um sítio, 
patrimônio comum, até posterior partilha entre eles. 
 
“A” vem cumprindo regularmente o pagamento da quantia referente aos alimentos, mas 
está inadimplente quanto ao valor referente às despesas de manutenção do sítio. 
 
“B” ajuizou, então, execução, sob o rito do art. 733 do CPC, pedindo a prisão civil de “A”. 
 
“A” poderá ser preso por conta desse débito, referente à manutenção do sítio? 
R: NÃO (foi o que entendeu o STJ). 
 
A 3ª Turma do STJ reafirmou neste julgado que apenas o inadimplemento de verbas de 
caráter alimentar autoriza a execução nos termos do rito previsto no art. 733 do CPC (que 
pode gerar prisão). 
 
Segundo considerou o STJ, a verba destinada à ex-esposa para manutenção de sítio (que 
não constitui sua moradia), até a efetivação da partilha dos bens comuns docasal, não tem 
natureza jurídica de alimentos. 
 
Logo, o inadimplemento dessa quantia, ainda que censurável e passível de execução pelos 
meios ordinários, não permite, tal como pretendido, a utilização da prisão civil do devedor 
como meio coercitivo ao cumprimento da obrigação porque não se trata de verba 
alimentar. 
Processo Terceira Turma. HC 232.405-RJ, Rel. Min. Massami Uyeda, julgado em 22/5/2012. 
 
 
 
 
 
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DIREITO PENAL 
 
Concurso entre agravantes e atenuantes 
 
No caso de concurso de agravantes e atenuantes (art. 67 do CP), 
a reincidência prevalece sobre a confissão espontânea? 
 
1ª corrente: SIM. A reincidência prevalece (1ª Turma do STF). 
2ª corrente: NÃO. A confissão e a reincidência se compensam (Posição do STJ e da 2ª Turma do STF). 
1ª corrente: 
 
Reincidência 
prevalece 
sobre a 
confissão 
1ª Turma STF 
A reincidência é uma circunstância agravante que prepondera sobre as atenuantes, com 
exceção daquelas que resultam dos motivos determinantes do crime ou da personalidade 
do agente, o que não é o caso da confissão espontânea. Precedentes. 
A confissão espontânea é ato posterior ao cometimento do crime e não tem nenhuma 
relação com ele, mas, tão-somente, com o interesse pessoal e a conveniência do réu 
durante o desenvolvimento do processo penal, motivo pelo qual não se inclui no caráter 
subjetivo dos motivos determinantes do crime ou na personalidade do agente. 
(HC 102.486/MS, 1ª Turma, rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 06/04/2010) 
 
(...) Nos termos do art. 67 do Código Penal, no concurso de atenuantes e agravantes, a pena 
deve aproximar-se do limite indicado pelas circunstâncias preponderantes. No caso em 
exame, a agravante da reincidência prepondera sobre a atenuante da confissão 
espontânea, razão pela qual é inviável a compensação pleiteada ou qualquer outra 
mitigação. Precedentes. 
(HC 108391, 1ª Turma, Relator Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, julgado em 24/04/2012) 
2ª corrente: 
 
Reincidência 
e confissão se 
compensam 
 
Posição do STJ 
2ª Turma STF 
Posição do STJ: 
A 3ª Seção do STJ (que engloba as duas Turmas criminais), por maioria, entendeu que 
devem ser compensadas a atenuante da confissão espontânea e a agravante da 
reincidência por serem igualmente preponderantes. 
Segundo se afirmou, a confissão revela traço da personalidade do agente, indicando o seu 
arrependimento e o desejo de emenda. 
Assim, nos termos do art. 67 do CP, o peso entre a confissão – que diz respeito à personalidade 
do agente – e a reincidência – expressamente prevista no referido artigo como circunstância 
preponderante – deve ser o mesmo, daí a possibilidade de compensação. 
(EREsp 1.154.752-RS, 3ª Seção, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgados em 23/5/2012) 
 
Posição da 2ª Turma do STF: 
11. E o que diz a impetrante? Fala que a confissão espontânea indica lado positivo da 
personalidade do agente, sendo, portanto, englobada pela letra do art. 67 do Código Penal. 
12. Muito bem. Encontrei na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal decisões em 
sentido diametralmente oposto ao pedido defensivo. Ambas as Turmas julgadoras têm 
entendido que não se pode relacionar a personalidade do agente (ou toda uma crônica de 
vida) com a descrição, por esse mesmo agente, dos fatos delitivos que lhe são debitados. Eu 
mesmo, ainda na Primeira Turma, acompanhei esse posicionamento, ao votar com a 
relatora do HC 102.4861, ministra Cármen Lúcia. (...) 
14. Nada obstante, prossegui meditando sobre o tema e hoje alcanço uma diferente 
compreensão das coisas. (...) 
15. Nessa moldura, penso que a assunção da responsabilidade pelo fato-crime, por aquele 
que tem a seu favor o direito a não se auto-incriminar, revela a consciência do 
descumprimento de uma norma social (e de suas consequências), não podendo, portanto, 
ser dissociada da noção de personalidade. (...) 
19. Por tudo quanto posto, concedo a ordem. O que faço para reconhecer o caráter 
preponderante da confissão espontânea (...) 
(HC 101909, Relator Min. Ayres Britto, Segunda Turma, julgado em 28/02/2012) 
 
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O que diz o 
art. 67 do 
CP? 
Concurso de circunstâncias agravantes e atenuantes 
Art. 67. No concurso de agravantes e atenuantes, a pena deve aproximar-se do limite 
indicado pelas circunstâncias preponderantes, entendendo-se como tais as que resultam 
dos motivos determinantes do crime, da personalidade do agente e da reincidência. 
 
Para a 1ª corrente: a confissão não está prevista no rol das circunstâncias preponderantes. 
Para a 2ª corrente: a confissão está prevista no rol das circunstâncias preponderantes 
considerando que é um aspecto relacionado com a “personalidade do agente”. 
Processo Terceira Seção. EREsp 1.154.752-RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgados em 23/5/2012. 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
Videoconferência 
 
O interrogatório do acusado realizado por videoconferência antes da regulamentação do 
procedimento por lei federal (Lei n. 11.900/2009) consubstancia nulidade absoluta, pois viola 
o princípio constitucional do devido processo legal. 
Comentários Imaginemos que o réu mora em São José do Rio Preto (SP) e responde a um processo 
criminal em São Paulo (capital). 
É válida a realização do interrogatório do acusado por meio de videoconferência? 
 
Antes da Lei federal n. 11.900/2009 Depois da Lei federal n. 11.900/2009 
Não havia previsão legal. Essa lei acrescentou dispositivos no CPP 
prevendo a possibilidade do interrogatório 
e da oitiva de testemunhas por meio de 
videoconferência. 
Os interrogatórios e as oitivas de 
testemunhas realizados por meio de 
videoconferência são nulos. 
Os interrogatórios e as oitivas de 
testemunhas realizados por meio de 
videoconferência são válidos. 
 
Como antes da Lei n. 11.900/2009 ainda não havia previsão em lei federal da possibilidade 
de realização de atos processuais por meio de videoconferência, o Estado de São Paulo, em 
2005, editou uma Lei estadual n. 11.819/2005 permitindo a teleaudiência. 
 
Essa lei paulista é constitucional? 
NÃO. O STF decidiu que essa Lei n. 11.819/2005, de São Paulo, era formalmente 
inconstitucional por violar competência exclusiva da União para legislar sobre matéria 
processual (art. 22, I, da CF). 
(HC 90900, Relatora Min. Ellen Gracie, Relator p/ Acórdão Min. Menezes Direito, Tribunal 
Pleno, julgado em 30/10/2008) 
 
Desse modo, todos os interrogatórios realizados antes da Lei federal n. 11.900/2009 são 
nulos, mesmo que tenham sido feitos em São Paulo, onde havia essa previsão na lei estadual. 
 
Esse é o entendimento pacífico do STJ, que foi reafirmado nesse julgado. 
Dica Você pode encontrar a seguinte afirmação correta em sua prova: 
Independentemente da comprovação de evidente prejuízo, é absolutamente nulo o 
interrogatório realizado por videoconferência, se o método televisivo ocorreu anteriormente 
à alteração do ordenamento processual, porquanto a nova legislação, apesar de admitir 
que o ato seja virtualmente procedido, simultaneamente exige que se garanta ao agente 
todos os direitos constitucionais que lhes são inerentes. 
(HC 193.025/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, julgado em 06/09/2011) 
 
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Noções gerais 
sobre o 
interrogatório 
por meio de 
vídeocon-
ferência 
Requisitos e hipóteses: 
O interrogatório por meio de videoconferência somente deve ocorrer: 
- de forma excepcional, 
- por decisão fundamentada do juiz, 
- de ofício ou a requerimento das partes, 
- desde que a medida seja necessária para atender uma das seguintes finalidades: 
a) prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso 
integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o 
deslocamento; 
b) viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante 
dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra 
circunstânciapessoal; 
c) impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não 
seja possível colher o depoimento destas por videoconferência; 
d) responder à gravíssima questão de ordem pública. 
 
Videoconferência ou outros recursos tecnológicos: 
Além do sistema de videoconferência poderá, com base nesses mesmos requisitos, ser 
adotado outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real. 
 
Partes devem ser intimadas previamente sobre a decisão do juiz: 
Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes 
serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência. 
 
Interrogado acompanhará, se desejar, os atos que estão sendo praticados na instrução: 
Antes do interrogatório por videoconferência, o interrogado poderá acompanhar, pelo mesmo 
sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência de instrução e julgamento. 
 
Interrogado tem direito de entrevista prévia com seu defensor: 
Mesmo sendo o interrogatório por videoconferência, o juiz deve garantir ao réu o direito de 
entrevista prévia e reservada com o seu defensor. Deverá ser garantido também o acesso a 
canais telefônicos reservados para comunicação entre o defensor que esteja no presídio e o 
advogado presente na sala de audiência do Fórum, e entre este e o preso. 
 
A sala de videoconferência deverá ser fiscalizada: 
A sala reservada no estabelecimento prisional para a realização de atos processuais por 
sistema de videoconferência será fiscalizada pelos corregedores e pelo juiz de cada causa, 
como também pelo Ministério Público e pela Ordem dos Advogados do Brasil. 
 
Videoconferência pode ser usada também para oitiva de testemunhas: 
Se a testemunha a ser ouvida morar fora da jurisdição do juiz da causa, ela poderá ser 
também ouvida por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão 
de sons e imagens em tempo real, permitida a presença do defensor e podendo ser 
realizada, inclusive, durante a realização da audiência de instrução e julgamento. 
Processo Quinta Turma. HC 193.904-SP, Rel. Min. Adilson Vieira Macabu (Desembargador convocado do TJ-RJ), julgado 
em 22/5/2012. 
 
 
 
 
 
 
 
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Intimação 
 
A falta de intimação pessoal do advogado nomeado pelo próprio réu acerca da data do 
julgamento do recurso não consubstancia nulidade processual. 
Somente se exige intimação pessoal para o defensor público ou defensor dativo. 
Comentários O defensor do réu deve ser intimado da data marcada para julgamento da apelação criminal. 
Nesse sentido, há inclusive súmula: 
Súmula 431-STF: É nulo o julgamento de recurso criminal, na segunda instância, sem prévia 
intimação, ou publicação da pauta, salvo em habeas-corpus. 
 
Como é feita essa intimação? 
 Se for defensor público ou dativo: essa intimação deverá ser pessoal. 
 Se for defensor constituído: essa intimação pode ser por meio de publicação no órgão 
oficial de imprensa. 
 
Dessa forma, o STJ decidiu que a falta de intimação pessoal do advogado nomeado pela 
própria ré acerca da data do julgamento do recurso não consubstancia nulidade processual, 
não havendo, portanto, que falar em mitigação do exercício do direito de ampla defesa. 
Processo Quinta Turma. HC 187.757-SP, Rel. Min. Gilson Dipp, julgado em 22/5/2012. 
 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Contribuições para os Serviços Sociais Autônomos (art. 240 da CF) 
 
Empresas prestadoras de serviços educacionais devem pagar 
as contribuições destinadas ao SESC e SENAC 
Comentários As empresas prestadoras de serviços educacionais (exs: faculdades, colégios) integram a 
Confederação Nacional de Educação e Cultura e não a Confederação Nacional do Comércio. 
 
Mesmo assim, tais empresas estão sujeitas às contribuições destinadas ao SESC e SENAC 
(serviços vinculados à Confederação Nacional do Comércio). 
 
Isso se justifica para que os empregados dessas empresas não sejam excluídos dos 
benefícios sociais proporcionados pelo SESC e SENAC considerando que não existe entidade 
específica que ampare a categoria profissional a que pertencem. 
 
Assim, na ausência de uma entidade que abranja os trabalhadores das empresas de serviços 
educacionais, há que fazer o seu enquadramento na Confederação Nacional do Comércio, 
ainda que submetida a atividade respectiva a outra confederação, incidindo as 
contribuições ao SESC e SENAC, que se encarregarão de fornecer os benefícios sociais 
correspondentes. 
Processo Primeira Seção. REsp 1.255.433-SE, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 23/5/2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Crédito tributário (pagamento indevido e repetição de indébito) 
 
Qual é o prazo prescricional para obter a restituição do valor pago indevidamente 
no caso de tributos sujeitos a lançamento por homologação? 
 
 Para ações de repetição de indébito ajuizadas até 8/6/2005: 10 anos. 
 Para ações de repetição de indébito ajuizadas a partir de 9/6/2005: 5 anos. 
 
No dia 09/06/2005 entrou em vigor a LC 118/2005, que estabeleceu que, para efeito de 
repetição de indébito, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a 
lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado. 
 
Obs: não importa se o pagamento indevido foi feito antes da LC 118/2005 (09/06/2005). 
O que interessa saber é se a ação foi ajuizada antes da LC 118/2005 entrar em vigor. 
Comentários Antes de adentrar no julgado, para explicar esse tema, que é difícil e repleto de detalhes, 
transcreveremos aqui alguns trechos do melhor livro de Direito Tributário para concursos 
públicos: ALEXANDRE, Ricardo. Direito Tributário Esquematizado. 6ª ed., São Paulo: 
Método, 2012, p. 420-422. 
 
Pagamento indevido e repetição de indébito 
Quem pagou tributo que não era devido possui direito à restituição do valor pago 
indevidamente. Esse direito está expressamente previsto no CTN: 
Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição 
total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento (...) 
 
O prazo para que o contribuinte pleiteie a restituição do valor pago indevidamente é de 5 anos. 
 
Se o contribuinte pagou o tributo sem qualquer litígio no âmbito da administração 
tributária, o CTN afirma que esse prazo de 5 anos é contado a partir da data da extinção do 
crédito tributário (art. 168, I). 
 
Então, em regra, o prazo para restituição é de 5 anos contados da data de extinção do 
crédito tributário, nos termos do art. 168, I, do CTN. 
 
Em que momento ocorre a extinção do crédito tributário? 
 
O STJ, após muita discussão, decidiu no seguinte sentido 
(veremos que isso vai ser mudado pela LC 118/2005 mais a frente): 
 
Lançamento de OFÍCIO 
Lançamento por DECLARAÇÃO 
O CT é extinto na data do PAGAMENTO 
Não há necessidade de se falar em qualquer 
providência posterior da Administração Tributária. 
Isso ocorre assim porque nessas duas espécies de 
lançamento quem calcula o valor do tributo a ser 
recolhido é a autoridade fiscal competente, de forma 
a se presumir que tal valor esteja correto. 
Lançamento por HOMOLOGAÇÃO 
O CT é extinto na data da HOMOLOGAÇÃO 
No lançamento por homologação, é o sujeito passivo 
quem calcula o montante do tributo devido e antecipa 
o respectivo pagamento, extinguindo o crédito 
tributário sob condição resolutória. 
 
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Assim, a extinção somente é definitiva com a 
homologação feita pela autoridade fiscal, que poderá 
ser expressa ou tácita. 
 
 
Extinção do crédito no lançamento por homologação 
Na prática, como a homologação tácita é a regra, o sujeito passivo acabava por possuir um 
prazo de praticamente 10 anos para formular o pedido de restituição: 
5 anos para a homologação (quando então o crédito era extinto) + 5 anos do prazo de 
restituição propriamente dito. 
 
Em termos mais precisos, efetuado um pagamento que venha a considerar indevido, o 
sujeito passivo poderia pleitearrestituição já no dia seguinte. Apesar disso, o prazo para 
formular o pedido ainda não começara a fluir, o que viria a ocorrer tão-somente na data da 
homologação. Como tal homologação é, na maioria das vezes, tácita, o comum era que o 
prazo de cinco anos previsto no art. 168, I, do CTN só começasse a fluir cinco anos após o 
fato gerador. 
 
Assim, o sujeito passivo poderia pleitear a restituição desde a data do pagamento indevido 
até cinco anos após a homologação. Como a data do pagamento e a do fato gerador são 
bastante próximas (normalmente com uma diferença de dez a trinta dias), o sujeito passivo 
teria prazo de praticamente dez anos para pleitear a restituição. Trata-se da famosa teoria 
dos cinco mais cinco. 
 
A situação muda com a Lei Complementar 118/2005: 
O Governo Federal não concordava com esse entendimento do STJ, considerando que, no 
caso do lançamento por homologação, o contribuinte acabava gozando de um prazo muito 
extenso para pleitear a restituição. 
Desse modo, foi editada a Lei Complementar n. 118/2005 com o objetivo de alterar essa regra. 
Veja o que previu o art. 3º da LC 118/2005: 
Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei n.º 5.172, de 25 de outubro 
de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de 
tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de 
que trata o § 1º do art. 150 da referida Lei. 
 
Obs: a LC 118/2005 entrou em vigor no dia 09/06/2005. 
 
A nova regra, na realidade, muda o prazo para a formulação do pedido de restituição de 
tributo sujeito a lançamento por homologação. A mudança decorre de um deslocamento do 
termo inicial do prazo. 
 
Vejamos como ficou a situação (isso é o que vale hoje em dia): 
 
Lançamento de OFÍCIO 
Lançamento por DECLARAÇÃO 
O CT é extinto na data do PAGAMENTO 
Lançamento por HOMOLOGAÇÃO 
O CT também é extinto na data do PAGAMENTO 
antecipado 
 
O art. 4º da LC 118/2005 tentou dar caráter retroativo a essa nova regra, afirmando que ela 
seria expressamente interpretativa, de modo que poderia ser aplicada a atos ou fatos 
pretéritos, conforme autoriza o art. 106, I, do CTN. 
 
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Vejamos o art. 4º da LC 118/2005 e o art. 106 do CTN: 
LC 118/2005: 
Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, 
quanto ao art. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei n.º 5.172, de 25 de outubro de 
1966 – Código Tributário Nacional. 
 
Código Tributário Nacional 
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: 
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de 
penalidade à infração dos dispositivos interpretados; 
 
Esse art. 4º da LC 118/2005 é constitucional? A regra trazida pelo art. 3º da LC 118/2005 
pode ser aplicada a atos e fatos pretéritos? 
 
O que o STJ e o STF decidiram sobre o tema: 
 
STJ STF 
O art. 4º, segunda parte, é inconstitucional. O art. 4º, segunda parte, é inconstitucional. 
A nova regra trazida pelo art. 3º da LC 
118/2005 não pode ser em nada retroativa. 
A nova regra trazida pelo art. 3º da LC 
118/2005 não pode ser totalmente 
retroativa. 
O prazo de 5 anos previsto no art. 3º da LC 
118/2005 só pode ser aplicado para os 
pagamentos indevidos ocorridos após a sua 
vigência (09/06/2005). 
O prazo de 5 anos previsto no art. 3º da LC 
118/2005 só pode ser aplicado para as 
ações ajuizadas após a sua vigência 
(09/06/2005). 
Qual é o marco para aplicação do art. 3º? 
 Para os pagamentos feitos 
indevidamente pelos contribuintes até 
08/06/2005, o prazo para a repetição 
do indébito é de 10 anos. 
 Para os pagamentos feitos 
indevidamente pelos contribuintes 
partir de 09/06/2005, o prazo para a 
repetição do indébito é de 5 anos 
contados da data do pagamento. 
Qual é o marco para aplicação do art. 3º? 
 Para as ações de repetição de indébito 
ajuizadas até 08/06/2005, o prazo para 
a repetição do indébito é de 10 anos. 
 
 Para as ações de repetição de indébito 
ajuizadas a partir de 09/06/2005, o 
prazo para a repetição do indébito é de 
5 anos, contados da data do 
pagamento. 
Se o pagamento indevido ocorreu até 
08/06/2005: o prazo prescricional para a 
ação de repetição de indébito seria o de 10 
anos. 
Se o pagamento indevido ocorreu até 
08/06/2005: o prazo prescricional para a 
ação de repetição de indébito pode ser: 
 de 10 anos (se a ação foi ajuizada até 
08/06/2005). 
 de 5 anos (se a ação foi ajuizada a 
partir de 08/06/2005). 
O que importa é saber se o pagamento 
indevido foi feito a partir da vigência da LC 
118/2005 (09/06/2005). 
O que importa é saber se a ação de 
repetição de indébito foi ajuizada a partir 
da vigência da LC 118/2005 (09/06/2005). 
REsp 1.002.932/SP, 1ª Seção, j. 25/11/2009 RE 566621, Pleno, julgado em 04/08/2011 
 
Como se vê, o STJ decidiu inicialmente de um modo e o STF, posteriormente, entendeu de 
forma diferente. 
 
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Vejamos com um exemplo a diferença entre as duas posições: 
 “João” fez pagamento indevido de Imposto de Renda (imposto sujeito à lançamento por 
homologação) em abril de 2003. 
Em 15 de junho de 2009, ajuizou ação de repetição de indébito. 
Ocorreu a prescrição? 
• Para a 1ª corrente: Não. A partir de abril de 2003 haveria mais 10 anos para o 
ajuizamento da ação de repetição de indébito. 
• Para a 2ª corrente: SIM. Como João ingressou com a ação após a LC 118/2005, o prazo 
prescricional foi de 5 anos contados do pagamento, ou seja, houve a prescrição em abril 
de 2008. 
 
Qual entendimento prevaleceu? 
Por se tratar de matéria envolvendo a interpretação da lei em face da CF, prevaleceu a 
posição do STF. 
 
Assim, no julgado noticiado neste informativo, o STJ afirma expressamente que está 
superando seu antigo entendimento para se adequar à posição do STF. 
Portanto, o que atualmente prevalece, de forma pacífica, é a posição do STF (2ª corrente). 
 
Resumindo: 
Qual é o prazo prescricional para obter a restituição do valor pago indevidamente no caso 
de tributos sujeitos a lançamento por homologação? 
• Para as ações de repetição de indébito ajuizadas até o dia 08/06/2005: 10 anos, contados 
da data do pagamento. 
• Para as ações de repetição de indébito ajuizadas a partir de 09/06/2005: 5 anos, contados 
da data do pagamento. 
 
Obs: não importa se o pagamento indevido foi feito antes da LC 118/2005 (09/06/2005). 
O que interessa saber é se a ação foi ajuizada antes da LC 118/2005 entrar em vigor. 
Ementa do 
julgado no 
STF 
Confira trechos da ementa do julgado no STF 
Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ 
no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para 
repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo 
em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. 
A LC 118/05, embora tenha se auto-proclamado interpretativa, implicou inovação 
normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos 
contados do pagamento indevido. 
Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser 
considerada como lei nova. (...) 
A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de 
indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas 
tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às 
pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de 
nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus 
conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. 
Afastando-se as aplicações inconstitucionais e resguardando-se, no mais, a eficácia da 
norma, permite-se a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a 
vacatio legis, conforme entendimento consolidadopor esta Corte no enunciado 445 da 
Súmula do Tribunal. 
O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem 
ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus 
direitos. (...) 
 
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Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerando-
se válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão-somente às ações ajuizadas após o 
decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. (...) 
(RE 566621, Relator Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, julgado em 04/08/2011) 
Processo Primeira Seção. REsp 1.269.570-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 23/5/2012. 
 
 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
Previdência complementar 
 
Segundo a jurisprudência do STJ, compete à Justiça estadual (e não à Justiça do Trabalho) 
julgar demandas que envolvam a inclusão de verba (independentemente de sua natureza) no 
cálculo de previdência complementar. 
 
Assim, compete à Justiça estadual julgar ação que pede a inclusão de auxílio cesta-alimentação 
em complementação de aposentadoria de previdência privada. 
Comentários É da Justiça estadual a competência para julgar demandas que envolvam inclusão de verba 
(independentemente de sua natureza) no cálculo de previdência complementar. 
 
O contrato celebrado entre a entidade e o beneficiário está submetido às regras de direito 
civil, envolvendo apenas indiretamente questões de direito do trabalho, razão pela qual 
cabe à Justiça estadual apreciar questões referentes ao seu fiel cumprimento. 
 
A natureza trabalhista da verba que será ou não incluída no cálculo do benefício não tem o 
condão de deslocar a competência para a Justiça laboral. 
 
Desse modo, não importa a natureza da verba que se pretende incluir no cálculo de 
previdência complementar: será sempre competência da Justiça comum porque a discussão 
é contratual. 
 
No caso concreto julgado, beneficiários de entidade de previdência privada pediram que o 
auxílio cesta-alimentação – que é pago com base em acordo coletivo de trabalho – fosse 
incluído no cálculo do benefício complementar. 
Processo Segunda Seção. EAg 1.301.267-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgados em 23/5/2012. 
 
 
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 
 
Julgue os itens a seguir: 
1) O processo disciplinar se encerra mediante o julgamento do feito pela autoridade competente. A essa 
decisão administrativa, à semelhança do que ocorre no âmbito jurisdicional, deve ser atribuída a nota 
fundamental de definitividade. ( ) 
2) O servidor público punido não pode remanescer sujeito a rejulgamento do feito para fins de 
agravamento da sanção, com a finalidade de seguir orientação normativa, quando sequer se apontam 
vícios no processo administrativo disciplinar. ( ) 
3) A extinção da punibilidade, em função da prescrição retroativa, vincula o juízo cível na apreciação de 
pedido de indenização decorrente do ato delituoso. ( ) 
4) Quando ocorre a extinção da punibilidade pela prescrição retroativa, são extintos todos os seus efeitos, 
inclusive o efeito civil previsto no art. 91, I, do CP. ( ) 
 
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5) Não cabe a denunciação da lide nas ações indenizatórias decorrentes da relação de consumo seja no caso 
de responsabilidade pelo fato do produto, seja no caso de responsabilidade pelo fato do serviço. ( ) 
6) Os honorários advocatícios não são devidos à Defensoria Pública quando ela atua contra a pessoa 
jurídica de direito público à qual pertença. ( ) 
7) Não são devidos honorários advocatícios à Defensoria Pública quando ela atua contra pessoa jurídica 
de direito público que integra a mesma Fazenda Pública. ( ) 
8) Se o Tribunal, ao julgar a apelação, em acórdão não unânime, reforma a sentença apenas na parte 
relativa aos honorários advocatícios, contra essa decisão não cabem embargos infringentes. ( ) 
9) É válido o interrogatório realizado por videoconferência mesmo antes da regulamentação do 
procedimento por lei federal, considerando que inexiste prejuízo à defesa. ( ) 
10) (DPU 2010) O interrogatório, na atual sistemática processual penal, deve ser realizado, como regra 
geral, por intermédio de videoconferência, podendo o juiz, por decisão fundamentada, nos expressos 
casos legais, decidir por outra forma de realização do ato. O CPP estabelece, de forma expressa, o uso 
da videoconferência ou de recurso tecnológico similar para oitiva do ofendido e de testemunhas, 
inclusive nos casos em que se admita a utilização de carga rogatória. ( ) 
11) (Juiz Federal – TR3 – 2010) O interrogatório por meio de videoconferência, de acordo com a legislação 
em vigor, é medida excepcional que deverá ser fundamentada pelo órgão judicial que a autorizar. ( ) 
12) A falta de intimação pessoal do advogado nomeado pelo próprio réu acerca da data do julgamento do 
recurso não consubstancia nulidade processual. ( ) 
13) (Juiz – TJ-MS – 2010) Devem ser intimados pessoalmente o 
a) Advogado do assistente e o defensor público. 
b) Defensor nomeado e o Ministério Público. 
c) Advogado do querelante e o defensor público. 
d) Ministério Público e o advogado do assistente. 
e) Defensor nomeado e o advogado do querelante. 
 
14) (Defensor Público – PI – 2009) Segundo entendimento do STF, é nulo o processo penal desde a 
intimação do réu que não se fez na pessoa do Defensor Público que o assiste na causa. ( ) 
 
 
 
Gabarito 
1. C 2. C 3. E 4. C 5. C 6. C 7. C 8. E 9. E 10. E 
11. C 12. C 13. letra B 14. C

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