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DESENVOLVIMENTO MOTOR DA FALA E DA LINGUAGEM 2 Faculdade de Minas 2 Sumário NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 3 DESENVOLVIMENTO MOTOR DA FALA E DA LINGUAGEM ....................... 4 1- DISTINÇÃO ENTRE FALA E LINGUAGEM ................................................ 4 2- O CONTEXTO DA LINGUAGEM ................................................................ 5 3- A LINGUAGEM............................................................................................ 6 4- BASES BIOLÓGICAS DA LINGUAGEM ..................................................... 7 5- OS SISTEMAS DA LINGUAGEM .............................................................. 10 6- DESENVOLVIMENTO DA FALA E DA COMUNICAÇÃO ......................... 14 7- ALTERAÇÕES NO DESENVOLVIMENTO DA FALA ............................... 16 8- FASES DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM ............................... 18 9- AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM .................................................................. 19 10- INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO DA FALA E DA LINGUAGEM: ................................................................................................................................. 22 11- O ESTADO LINGUÍSTICO E A FALA LINGUÍSTICA .............................. 24 12- ESTRUTURA DA LINGUAGEM .............................................................. 25 13- CAUSAS DOS ATRASOS NA FALA E NA LINGUAGEM ....................... 28 BIBLIOGRAFIA .............................................................................................. 30 3 Faculdade de Minas 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 Faculdade de Minas 4 DESENVOLVIMENTO MOTOR DA FALA E DA LINGUAGEM 1- DISTINÇÃO ENTRE FALA E LINGUAGEM A fala é a expressão verbal da linguagem e envolve a articulação dos sons para a produção de palavras. A linguagem é muito mais ampla e se refere a todo o sistema de expressão e recepção da informação. Consiste em compreender e ser compreendido por meio da comunicação verbal, não verbal e escrita. Apesar dos problemas de fala e de linguagem serem diferentes, com frequência eles se superpõem. Uma criança com dificuldades de linguagem pode pronunciar as palavras corretamente, mas não ser capaz de unir mais de duas palavras. Por outro lado, talvez seja difícil compreender a fala de uma outra criança, apesar dela utilizar palavras e frases para expressar suas ideias. É possível ainda encontrar uma terceira criança que fale corretamente, mas tenha dificuldades para seguir instruções. 5 Faculdade de Minas 5 2- O CONTEXTO DA LINGUAGEM A linguagem é um exemplo de função cortical superior, e seu desenvolvimento se sustenta, por um lado, em uma estrutura anatomofuncional geneticamente determinada e, por outro, em um estímulo verbal que depende do ambiente. Serve de veículo para a comunicação, ou seja, constitui um instrumento social usado em interações visando à comunicação. Desta forma, deve ser considerada mais como uma força dinâmica ou processo do que como um produto. Pode ser definida como um sistema convencional de símbolos arbitrários que são combinados de modo sistemático e orientado para armazenar e trocar informações. A linguagem das crianças intriga linguistas e estudiosos do assunto. Sendo assim crianças do século XII, por exemplo, apesar de crianças como as de hoje não brincavam com os mesmos brinquedos, nem sentiam, nem pensavam, nem se vestiam como as crianças de hoje. E, certamente as crianças deste século terão características muito diferentes das de hoje. É interessante que assim surge um questionamento: se as crianças de antigamente eram diferentes das de hoje certamente as de amanhã também serão. Segundo Maingueneau “a aquisição da linguagem tenta explicar entre outras coisas o fato de as crianças, por volta dos 3 anos, serem capazes de fazer o uso produtivo - de suas línguas”. 6 Faculdade de Minas 6 3- A LINGUAGEM A linguagem é um exemplo de função cortical superior, e seu desenvolvimento se sustenta, por um lado, em uma estrutura anatomofuncional geneticamente determinada e, por outro, em um estímulo verbal que depende do ambiente. Isto é, a linguagem não pode ser atribuída inteiramente nem a uma estrutura inata, nem à aprendizagem. Qualquer criança vai adquirir qualquer linguagem a que for exposta, mas a aprendizagem não pode acontecer sem que exista algum mecanismo inato que a realize. Este, envolve as bases biológicas da linguagem, dependentes dos aspectos anatomofuncionais. Refere-se ao processo complexo mantido por uma rede de neurônios distribuída entre diferentes regiões cerebrais. Serve de veículo para a comunicação, ou seja, constitui um instrumento social usado em interações visando à comunicação. Desta forma, deve ser considerada mais como uma força dinâmica ou processo do que como um produto. Pode ser definida como um sistema convencional de símbolos arbitrários que são combinados de modo sistemático e orientado para armazenar e trocar informações. Desde pequenos já existe a comunicação, mas esta não é feita por meio oral. A linguagem é um sistema de símbolos culturais internalizados, e é utilizada com o fim último de comunicação social. Assim como no caso da inteligência e do pensamento, o seu desenvolvimento passa também por períodos até que a criança chegue a utilização de frases e múltiplas palavras. 7 Faculdade de Minas 7 4- BASES BIOLÓGICAS DA LINGUAGEM O processo da linguagem é bastante complexo e envolve uma rede de neurônios distribuída entre diferentes regiões cerebrais. Em contato com os sons do ambiente, a fala engloba múltiplos sons que ocorrem simultaneamente, em várias frequências e com rápidas transições entre estas. O ouvido tem de sintonizar este sinal auditivo complexo, decodificá-lo e transformá-lo em impulsos elétricos, os quais são conduzidos por células nervosas à área auditiva do córtex cerebral, no lobo temporal. O logo, então, reprocessa os impulsos, transmite-os às áreas da linguagem e provavelmente armazena a versão do sinal acústico por um certo período de tempo. A área de Wernicke, situada no lobo temporal, reconhece o padrão de sinais auditivos e interpreta-os até obter conceitos ou pensamentos, ativando um grupo distinto de neurônios para diferentes sinais. 8 Faculdade de Minas 8 Ao mesmo tempo, são ativados neurônios na porção inferior do lobo temporal, os quais formam uma imagem do que se ouviu, e outros no lobo parietal, que armazenam conceitos relacionados. De acordo com este modelo, a rede neuronal envolvida forma uma complexa central de processamento.Para verbalizar um pensamento, acontece o inverso. Inicialmente, é ativada uma representação interna do assunto, que é canalizada para a área de Broca, na porção inferior do lobo frontal, e convertida nos padrões de ativação neuronal necessários à produção da fala. Também estão envolvidas na linguagem áreas de controle motor e as responsáveis pela memória. O cérebro é um órgão dinâmico que se adapta constantemente a novas informações. Como resultado, as áreas envolvidas na linguagem de um adulto podem não ser as mesmas envolvidas na criança, e é possível que algumas zonas do cérebro sejam usadas apenas durante o período de desenvolvimento da linguagem. Acredita-se que o hemisfério esquerdo seja dominante para a linguagem em cerca de 90% da população; contudo, o hemisfério direito participa do processamento, principalmente nos aspectos da pragmática. 4.1 ÁREA ASSOCIATIVA PRÉ-FRONTAL Funciona em estreita associação com o córtex motor para planejar padrões complexos e seqüências de movimentos. Para ajudar dessa função, é conectada por maciço feixe de fibras subcorticais à área associativa parieto-occipitotemporal, discutida a seguir. Em relação à linguagem, é nesta região que se encontra a área de Broca. 9 Faculdade de Minas 9 4.2 ÁREA DE BROCA Região especial no córtex pré-frontal que contém um circuito necessário para a formação da palavra. Esta área está localizada parcialmente no córtex pré-frontal postero-lateralmente e parcialmente na área pré-motora. É onde ocorre o planejamento dos padrões motores para a expressão de palavras individuais. 4.3 ÁREA ASSOCIATIVA PARIETO-OCCIPITOTEMPORAL Essa área abrange 4 regiões: de análise das coordenadas espaciais do corpo, área para o processamento inicial da linguagem (leitura), área para compreensão da linguagem, e área para a nomeação de objetos. Estas 2 últimas são essenciais para a atividade linguística. Observação: A linguagem deve ser distinguida da leitura e da escrita. A linguagem escrita é uma invenção humana, e deve ser ensinada, com resultados irregulares. O domínio da linguagem não é o mesmo que reconhecimento de símbolos, mas se refere à comunicação oral, à capacidade de encadear pensamentos em sentenças corretamente. 4.5 ÁREA DE WERNICKE A área de Wernicke, situada no lobo temporal, é um processador de sons que os reconhece para que sejam interpretados como palavras e sejam utilizados, posteriormente, para evocar conceitos. Em outras palavras, é a área de compreensão da linguagem, já que não é um selecionador de palavras, mas parte do sistema necessário para implementar os sons na forma de representações internas auditivas e sinestésicas que dão apoio às vocalizações. Por esse motivo, a área de Broca trabalha em associação estreita com o centro de Wernicke. 10 Faculdade de Minas 10 4.6 ÁREA PARA A NOMEAÇÃO DE OBJETOS Na parte mais lateral da região anterior do lobo occipital e da região posterior do lobo temporal está uma párea responsável pela nomeação dos objetos. Estes nomes são aprendidos principalmente através da audição, enquanto as naturezas físicas dos objetos são aprendidas principalmente através da visão. Por sua vez, os nomes são essenciais para a compreensão da linguagem (funções realizadas pela área de Wernicke localizada imediatamente superior à região auditiva de “nomeação” e anteriormente à área de processamento da palavra visual). 5- OS SISTEMAS DA LINGUAGEM O processo de aquisição da linguagem parece seguir o mesmo percurso global independente da cultura, se baseando no conhecimento adquirido em relação a objetos, ações, locais, propriedades, etc. Envolve o desenvolvimento de quatro sistemas interdependentes: o pragmático, que se refere ao uso comunicativo da linguagem num contexto social; o fonológico, envolvendo a percepção e a produção de sons para formar palavras; o 11 Faculdade de Minas 11 semântico, respeitando as palavras e seu significado; e o gramatical, compreendendo as regras sintáticas e morfológicas para combinar palavras em frases compreensíveis. Os sistemas fonológico e gramatical conferem à linguagem sua forma. O sistema pragmático descreve o modo como a linguagem deve ser adaptada a situações sociais específicas, transmitindo emoções e enfatizando significados. No desenvolvimento da linguagem, duas fases distintas podem ser reconhecidas: a pré-lingüística, em que são vocalizados apenas fonemas (sem palavras) e a fase lingüística, quando a criança começa a falar palavras isoladas com compreensão. Posteriormente, a criança progride na escalada de complexidade da expressão. Este processo é contínuo e ocorre de forma ordenada e sequencial, com sobreposição considerável entre as diferentes etapas deste desenvolvimento. Ao nascer, a criança não entende o que lhe é dito. Somente aos poucos começa a atribuir um sentido ao que escuta. Do mesmo modo acontece com a produção da linguagem falada. O entendimento e a produção da linguagem falada evoluem. 12 Faculdade de Minas 12 Existem diferentes tipos de linguagem: a corporal, a falada, a escrita e a gráfica. Para se comunicar a criança utiliza, tanto a linguagem corporal Historicamente, duas teorias antagônicas acerca de como as crianças adquirem a linguagem são a teoria da aprendizagem (a qual enfatiza o papel do reforço e a imitação) e o inatismo (o qual sustenta que as pessoas têm uma capacidade inata para adquirir a linguagem). Atualmente, a maioria dos psicólogos do desenvolvimento afirma que as crianças têm uma capacidade inata para aprender a linguagem e que ela é ativada e estimulada pela maturação, pelo desenvolvimento cognitivo e por certas experiências ambientais . Influências específicas no desenvolvimento da linguagem incluem fatores genéticos, temperamento e interação social. A comunicação entre cuidadores e crianças é essencial para o desenvolvimento da linguagem. O valor de ouvir uma linguagem direta e simples (fala dirigida à criança, ou “língua de mãe”) não está claro, embora os bebês mostrem preferência pela mesma. Perguntas e elaboração são mais eficazes do que a fala 13 Faculdade de Minas 13 diretiva, tanto na conversação quanto na leitura em voz alta. O desenvolvimento motor e de linguagem dos pequenos seguem margens de normalidades esperadas a cada fase, isto é, podem variar de criança para criança, mas existe um tempo máximo para cada situação ocorrer. O desenvolvimento infantil se inicia ainda na vida uterina, com o crescimento físico, a maturação neurológica, a construção de habilidades relacionadas ao comportamento e as esferas cognitiva, afetiva e social. A primeira infância, que abrange a idade entre zero a cinco anos, é a fase em que a criança se encontra mais receptiva aos estímulos vindo do ambiente e o desenvolvimento das habilidades motoras ocorre muito rapidamente. Neste período, principalmente no primeiro ano de vida, os primeiros marcos motores aparecem com o controle de cabeça, o rolar, o arrastar e mais tarde o sentar, o engatinhar e a marcha no final do primeiro ano. A primeira etapa motora que o bebê deve alcançar é o controle de cabeça até três meses de vida. O rolar deve aparecer por volta dos cinco meses e o sentar sozinho aos seis meses. 14 Faculdade de Minas 14 Aos oito meses, a criança deve assumir a postura sentada sozinha e aos nove meses deve engatinhar e se puxar para a postura de pé. Em torno dos 12 meses, a criança começa a andar livremente. É importante lembrar que essas etapas não devem ser seguidas como regra, pois é normal haver uma variação na idade dos aparecimentos de cada marco motor. Historicamente, duas teorias antagônicas acerca de como as crianças adquirem a linguagem são a teoria daaprendizagem (a qual enfatiza o papel do reforço e a imitação) e o inatismo (o qual sustenta que as pessoas têm uma capacidade inata para adquirir a linguagem). 6- DESENVOLVIMENTO DA FALA E DA COMUNICAÇÃO Todas as formas de comunicação são manifestadas por meio de um instrumento de expressão significativa, que é a Linguagem. Para o uso deste instrumento são necessários vários componentes, entre os quais a capacidade do Sistema Nervoso Central (SNC), a utilização do aparelho sensóriomotor e o processo intelectual, que assimila, associa e organiza as experiências adquiridas com o meio. Nas atividades motoras desencadeadas pelo SNC, o aparelho motor oral desempenha a função de nutrição, respiração e articulação de sons, enquanto a motricidade global participa da comunicação por meio da expressão corporal. 15 Faculdade de Minas 15 A diversidade de funções executada pelo aparelho motor oral exige de seus músculos, com diferentes tamanhos, atividades específicas de forma dissociada e sincronizada. A fala, como parte do processo de desenvolvimento da comunicação é a manifestação de som articulado e resultado de mobilidade dissociada dos elementos do complexo oral. A variabilidade de movimentos orais para a produção da fala se desenvolve com as diferentes fases de alimentação, em associação com a crescente capacidade respiratória e o desenvolvimento motor global. A respiração, a fonação e o desenvolvimento motor global são ações coordenadas desde o Choro. Com o crescimento, o bebê muda sua qualidade vocal iniciado por um som exclusivamente nasal ao nascimento, devido a sua anatomia oral para uma respiração mista, por volta do segundo e terceiro mês de vida o bebê devido ao crescimento mandibular, aumentando o espaço vertical intra oral e maior mobilidade de língua e palato mole. Nesta fase, os sons do bebê podem ser observados tanto nasal como oral. Além do choro, podemos observar alguns sons articulados e os primeiros são os guturais: g;k;r gutural. A razão pela qual estes sons surgem em 16 Faculdade de Minas 16 primeiro lugar se deve ao fato do bebê, adotar uma postura, preferencialmente, em prono e brincar com a respiração e a saliva dentro da boca. Em seguida, surgem produções sonoras envolvendo sons de p;m, devido a aproximação de mandíbula com maxila, a função bilabial e a respiração oral. Ainda por influência dos movimentos de lábio e língua em associação com a respiração, aparecem os sons sibilantes, linguo palatais e fricativos, s;x;f; e n. Os sons de: b;d;v;z;j; sonoros, são produzidos pela ação das cordas vocais e se mostram mais sistemáticos quando o bebê desenvolve bom equilíbrio de cabeça e reação de retificação à mudança da cabeça no espaço. Os demais sons como l; lh; r; rr; arquifonemas ,r; s, requerem maior dissociação de movimento da língua e por esta razão, podem aparecer mais tardiamente. Hoje, muitas crianças chegam a produzir grande variabilidade de sons, chamada de balbucio, durante os dois primeiro anos de vida e, até quatro anos ou menos, todos os sons que exigem maior dissociação de movimento. 7- ALTERAÇÕES NO DESENVOLVIMENTO DA FALA Ter adquirido um sistema fonêmico não significa ter habilidade fonológica, sendo está uma função bem posterior ao período de balbucio. Pouco antes de completar um ano surge o estágio de uma palavra, produzida de maneira diferente e com uma representação também diferente, podendo significar até mesmo um pensamento. É possível identificar dois componentes do distúrbio da fala, o Fonético: Uma inabilidade para articular os sons da fala, envolvendo o componente motor, ou seja o fonema é apresentado de forma distorcida e o Fonêmico (fonológica): afeta o modo 17 Faculdade de Minas 17 pelo qual a informação sonora é armazenada no SNC e como é acessada, afetando a linguística. Neste caso as crianças podem apresentar omissão de fonemas na palavra, inversão na ordem dos fonemas, substituição de fonemas na palavra. Também podemos identificar o Distúrbio Específico da linguagem – (DEL). A linguagem humana é uma representação simbólica linguística, gramatical e padronizada, destinada a transmitir uma mensagem, um pensamento, ao mundo exterior. Segundo diversos autores, a linguagem oral receptiva e emissiva são bases para o desenvolvimento do pensamento e a compreensão da escrita, uma vez que a palavra é a forma mais usada para a transmissão de uma informação às crianças. O pensamento e a cognição dependem da maturação no sistema nervoso central e da oportunidade do homem experienciar o mundo, recebendo informações via aferente e respondendo ao meio por via eferente de maneira ativa. Portanto, é a interação entre o biológico, neurológico e social que confere à criança um adequado desenvolvimento cognitivo. O DEL representa uma dificuldade em desenvolver linguagem na ausência de deficiência mental, física, sensorial, emocional, privação ambiental ou lesões. Como “específica da linguagem”, os outros aspectos do desenvolvimento normalmente estão íntegros inclusive a comunicação não verbal. Podemos encontrar uma fala com pouca memória para uma sequência de sons onde a fala é basicamente de monossílabos; Dificuldade no planejamento motor da produção dos fonemas com frases desestruturadas e/ou construídas na ordem inversa; vocabulário reduzido; trocas na fala; Dificuldades ou não na compreensão. 18 Faculdade de Minas 18 8- FASES DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM Aprender a falar é uma das realizações mais importantes e mais visíveis da primeira infância. Em questão de meses, e sem ensino explícito, as crianças passam de palavras hesitantes para frases fluentes, e de um vocabulário reduzido para um vocabulário que aumenta em seis novas palavras por dia. As novas ferramentas da linguagem significam novas oportunidades para a compreensão social, para aprender a respeito do mundo, e para compartilhar experiências, prazeres e necessidades. Em linhas gerais, os “fatos” observáveis sobre o desenvolvimento da linguagem não são controvertidos. A maioria das crianças começa a falar no decorrer do segundo ano de vida; por volta dos dois anos de idade conhece, pelo menos, 50 palavras e as combina em frases curtas. Quando o tamanho do vocabulário atinge cerca de 200 palavras, a taxa de aprendizagem de palavras aumenta dramaticamente, e começam a aparecer, com alguma consistência, palavras com funções gramaticais, como artigos e preposições. Durante os anos pré-escolares, o padrão das sentenças torna-se cada vez mais complexo e o vocabulário diversifica-se, passando a incluir termos relacionais que expressam noções de tamanho, localização, quantidade e tempo. 19 Faculdade de Minas 19 Por volta dos quatro aos seis anos de idade, a maioria das crianças já adquiriu a gramática básica da sentença. A partir daí, a criança aprende a utilizar a linguagem de forma mais eficiente e eficaz. Aprende, também, a criar e a conservar unidades maiores de linguagem, tais como conversas ou narrativas. Embora haja diferenças individuais na taxa de desenvolvimento, a sequência em que as várias formas aparecem é altamente previsível, tanto dentro de cada estágio quanto entre eles. 9- AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM Na tentativa de responder a essa questão surgiram muitas teorias. Segundo Maingueneau “a aquisição da linguagem tenta explicar entre outras coisas o fato de as crianças, por volta dos 3 anos, serem capazes de fazer o uso produtivo de suas línguas. Desde pequenos já existe a comunicação, mas esta não é feita por meio oral. A linguagem é um sistema de símbolos culturais internalizados, e é utilizada com o fim último de comunicação social. Assim como no caso da inteligência e do pensamento, o seu desenvolvimentopassa também por períodos até que a criança chegue à utilização de frases e múltiplas palavras. 20 Faculdade de Minas 20 Ao nascer, a criança não entende o que lhe é dito. Somente aos poucos começa a atribuir um sentido ao que escuta. Do mesmo modo acontece com a produção da linguagem falada. O entendimento e a produção da linguagem falada evoluem. Existem diferentes tipos de linguagem: a corporal, a falada, a escrita e a gráfica. Para se comunicar a criança utiliza, tanto a linguagem corporal (mímica, gestos, etc.) como a linguagem falada. Ainda nesta fase ela ainda não fala, mas já produz linguagem. O desenvolvimento da linguagem se divide em dois estádios: pré – lingüístico, quando o bebê usa de modo comunicativo os sons, sem palavras ou gramática; e o lingüístico, quando usa palavras. No estádio pré – lingüístico a criança, de princípio, usa o choro para se comunicar, podendo ser rica em expressão emocional. Logo ao nascer este choro ainda é indiferenciado, porque nem a mãe sabe o que ele significa, mas aos poucos começa a ficar cheio de significados e é possível, pelo menos para a mãe, saber se o bebê está chorando de fome, de cólica, por estar se sentindo desconfortável, por querer colo etc. 21 Faculdade de Minas 21 É importante ressaltar que é a relação do bebê com sua mãe, ou com a pessoa que cuida dele, que lhe dá elementos para compreender seu choro. Além do choro, a criança começa a produzir o arrulho, que é a emissão de um som gutural, que sai da garganta, que se assemelha ao arrulho dos pombos. Balbucio ocorre de repente, por volta dos 6-10 meses, e caracteriza – se pela produção e repetição de sons de consoantes e vogais como “ma – ma – ma – ma”, que muitas vezes é confundido com a primeira palavra do bebê. No desenvolvimento da linguagem, os bebês começam imitando casualmente os sons que ouvem, através da ecolalia. Por exemplo: os bebês repetem repetidas vezes os sons como o “da – da – da”, ou “ma – ma – ma – ma”. Por isso as crianças que tem problema de audição, não evoluem para além do balbucio, já que não são capazes de escutar. Por volta dos 10 meses, os bebês imitam deliberadamente os sons que ouvem, deixando clara a importância da estimulação externa para o desenvolvimento da linguagem. Ao final do primeiro ano, o bebê já tem certa noção de comunicação, uma idéia de referência e um conjunto de sinais para se comunicar com aqueles que cuidam dele. 22 Faculdade de Minas 22 10- INDICADORES DO DESENVOLVIMENTO DA FALA E DA LINGUAGEM: Até 1 ano: Nos primeiros 6 meses o bebê emite vocalizações e sons guturais. Dos 6 aos 8 meses o bebê apresenta balbucio repetitivo e a imitação da entonação. Em torno dos 12 meses iniciam-se as primeiras verbalizações com significado. Com 1 ano: A criança conhece seu nome; Diz 2 a 3 palavras além de “mama” e “papa”; Imita palavras familiares; Compreende ordens simples; Reconhece as palavras como símbolos para objetos. Entre 1 e 2 anos: Aos 18 meses a criança pode apresentar um vocabulário com 50 palavras. Entre 18 e 24 meses seu vocabulário se amplia e se aproxima de 200 palavras. Compreende a palavra “não”; Combina duas palavras; Reproduz o som de animais conhecidos; Aponta figuras de um livro quando nomeadas; Segue comandos simples. Entre 2 e 3 anos: Usa sentenças curtas, de 3 a 4 vocábulos; nomeia figuras e objetos comuns; Identifica partes do corpo; Apresenta um vocabulário de 450 palavras; Combina nomes e verbos; Conversa com outras crianças assim como com adultos; Aprecia ouvir a mesma história várias vezes. 23 Faculdade de Minas 23 Entre 3 e 4 anos: Nessa fase a criança possui um vocabulário de aproximadamente 1.000 palavras; já compreende ordens mais longas, conversas, histórias e músicas; sua fala é mais fácil de ser compreendida por pessoas de fora de sua convivência; se comunica por sentenças simples de 4 a 5 palavras; relata experiências pessoais, ainda sem muitos detalhes. Entre 4 e 5 anos: Seu vocabulário aumenta para 1.500 palavras; compreende questões mais complexas; consegue usar o tempo verbal no passado; é capaz de definir algumas palavras; sabe listar ítens que pertençam a mesma categoria, tais como animais, carros etc; explica como realizar algumas atividades, tais como pintar. Entre 5 e 6 anos: A criança nessa idade apresenta as habilidades de linguagem bem desenvolvidas; aprende palavras mais especializadas de seu centro de interesse; expande sua habilidade em compreender fenômenos explicados verbalmente; pronuncia todos os sons da língua com clareza; elabora sentenças mais complexas e gramaticalmente corretas; apresenta um bom vocabulário que está em contínuo crescimento; é capaz de iniciar conversação e sabe esperar sua vez de falar quando em grupo. 24 Faculdade de Minas 24 11- O ESTADO LINGUÍSTICO E A FALA LINGUÍSTICA O estádio lingüístico está pronto para se estabelecer. Sendo assim, contando com a maturação do aparelho fonador da criança e da sua aprendizagem anterior, ela começa a dizer suas primeiras palavras. A fala lingüística se inicia geralmente no final do segundo ano, quando a criança pronuncia a mesma combinação de sons para se referir a uma pessoa, um objeto, um animal ou um acontecimento. Por exemplo, se a criança disser apo quando vir a água na mamadeira, no copo, na torneira, no banheiro etc., podemos afirmar que ela já está falando por meio de palavras. Espera – se que aos 18 meses a criança já tenha um vocabulário de aproximadamente 50 palavras, no entanto ainda apresenta características da fala pré – lingüística e não revela frustração se não for compreendida. Na fase inicial da fala lingüística a criança costuma dizer uma única palavra, atribuindo a ela no entanto o valor de frase. Por exemplo, diz ua, apontando para porta de casa, expressando um pensamento completo; eu quero ir pra rua. Essas palavras com valor de frases são chamadas holófrases. 25 Faculdade de Minas 25 A partir daqui acontece uma “explosão de nomes”, e o vocabulário cresce muito. Aos 2 anos espera – se que as crianças sejam capazes de utilizar um vocabulário de mais de cem palavras. Entre os 2 e 3 anos as crianças começam a adquirir os primeiros fundamentos de sintaxe, começando assim a se preocupar com as regras gramaticais. Usam, para tanto, o que chamamos de super – regularização, que é uma aplicação das regras gramaticais a todos os casos, sem considerar as exceções. É por isso que a criança quer comprar “pães”, traze – los nas “mães”. Aos 6 anos a criança fala utilizando frases longas, tentando utilizar corretamente as normas gramaticais. 12- ESTRUTURA DA LINGUAGEM Chomsky defende a idéia de que a estrutura da linguagem é, em grande parte, especificada biologicamente (nativista). Skinner afirma que a linguagem é aprendida inteiramente por meio de experiência (empirista). Piaget consegue chegar mais perto de uma compreensão do desenvolvimento da linguagem que atenda melhor a realidade observada. 26 Faculdade de Minas 26 Segundo ele tanto o biológico quanto as interações com o mundo social são importantes para o desenvolvimento da linguagem (interacionista). Dentro da óptica interacionista, da qual Piaget é adepto, o aparecimento da linguagem seria decorrência de algumas das aquisições do período sensório – motor, já que ela adquiriu a capacidade de simbolizar ao final daquele estádio de desenvolvimento da inteligência. Soma - se a isso a capacidade imitativa da criança. As primeiras palavras são intimamente relacionadas com os desejos me ações da criança. O egocentrismo da criança pré – operatório também se faz presente na linguagem que ela exibi. Desse modo, ela usa frequentementea fala egocêntrica, ou privada, na qual fala sem nenhuma intenção muita clara de realmente se comunicar com o outro, centrada em sua própria atividade. É como se a criança falasse em voz alta para si mesma. Contudo ela também usa a linguagem socializada, que tem como objetivo se fazer entendida pelo interlocutor. Já de acordo com Vygostisky “não basta apenas que a criança esteja ‘exposta’ à interação social, ela deve estar ‘pronta’, no que se refere à maturação, desenvolver o (s) estágio (s) para compreender o que a sociedade tem para lhe transmitir: Sensório – motor, de 0 a 18/24 meses, que precede a linguagem; Pré – operatório, de 1;6/2 anos a 7/8 anos, fase das representações, dos símbolos; Operatório – concreto, de 7/8 a 11/12 anos, estágio da construção da lógica; 27 Faculdade de Minas 27 Operatório – formal, de 11/12 anos em diante, fase em que a criança raciocina, deduz, etc. “ Para fazer uma síntese do que torna fácil ou difícil de aprender para a criança, apresentamos o quadro abaixo: A LÍNGUA É FÁCIL QUANDO A LÍNGUA É DIFÍCIL QUANDO É real e natura É artificial É integral É dividida em pedaços Faz sentido Não faz sentido É interessante É chata e desinteressante Faz parte de um acontecimento social Esta fora de um contexto Tem utilidade social Não possui valor social Tem propósito para a criança Não tem finalidade para a criança A criança a utiliza por opção É imposta por outra pessoa 28 Faculdade de Minas 28 13- CAUSAS DOS ATRASOS NA FALA E NA LINGUAGEM Os atrasos no desenvolvimento da fala e da linguagem podem ser atribuídos a muitas causas: Orgânicas e/ou corticais: alterações nos órgãos fonadores, da audição e no processamento da linguagem no córtex cerebral; Cognitivas: dificuldades intelectuais que podem dificultar a comunicação oral; Psicológicas: problemas emocionais não favorecem o desenvolvimento da linguagem; Sócio-culturais: ambiente pouco estimulante e sem bons exemplos de fala. De acordo com a "American Speech, Language and Hearing Association", os distúrbios da comunicação podem ser conceituados como impedimentos na habilidade para receber e/ou processar um sistema simbólico, observáveis em nível de audição (sensibilidade, função, processamento e fisiologia); linguagem (forma, conteúdo e função comunicativa); e processos de fala (articulação, voz e fluência). Esses distúrbios podem variar em gravidade; ser de origem desenvolvimental ou adquirida; resultar numa condição de déficit primário (doenças de manifestação primária ou idiopáticas) ou secundário (doenças de manifestação secundária, decorrentes de manifestação maior) e, ainda, ocorrer isolados ou combinados. A avaliação do fonoaudiólogo visa observar as habilidades de fala e de linguagem da criança dentro de um contexto do desenvolvimento global. obre as 29 Faculdade de Minas 29 alterações no desenvolvimento da fala e da linguagem apresentados pela criança, tais como: o que a criança compreende (denominado “linguagem receptiva”); o que a criança consegue expressar (denominado “linguagem expressiva”); se a criança tenta se comunicar de outras maneiras, como apontar, mover a cabeça, realizar gestos, etc; a motricidade orofacial da criança (de que maneira os órgãos orofaciais funcionam para falar, respirar, mastigar e engolir). Então será determinado se a criança necessita de terapia. Alguns sinais de possíveis alterações podem ser detectados na criança ainda muito pequena, como ausência de contato de olhos; não reação a sons como telefone e campainha; não reação quando chamada pelo nome; volume de televisão muito alto; ausência de fala ou fala incompreensível; vocabulário restrito; dificuldade de interação social e agressividade. alguns sinais de alerta para desordens da linguagem na criança, tais como: nenhuma palavra emitida até os 18 meses; não colocação de duas palavras juntas aos dois anos; ausência de desempenho imitativo e simbólico aos dois anos; não formação de sentenças aos três anos; discurso incompreensível aos três anos). O balbuciar que normalmente é produzido por volta dos 10 meses de idade, quando atrasado, pode prognosticar desordens da fala. 30 Faculdade de Minas 30 BIBLIOGRAFIA SAMPAIO, Fátima Silva. Linguagem na Educação Infantil. Fortaleza, SEDUC, 2003 pp. 12 – 18. FARIAS, Maria Cílvia Queiroz. Linguagem na Educação Infantil. 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