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Aula 3 - Extinção do processo CPC15

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Direito Processual Civil I: Prof. Octávio Louro 
O material não dispensa a leitura da bibliografia sugerida 
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Aulas 3 – Extinção do processo: CPC/15 – PARTE GERAL, Livro VI, Títulos I 
 
1. Introdução. Extinção do processo: 
 
A extinção do processo está prevista na parte geral do CPC, entre os arts. 316 e 317, 
CPC/15. Mormente, o processo se extingue pela sentença, desconsiderando o CPC as extinções 
oriundas de processos de competência originárias dos Tribunais, extintos por decisão monocrática 
do relator ou acórdão do colegiado1. 
Sem prejuízo da matéria, convém informar que a sentença está elencada como um dos 
pronunciamentos do magistrado (despachos, decisões interlocutórias e sentenças), sendo possível 
depreender pela leitura do art. 230, §1°, CPC/15, que a sentença é o pronunciamento em 1ª instância 
que põe fim à fase cognitiva do procedimento comum e especial (ressalvadas algumas disposições 
especiais eventualmente existentes), com fulcro nos arts. 485 e 487, CPC, assim como o ato que 
extingue a execução em sentido amplo, art. 924, CPC/15. 
Normalmente, a sentença é dos últimos atos processuais da fase de conhecimento, 
resolvendo o conflito de certeza de forma exauriente, em decisão que respeita o contraditório e 
ampla defesa, apta a formação da coisa julgada no plano material após a ocorrência do trânsito em 
julgado, julgando-se pelo art. 487, CPC/15, através de sentença definitiva (também chamada de 
sentença material). 
A regra acima comporta exceção, sendo possível o processo ser extinto por sentença sem 
transcorrer todos os atos processuais, com o seu fim anômalo que se dá pela sentença terminativa 
(também chamada de sentença processual) nos termos do art. 485, CPC/15, sem sua resolução de 
mérito. Vale dizer, nesse ponto, que o CPC/15 recepcionou em seu art. 6° o intitulado princípio da 
cooperação ou comparticipação, impondo um dever de prevenção ao juiz, que deve sinalizar para as 
partes os vícios existentes para que sejam sanados, evitando-se o possível a extinção prematura do 
processo, conforme se observa pelo art. 317, CPC/15, que caracteriza o princípio da primazia da 
solução de mérito2. 
Desse modo, seja nos termos do art. 485 ou 487, CPC/15, em algumas situações são 
proferidas sentenças sem a ocorrência de todos os atos processuais, como é o caso: 1) Da 
improcedência liminar do pedido, art. 332 c/c art. 487, I, CPC/15; 2) Do julgamento conforme o 
estado do processo, art. 354 (podem ocorrer pelo art. 487 ou art. 485, CPC/15); 3) Do julgamento 
 
1 NEVES, Daniel Amorim Assumpção, Manual de direito processual civil, Volume único, 12ªed., 
Juspodium, 2020, pg 585 
2 Questão mais atual relacionada ao princípio da primazia da solução de mérito (art. 317, CPC/15) se 
liga à Teoria da Asserção (condições da ação: legitimidade das partes e interesse de agir). Nesse 
sentido, segundo o art. 485, VI, CPC/15, verificada a ausência de legitimidade ou interesse recursal, 
deve ocorrer a extinção SEM análise de mérito. 
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antecipado do mérito, art. 355 c/c art. 487, CPC/15; 4) Do julgamento antecipado parcial do 
mérito3, art. 356, CPC/15; 5) Do indeferimento da petição inicial, art. 330 c/c art. 485, I, CPC/15. 
Importante esclarecer que nos casos de extinção do processo sem sua análise de mérito 
(art. 485 CPC/15), uma vez interposta a respectiva apelação contra a sentença, o juiz sentenciante 
terá o prazo de 5 (cinco) dias para o exercício do juízo de retratação, art. 485, §7°, CPC. 
 
Referências bibliográficas: 
 
➢ PINHO, Humberto Dalla Bernardina de. Direito Processual Civil Contemporâneo. 5ªed., 
Saraiva, 2018 
➢ CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de direito processual civil. São Paulo. Atlas. 23ª ed., 2012. 
➢ DIDIER JÚNIOR, Fredie. Curso de direito processual civil, Vol. I, II e V Salvador. 
JusPodium. 9 ª ed., 2008. 
➢ DINAMARCO, Candido Rangel. A instrumentalidade do processo, Malheros. 13° ed., 2008. 
➢ GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, Vol. II. São Paulo. Saraiva. 10ª ed., 
2013. 
➢ GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. Manual de Direito Processual Civil. 2ªed., Juspodium, 2020. 
➢ HARTMANN, Rodolfo Kronemberg, Curso completo do novo processo civil, 4ªed., Impetus, 
2017. 
➢ HARTMANN, Rodolfo Kronemberg, Código de Processo Civil Comentado, 3ªed., Impetus, 
2018. 
➢ JATAHY, Carlos Roberto, ALMEIDA, Diogo Assumpção Rezende de, AYOUB, Luiz 
Roberto (Coordenação). Reflexões sobre o novo Código de Processo Civil. FGV. 1ª ed.. 2016 
➢ NEVES, Daniel Amorim Assumpção, Manual de direito processual civil, Volume único, 12ªed., 
Juspodium, 2020. 
➢ PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de direito civil, Vol. II. Rio de Janeiro. Forense. 
21 ª ed., 2007. 
➢ RIOS GONÇALVES, Marcus Vinicius. Novo curso de direito processual civil. Vol.03. Saraiva. 
9ª ed.. 2016. 
➢ SILVA, Edward Carlyle. Direito processual civil. Niterói, Impetus, 2007. 
➢ SCHREIBER, Anderson. Manual de Direito Civil Contemporâneo. Saraiva, 2018. 
➢ SCARPINELLA BUENO, Casio. Manual de direito processual civil, vol. Único. Saraiva. 
2016. 
➢ TARTUCE, Flávio. Direito civil, Vol. I. São Paulo. Método Gen. 9 ª ed., 2012. 
➢ THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil, Vol. I. Rio de Janeiro. 
Forense. 50 ª ed., 2009. 
➢ OAB -ESA. Pós-graduação lato sensu direito processual civil. Coordenação Prof. Dr. Alexandre 
Freitas Câmara. 2020. 
 
 
3 Em que pese a doutrina chamar a decisão do art. 356, CPC/15 – Julgamento antecipado parcial do 
mérito – de decisão interlocutória de mérito atacável pelo recurso de agravo de instrumento à luz do 
art. 356, §5°, CPC/15

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