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LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO FÍSICO FUNCIONAL E IMAGINOLOGIA TIPOS DE TÓRAX ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br TIPOS DE TÓRAX Para o estabelecimento de um diagnóstico fisioterapêutico preciso e a elaboração de um plano de tratamento que atenda a todas as necessidades do paciente, é essencial uma avaliação sistematizada que englobe a anamnese e o exame físico. A avaliação é imprescindível em todas as condições, pois favorece o planejamento de ações tanto curativas quanto preventivas. A anamnese é a etapa inicial de uma avaliação, consistindo na coleta de dados relacionados ao processo saúde-doença do paciente. Já no exame físico, é possível a validação dos achados da anamnese, assim como a identificação de alterações que possam estar associadas a problemas de saúde. A inspeção, uma das etapas do exame físico, consiste na observação minuciosa dos segmentos do corpo (por exemplo, o tórax). Dessa forma, para a realização do exame físico, o profissional deve ter vasto conhecimento em áreas como anatomia e fisiologia, para identificação de alterações que necessitem de uma intervenção (SANTOS; VEIGA; ANDRADE, 2011). O tórax é uma estrutura osteomuscular, formada pelo osso esterno, 12 pares de costelas, cartilagens costais e 12 corpos de vértebras torácicas (Figura 1), que protege os órgãos vitais que estão localizados na caixa torácica: coração, pulmões e grandes vasos, além de apoiar a cintura escapular e os membros superiores e proporcionar zonas de ligação para músculos do pescoço, dorso, peito e ombros. A região do tórax é considerada desde a porção abaixo do pescoço até o diafragma (área de maior dimensão), caracterizando seu formato em cone. Durante a inspeção, deve-se observar o formato do tórax, que normalmente apresenta uma relação de 1:2 entre os diâmetros anteroposterior e laterolateral, ou seja, o diâmetro lateral é duas vezes maior que o anteroposterior (MARIEB; HOEHN, 2008; SARMENTO; RIBEIRO; SHIGUEMOTO, 2009). mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO FÍSICO FUNCIONAL E IMAGINOLOGIA TIPOS DE TÓRAX ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br O esterno é um osso plano localizado na linha média anterior do tórax, sendo composto por três partes: manúbrio, corpo e processo xifoide. As costelas são classificadas como verdadeiras ou falsas, sendo que os sete pares superiores são chamados de costelas verdadeiras, pois se articulam com as vértebras torácicas, se ligando diretamente, por meio de suas cartilagens costais, com o esterno. Os cinco pares inferiores são chamados de costelas falsas, pois se articulam com as vértebras torácicas, mas não se ligam diretamente ao esterno. As costelas falsas são divididas em três grupos: oitava, nona e décima costelas. As costelas vertebrocondrais são unidas por uma cartilagem em comum com a cartilagem costal da sétima costela, que está ligada ao esterno. Já a décima primeira e a décima segunda costela são denominadas costelas flutuantes, ou costelas vertebrais, pois não se ligam no esterno. As cartilagens costais são flexíveis e permitem que a caixa torácica se expanda. Nos espaços intercostais, entre as costelas, se localizam os músculos intercostais, que elevam e abaixam o tórax durante a respiração (VANPUTTE; REGAN; RUSSO, 2016). Figura 1 – a) Vista anterior da caixa torácica. b) Vista lateral esquerda do tórax. Fonte: Marieb e Hoehn (2008). mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO FÍSICO FUNCIONAL E IMAGINOLOGIA TIPOS DE TÓRAX ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br O tórax é simétrico, porém, de acordo com algumas alterações, pode se apresentar de diferentes formas, como: tórax em barril, pectus excavatum, pectus carinatum, plano, cifótico, cifoescoliótico (SARMENTO; RIBEIRO; SHIGUEMOTO, 2009). O tórax em barril, também conhecido como tonel ou globoso, é caracterizado pelo aumento excessivo de seu diâmetro anteroposterior, com alteração na relação entre os diâmetros anteroposterior e laterolateral de 1:2 para 1:1; os arcos costais se horizontalizam; há abaulamento da coluna dorsal, assumindo um formato arredondado (Figura 2); ocorre também alongamento dos músculos intercostais e anteriores do tórax e encurtamento dos adutores escapulares. É comum em indivíduos que apresentam doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), como enfisema e bronquite crônica, pacientes com asma e bronquiectasia difusa, além de tabagistas pesados. Embora seja comum em indivíduos com essas doenças, também pode ser encontrado em idosos saudáveis (ANDRADE FILHO, 2009; DUTTON, 2010; SILVA; LUCENA, 2011). Esse formato é decorrente de hiperinsuflação pulmonar, aumento da resistência ao fluxo aéreo ou perda da força elástica dos pulmões; com isso, há elevação do gradil costal com projeção das costelas para frente, comprometendo a musculatura abdominal durante a respiração (MARCOS et al., 2012). Figura 2 – Vista lateral do tórax em barril, demonstrando o aumento do diâmetro anteroposterior. Fonte: Pierce e Ebert (1958). mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO FÍSICO FUNCIONAL E IMAGINOLOGIA TIPOS DE TÓRAX ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br O tórax em funil, infundibuliforme ou pectus excavatum, também conhecido por “peito de sapateiro”, é uma deformidade em que há depressão do esterno. Essa projeção posterior do esterno é secundária ao crescimento das cartilagens costais (Figura 3), resultando no encurtamento dos músculos abdominais superiores, adutores dos ombros, peitoral menor e intercostais, e no alongamento dos extensores torácicos e do trapézio médio e superior (DUTTON, 2010; SILVA; LUCENA, 2011). O pectus excavatum é a alteração mais comum do tórax, e está associado com doenças congênitas, como síndrome de Marfan, síndrome de Pierre Robin, síndrome de Prune Belly, distúrbios congênitos do tecido conjuntivo, paralisia cerebral e raquitismo. Em 86% dos casos, a identificação da alteração ocorre ao nascimento, com evolução variável, sendo que a deformidade pode ser acentuada na puberdade (COELHO; GUIMARÃES, 2007). O tórax em funil pode ser classificado em: 1) tórax em funil simétrico: há depressão do esterno, porém com os dois lados praticamente iguais; 2) tórax em funil assimétrico: há assimetria entre os hemitórax direito e esquerdo, levando a rotação do esterno. Em casos graves, o esterno pode se aproximar da coluna vertebral (COELHO; GUIMARÃES, 2007; WESTPHAL et al., 2009). Figura 3 – Tórax em funil, pectus excavatum, caracterizado por depressão do esterno. Fonte: Shutterstock. mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO FÍSICO FUNCIONAL E IMAGINOLOGIA TIPOS DE TÓRAX ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br O pectus carinatum ou tórax cariniforme, conhecido popularmente por “peito de pombo”, ocorre devido a protrusão do esterno e das cartilagens costais, aumentando o diâmetro anteroposterior (Figura 4), resultando no alongamento dos músculos abdominais superiores e no encurtamento dos intercostais superiores (DUTTON, 2010; SILVA; LUCENA, 2011). É mais frequente em homens, com menor ocorrência quando comparado ao pectus excavatum, totalizando, aproximadamente, 15% dos casos. O pectus carinatum é raramente identificado ao nascimento, e se acredita que sua ocorrência seja mais adquirida do que congênita, podendo ser notado em torno dos 10 anos de idade, acentuando-sedurante a puberdade. Está associado a comunicações interatriais ou interventriculares congênitas, asma, raquitismo, síndrome de Marfan e cifoescoliose congênita grave (SILVA; LUCENA, 2011; COELHO; GUIMARÃES, 2007; WESTPHAL et al., 2009). O pectus carinatum pode ser classificado em: 1) pectus carinatum superior: caracterizado por protrusão superior do manúbrio, proximal do corpo e pseudodepressão inferior, havendo também protrusão associada da segunda à quinta cartilagem costal, bilateralmente; 2) pectus carinatum inferior: a alteração clássica, em que ocorre a protrusão do esterno, principalmente em sua porção média e inferior, acompanhada, na maioria dos casos, de depressão costal bilateral inferior (COELHO; GUIMARÃES, 2007). mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO FÍSICO FUNCIONAL E IMAGINOLOGIA TIPOS DE TÓRAX ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br Figura 4 – Tórax cariniforme, pectus carinatum, caracterizado por esterno proeminente. Fonte: Shutterstock. O tórax plano ou chato é identificado por redução do diâmetro anteroposterior e predominância do diâmetro vertical. A parede anterior perde sua convexidade normal, com saliência das escápulas e relevo torácico. É também conhecido por tórax em expiração permanente. É uma alteração característica de indivíduos longilíneos, apresentando pescoço longo, clavículas proeminentes, fossas claviculares bem delimitadas, costelas oblíquas, espaços intercostais mais visíveis e retraídos. Esse tipo de tórax não está necessariamente associado com a presença de doenças (SILVA; LUCENA, 2011; YOSHIKAWA; CASTRO, 2015). O tórax cifótico consiste na acentuação da curvatura torácica anteroposterior normal, denominada cifose, que resulta em uma postura encurvada, formando uma gibosidade. Já o tórax cifoescoliótico apresenta, além da acentuação da cifose, a escoliose, que é o desvio anormal lateral da coluna (Figura 5). Essa deformidade pode ter origem congênita ou estar associada com osteoporose decorrente do envelhecimento, artrite reumatoide e posturas inadequadas por tempo prolongado (SILVA; LUCENA, 2011). mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO FÍSICO FUNCIONAL E IMAGINOLOGIA TIPOS DE TÓRAX ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br Figura 5 – Imagem ilustrativa de escoliose (desvio lateral da coluna) e acentuação da cifose. Fonte: Shutterstock. É importante que o profissional tenha conhecimento sobre as possíveis alterações do tórax, para que haja uma intervenção adequada. Em alguns casos, o tratamento cirúrgico pode ser indicado, pois, além da estética, a funcionalidade deve ser considerada, proporcionando melhor qualidade de vida ao paciente. mailto:contato@algetec.com.br LABORATÓRIO DE AVALIAÇÃO FÍSICO FUNCIONAL E IMAGINOLOGIA TIPOS DE TÓRAX ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE FILHO, J. S. Analogias em medicina – parte III. Revista Médica de Minas Gerais, v. 1, n. 19, p. 80-84, 2009. Disponível em: http://rmmg.org/artigo/detalhes/495. Acesso em: 27 jun. 2021. COELHO, M. S.; GUIMARÃES, P. S. F. Pectus excavatum: abordagem terapêutica. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 34, n. 6, p. 412-427, 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rcbc/a/GWjtSkJgwZyRyD4wFzfnHgp/?lang=pt. Acesso em: 27 jun. 2021. DUTTON, M. Fisioterapia ortopédica: exame, avaliação e intervenção. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010. MARCOS, L. et al. Análise da radiografia de tórax de indivíduos com DPOC e sua correlação com os testes funcionais. Fisioterapia em Movimento, v. 25, n. 3, p. 629-637, 2012. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/273667366_Analise_da_radiografia_de_tor ax_de_individuos_com_DPOC_e_sua_correlacao_com_os_testes_funcionais. Acesso em: 27 jun. 2021. MARIEB, E. N.; HOEHN, K. Anatomia e fisiologia. 3. ed. 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