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Aula 3-Aconselhamento Cristão

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Aconselhamento
Aula 3: Aconselhamento cristão
Apresentação
Nesta aula, abordaremos o aconselhamento centrado na pessoa em prol de sua libertação e crescimento
psico-espiritual.
Aprofundando o estudo da relação entre psicologia e teologia, buscaremos mostrar o aconselhamento como
meio de libertação e crescimento integral da pessoa humana.
Objetivos
Explicar sobre a pertinência e relevância da prática interdisciplinar no aconselhamento cristão;
Empregar o conhecimento teológico no aconselhamento cristão;
Esclarecer a autonomia e complementariedade epistemológica da psicologia e da teologia no
aconselhamento.
Conselheiros
 Sagrado. (Fonte: Pixabay Por: Gerd Altmann).
Para ser conselheiro, é necessário estudo e conhecimento, pois há muitas pessoas não quali�cadas ou até mal
intencionadas que se colocam na condição de conselheiros, mas apenas prejudicam as pessoas em busca de
auxílio.
Também é fundamental recordar que existe preconceito em relação à psicologia, então, cuidado com o terreno
onde você vai pisar (Ex 3,1-5). Como Moisés, tire as sandálias da arrogância e de receitas prontas no
aconselhamento. Como Elias você entrará na gruta que passará terremotos, tornados, furações, fogo, tsunamis,
tempestades, trovões. Para depois soprar o murmúrio da brisa suave da libertação do aconselhado (1Rs 19,9-13).
“é da doença de não ouvir, é da enfermidade de não perceber
que eu padeço”.
Shakespeare
“Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes.
Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis
guiados. Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo
Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o
Senhor, senão pelo Espírito Santo.
Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo.
E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos.
Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.
Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; e a outro, pelo mesmo
Espírito, a palavra da ciência;
E a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de
curar; E a outro a operação de maravilhas; e a outro a profecia; e a outro o dom de
discernir os espíritos; e a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação
das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo
particularmente a cada um como quer”.
1 Coríntios 12:1-11
Aconselhamento cristão
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“Não havendo sábios conselhos, o povo cai, mas na multidão
de conselhos há segurança.”
Provérbios 11:14.
O aconselhamento cristão, embora use as mediações das ciências, é essencialmente teológico, ou seja, direção
espiritual. É uma prática pastoral que dialoga com as psicoterapias, psicopedagogia, mas mantém sua
autonomia espiritual, mística e pastoral. O aconselhador parte do buraco do Minotauro e vai para a gruta do
profeta Elias. As psicoterapias e psicopedagogias são para o diagnóstico, mas a terapêutica é teológica,
espiritual-pastoral-mística.
Saiba mais
Antes de prosseguirmos, assista ao vídeo Aconselhamento pastoral – 04
Como aconselhar em situação de alienação parental? Como o aconselhador (conselheiro cristão) se comporta
diante do ex-casal em situação de divórcio e disputa judicial, em concorrência pela guarda dos �lhos?
O aconselhamento cristão não usa uma única
metodologia, razão pela qual é transversal, inter,
multi, trans e pluridisciplinar (modus operandi). É uma
libertação, uma potencialização e sustentação
integral centrada no espírito. É holístico porque
possibilita a cura e o crescimento em todas as
dimensões: Pessoal, familiar, comunitária, social,
ecológica e espiritual, para prestar auxílio e fomentar
o crescimento na direção da libertação integral da
pessoa aconselhada.
Fé (Fonte: Unsplash/Por: Joshua Earle)
O aconselhamento, portanto, auxilia a pessoa aconselhada em seis dimensões: Equilibrar a mente (Id, Ego e
superego); revitalizar o corpo; renovar e enriquecer os relacionamentos íntimos; aprofundar a relação com a
natureza e a biosfera; crescer na relação institucional signi�cativa na vida da pessoa aconselhada; aprofundar e
vitalizar o relacionamento da pessoa aconselhada com Deus.
Desenvolve, portanto, os recursos da personalidade para pensar, sentir, experimentar, imaginar, raciocinar ou
criar. A maioria das pessoas usa apenas dez por cento de suas potencialidades, a chamada zona de conforto. O
aconselhamento tira a pessoa desta zona de conforto, conduzindo-a para um uso racional-emotivo equilibrado de
suas potencialidades psíquicas e espirituais. Enriquecendo a consciência e libertando a criatividade, expande os
horizontes intelectuais e artísticos.
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Princípios do aconselhamento cristão
Para que o aconselhamento seja cristão, há alguns princípios que precisam estar evidentes nesta relação de
ajuda. Não existe receita nem fórmula mágica ou milagrosa, mas através de uma metodologia dialógica pastoral,
o conselheiro consegue atingir seus objetivos.
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Receptividade
A primeira atitude do conselheiro pastoral é a empatia, a hospitalidade, a receptividade; ou seja, dar atenção ao
aconselhado. Acolhê-lo com boa vontade, com uma expressão facial acolhedora e mostrar que está disposto a
ajudá-lo.
Ao iniciar o aconselhamento, deixar o aconselhado falar, chorar ou silenciar e prestar atenção, mostrando-se
interessado. É a do olho-no-olho, transmitindo compreensão e profundo desejo de ajudar. É o momento quebra-
gelo, portanto é fundamental que o conselheiro saiba o máximo da biogra�a do aconselhado, sem ser evasivo e
respeitando a privacidade e subjetividade do mesmo.
O conselheiro deve ser cortês, gentil e fortemente motivado a compreender o aconselhado. É o princípio do
caráter pessoal e pro�ssional da relação de ajuda pastoral, do aconselhamento cristão. É o princípio da
sensibilidade do Bom Samaritano, o princípio da alteridade, da fraternidade ou da compaixão: Sofrer com o outro
sem ser afetado diretamente pelo seu problema, porque senão o conselheiro não poderá ajudá-lo.
Atenção
O aconselhamento cristão, porém, não é somente um trabalho pro�ssional com técnicas cientí�cas e uma
abordagem personalizada, estes aspectos são necessários para que o aconselhado se liberte e cresça
integralmente na reorganização de sua vida biológica, psíquica e sobretudo espiritual.
Imparcialidade
 Conselheiros (Fonte: Unsplash/Por: Rosie Fraser).
Outro princípio é indispensável para que o processo de aconselhamento seja cristão e produza os frutos
esperados (Mt 13,4-9.18-23): Ouvir. Ouvir com os ouvidos, mas escutar com o coração misericordioso e com
uma inteligência sábia. Ser imparcial, deixando de lado sua biogra�a, sua história de vida, seus problemas. É a
objetividade da relação de ajuda cristã no aconselhamento pastoral.
O conselheiro deve deixar de lado expressões sutis de desaprovação ou pré-julgamento. Deve diagnosticar pelos
sentidos, através do tom de voz, expressões faciais e corporais. Ouvir o que está sendo dito, mas, sobretudo, o
que está sendo omitido, por falta de coragem, vergonha ou medo.
Deve aguardar pacientemente os momentos de silêncio ou acessos de choro do aconselhado e voltar a olhar
para ele quando estiver falando, sem encará-lo nem �car divagando com o olhar pela sala.
Esta atitude de aceitação da biogra�a do aconselhando não é conivência nem signi�ca compactuar com suas
crenças, ações e valores, mas compreender por que ele chegou existencialmente onde se encontra, numa vida de
angústia, sem sentido e sem signi�cado, razão pela qual buscou a sua ajuda.
Resposta
O aconselhamento cristão, en�m, chega ao momento
da resposta. O conselheiro deve falar como um
profeta, com sabedoria. Após discernir o trigo do joio
(Mt 13,24-30) vem a palavrade conforto, consolação
e orientação para a libertação e o crescimento
integral.
Resposta (Fonte: Unsplash/Por: Zac Durant).
Para a reconciliação consigo mesmo, com o próximo,
com a família, com os colegas de trabalho, com a
sociedade e sobretudo com Deus. À luz da palavra de
Deus que corta como uma espada de dois gumes
(Hb 4,12-13). Que desce à terra e não retorna para o
Céu sem ter dado seus frutos (Is 55,10-11).
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É o princípio da fala sábia, da resposta iluminadora que levará o aconselhando à saída do labirinto do minotauro,
à superação dos dilemas falsos ou verdadeiros, à fazer escolhas autênticas que o conduzirão ao verdadeiro
sentido e signi�cado existencial.
Segundo os especialistas em aconselhamento pastoral, a resposta pode ser por: Condução, que é a técnica ou
metodologia de direcionar suavemente o aconselhado para a sua vida interior, escutar a si escutando a Deus; e o
comentar, que revela o real interesse pela biogra�a do aconselhado e competência e habilidade ou dom para
ajudá-lo.
A arte de ouvir
Clinebell a�rma que a arte do ouvir empático e re�exivo é essencial em todo aconselhamento. Ouvir sentimentos,
palavras. Ouvir sentimentos que estão nas entrelinhas, que são dolorosos demais e que nem sempre as palavras
conseguem expressá-los. Ouvir em profundidade os múltiplos níveis da comunicação verbal e não verbal. Ouvir o
máximo de sentimento, sentidos, signi�cados, energia, dor, sofrimento, angústia. (CLINEBELL, 1987, P. 71-72).
Deve-se, ao mesmo tempo, fazer perguntas sábias, oportunas, convenientes; ou seja, estabelecer o diálogo, a
maiêutica socrática e cristológica.
A maiêutica socrática é a arte de perguntar. Segundo Sócrates, é a arte de fazer o aluno dar à luz boa e novas
ideias. Jesus de Nazaré também fazia perguntas aos seus interlocutores, seja aos discípulos (Mt 16,13-20), seja
aos adversários ( Mc 12,13-17; Lc 5,21-24) e sobretudo às pessoas angustiadas (Mt 19,16-22). Portanto, o
aconselhamento se desenvolve na dialogia da compaixão.
Atenção
O aconselhamento é um exercício de discernimento espiritual. Por vezes o conselheiro ou a conselheira
encontrará situações como Salomão (1Rs 3,16-28), em que deverá usar a espada teológica para chegar à
verdade que liberta (Jo 8,32), e separar o trigo do joio (Mt 13,24-30).
Deve, ainda, saber usar os conhecimentos das ciências humanas, sobretudo da psicologia, da psicanálise, da
parapsicologia, sociologia e economia, além dos conhecimentos teológico-bíblicos para diagnosticar, discernir,
aconselhar, orientar e libertar (1Tm 3,1-13; 2Tm 3,14-17).
Ser um conselheiro, uma conselheira da paz, signi�ca tranquilizar a mente, a alma e o espírito do aconselhado,
como a�rma o profeta Isaias (Is 9,6). O aconselhamento cristão leva o aconselhado a construir sua casa
espiritual sobre a rocha que é Jesus Cristo:
“Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as
pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edi�cou a sua
casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e
assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu,
porque estava edi�cada sobre a rocha. E aquele que ouve estas
minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem
insensato, que edi�cou a sua casa sobre a areia; E desceu a
chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram
aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.
E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se
admirou da sua doutrina; Porquanto os ensinava como tendo
autoridade; e não como os escribas”.
Mateus 7:24-29
A função do aconselhamento cristão
O aconselhamento cristão com fundamento na Sagrada Escritura é cura, sustentação, orientação, reconciliação.
É a arte pastoral de levar a pessoa humana a se reconciliar consigo mesma, na busca do sentido e signi�cado da
vida pessoal e da existência humana. É uma ajuda ao autoconhecimento: Quem sou eu? De onde venho? O que
vim fazer aqui e agora? Para onde vou?
Muitas questões existenciais que causam grandes transtornos atualmente têm suas raízes nestas indagações
dos �lósofos pré-socráticos. Na modernidade, elas ganharam outra formulação com o �lósofo Kant: Quem sou
eu? O que posso saber? O que devo fazer? O que posso esperar? O aconselhamento cristão precisa ajudar a
pessoa aconselhada a responder para si mesma estas questões que têm angustiado a humanidade ao longo de
sua história.
Deve ser o GPS existencial, acalmando uma mente desorientada numa sociedade de múltiplas possibilidades,
mas que exclui a maioria. A sociedade do mercado: Materialista, consumista e depredatória do humano e do
meio ambiente, do ar, da água, da terra, da camada de ozônio. A sociedade do ter, do prazer, do poder e do
aparecer (redes sociais). É a sociedade dos muitos sentidos sem sentido.
Portanto, quando as pessoas humildemente procuram um aconselhamento, o ouvido amigo, paciente,
misericordioso e justo deve escutar com o coração do Servo sofredor de Iahweh (Is 50,4-6), cuja paciência
auditiva é despertada por Deus.
Numa sociedade con�itiva como a nossa, tanto a sociologia marxista quanto
a psicologia do comportamento dogmatizaram este tipo de relacionamento
interpessoal como “normal”. As pessoas continuam vivendo como Abel e
Caim (Gn 4,1-16), “irmão matando irmão”. Como Isaac e Jacó (Gn 27,1-45),
irmão roubando irmão.
No século XIX, Charles Darwin já constatara a lei da seleção natural: O maior devorando o menor. Em 1651, no
livro Leviatã, Thomas Hobbes desferiu este famoso golpe na humanidade avarenta: homo homini lupus (O
homem é o lobo do homem), ou melhor, o homem é um lobo contra o seu próximo. E Jesus de Nazaré advertiu
os Apóstolos para o perigo de conselheiros lobos disfarçados de cordeiros (Mt 7,15-20).
O aconselhamento cristão é o alívio de um jugo (Is 10, 27; 14,25; 58, 9;Jr 2,20; 28,2; 308) sobre os ombros do
aconselhado (Mt 11,28-29). O aconselhador cristão é um Cireneu que ajuda a carregar a cruz injusta (Lc 23,26-
32). Tem um ouvido misericordioso e uma palavra de conforto, consolo (Is 50,4-6). Tem um ombro de Samaritano
(Lc 10,29-37).
Objetivos do aconselhamento
Por ter seu fundamento cientí�co, sobretudo na psicologia, aconselhamento não é simplesmente dar um
conselho. É fazer um profundo diagnóstico das causas da falta de orientação do aconselhado e conduzi-lo a
partir dos fundamentos bíblicos e cientí�cos rumo à plenitude da vida espiritual (Jo 10,10).
É reorganizar a vida do aconselhado na reconciliação também com o próximo (Mt 18,15-18.21-22; Lc 17,3-5),
com a criação (Is 9,1-5; 11.1-9) e sobretudo com Deus (Jo 14,1-4).
Segundo Clinebell, um dos maiores teólogos e conselheiro espiritual contemporâneo, o objetivo do
aconselhamento cristão é:
“Facilitar o máximo desenvolvimento das potencialidades de
uma pessoa, em cada estágio da vida, de forma que
contribuam para o crescimento também das outras pessoas
e para o desenvolvimento de uma sociedade na qual todas
as pessoas tenham uma oportunidade de usar suas
potencialidades plenas [...] ajudar as pessoas a se libertar de
suas prisões de vida não vivida, recursos não usados e forças
desperdiçadas. A aconselhadora é uma libertadora, uma
possibilitadora de um processo através do qual as pessoas
se libertam para viver a vida de forma mais plena e
signi�cativa. Através dessa experiência de libertação, as
pessoas descobrem que a felicidade é um subproduto da
realização de seus potenciais construtivos. Saúde mental-
espiritual-relacional é o movimento contínuo na direção de
viver a vida de maneira mais plena, alegre e produtiva.
Integralidade é uma jornada de crescimento, não a chegada a
um objetivo �xo e imóvel”.
CLINEBELL, 1987, p. 27-28.
O aconselhamento cristão é, portanto, um dom divino que precisa ser
quali�cado pelo conhecimento teológico, sociológico, psicológico. Além da
graça divina, os aconselhadores precisam ter uma excelente formação
intelectual e o dom da escuta misericordiosa − um ouvido que saiba escutar
com o coração,com amor, fé e esperança.
Atividades
1. Leia atentamente as asserções a seguir e coloque V para Verdadeira e F para Falsa:
a) O aconselhamento cristão não usa uma única metodologia, razão pela qual é transversal, inter, multi, trans e pluridisciplinar
(modus operandi). É uma libertação, uma potencialização e sustentação integral centrada no espírito. É holístico porque
possibilita a cura e o crescimento em todas as dimensões: Pessoal, familiar, comunitária, social, ecológica e espiritual, para
prestar auxílio e fomentar o crescimento na direção da libertação integral da pessoa aconselhada. Ou seja, o aconselhamento
auxilia a pessoa aconselhada em seis dimensões: Equilibrar a mente (Id, Ego e superego); revitalizar o corpo; renovar e
enriquecer os relacionamentos íntimos; aprofundar a relação com a natureza e a biosfera; crescer na relação institucional
signi�cativa na vida da pessoa aconselhada; aprofundar e vitalizar o relacionamento da pessoa aconselhada com Deus.
b) Quando tratamos do aconselhamento cristão e das técnicas que podem ser usadas nesse trabalho, acreditamos que alguns
princípios devam ser considerados. Nesse caso, Gary Collins fornece princípios que devem ser observados pelo conselheiro.
Para Collins, “quando se trata de ajudar as pessoas, não existem fórmulas milagrosas”. Em primeiro lugar, é preciso dar
atenção ao que o aconselhando está dizendo. Segundo Collins, o conselheiro deve procurar mostrar que está prestando
atenção a tudo o que ele diz.
c) O aconselhamento cristão coloca um fardo leve e um jugo suave nos ombros do aconselhado (Mt 11,28-29). Portanto, não
se trata de dar um conselho, mas de fazer um profundo diagnóstico das causas da falta de orientação do aconselhado e
orientá-lo a partir dos fundamentos bíblicos e cientí�cos rumo à plenitude da vida espiritual (Jo 10,10).
d) Em segundo lugar, Collins estabelece como princípio o ato de ouvir. O conselheiro cristão deve estar apto a fazer uma
distinção entre escutar e ouvir o que seu aconselhando está tentando comunicar. Para Collins, ouvir no aconselhamento
cristão “exige uma participação ativa do ouvinte”.
2. Sobre aconselhamento cristão, assinale a alternativa falsa:
a) O terceiro princípio apresentado por Collins é responder. Apesar de ouvir ser fundamental, conselheiro não pode se
limitar a isso. Collins aponta como essa resposta pode ser dada por condução, que “é a técnica pela qual o conselheiro vai
direcionando suavemente a conversação” ou então “comentar, que é um meio de fazer o aconselhando perceber que
estamos acompanhando o que ele diz e que conseguimos compreender como ele se sente ou pensa”.
b) Ter consciência de que é possível aceitar o aconselhando, sem que isso signifique ter que compactuar com suas ações,
valores ou crenças. Aprender a ouvir eficientemente ajudará o conselheiro a falar somente o necessário em detrimento de
fazer preleções de aconselhamento.
c) O aconselhamento cristão coloca um fardo leve e um jugo suave nos ombros do aconselhado (Mt 11,28-29). O
aconselhador cristão é um Cireneu que ajuda a carregar a cruz injusta (Lc 23,26-32). Tem um ouvido misericordioso e uma
palavra de conforto, consolo (Is 50,4-6). Tem um ombro de Samaritano (Lc 10,29-37).
d) Segundo Clinebell, “a aconselhadora é uma libertadora, uma possibilitadora de um processo através do qual as pessoas
se libertam para viver a vida de forma mais plena e significativa. Através dessa experiência de libertação, as pessoas
descobrem que a felicidade é um subproduto da realização de seus potenciais construtivos.
e) Segundo Clinebell, “a aconselhadora não é uma libertadora, não possibilita um processo através do qual as pessoas se
libertam para viver a vida de forma mais plena e significativa. Através dessa experiência de libertação, as pessoas não
descobrem que a felicidade é um subproduto da realização de seus potenciais construtivos”.
3. Leia atentamente a tese a seguir e, segundo os conteúdos estudados na aula três, marque a alternativa cujo
termo completa o espaço entre parêntesis:
O aconselhamento cristão, embora use as mediações das ciências, é essencialmente teológico, ou seja, direção
espiritual. É uma prática pastoral que dialoga com as psicoterapias, psicopedagogia, mas mantém sua
autonomia espiritual, mística e pastoral. O aconselhador parte do buraco do Minotauro e vai para a gruta do
profeta Elias. As psicoterapias e psicopedagogias são para o diagnóstico, mas a terapêutica é teológica,
espiritual-pastoral-mística.
a) Psicológico
b) Psicanalítico
c) Psiquiátrico
d) Teológico
e) Filosófico
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Referências
BÍBLIA ONLINE. Disponível em: https://www.bibliaonline.com.br/acf. Acesso em: 06 jan. 2020.
BOCK, A. M. B., et al. Psicologias: Uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002.
CARPIGIANI, B. Psicologia: Das raízes aos movimentos contemporâneos. São Paulo: Pioneira, 2001.
CLINEBELL, Howard J. Aconselhamento pastoral: modelo centrado em libertação e crescimento. São Paulo:
Sinodal, 1987; Paulinas e Sinodal, 2000.
COLLINS, G.R. Aconselhamento cristão. São Paulo: Vida Nova, 2011.
DAVIDOFF, L.L. Introdução à psicologia. 3. ed. São Paulo: Makron Books, 2001.
INTERSABERES (Org.). Práticas pastorais. Curitiba: InterSaberes, 2015.
MARCONDES, D. Iniciação à história da �loso�a. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
PEZZINI, Lucineyde Amaral Picelli. Contribuições da psicologia para o trabalho pastoral. Curitiba: InterSaberes,
2017.
POPPER, P. O balde e o holofote (apêndice). In. POPPER, P. Conhecimento objetivo. São Paulo: Statiaia-Edusp,
1974.
Próxima aula
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Paradigma comportamentalista: Watson (1878-1952);
Paradigma Gestalt: Welheimer (1880-1943), Koffka (1886-1941) e Kohler (1887-1967);
Paradigma behaviorista radical: Skinner (1904-1967);
Paradigma cognitivo: Piaget (1896-1980);
Paradigma psicanalítica: Freud (1856-1939);
Paradigma analítico: Yung (1875-1961).
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