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Aula 1 Visão Geral do Sistema Imune-Inflamação

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Danilo Diôgo 
Visões gerais do sistema imune 
 
Homeostasia = equilíbrio entre imunidade e tolerância. 
Não devemos dizer que o sistema imune falha, o que podemos dizer é que ocorre um 
desequilíbrio, o que traz consequências. Como imunodeficiências, câncer, doenças 
autoimunes, alergias e rejeição a transplantes. 
 
Funções 
 
Sistema Fixo -​ fixo no corpo, o que andam são as moléculas. 
Sistema Móvel - ​Sistema em deslocamento, como o sistema imune. 
 
Circulação Sanguínea x Sistema Linfático. Linfa 
 
IMUNIDADE INATA 
● Barreiras anatômicas; 
● Inflamação/mediadores inflamatórios; 
● Ativação do complemento; 
● Sensores celulares/”Resposta específica do antígeno 
○ É errado falar que a imunidade inata é inespecífica, ela possui certo grau de 
especificidade ao antígeno. 
● Mediadores inflamatórios/PAMPS e DAMPS; 
● Fagocitose; 
● Destruição de patógenos; 
 
O sistema falha? Ou o sistema se desequilibra? 
 
● Inflamação 
● Reconhecimento “específico” do antígeno (Ag) (???) - A resposta é específica, só que a 
grupos de antígenos e não específica para determinado antígeno. 
 
Diferencia ​Situações não danosas/não perigosas das que promovem impactos 
danosos/perigosos; 
Detecção ​de Estresse e perigo; 
 
Reconhece antígenos que podem estar em vários patógenos 
Diversidade​: limitada/codificada no genoma 
Receptores: ​Não clonal 
Memória: ​Não 
Reatividade ao próprio: ​Sim 
Barreiras celulares e químicas: ​Pele, mucosa e moléculas antimicrobianas 
PAMPS 
● Moléculas compartilhadas por grupos de antígenos 
 
DAMPS 
● Moléculas produzidas por células do hospedeiro danificados 
Danilo Diôgo 
 
Teoria do perigo “Danger Model” 
 
PAMPS 
Ácidos nucleicos, proteínas, lipídeos Parede Celular; Carboidrato; 
 
DAMPS 
Proteínas induzidas por estresse 
Cristais 
Proteínas Nucleares 
 
IMUNIDADE ADAPTATIVA 
● Reconhecimento específico do patógeno 
● Resposta específica(????) ps: todas são específicas. 
● Migração de linfócitos para tecidos 
● Inflamados/infectados 
● Eliminação do patógeno 
● Participação da imunidade inata 
● “Memória” 
● Diferencia estruturas próprias e não próprias 
● Dias, transmitida, específica, memória. 
 
Reconhece antígenos de determinado patógeno ou não; 
Diversidade​: Ilimitada/ recombinação somática; 
Receptores: ​Clonal, Especificidades distintas. 
Memória: ​Sim 
Reatividade ao próprio: ​Sim 
Barreiras celulares e químicas: ​Linfócitos Epiteliais, Acs 
Proteínas Plasmáticas: 
 
Como os processos inflamatórios, Respostas Imunes Inatas e Adaptativas e como elas 
se comunicam? 
 
 
 INATA ADAPTATIVA 
 
 
 
 
 
Especificidade 
DAMPS: ​Moléculas 
produzidas por células do 
hospedeiro danificadas 
PAMPS: ​Moléculas 
compartilhadas por grupo de 
patógenos 
Antígenos patogênicos ou 
não 
Diferentes patógenos e 
mesmo receptores 
Antígenos patogênicos ou 
não; diferentes patógenos 
e diferentes receptores. 
Diversidade Limitada/Codificada no Ilimitada/ Recombinação 
Danilo Diôgo 
 
 
 
A inflamação é um mecanismo de defesa benéfico do hospedeiro, em resposta a um estímulo 
lesivo que, por sua vez, provocou uma injúria tecidual. 
É parte da resposta do sistema imune inato. ​Em alguns casos, requer também, em uma fase 
posterior, a participação do sistema imune adaptativo. 
 
Como ocorre a inflamação? 
Estímulo leva a uma inflamação aguda, resultando no acúmulo de leucocitos, proteínas 
plasmáticas, fluidos vasculares nos tecidos extravasculares de infecção e/ou injúria. Tendo 
como função a eliminação de patógenos e o reparo tissular. 
 
 
Genoma Somática 
Receptores Não Clonal Clonal/ Especificidade 
distintas 
Memória Não (?) Sim 
Reatividade ao próprio Sim Sim 
Barreiras Celulares e 
químicas 
Pele, Mucosa e Moléculas 
antimicrobianas 
Linfócitos Epiteliais 
Proteínas Plasmáticas Complemento e outros Anticorpos 
Células Fagócitos, NK, ILCs Linfócitos 
Danilo Diôgo 
1. Vasodilatação e Aumento do fluxo sanguíneo e da permeabilidade vascular - RUBOR, 
CALOR, PERDA DA FUNÇÃO 
2. Hiperemia - RUBOR, CALOR, PERDA DA FUNÇÃO 
3. Extravasamento do fluido para os tecidos – EDEMA, DOR, PERDA DA FUNÇÃO 
4. Adesão leucocitária e transmigração (diapedese)– EDEMA, DOR, PERDA DA FUNÇÃO 
5. Coagulação – PERDA DA FUNÇÃO 
 
Adesão Leucocitária e Transmigração 
● Se um agente infeccioso penetra no epitélio, os macrófagos residentes reconhecem e 
produzem citocinas, tais como TNF e IL-1 que ativam as células endoteliais de vênulas 
próximas a expressarem duas moléculas de adesão da família das ​selectinas​, a 
E-selectina​ e a ​P-selectina​. 
● A redução do fluxo sanguíneo, resultado da dilatação vascular, aproxima os leucócitos 
próximos ao vaso, permitindo que os ​ligantes ​de E-selectina e P-selectina ​se liguem às 
selectinas expressas no vaso. 
 
(extra) 
● Esses leucócitos circulantes no vaso possuem à sua superfície uma glicoproteína 
denominada Sialil-LewisX que possui uma afinidade (fraca) para as selectinas P e 
E das células endoteliais, formando-se assim, uma fraca ligação ao endotélio. 
 
● As selectinas se ligam fracamente aos seus ligantes nos leucócitos, devido a isso, a 
força de cisalhamento do fluxo sanguíneo destrói a ligação e faz os leucócitos ‘rolarem’ 
ao longo da superfície endotelial. 
● As quimiocinas produzidas nos tecidos infectados circundantes ou pelas células 
endoteliais são expostas na superfície endotelial e se ligam a receptores presentes nos 
leucócitos em rolamento, as integrinas. Essas integrinas mudam a sua conformação em 
resposta às quimiocinas, passando para um estado de alta afinidade de ligação. 
 
(extra) 
● Essa alta afinidade irá permitir a ligação forte destas integrinas a um ​ligante existente na 
membrana das células endoteliais, o: 
○ VCAM-1​, o qual se liga a integrina VLA-4 
○ ICAM 1​, a qual se liga às integrinas LFA-1 e Mac-1. 
○ Assim os leucócitos param o seu rolamento e se aderem ao endotélio. 
 
● As integrinas de alta afinidade se ligam aos seus ligantes presentes nas células 
endoteliais, mediando a firme adesão dos leucócitos. 
 
● Como no processo inflamatório já houve aumento da permeabilidade vascular, os 
leucócitos se arrastam pelas junções entre as células endoteliais e migram através da 
parede venular, processo chamado de ​transmigração. 
 
 
● Neutrófilos, monócitos e linfócitos T utilizam essencialmente os mesmos mecanismos 
para migrar para fora do sangue. IL-1, interleucina-1; TNF, fator de necrose tumoral. 
Danilo Diôgo 
DEFICIÊNCIA DE ADESÃO LEUCOCITÁRIA 
 
LAD-1 
Deficiência de adesão leucocitária do tipo 1 (LAD-1)​. É uma deficiência autossômica 
recessiva e hereditária. Presente no gene que codifica a cadeia CD18 necessária para a 
formação da subunidade β das integrinas, LFA-1 e Mac-1. 
Se caracteriza por defeitos na migração de leucócitos e nas respostas imunes e atraso na 
separação umbilical. 
Resulta em infecções bacterianas e fúngicas recorrentes e comprometimento na cicatrização 
de feridas. Nesses pacientes, a maioria das funções dependentes da adesão dos leucócitos 
está defeituosa, incluindo a aderência ao endotélio,a agregação e a quimiotaxia de neutrófilos, 
fagocitose excitotoxicidade mediada por neutrófilos, células NK e linfócitos T 
 
LAD-2 
 
Pacientes humanos que não possuem o transportador de GDP-fucose no aparelho de Golgi, 
necessário para a expressão dos carboidratos (Sialil-LewisX) ligantes para E--selectina e 
P-selectina em neutrófilos e outros leucócitos, apresentam problemas semelhantes, 
resultando em uma ​síndrome denominada deficiência de adesão leucocitária do tipo 2 
(LAD-2). 
Aausência desse carboidrato resulta em uma ligação defeituosa dos leucócitos ao endotélio, 
na ausência de rolamento dos leucócitos e, consequentemente, no recrutamento defeituoso de 
leucócitos para os sítios de infecção. Essa anormalidade da fucosilação observada na LAD-2 
também contribui para um fenótipo do grupo sanguíneo Mumbai. Assim como LAD-1, as 
crianças apresentam infecções recorrentes, mas exibem grave retardo mental. 
 
LAD-3 
Apresenta sinais clínicos de infecções repetidas e atraso na separação umbilical, como na 
LAD-1. Eles também apresentam distúrbios de coagulação que requer transfusões sanguíneas 
em função de defeitos na agregação plaquetária. 
Mutações humanas raras nas vias de sinalização que conectam os receptores de 
quimiocinas à ativação das integrinas também resultam no comprometimento da adesão 
leucocitária e no recrutamento de leucócitos para os tecidos e, consequentemente, na defesa 
ineficiente dos leucócitos contra as infecções, caracterizando uma síndrome denominada 
deficiência de adesão leucocitária do tipo 3 (LAD-3)

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