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AN02FREV001/REV 4.0 46 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE GESTÃO DE CONTROLE INTERNO Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 47 CURSO DE GESTÃO DE CONTROLE INTERNO MÓDULO II Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 48 MÓDULO II 6 AS PRINCIPAIS DEFICIÊNCIAS DO CONTROLE INTERNO E SUAS CONSEQUÊNCIAS PARA AS ORGANIZAÇÕES PRIVADAS OU PÚBLICAS FIGURA 8 – DEFICIÊNCIA NO CONTROLE FONTE: Disponível em: <http://www.alagoastempo.com.br/blogs/flavio- oliveira/742/2011/07/29/controle-interno-o-que-se-deve-saber-e-fazer.html>. Acesso em: 26 jul. 2013. O controle interno como qualquer outro sistema pode conter deficiências, erros ou falhas. As principais deficiências encontradas em alguns sistemas de controles internos podem ser: Falta de um controle organizacional; Falta de alguns procedimentos internos; AN02FREV001/REV 4.0 49 Existência de conluio de funcionários na apropriação e desvio de bens da empresa; Ocorrência de erros em virtude da falta de informação e instrução de funcionários; Ocorrência de erros causados por negligência de funcionários na execução das tarefas diárias; Erro na concepção ou na modificação de um controle. 6.1 CONSEQUÊNCIAS PARA AS ORGANIZAÇÕES PRIVADAS OU PÚBLICAS A deficiência no controle interno pode ter as seguintes consequências para as empresas públicas ou privadas: Maior exposição à fraude; Penalidades impostas pelos órgãos regulamentadores e normatizadores; Publicidade desfavorável, na medida em que erros contábeis e fraudes internas possam ser noticiados pela imprensa; Redução de investimentos e queda de valor das ações no mercado. As empresas públicas podem deixar de receber verbas do governo. 7 COMO ESTRUTURAR E IMPLANTAR O CONTROLE INTERNO NAS ORGANIZAÇÕES A implantação e estruturação do controle interno nas organizações é um passo importante na gestão administrativa. É necessário ter um sistema eficiente capaz de atender as principais necessidades dos administradores da empresa. A administração da empresa é responsável pelo planejamento, instalação e supervisão do controle interno adequado. AN02FREV001/REV 4.0 50 Todo e qualquer sistema, independentemente de sua função, pode ficar ultrapassado se não for revisto periodicamente, esse sistema deve ter uma supervisão contínua para determinar: se a política interna está sendo corretamente interpretada; as mudanças em condições operativas tornaram os procedimentos complicados, obsoletos ou inadequados; e quando surgem falhas no sistema, são tomadas prontamente medidas eficazes e corretivas. Os controles internos previnem erros e fraudes, por isso é importante que o sistema seja bem estruturado e flexível, pois poderá ser adaptado conforme necessidade da empresa. Para estruturar e implantar o sistema de controle interno é necessário seguir alguns passos: - Deixar claro que a decisão da implantação partiu da administração da empresa, e que todos estão comprometidos com esse processo; - Especificar os recursos necessários para a implantação do sistema; - Definir as prioridades e o coordenador do projeto de implantação; - Estimular e cobrar toda a organização e o comprometimento real; - Acompanhar as etapas da implantação, com o objetivo de evitar erros. O responsável pela implantação e estruturação do sistema deve deixar claro que a decisão é da administração da empresa e que será importante a colaboração de todos os funcionários. 7.1 DIRETRIZES PARA IMPLANTAÇÃO OU REVISÃO DE UM SISTEMA DE CONTROLES A implantação ou revisão de um sistema de controle interno é uma atividade complexa que requer algumas diretrizes básicas. Algumas dessas diretrizes são descritas a seguir, conforme Oliveira; Perez Jr e Silva, (2002). Essas diretrizes servem de orientação básica para os empresários atingirem seus objetivos. AN02FREV001/REV 4.0 51 - Primeira: Cada empresa deverá desenvolver seu próprio sistema de controle interno. Mesmo existindo empresas do mesmo setor, oferecendo os mesmos produtos e serviços, elas não são iguais, e, portanto deverão ter sistemas de controles internos diferentes, cada empresa tem sua estrutura organizacional seus métodos e valores. - Segunda: Por melhor que seja, nenhum sistema de controle interno poderá compensar ou neutralizar as incompetências dos executivos da empresa. A maioria das empresas decide adotar ou aperfeiçoar um sistema de controle interno somente após ocorrer um grande desfalque ou quando os prejuízos financeiros começam a aparecer, pois os administradores atribuem a origem desses problemas por falta de um sistema de controle interno, ou a ineficiência do sistema existente. Mas se existir indícios de que a razão básica das dificuldades financeiras da empresa for por incompetência de um ou mais de seus administradores, será indispensável assumir o fato e promover as alterações de pessoal necessárias. - Terceira: Complexidade dos sistemas de controles internos não representa garantia de eficiência e eficácia. Uma vez estabelecidos os objetivos da empresa e os sistemas de controles alternativos aplicáveis ao atingimento desses objetivos, deve-se dar prioridade a implantação de sistemas adequados ao ambiente corporativo, mesmo que apresentem simplicidade em seu contexto. Normalmente, quanto mais complexo um sistema, maiores serão as despesas envolvidas e também maior a necessidade de treinamento do pessoal encarregado e maiores possibilidades de erros que venham a ser cometidos. - Quarta: Devem ser fixados prazos realistas e exequíveis no processo de implantação do sistema de controles internos. Dependendo da estrutura organizacional da empresa, a implantação ou aprimoramento do sistema de controles pode ser de máxima complexidade, que AN02FREV001/REV 4.0 52 compreende a criação ou reformulação dos procedimentos, formulários utilizados, das técnicas orçamentárias, da metodologia de custeio da empresa etc. Um trabalho exaustivo de análise das atividades desses procedimentos e técnicas pode se revelar essencial e envolver trabalhos destinados a corrigir erros de interpretação. Mesmo com todo retrabalho que venha a ser efetuado, normalmente se descobre detalhes que escaparam nas revisões preliminares e, portanto novos retrabalhos são requeridos. - Quinta: É decisiva a participação das pessoas na implantação ou aprimoramento dos controles internos e na futura manutenção e operacionalização sistêmica. Mas como já se sabe as pessoas não gostam muito de serem controladas, e têm uma tendência natural de reagir negativamente a qualquer tipo de mudança, assim sendo o responsável pela implantação deve ser um hábil negociador e vendedor de suas ideias. Também é muito importante o apoio dos administradores da empresa, pois sem este poderá correr o risco de falhar.- Sexta: Sistemas complexos e impraticáveis são inúteis. Podem ocorrer situações em que os profissionais encarregados da implantação e criação do sistema de controle interno se deixar levar pelo entusiasmo e perderem o contado com a realidade, assim acabam tornando o trabalho ineficiente para a empresa e funcionários. Deve se ter em mente o que foi definido pela administração da empresa, sem correr risco de gerar gastos indevidos. Exemplo: se o administrador definiu um gasto máximo para a implantação, não adianta de nada o analista projetar um sistema que exceda o valor inicial, implicando a aplicação de recursos que a empresa não tem ou não está disposta a investir. -Sétima: No processo de implantação ou reformulação, devem ser consideradas também as perspectivas futuras da empresa. AN02FREV001/REV 4.0 53 Os sistemas de controles internos não se criam nem se alteram facilmente, pois são operações de alta complexidade que implicam, sempre, a aplicação de recursos, tempo do pessoal envolvido da tomada de decisão. Então é necessário que o sistema seja projetado com visão futura, não somente com o que está acontecendo no momento, com as devidas alterações possíveis que poderão ocorrer. 7.2 RAZÕES E PRÉ-REQUISITOS PARA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO Há inúmeras razões para a implantação de um sistema de controle interno, pois as empresas estão cada vez mais competitivas no mercado e necessitam de maiores controles para uma melhor gestão. Para implantar um sistema de controle interno é necessário seguir os seguintes procedimentos, segundo Peleias (2003): Materialização do ambiente de controle na organização, criando bases sustentadas para a adoção de boas práticas de governança corporativa; Otimização dos investimentos em tecnologia da informação, pela redução de custos administrativos, eliminação de redundâncias e retrabalhos e fim de entrada de dados em vários pontos dos sistemas operacionais e administrativos. Também é possível obter mais estabilidade e durabilidade dos ciclos de vida dos sistemas operacionais e de informação; A possibilidade de refletir a delegação de autoridade e a segregação de funções, contidas na estrutura organizacional, nos sistemas operacionais e de informação, pela configuração dos perfis de acesso. É necessário que seja feita uma análise para saber quais são os fatores para implantação do sistema de controle interno, com o objetivo de evitar erros nesta fase, como por exemplo: AN02FREV001/REV 4.0 54 - Definir o escopo da implantação, abrangência, características; - Tempo (prazo de implantação); - Custos a serem alocados; - Pessoas (definição da equipe responsável pela implantação) e os recursos a serem utilizados; - Comunicação (comunicar com clareza a toda organização quais os objetivos da implantação); - Avaliar os riscos (perda de agilidade); - Avaliar as expectativas em relação ao que se espera após a implantação (melhorias obtidas); - Conhecimento dos ciclos e processos operacionais, por parte da equipe responsável pela implantação. Considerando as possibilidades mencionadas, é importante elaborar um planejamento para a implantação do sistema de controles internos, o qual deve contemplar, basicamente, as seguintes fases: FIGURA 9 - FASES PARA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO FONTE: Disponível em: <http://arquivos.unama.br/ nead/gol/gol_adm_6mod/ controladoria_auditoria/pdf/aula10.pdf>. Acesso em: 12 maio 2013. Cada empresa possui características e necessidades específicas, portanto o sistema de controle interno deve ser adaptado conforme suas necessidades, mas alguns fatores devem ser levados em consideração: AN02FREV001/REV 4.0 55 - Organograma que estabeleça os arranjos e as inter-relações das unidades constitutivas do sistema organizacional, delineando as linhas de subordinação funcional e a devida segregação de funções; - Manual de procedimentos com um sistema de autorizações, aprovações e de linhas de responsabilidade, e estabelecimento de práticas processuais e de rotinas; - Estrutura contábil adequada, incluindo técnicas orçamentárias e de custos, um plano de contas e sua descrição, manual de procedimentos e gráficos descritivos de fluxo de transações; - Qualidade dos integrantes do quadro de pessoal condizente com as práticas, natureza dos cargos e responsabilidades, e com treinamento adequado; - Auditoria interna que se reporte, diretamente, a um membro da administração, com a incumbência de verificar, avaliar e aperfeiçoar os controles internos continuamente. O sistema de controle interno deve variar de acordo com a natureza do negócio, estrutura e tamanho da empresa, diversidade e complexidade das operações e deve ser estruturado de forma que: Se mostre eficaz para atender aos objetivos da direção; Não gere ineficiências ou burocracia, adaptando os recursos da estrutura ao sistema, e não ao contrário; Tenha um saldo positivo na relação custo/benefício. Para Peleias (2003), a decisão de implantar um sistema de controle interno significa que alguns parâmetros norteadores da decisão precisam ser considerados: O sistema de controle interno e seus mecanismos devem ser eficazes, do ponto de vista dos resultados esperados, e eficientes no que se refere à funcionalidade e rapidez de resposta, para que contribuam com os objetivos da organização; Não deve gerar trabalho desnecessário, tampouco encarecer ou tornar excessivamente pesada e burocrática a estrutura organizacional, os processos de AN02FREV001/REV 4.0 56 negócio, o ambiente de informática, as instruções escritas e os sistemas ou razões auxiliares à Contabilidade; A relação entre os custos de desenvolver, implantar, operar e manter o sistema de controle interno e os benefícios esperados deve ser equilibrado. Significa que, em algumas circunstâncias, é possível que se conviva com o risco de determinados eventos que, pela probabilidade de ocorrência, combinada com o impacto que causariam ao patrimônio e aos resultados da empresa, não compensem o investimento. O sistema de controle interno pode ser estruturado conforme a figura abaixo: FIGURA 10 - SISTEMA DE CONTROLE INTERNO Sistema de Controle Interno FONTE: Mota (1998). 8 COMPONENTES DO CONTROLE INTERNO O controle interno é formado por cinco componentes inter-relacionados, que devem trabalhar em conjunto em um processo que visa atingir os objetivos da empresa. Resultantes da maneira pela qual a administração conduz a empresa e estão integrados ao processo de gestão. Auditor Comercial Operacional e Diretoria Direção e Administrativo Controles Administrativos Controles Contábeis AN02FREV001/REV 4.0 57 Os cinco componentes do controle interno são os seguintes: Avaliação de risco; Ambiente do Controle; Atividades do Controle; Informação e Comunicação e Monitoramento. 8.1 AVALIAÇÃO DE RISCO A administração deve avaliar os riscos que afetam a consecução desses objetivos, por exemplo, o de cometer erros ou falhas na execução dos procedimentos. A avaliação envolve a identificação e análise dos riscos de informação material incorreta em relatórios financeiros, é o processo de identificação e análise dos riscos relevantes para o alcance dos objetivos do órgão ou entidade e para determinar uma resposta apropriada, envolve identificação do risco; mensuraçãodo risco; avaliação da tolerância da organização ao risco; desenvolvimento de respostas. Para avaliar os riscos no controle interno o auditor independente segue os seguintes passos: Levanta o sistema do controle interno; Verifica se o sistema levantado é o que está sendo seguido na prática; Avalia a possibilidade de o sistema revelar de imediato, erros e irregularidades; Determina o tipo, data e volume dos procedimentos de auditoria; Isso porque a maneira como a empresa poderia produzir a informação incorreta varia conforme a natureza do processamento. O auditor está interessado em valores significativos, referentes a erros e irregularidades que venham afetar as demonstrações financeiras da organização. Um bom sistema de controle interno funciona como uma “peneira” na detecção de erros ou irregularidades (CREPALDI, 2004), assim se a empresa tiver AN02FREV001/REV 4.0 58 esse sistema forte e bem executado o auditor pode reduzir o volume de testes de auditoria. Muitas vezes irregularidades nos setores, financeiro, administrativo e de compras da organização passam despercebidas pelos próprios empresários. A seguir alguns exemplos de irregularidades mais comuns nas empresas: suborno, fraude e desfalque. O suborno é quando alguém recebe alguma propina ou benefício para tomar uma decisão na empresa, por exemplo, na compra de algum produto. A fraude acontece com maior frequência e se caracteriza na adulteração de documentos, com isso proporcionado benefícios financeiros. O infrator preocupa-se em fazer com que a documentação interna da empresa esconda as operações que foram feitas. Muitas vezes, em algumas empresas o controle interno é tão desorganizado que o empresário não percebe que o dinheiro diminuiu. Isso ocorre quando as funções gerenciais são concentradas nas mãos de poucos funcionários, para diminuir gastos com contratações, mas assim facilita as situações fraudulentas. Segundo Crepaldi (2004), os setores com mais riscos de irregularidades são: setor de compras, vendas, contas a receber e pagar, folha de pagamento, estoque de mercadorias e financeiros. 8.2 AMBIENTE DO CONTROLE FIGURA 11 – COLABORADOR REGISTRANDO OS DADOS FONTE: Disponível em: <http://www.ambito- juridico.com.br/site/?n_link=visualiza_noticia&id_caderno=23&id_noticia=100221>. Acesso em: 26 jul. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 59 Os controles internos de uma empresa são operados por pessoas, assim a importância do comportamento humano e da própria cultura organizacional é muito importante, chegando-se a conclusão que a essência de qualquer negócio são as pessoas, suas características, integridade moral, ética e competências. O ambiente de controle de uma empresa é complexo, pois seu perfil é determinado pelo ambiente de controle e influencia diretamente na consciência das pessoas. Segundo Peleias (2003), esse ambiente consiste no acatamento de políticas, aplicação de procedimentos, o uso de sistemas operacionais e de informação e outros instrumentos de controle, existentes ou que sejam relacionados ao porte da empresa, condicionando a eficácia do sistema de controle interno, que é afetada pelo enfoque dado ao controle por proprietários, controladores e administradores, refletido na organização e na estrutura da empresa. O ambiente de controle segundo Nascimento e Reginato (2007), é a consequência direta do modelo das empresas, ou seja, dependendo da intenção dos gestores na forma de conduzir sua organização e como é repassada ao restante da empresa. Um bom ambiente de controle significa transparência nas operações da empresa. Fatores que constituem o ambiente de controle: a integridade pessoal e profissional, os valores éticos da direção e do quadro de pessoal deverão prevalecer incluindo uma atitude de apoio ao controle interno, durante todo o tempo e por toda a organização; competência; o “perfil dos superiores” (ou seja, a filosofia da direção e o estilo gerencial); estrutura organizacional; políticas e práticas de recursos humanos. (GRAMILING; RITTENBERG e JOHNSTONE, 2012). - Integridade e valores éticos: a eficácia das políticas e dos procedimentos de controle interno é função da integridade e dos valores éticos das pessoas que os criam, gerem e monitoram. Integridade e comportamento ético são produtos dos padrões éticos e comportamentais da entidade, incluindo como são transmitidos e reforçados na prática. Incluem as ações da administração para remover ou reduzir AN02FREV001/REV 4.0 60 incentivos e tentações que poderiam fazer que o pessoal se envolvesse em atos antiéticos, abrangendo também a comunicação de valores éticos e padrões de comportamento ao pessoal por meio de declarações de política, códigos de conduta e por meio de exemplo. (GRAMILING; RITTENBERG e JOHNSTONE, 2012). É importante que a empresa tenha código conduta ética, sobre o que é certo ou errado: conflitos de interesses, necessidade de cotações, prática de relacionamento com clientes, pagamento de propinas, práticas contábeis, recebimento de presentes de fornecedores ou de clientes, pagamentos indevidos, entre outros. Essas regras devem ser informadas a todos os setores da empresa, de forma que não existam dúvidas sobre o certo ou errado, bem como programas de informação e reciclagem de conhecimentos. É importante, também, que haja regras claras para punições, caso ocorra um comportamento inadequado, (Faculdade On- Line UVB, 2013). - Conselho de administração e comitê de auditoria: Os representantes do conselho são escolhidos pelos acionistas, com a missão de supervisionar a administração da empresa, se o conselho for eficaz estará envolvido diretamente nas decisões da empresa. Normalmente os conselhos possuem três comitês: o comitê de auditoria que é responsável por supervisionar a parte financeira; o de remuneração que tem por finalidade recomendar a indicação de altos executivos e pacote de remuneração e o de nomeação e governança tem por finalidade identificar conselheiros independentes que atuem em favor dos interesses dos acionistas. (GRAMILING; RITTENBERG e JOHNSTONE, 2012). - Filosofia e estilo gerencial: A filosofia e o estilo gerencial da empresa vão determinar como as operações serão administradas. A empresa realiza três processos cruciais que são importantes na avaliação do controle interno, estabelecer o clima, articular os objetivos e selecionar princípios de contabilidade e supervisionar as estimativas. (GRAMILING; RITTENBERG e JOHNSTONE, 2012). - Estrutura organizacional: O organograma é fundamental para qualquer empresa alcançar seus objetivos. Pelo organograma, a empresa poderá planejar, AN02FREV001/REV 4.0 61 executar, verificar os desvios por meio do controle e monitoramento das suas atividades, cada empresa define seu organograma conforme suas atividades. A estrutura organizacional influencia muito na administração da empresa, pois se o sistema de controle interno for muito claro, a administração da empresa poderá tomar as decisões mais corretas possíveis. - Políticas e Procedimentos de Recursos Humanos: As empresas precisam estabelecer normas e procedimentos de contratações, treinamentos, supervisão, avaliação, promoção, remuneração e tomada de decisões em relação aos seus funcionários. Esse tipo de procedimento é importante para que a empresa contrate as pessoas certas, adequadas as atividades a serem realizadas. - Governança Corporativa: Governança corporativa, segundo Steinberg (2003), é a criação de um ambiente de controle, em um modelo balanceado dedistribuição de poder. São as práticas e os relacionamentos entre os acionistas e cotistas, com o Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal, com a finalidade de aperfeiçoar o desempenho da empresa. A expressão abrange todos os assuntos relativos ao poder de controle e direção de uma empresa, bem como as diferentes formas de seu exercício. Governança corporativa agrega valor, a partir do momento em que, ao lado de uma boa governança, temos, também, um negócio de qualidade, lucrativo e bem administrado. Nesse caso, a boa governança permitirá uma administração ainda melhor, em benefício de todos os acionistas e daqueles que lidam com a empresa. A empresa que opta pelas boas práticas de governança corporativa adota transparência, prestação de contas e equidade. Para que isso esteja presente em suas diretrizes de governo, é necessário que o Conselho de Administração, representante dos proprietários do capital (acionistas ou cotistas), exerça, realmente, seu papel na organização, que consiste, especialmente, em estabelecer estratégias para a empresa, eleger a Diretoria, fiscalizar e avaliar o desempenho da gestão e escolher a auditoria independente. A figura abaixo mostra a influência do modelo de gestão para o ambiente de controle da empresa e a importância desse ambiente para a formatação dos controles internos. AN02FREV001/REV 4.0 62 FIGURA 11 - MODELO DE GESTÃO - AMBIENTE DE CONTROLE E SISTEMA DE CONTROLE INTERNO FONTE: Nascimento e Reginato, 2007. 8.3 ATIVIDADES DE CONTROLE As atividades de controle são políticas e procedimentos implantados em toda a organização para reduzir o risco de divulgação financeira incorreta. Quando o nível MODELO DE GESTÃO AMBIENTE DE CONTROLE Organização Formal Atitude e Compromisso da Administração Métodos Atitude e Compromisso dos Funcionários Avaliação e Gerenciamento dos Riscos Sistema de Controle Interno AN02FREV001/REV 4.0 63 de controle for mais elevado, às atividades de controle incluem o exame e a análise das operações efetuadas pela administração. As atividades de controle envolvem dois elementos básicos: Os administradores e auditores devem determinar se o projeto de controle interno está adequado às necessidades da empresa, verificando se os processos estão funcionando eficazmente, pois há três processos que afetam a qualidade dos dados registrados no geral: processamento de transações; estimativas contábeis e lançamentos de ajuste e encerramento do diário. Existe um risco elevado, pois a fraude pode ser gerada por meio de lançamentos de ajustes, encerramento e outros lançamentos incomuns de diários. Assim os controles sobre essas áreas devem incluir: - Sustentação documentada para todos os lançamentos; - Referência a dados de apoio subjacentes, com uma bem desenvolvida documentação de auditoria; - Revisão pelo diretor financeiro ou pelo controlador; - Exames independentes, na medida do necessário, pela auditoria interna para determinar que todos os itens estão presentes e os lançamentos são apropriados. As provisões contábeis devem se basear nos processos e dados subjacentes para os quais haja comprovação que gerem estimativas. Os processos - O projeto dos controles, que poderia incluir políticas estipulando o que deve ser feito, ou a descrição de atividades. - O funcionamento dos controles, ou seja, os procedimentos implantados em conformidade com o projeto dos controles. AN02FREV001/REV 4.0 64 devem ser construídos baseados nesses processos para garantir dados precisos e reais. - Controle preventivo e comunicação: os controles preventivos se destinam a impedir a ocorrência de uma informação incorreta e devem ser enfatizados no projeto de processos. Para exemplificar, os controles de acesso impedem o lançamento não autorizado de transações no geral. Os controles de edição podem impedir que algumas transações impróprias sejam registradas. Os preventivos são geralmente os controles mais eficientes, em termos de custo, quando do projeto de processos. Entretanto, eles podem não gerar evidência documental de que os controles estão funcionando eficazmente. Por exemplo, um controle que impede o processamento de uma transação fictícia poderia não deixar evidência documental de que ele funcionou. Muitas empresas complementam os controles preventivos montando controles de detecção, que fornecem evidências de que o processamento tem sido capaz de impedir erros ou não. As operações de conciliação, por exemplo, fornecem evidência indireta do funcionamento de outros controles, como técnicas de monitoramento contínuo que mostram se transações que foram processadas não o deveriam ter sido. AN02FREV001/REV 4.0 65 8.4 INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO FIGURA 12 - REUNIÃO E COLETA DE DADOS FONTE: Banco de imagens Portal Educação. Informação e comunicação representam os processos de coletas de dados financeiros básicos utilizados por uma empresa para apoiar a consecução de objetivos da divulgação financeira. Geralmente isso significa que as instituições montam relatórios que lhe permitam monitorar o processamento e ficar sabendo se outros controles estão falhando. Por exemplo, uma empresa deve ter um sistema de informação que facilite a identificação de problemas de desempenho e falhas de controle. O sistema de informação, em si mesmo, não é suficiente. Ele deve permitir que seja feita a comunicação às pessoas certas para garantir que as providências necessárias sejam tomadas. AN02FREV001/REV 4.0 66 8.5 MONITORAMENTO Corresponde aos processos que uma empresa usa para determinar se o controle interno está funcionando eficazmente. Os processos de monitoramento contínuo são projetados para identificar falhas de controle, geralmente mediante a constatação de atividades resultados fora do normal, inesperados ou incompatíveis com os objetivos da administração. As avaliações separadas, outra forma de monitoramento, são geralmente feitas por auditores internos ou funcionários da empresa, gerando um relatório a respeito da eficácia de outros processos de controle interno. 9 MODELOS DE FERRAMENTAS DE CONTROLE INTERNOS PARA A MELHORIA DA GESTÃO O setor financeiro da empresa é um dos pontos fortes, tem a responsabilidade de lidar com funções de grande importância, como administrar o dinheiro da empresa, realizar os pagamentos e recebimentos, controlar os gastos e receitas da empresa. O controle das atividades financeiras possibilita ao gestor da empresa, observar antecipadamente as necessidades de caixa da empresa auxiliando na tomada de decisões, tendo uma melhor visão financeira da empresa. Uma boa gestão e controle financeiro são importantes para ampliar o patrimônio de uma empresa, além de promover sua continuidade no mercado econômico atual com competitividade e solidez, pois estes controlam os recursos financeiros necessários maximizando os resultados. Os modelos de controle no setor financeiro podem ser: Controle interno contas a pagar; Controle interno contas a receber; Controle interno bancos; Controle interno caixa. AN02FREV001/REV 4.0 67 Os modelos de controle internoainda podem ser: Controle interno estoques; Imobilizado, etc. 9.1 CONTROLE INTERNO CONTAS A PAGAR FIGURA 13 – DINHEIRO A PAGAR FONTE: Disponível em: <http://www.alienado.net/melhor-maneira-de-pagar-as-suas- contas/>. Acesso em: 26 jul. 2013. O contas a pagar é formado por todas as obrigações com terceiros. Conforme Crepaldi (2011, p. 629) “as obrigações representam fontes de recursos e reivindicações de terceiros contra os ativos da empresa”. A origem do contas pagar se dá pela necessidade da empresa em adquirir algum bem ou serviço para a continuidade de suas atividades com pagamento futuro, estes são registrados no passivo. As obrigações da empresa compreendem normalmente os seguintes grupos: Fornecedores a pagar; Empréstimos a pagar; Impostos a pagar; Salários a pagar e encargos sociais a recolher. AN02FREV001/REV 4.0 68 Pois se a empresa mantiver um eficiente sistema de controle interno no setor de contas a pagar, poderá ter uma administração eficiente. Com o controle dos pagamentos a serem realizados a empresa poderá ter com clareza quais fornecedores devem ser pagos. 9.2 CONTROLE INTERNO CONTAS A RECEBER FIGURA 14 – DINHEIRO A RECEBER FONTE: Disponível em: <http://limpalimpatudo.blogspot.com.br/2012/04/o-que-sao-os-ptcs-9-como- receber.html>. Acesso em: 26 jul. 2013. As operações de vendas de mercadorias, produtos ou serviços a prazo, ou seja, para posterior recebimento geram para as empresas um direito, este é registrado no ativo como contas a receber, sendo baixada após o pagamento por parte do comprador. É preciso adotar procedimentos de controles para acompanhamento do cumprimento pelos clientes, dos prazos de pagamentos concedidos. Tais procedimentos tendem a diminuir os riscos de prejuízos, não só porque permitem que providências imediatas sejam tomadas com relação às contas em atraso, como AN02FREV001/REV 4.0 69 também porque apresentam um importante instrumento de avaliação do desempenho da área de cobrança da empresa. Para a empresa manter um bom controle das contas a receber precisa ter em boa forma de organização: Um sistema de cadastro dos clientes, com todas as informações possíveis sobre nome completo, dados pessoais, endereço, referências familiares e comerciais, etc.; Um serviço de cobrança bem organizado; Uma carteira de títulos bem organizada, constantemente vistoriada e em perfeita conexão com os serviços de cobrança; Preferência por recebimentos via bancária. 9.3 CONTROLE INTERNO SETOR DE ESTOQUE FIGURA 15 – CONTROLANDO O ESTOQUE FONTE: Disponível em: <http://www.coladaweb.com/administracao/controle-de-estoques- de-materiasprimas>. Acesso em: 26 jul. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 70 O controle interno no setor de estoque deve ser eficiente, já que é por meio dele que são controladas as mercadorias que a empresa adquire. Um sistema de controle de estoques deve assegurar, segundo Gramling; Rittenber e Johnstone (2012) o seguinte: Se todas as compras foram autorizadas; Há contabilização tempestiva, precisa e completa das transações envolvendo estoque; O recebimento de estoques adequadamente controlado e testado independentemente para verificar que sua qualidade está de acordo com os padrões da empresa. O sistema de contabilidade de custo deve estar atualizado. Um sistema de inventário adequado; Todos os produtos devem ser examinados; A administração deve analisar periodicamente os estoques, tomando decisões a respeito de estoques excessivos e procurar um modo de minimizar perdas. 9.4 CONTROLE INTERNO CAIXA E BANCOS FIGURA 16 – CONTROLE DE RECURSOS FONTE: Disponível em: <http://www.becocomsaida.blog.br/2009/04/o-que-e-fluxo-de-caixa/>. Acesso em: 26 jul. 2013. AN02FREV001/REV 4.0 71 Nas empresas, o caixa representa os recursos imediatamente disponíveis para despesas diárias e pagamentos não previstos. O banco compreende os saldos bancários em conta corrente, que a empresa disponibiliza para saques ou aplicações. São considerados como disponibilidades: O numerário em mãos, em trânsito e os saldos bancários que possam ser livremente utilizados; Os cheques à vista em poder da entidade; As aplicações em título negociáveis com conversibilidade imediata; e As aplicações em ouro, (ATTIE, 2009). O controle das disponibilidades visa garantir que recursos financeiros estejam disponíveis para honrar os compromissos de curto prazo. Abaixo algumas medidas que servem para fortalecer tal controle e que podem ser utilizados de forma quase padrão pelas diversas empresas: Segregação de funções entre a custódia de valores e a contabilização; Sistema de autorização e aprovação para pagamento; Conciliações bancárias periódicas e revisadas por pessoa independente de sua preparação; Utilização de fichas de razão individuais para as diversas contas do disponível; Utilização de duas pessoas independentes para a assinatura de cheques; Abertura de contas bancárias pela administração; Sistema de fundo fixo para valores mantidos em mãos; Cancelamento da documentação comprobatória após o pagamento; Controle de pagamentos para evitar atrasos e consequentemente multas ou juros de mora; e Controle diário dos recebimentos e acompanhamento entre o valor depositado e o efetivamente recebido. (ATTIE, 2009). AN02FREV001/REV 4.0 72 O controle das contas caixas e bancos exigem procedimentos claros e adequados para corrigir irregularidades, abster-se de fraudes e dar transparências aos processos desenvolvidos, evitando desperdícios e desfalques, proporcionando assim uma melhor utilização dos recursos de liquidez imediata. De acordo com Pottmeier (2010) estes procedimentos são: Conferência de valores; Movimentação interna da empresa confrontada com a movimentação realizada pelas entidades financeiras; Verificação nas contas bancárias dos recebimentos de clientes mediante depósitos; Exame de cheques de clientes e comprovantes de caixa, com o intuito de analisar se estão corretos. 10 COMO ASSEGURAR UM ELEVADO GRAU DE CONFIABILIDADE NO CONTROLE INTERNO Para ter um elevado grau de confiança no controle interno é necessário que este tenha as seguintes características: 1 - Plano de Organização que propicie apropriada segregação de funções e correta divisão das responsabilidades funcionais: deve ser simples e flexível, devendo se prestar ao estabelecimento de linhas claras de autoridade e responsabilidade, um elemento importante em qualquer plano de organização é a independência estrutural das funções de operação, custódia, contabilidade e auditoria interna, ou seja, a separação de funções, de tal forma que os registros existentes fora de cada departamento sirvam de controles de atividades dentro do departamento. Mas mesmo com essa independência entre os setores, é preciso que haja uma integração entre eles, a fim de possibilitar o fluxo de serviço e a eficiência total das operações da empresa. Deve ser estabelecida uma divisão funcional das obrigações, também devem ser estabelecidos os níveis de responsabilidade e AN02FREV001/REV 4.0 73 também as delegações de autoridades devem ser de forma clara e, colocadas no organograma e em manuais da empresa. 2 - Observação de práticas salutares no cumprimento dos deveres e funçõesde cada um dos departamentos da organização: o cuidado com as práticas observadas na execução das tarefas e nas funções atribuídas a cada um dos departamentos da empresa determinará a eficiência do controle interno e das contas que dele fazem parte. Os procedimentos adotados devem conter os requisitos necessários para a autorização das transações, seu registro e salvaguarda dos ativos. As práticas salutares devem prover os meios para assegurar a integridade das autorizações, registros e custódias. 3 - Sistema de autorização e procedimentos de escrituração adequados, que propiciem controle eficiente sobre o ativo, passivo, receitas, custos e despesas: esse sistema deve incluir meios de controle sobre: Operações e transações por meio de métodos de aprovações, de acordo, com as responsabilidades e riscos envolvidos em cada uma de suas partes; Registros das operações e transações por meio dos documentos originais e segundo o fluxo normal delas; e Classificação dos documentos dentro de uma estrutura formal de contas (plano de contas). Para que uma operação ou transação concretize-se de maneira eficaz, é necessário que haja aprovação em cada uma das etapas ou nos pontos de equilíbrio, para o cumprimento do programa de administração, segundo as responsabilidades determinadas. Um plano de contas elaborado facilita a contabilização e o consequente controle contábil das operações. AN02FREV001/REV 4.0 74 Os meios para o controle nos registros originais das operações e transações são criados por meio do planejamento do fluxo de procedimentos relativos à escrituração e das normas de aprovação. Os formulários, as instruções relativas ao fluxo dos procedimentos de escrituração e as normas de aprovação são frequentemente incorporados aos manuais de procedimentos. 4 - Pessoal com adequada qualificação técnica e profissional, para a execução de suas atribuições: um sistema de controle interno que funcione corretamente não depende apenas do planejamento efetivo da empresa e da eficiência dos procedimentos e práticas instituídas, mas também da competência de todo o pessoal envolvido, para levar adiante, de forma eficiente e econômica, os procedimentos prescritos. Assim sendo, todos os profissionais que compõem o quadro de colaboradores da empresa precisam receber informações adequadas para a realização de suas tarefas e treinamentos apropriados no âmbito técnico, gerencial e operacional. Assim se a empresa seguir esses procedimentos poderá assegurar um elevado grau de confiabilidade no controle interno. FIM DO MÓDULO II
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