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Gerencia por crieses e por riscos

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SECÁO I FALANDO DE PROJETOS
I
Hélio Rodrigues Costa é doutor em Engenharia de Sistemas e Computação com ên-
fase em gerenciamento de riscos em projetos, programas e portfólios. É sócio-diretor
da Solaris Treinamento e Consultoria Empresarial e possui cerca de 15 anos de experi-
ência em diversas funções gerenciais. É especialista, consultor e professor em cursos
de Gerenciamento de Projetos. Email: falandodeprojetos@mundopm.com.br
Ao procurar a definição da palavra crise
no dicionário, pode-se encontrar coisas tais
como: uma condição instável envolvendo
uma mudança abrupta; um evento emocio-
nalmente estressante ou mudança traumá-
tica na vida de uma pessoa; uma situação
que alcançou um ponto critico; algo que ne-
cessita uma intervenção imediata; um pon-
to de alta tensão que precisa ser resolvido.
No entanto, se procurarmos a origem
da palavra, chegamos ao grego krísis, que
significa momento de decisão ou ponto de
decisão, e isto nos leva a uma mudança radi-
cal na concepção da palavra pelos seguintes
motivos:
Primeiro, pelo fato de que uma crise
não necessariamente está associada a um
evento negativo, traumático ou catastrófi-
co. Segundo, porque ela refere-se simples-
mente a um momento no qual, diante de
futuros incertos, faz-se necessário escolher
uma direção.
Vamos a alguns exemplos. Seu carro
está velho e você deseja trocá-Io por um
novo. Quais das dezenas de opções você vai
escolher? Neste momento você acaba de se
encontrar numa crise. Ao ir a um restauran-
te você pode escolher diversos pratos e não
sabe qual escolher. Pronto, você está numa
crise.
Mas o que tudo isso tem a ver com pro-
jetos? A resposta é... tudo! Pelo simples fato
"I
í
Resumo da ópera, sem um bom geren-
ciamento de riscos que identifique, avalie e
planeje respostas às incertezas do projeto,
como estaremos preparados para eventuais
momentos de tomada de decisão (crises)
que iremos enfrentar?
Ao contrário da prática de alguns geren-
tes de projetos que lidam com riscos apenas
reservando 10% a mais do orçamento para
eventuais "problemas";» gerenciamento de
riscos pode nos levar a futuros bem mais
confortáveis do que pensamos.
Ao planejar os riscos estamos mais do
que identificando incertezas que podem
nos afastar de nossas linhas de base de pro-
jeto, mas também nos preparando para mo-
mentos em que seremos forçados a tomar
decisões que afetarão o futuro de nossos
projetos.
Por sua vez, sem esta postura teremos
que nos acostumar a "apagar incêndios R
todas as vezes que formos surpreendido
por situações incertas não anteriormente
identificadas e mesmo assim teremos que
tomar decisões, só que, em muitos casos,
sem as informações necessárias.
Desta forma, meu conselho é: parem de
gerenciar projetos por crises e comecem 2
gerenciar projetos por riscos, pois as chan-
ces de você acertar e chegar aos seus objeti-
vos vão aumentar de maneira considerável
Gerência por Crises
e por Riscos
de que, durante a execução de um projeto,
em diversos momentos temos que tomar
decisões, escolher entre opções que podem
levar a futuros incertos, ou seja, crises.
O maior problema de tudo isso é que
em muitos casos não estamos preparados
para as crises dos projetos e acabamos to-
mando decisões precipitadas ou baseadas
em avaliações incorretas pelo fato de não
termos tempo ou as informações necessá-
rias e disponíveis para uma adequada deci-
são relativa a futuros incertos.
E como resolver este problema? Basta
fazer um planejamento adequado em que
a coleta de informações seja suficiente para
que possamos estar preparados e termos a
correta avaliação e julgamento em momen-
tos de crise.
Isto parece óbvio, mas a solução não é
tão simples assim, pois nos remete ao real
sentido de um planejamento, qual seja, de·
talhar as infonnações básicas de wn proje·
to a tal ponto que possamos "garantir" que
os objetivos do projeto sejam alcançados.
E que informações são estas? São as in-
formações do escopo, do tempo, do custo,
etc, que fazem com que o plano seja desen-
volvido. Contudo, a questão não está em
apenas saber qual o escopo, o tempo pre-
visto e os custos associados, mas também
as incertezas relativas aos parâmetros de
planejamento, ou seja, os riscos.
I.
82 Mundo ProjectManagement lunho/lulho 2012 mundopm.com.br

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