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Resumo: Exame Físico Vascular Introdução Os componentes do sistema vascular são as artérias (O2, nutrientes - exceção artéria pulmonar), veias (CO2, produtos metabolismo celular) e vasos linfáticos (líquidos interstícios). O exame físico vascular é importante para a detecção de DAOP – estratificação risco cardiovascular; realização de procedimentos - PAM, gasometria, punção venosa profunda e periférica e identificação de patologias vasculares – aneurismas, pseudoaneurismas, fístulas, varizes, tromboflebites, TVP. Geralmente vai ser mais usado a inspeção, palpação, ausculta, quase não sendo utilizada a percussão. ● Inspeção: abaulamento pulsátil (aneurisma), dilatação, tortuosidade. ● Palpação: dilatação, frêmito (aumento do fluxo/turbilhonado), calcificação na parede arterial, FC (arritmias), procedimentos. Graduada em amplitude: 0 (ausência) / 4+ ou 6+ (amplitude máxima do pulso) → subjetiva ● Ausculta: sopro (sensação audível do turbilhonamento/aumento do fluxo) Arco Aórtico Aorta ascendente → Arco da aorta (3 ramos principais - tronco braquiocefálico / artéria carótida E e artéria subclávia E) → Aorta torácica descendente → Aorta abdominal (após o diafragma). Do tronco braquiocefálico → artéria subclávia direita e carótida comum direita Variação mais comum → Tronco Bovino (tronco braquiocefálico emite artéria carótida comum Carótida Carótidas comum D e E → trajeto ascendente → bifurcação (ângulo da mandíbula) → Carótida Interna e Externa D e E. Carótida externa: leva sangue para órgãos superficiais da região cervical, emitindo ramos na região cervical Carótida interna: condutor do sangue (coração - cérebro) - não emite ramos na região cervical, terminando nas artérias cerebrais A parte posterior do encéfalo e cerebelo são irrigadas pelas artérias vertebrais, que saem das artérias subclávias. Exame Físico Inspeção Em indivíduos magros podemos visualizar a carótida comum ou até mesmo artéria temporal sendo algo normal. Na arterite temporal, que é uma patologia autoimune, podemos visualizar a artéria temporal (ramo da carótida externa), que está mais proeminente e endurecida na palpação Palpação e Ausculta A carótida é o único vaso facilmente palpável. A palpação é realizada em decúbito dorsal, na borda anterior do esternocleidomastóideo, com leve extensão do pescoço e rotação contralateral a carótida que está sendo examinada. No PCR a palpação da carótida é de extrema importância para a avaliação da qualidade das manobras. A ausculta é realizada no mesmo local da palpação na borda anterior do esternocleidomastóideo. Na ausculta podem ser identificados sopros (percepção audível de um fluxo anormal dentro da artéria), que podem ser provocados pelos processos ateroscleróticos. O fluxo normal é o laminar, velocidade menor na periferia do no centro – bala de revólver. Pode ocorrer alteração do fluxo, que gera o fluxo turbilhonado ou de alta velocidade. O fluxo aumenta de velocidade, quando há diminuição do diâmetro. O volume de sangue bombeado é o mesmo, mas a área está estreita, aumentando a velocidade, sendo assim, ao passar, se houver alguma tortuosidade ou irregularidade, o fluxo passa a ser turbilhonar. Obs: nem todo sopro na região cervical significa patologia → sopro irradiado do coração, que eu escuto na região cervical (carótida normal). Além disso, a ausência de sopro também não exclui estenose (estenose importante → fluxo lento → percepção audível de um turbilhonamento dificultada, sendo considerado ausência de sopro. Membros Superiores Tronco Braquiocefálico → Artéria Subclávia D → Artéria axilar → Artéria Braquial → Artéria Radial e Ulnar → Arco palmar. Lembrando que a artéria subclávia E emerge do arco aórtico direito. Exame Físico A palpação é realizada nas as artérias braquial (localização: fossa cubital, medialmente ao tendão do bíceps → aferir PA), radial (localização: lateral ao flexor radial do carpo e medial ao processo estilóide do rádio → mais fina), ulnar (localização: lateral ao flexor ulnar do carpo → mais profunda) e a. do arco. As artérias do membro superior podem ser utilizadas para cateterismo radial de PAM, monitorização de exames e gasometria arterial Obs.: ATENÇÃO na realização da palpação para não confundir a pulsação do paciente com a própria pulsação. Na palpação e ausculta pode-se identificar fístula arteriovenosa (frêmitos/sopro), que é a anastomose de uma artéria e uma veia → veia se tornar dilatada e mais espessa (arterialização de veias), devido a pressão exercida pela artéria. Teste de Allen Punção → lesão no vaso → possível oclusão. As principais artérias que irrigam a mão são as artérias radial e ulnar, dessa forma, antes de fazer os procedimentos, faz-se necessário o Teste de Allen, que certifica a irrigação das 2 artérias (arco palmar). Caso haja a obstrução de uma a outra, necessariamente, precisa irrigar a região, ou seja, uma artéria deve ser suficiente para manter a perfusão da mão → arco palmar completo. Realização: Compressão, simultânea, das artérias ulnar e radial → interrupção do fluxo → paciente abre e fechar a mão por alguns segundos → solta fluxo de uma das artérias → paciente com o arco plantar completo terá perfusão normal da mão → repetir o mesmo teste com a outra artéria. Teste de Allen + = Arco palmar incompleto Se houver uma lesão no vaso a outra artéria deve ser suficiente para suprir fluxo sanguíneo da mão, com o teste de allen + não há segurança para a realização de punções nessas artérias, pois o arco palmar ficaria desprotegido/sem fluxo sanguíneo Aorta Aorta torácica descendente → Aorta abdominal (após o diafragma) → Tronco celíaco → Mesentérica superior → Artérias renais D e E → Mesentérica inferior Obs: o tronco celíaco leva fluxo para o fígado, baço, estômago, artéria mesentérica superior e artérias renais Na aorta abdominal, pela inspeção e palpação, pode-se identificar abaulamentos/massas pulsáteis (indivíduos magros) e aneurismas (dilatação arterial > 50% do diâmetro normal). Obs.: aneurismas pequenos de até 3 cm, o médico só conseguirá sentir ⅓ dos pacientes – começa a sentir com maior facilidade a partir de 5 cm, e se for > 5 cm a sensibilidade chega em torno de 70% dos casos) A maioria dos aneurismas apresenta localização infrarrenal (abaixo das artérias renais). Mas existem os aneurismas que podem acometer as artérias viscerais - mesentérica superior e tronco celíaco (aneurismas tóraco-abdominais). O Sinal de DeBakey diferencia os aneurismas a partir da sua localização. ● Massa pulsátil abaixo do arco costal (aneurisma infrarenal) → sinal negativo (mais comum) ● Massa pulsátil acima do arco costal (aneurisma toracoabdominal) → sinal positivo Na ausculta, como há dilatação, pode apresentar sopro abdominal e doença ateroscletórica. Membros Inferiores Artéria ilíaca comum → Artéria ilíaca externa e interna → Artéria femoral comum (após canal inguinal) → Artéria femoral profunda e superficial → Artéria poplítea (altura do joelho) → Artéria fibular e Artérias tibial anterior e posterior → Arco plantar ● Artéria ilíaca interna: irriga órgãos pélvicos ● Artéria ilíaca externa: conduz o sangue ● Artéria femoral profunda: irriga a coxa ● Artéria femoral superficial: conduz o sangue Artérias palpáveis A artéria femoral comum, que é um sítio de punção para PAM e gasometria, pode ser palpada na região do trígono femoral (compressão difícil – obesos). A artéria poplítea pode ser palpada no cavum poplíteo. A artéria tibial posterior é palpada na região posterior ao maléolo medial, enquanto as artérias tibial anterior e pediosa são palpadas lateralmente ao extensor longo hálux (variações anatômicas impedem a palpação). É mais seguro fazer punções em artérias de fácil compressão, para evitar o aparecimento de pseudoaneurismas. Aneurisma e Pseudoaneurisma Aneurisma é uma dilatação focal (todas as paredes) com o diâmetro > 50% do original. Dessa forma, como a aorta tem 2 cm, o aneurisma mínimo é de 3 cm. Dilatações < 3 cm podem ser chamadas de arteriectasia ou ectasia. A artériapoplítea é de difícil palpação, sendo necessário flexão + palpação bimanual. Se ela estiver facilmente palpável, pode indicar dilatação (aneurisma). No pseudoaneurisma (sopro/frêmito) não há dilatação envolvendo todas as paredes. O que ocorre é uma dissolução de continuidade da parede gerada por trauma (falta de compressão após punção), dessa forma há um extravasamento de sangue e, isso, forma uma cápsula com abaulamento pulsátil. Pode ocorrer em pacientes que usam anticoagulante e antiplaquetário, sendo o tratamento fechar o local onde há o dissolução/iatrogenia. Exame Físico Venoso No MMSS pode ser encontrada a flebite em pacientes com acesso periférico recente. A flebite evolui com dor e hiperemia no trajeto de alguma veia. Sendo proveniente do sistema venoso superficial é uma tromboflebite superficial. As veias dos MMII recebem os mesmos nomes de suas artérias correspondentes. A veia safena é muito utilizada como um substituto arterial (fazem parte do sistema venoso superficial). As varizes acometem mais mulheres em razão do fator hormonal. A tromboflebite é mais superficial, cursando com hiperemia e dor que acompanha o trajeto da veia. Já a trombose venosa profunda, apresenta edema de forma assimétrica. A TVP tem como complicação as embolias pulmonares.
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