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• Desenvolvimento do coração leva em torno de 54 dias • Evento precoce durante o desenvolvimento – ainda antes da gastrulação, sinais provenientes do hipoblasto como TGF-β e activina induzem a formação dos precursores cardiogênicos, os quais migrarão pelo terço rostral da linha primitiva • No embrião trilaminar, o epiblasto é substituído por células que ingressaram do epiblasto para o endoderma. O endoderma faríngeo secreta sinais de indução cardiogênica (BMP, FGF, Activin, ILGF2, Shh) para esses precursores que acabaram de ingressar cranial e lateralmente. Quando eles se posicional rostralmente no mesoderma da placa lateral mais rostral, eles estarão em proximidade ao endoderma faríngeo que continua secretando esses sinais cardiogênicos. • Endoderma faríngeo também inibe o morfógeno Wnt, evento necessário para especificação cardiogênica. • Ainda durante a gastrulação é formado o mesoderma axial (notocorda), que secreta fatores como Noggin/chodrin, que são inibidores de BMP, que é importante para determinação dos campos cardiogênicos. Assim, o mesoderma cardiogênico se situa o mais longe possível desses inibidores, na placa do mesoderma lateral. • Wnt – e BMP +: campo cardiogênico • Uma vez no mesoderma da placa lateral, fatores do endoderma faríngeo, ectoderma e mesoderma axial vão ativar uma nova rede transcricional com fatores de transcrição importantes para o desenvolvimento cardiogênico (Nkx2.5, GATA, Tbx5), ativando o arcabouço molecular para formação de um coração. • Mutações nos genes Nkx2.5, GATA, Tbx5 estão associadas ao desenvolvimento de doenças congênitas cardíacas. • Mutações heterozigóticas são necessárias para o desenvolvimento de doenças cardíacas. Formação do tubo cardíaco • Dependente do dobramento cefálico e lateral do embrião. • No 20° dia de desenvolvimento, o embrião está se fechando e os tubos endocárdicos se aproximando. No 21° dia, esses tubos estão mais próximos ocupando a cavidade pericárdica. E no final do processo de fechamento lateral do embrião, os 2 tubos endocárdicos se fundem e há a formação do tubo cardíaco. • Depois de formado o tubo, o coração já é funcional, ou seja, ele não só está batendo, como também já há fluxo sanguíneo ocorrendo (entrada de sangue venoso e saída de sangue arterial). m o r f o g ê n e s e • Tubo é bilateralmente simétrico, formado por células do campo cardíaco primário e secundário e também por um tubo endotelial fino que é separado do miocárdico por uma matriz extracelular, chamada de geleia cardíaca. Deslocamento do tubo cardíaco para região torácica • Coração tem que descer da região rostral em direção a região torácica. Isso acontece por conta da proliferação celular, levando ao crescimento do encéfalo, o que empurra o tubo cardíaco para uma região mais torácica. • Agora, no 22° dia, o coração já ocupa a cavidade pericárdica. Dobramento ou looping cardíaco • Tubo é dividido em regiões: região mais basal – átrio primitivo, região mais central – ventrículo primitivo. Essas sub-regiões carregam as informações de lateralidade adquiridas durante a gastrulação. Células que formam o tubo já sabem quais estruturas elas formarão. • O tubo cardíaco está preso no mesocárdio dorsal. A partir de uma pequena ruptura, ele se desprende do mesocárdio dorsal, se fixando apenas pelo seu trato de saída e entrada. • Assim, o coração se dobra em torno dele mesmo levando a mudanças na posição. Dobramento nada mais é que a proliferação celular ocorrendo em regiões específicas – células do ventrículo proliferam gerando uma força de torção- forma de “C”, de maneira que o ventrículo se reposiciona numa região mais basal. À medida que essa força aumenta, as regiões se deslocando de modo que em determinado momento ela saída da posição de “C” e assuma uma posição de “S”. Assim, o átrio é levado para uma região mais apical. • No final do processo, é formada uma estrutura semelhante ao coração. • Nkx 2.5, MEF-2, Hand-1 e Hand- 2 atuam nesse processo de dobramento. E qualquer alteração na expressão desses genes, gera um bloqueio do dobramento. Circulação através do tubo cardíaco • A entrada de sangue se dá pelo seio venosos (veias cardinais comuns – futuras veias cavas, veias umbilicais e veias vitelinas). O sangue vai então para o átrio comum passando pelo ventrículo primitivo e sai pelo coração pelo tronco arterioso (vaso que na base do coração é comum a aorta e tronco pulmonar), através da aorta por todo o embrião. Seio venoso é conectado ao átrio comum em sua porção direita. Septação • Átrio comum formam septos, que promove a separação o átrio esquerdo e direito. De mesmo modo, da base do ventrículo comum surge tb um septo que vai separar o ventrículo direito do esquerdo. • Alguns fatores secretados na geleia cardíaca induzem transição epitélio-mesênquima nas células do endocárdio, que são atraídas para o interior da geleia, promovendo uma protuberância tecidual, formando um septo que separa o átrio do ventrículo. Após a separação, o sangue oxigenado que chega no seio venoso continua passando do átrio comum para o ventrículo, através dos canais atrioventriculares. • Tronco arterioso que era comum também sofre septação, formando a artéria aorta e ao tronco pulmonar. Durante a fase fetal, os pulmões estão cheios de líquido. Então, parte do sangue é canalizado diretamente para a aorta através do ducto arterioso. Sangue entra pelo átrio direito e passa para o esquerdo pelo forame oval e também para o ventrículo direito. De lá, ele vai para o tronco pulmonar, que deixa uma passagem de sangue para as artérias pulmonares. E parte do sangue é canalizado para a aorta através do ducto arterioso, que some após o nascimento. • Átrio e ventrículos comuns são septados, formando estruturas direita e esquerda. Atrial Do teto do átrio, desce um septo primo, que apresenta um forame primo, em direção ao coxin atrioventricular, de maneira que esse forame vá reduzindo em tamanho. • Antes da fusão do septo primo com o coxin, na outra extremidade são formadas perfurações na membrana do septo por apoptose, gerando um forame secundário, por onde o sangue passa o átrio direito para esquerdo. • É formado um segundo septo, que também nasce do teto do átrio primitivo, paralelamente a direita do septo primo. O septo segundo é mais curto e rígido que o septo primo, e o “tapa” interrompendo a circulação. • O sangue que entra pelo átrio direito a partir do seio venoso. Este átrio apresenta um débito de sangue elevado. Já no átrio esquerdo, o débito de sangue durante a fase fetal é inferior ao átrio direito, tendo em vista que os pulmões são cheios de água, pouco sangue entra e sai dele em direção ao átrio esquerdo. Essa diferença de pressão, o septo primo se desloca permitindo a passagem de sangue do átrio direito para o esquerdo. A essa estrutura, é dado o nome de forame oval. • Durante o nascimento, o cordão umbilical é formado e, assim, o débito de sangue que no átrio direito diminui. Por outro lado, os pulmões se enchem de ar e se tornam o local de oxigenação do sangue. Assim, mais sangue entra no pulmão e, consequentemente, mais sangue chega ao átrio esquerdo. Tendo isso em vista, a diferença de pressão leva ao fechamento do forame oval. ventricular • O canal atrioventricular no final do looping cardíaco não está no centro, fazendo a comunicação apenas entre o átrio primitivo e o ventrículo esquerdo primitivo, enquanto que o trato da aorta se comunica apenas com o ventrículo direito. • Assim, é necessário um realinhamento das câmaras para que o coxin atrioventricular e o trato de saída fiquem alinhados em um ponto que coincide com o septo que vai se formar separando os ventrículos.• Da base do ventrículo comum é formado um septo muscular capaz de separar o ventrículo esquerdo do direito. Ao final do seu crescimento, ainda há um espaço, o forame interventricular que necessita ser completado. • Diferentemente da atrial, a partir do trato de saída, é formado outro septo (da porção mais distal para o interior), que completa o forame formado na base do ventrículo. Este septo conta com a ajuda de células da crista neural (células das bordas dorsolaterais da placa lateral, quando esta se fecha, sofrem transação epitélio-mesênquima e migram lateralmente da porção mais dorsal para regiões mais distais do embrião). A crista neural cardíaca (somitos 1 a 3) vai migrar do dorso do tubo neural, entrar pelos arcos faríngeos e aórticos e entrar pelo trato de saída formando um septo, que separa o trato em aorta e artéria pulmonar, que apresentam mesmo calibre. • Esta decida se dá de forma central até o tronco de saída, fazendo uma espiral de 180°, levando a correspondência ideal entre os ventrículos e as artérias. Defeitos congênitos ectopia do coração • Condição arar em que o coração do embrião está numa região mais abdominal e ao nascer, o nenê apresenta o coração exposto parcialmente ou completamente na parede torácica. • Geralmente, ocorre a morte do feto • Caso não haja defeito cardíaco severo devido ao posicionamento, pode ser feita uma cirurgia que consiste em cobrir com pele o coração exposto. Dextrocardia • Mais frequente • No processo normal de looping cardíaco, o coração se desloca primeiro para a direita. No entanto, nessa doença o primeiro dobramento corre para esquerda, de forma que o coração e os vasos são revertidos da esquerda para a direita. • Caso não haja uma anomalia vascular associada, o coração funciona normalmente. Forame oval persistente • Forame segundo muito longo, o que faz com que o septo segundo não cubra o forame oval Comuns em trissomias e anomalias cromossômicas Canal atrioventricular persistente • Falha na fusão dos coxins atrioventriculares dorsal e ventral, que gera defeitos como septação do átrio e ventrículo e malformação das valvas atrioventriculares. Defeitos no septo ventricular • Desenvolvimento insuficiente do septo muscular inerventricularmente • Desenvolvimento insuficiente dos coxins proximais do trato de saída • Falha na fusão das porções muscular e membranosa • Defeitos no coxin atrioventricular Alinhamento do trato de saída • Ventrículo apresenta saída dupla para aorta e artéria pulmonar, além de defeito na septação ventricular. • Mistura de sangue desoxigenado e oxigenado no ventrículo direito: cianose, sopro cardíaco, defeitos no septo ventricular Septação via de saída • Tronco arterial venoso persistente com defeito no septo interventricular, leva a mistura de sangue e hipertensão pulmonar. • Na transposição das grandes artérias, os vasos estão posicionados em paralelo, se conectando ao ventrículo errado. É a principal causa de morte entre bebês com cardiopatia cianótica. • Tetralogia de Fallot ou maladie bleue leva a divisão desigual do trato de saída: estenose do tronco pulmonar, dextroposição ou cavalgamento da aorta, defeito do septo ventricular, hipertrofia do ventrículo direito.
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