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VIAS NORADRENÉRGICAS CENTRAIS NORADRENALINA É formada a partir da tirosina e é degradada pela MAO e pela COMT O corpo neuronal das vias noradrenérgicas está no locus ceruleus e, portanto, todas se iniciam neste local. Deste, os axônios se prolongam, principalmente para a área cortical anterior, relacionada ao emocional e ao comportamental A noradrenalina possui duas funções principais, associadas ao aumento do estado de vigília e de alerta. Além disso, está associada ao aumento da pressão arterial por efeitos centrais (via reflexa barorreceptora) e, assim como a 5-HT, ao bem-estar e ao bem-humor OBS: A adrenalina/epinefrina é um hormônio periférico que possui ação semelhante à noradrenalina. Assim, a primeira não é presente nos neurônios cerebrais SEROTONINA É formada a partir do triptofano nos neurônios triptaminérgicos e é degradada no SNC pela MAO O corpo neuronal das vias serotoninérgicas está no núcleo da rafe e, portanto, todas se iniciam neste local. Deste, os axônios se prolongam, principalmente para a área cortical frontal Seu excesso causa alucinações e alterações comportamentais como delírios e mania, enquanto a falta causa depressão, ansiedade e letargia. Está envolvida na via da dor, sendo o excesso causador de analgesia (via inibitória descendente) Atualmente, já foram identificados 9 receptores de serotonina e suas ações parecem estar relacionadas com quadros depressivos e transtornos de ansiedade. Assim, a maioria dos medicamentos antidepressivos inibem a reabsorção de 5-HT pelas terminações pré- sinápticas FÁRMACOS ANTIDEPRESSIVOS Uma menor quantidade de 5-HT no SNC está relacionada a distúrbios do sono e da alimentação. DEPRESSÃO A depressão é um estado patológico caracterizado por um distúrbio afetivo causado por uma deficiência na produção ou ação de certos moduladores do SNC. Pode variar de condições muito brandas a uma depressão severa que pode ser acompanhada por alucinações e delírios. Há dois tipos de depressão, o chamado transtorno ou depressão unipolar, na qual as alterações de humor são sempre na mesma direção; e o distúrbio bipolar, no qual a depressão se alterna com a mania. A mania é, na maioria dos aspectos, exatamente o oposto, com exuberância, entusiasmo e autoconfiança excessivos, acompanhados de ações impulsivas, combinando-se esses sinais frequentemente com irritabilidade, impaciência e agressividade Pode ou não ter componentes genéticos, sendo o transtorno bipolar mais associado a fatores hereditários que o unipolar. O unipolar é tratável e curável. Este é o mais frequente, e é uma tristeza secundária a um estresse emocional (perda de familiar e perda de emprego, por exemplo) OBS: O bipolar é, muitas vezes, confundido com quadro de esquizofrenia CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA DEPRESSÃO Deve haver pelo menos cinco dos sintomas abaixo: I: Comportamento depressivo II: Perda de interesse nas atividades. III: Ganho ou perda de peso excessivo IV: Aumento ou diminuição do apetite. V: Insônia ou hipersônia. VI: Agitação ou retardo psicomotor. VII: Fadiga. VIII: Sentimentos de inutilidade ou culpa. IX: Redução da capacidade de concentração e raciocínio. X: Ideias suicidas. XI: Ansiedade CAUSAS DA DEPRESSÃO TEORIA DAS MONOAMINAS “A depressão é causada por um déficit funcional das monoaminas transmissoras em certos locais do cérebro, enquanto a mania resulta de um excesso funcional” OBS: Com o uso desta suplementação, há melhora da ansiedade e do humor OBS: A hipótese mais aceita atualmente sugere que a serotonina modula a função de neurônios do córtex frontal, onde há degeneração de conexões ou inativação de conexões serotoninérgicas. MECANISMOS NEUROENDÓCRINOS Quando se vivencia um stress, normalmente predisponente à depressão, as células hipotalâmicas liberam hormônio liberador de corticotrofina (CRH), que estimula as células hipofisárias a secretar hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), levando, por sua vez, à secreção de cortisol.. Foi-se postulado que o excesso de cortisol influencia genes que levam à apoptose neural do córtex frontal, que abrange seu volume, não a quantidade de neurônios presentes. Isso intensifica os sintomas depressivos MECANISMO GLUTAMATÉRGICO O Glutamato, quando produzido em excesso, presente em situações estressantes, leva à excitotoxicidade pela estimulação em grande quantidade de neurônios por meio do receptor NMDA. Isso leva, diretamente, à apoptose neuronal Reversão da Atrofia É visto, também, que essa atrofia se reverte caso o paciente seja tratado, já que a serotonina permite o crescimento neuronal. De alguma forma, ela ou inibe os genes associados à apoptose neuronal, ou estimula genes que levam à transcrição e à criação de novas sinapses Ainda, acredita-se, cada vez mais, que a serotonina aumenta a liberação de um fator neuronal trófico derivado do cérebro (BDNF), o que reforça a neurogênese MECANISMO DE AÇÃO DOS ANTIDEPRESSIVOS Devido à discrepância entre o rápido início dos efeitos neuroquímicos dos fármacos antidepressivos, com aumento imediato da serotonina cerebral, e do início demorado, apenas após semanas, de seus efeitos antidepressivos e melhora do quadro do paciente, têm-se sugerido explicações a esta diferença. Ainda é possível que haja uma piora acentuada do estado psicológico do paciente antes de sua melhora, para qual também são formuladas hipóteses. Logo ao se administrar o fármaco em questão, tem-se um aumento da liberação de serotonina pela diminuição de sua recaptação, o que é identificado pelos neurônios e é tratado como uma presença excessiva deste neurotransmissor. Assim, o sistema neuronal permite que a serotonina se ligue ao 5-HT 1A, receptor pré-sináptico que leva à inibição da liberação serotoninérgica.. Dessa forma, os seus níveis caem drasticamente e explica-se a piora inicial do paciente Após algumas semanas, porém, há uma dessensibilização deste receptor, o que permite a perda do efeito inibitório e a liberação de grande quantidade de serotonina a todo tempo, explicando, portanto, a melhora progressiva do paciente OBS: A eletroconvulsoterapia possui um efeito imediato do quadro, com melhora logo ao realiza-la, o que é feito apenas em pacientes com alto risco suicida OBS: Há receptores de noradrenalina nos neurônios serotoninérgicos. Assim, o aumento de noradrenalina melhora o quadro depressivo porque aumenta a quantidade de serotonina, já que aquela estimula esta liberação CONTROLE NORADRENÉGICO DA LIBERAÇÃO DE 5-HT O bloqueio dos autorreceptores pré- sinápticos α2 nas terminações nervosas noradrenérgicas, ao longo do sistema nervoso central (SNC), reduzirá o mecanismo de retroalimentação negativa da liberação de norepinefrina e, portanto, aumentará a liberação futura de norepinefrina.. Além disso, os antagonistas dos receptores α2 - adrenérgicos podem, indiretamente, aumentar a liberação de 5-HT. FÁRMACOS ANTIDEPRESSIVOS I: Inibidores da MAO II: Inibidores de Recaptação São mais amplamente utilizados III: Inibidores A2 ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (ADTs) Constituem a primeira geração de antidepressivos. Já foram muito utilizados, porém, hoje estão cada vez mais sendo substituídos por fármacos que agem mais rápida e confiavelmente, e que possuam menos efeitos colaterais. São inibidores mistos da receptação, tanto da serotonina, quanto da noradrenalina, centralmente e perifericamente, e utilizados em depressões mais severas., e em pacientes que possuem resistência ao tratamento convencional São fármacos com baixa especificidade, que se ligam em múltiplos receptores. Em muitos deles, atuam como antagonistas, como nos muscarínicos, nosalfa 1 adrenérgicos, nos de histamina e nos de serotonina. Este fato está estreitamente relacionado a seus efeitos colaterais. EFEITOS COLATERAIS Em termos de efeitos colaterais dos antidepressivos tricíclicos, podem provocar hipotensão ortostática e tontura. Aquele efeito pode acontecer pois, normalmente, os barorreceptores enviam resposta reflexa adrenérgica à diminuição da pressão. Porém, como os receptores alfa 1 estão bloqueados, seu efeito vasoconstritor não é adequado à correção da hipotensão postural As ações anticolinérgicas nos receptores colinérgicos muscarínicos causam boca seca, visão borrada, retenção urinária e constipação. Ainda, levam, por meio destas, associadas à exacerbação do sistema adrenérgico pela inibição da recaptação de seus principais neurotransmissores, à taquiarritmia O bloqueio dos receptores H1 de histamina leva à sedação e ao ganho de peso OBS: O efeito vasodilatador pelo bloqueio dos receptores alfa 1 adrenérgicos impede a hipertensão acentuada deste fármaco SUSPEMSÃO DA DROGA Insônia, Ansiedade e Alterações do Humor CONTRAINDICAÇÕES RELATIVAS IAM prévio; IC; Glaucoma; Alcoolismo (potencialização); Insuficiência Hepática e Renal; Epilepsia e Gravidez TOXICIDADE São com frequência utilizados na tentativa de suicídio Principais efeitos são sobre o SNC e Coração e se devem principalmente a inibição muscarínica. A fisostigmina (Anticolinesterasico) pode ser utilizada para reversão dos efeitos muscarínicos. Não devem ser administrados a pacientes que estejam fazendo uso de inibiodores da MAO, já que, por meio disso, há somatória dos efeitos tóxicos EXEMPLOS INIBIORES SELETIVOS DA CAPTAÇÃO DE 5-HT Inibem a recaptação da serotonina pelo neurônio pré-sináptico, aumentando sua concentração na fenda sináptica, possibilitando assim maior ligação da serotonina aos seus receptores 5HT1A (ação antidepressiva), 5HT2A/C e 5HT3 (efeitos colaterais). São o grupo de antidepressivos mais prescrito no mundo. A toxicidade e efeitos colaterais são muito menores que os ADTs e iMAO. São indicados para a depressão moderada, mas não para a depressão severa. Ainda, possuem menor potência que antidepressivos tricíclicos (ADT). Eles são bem absorvidos quando administrados por via oral EFEITOS COLATERAIS Ação 5HT2A/C: Agitação, ansiedade, ataques de pânico, insônia e disfunção sexual. Ação 5HT3: Náuseas, diarréia, cefaléia e anorexia. Normalmente ocorre tolerância a esses efeitos. Se prescritos juntamente com inibidores da MAO, podem provocar a “Síndrome da Serotonina”, caracterizada por tremor, hipertermia e problemas cardiovasculares as vezes fatais Exemplos INIBIDORES NÃO SELETIVOS DA CAPTURA DE AMINAS (ICSNs) Esses fármacos são relativamente não seletivos para a captação de 5- HT e NE. Incluem a venlafaxina, desvenlafaxina e duloxetina.. Esses fármacos antidepressivos têm sido extensivamente utilizados, devido às reivindicações dos fabricantes da maior eficácia terapêutica e do baixo perfil de efeitos adversos, em relação aos fármacos tricíclicos A venlafaxina, a desvenlafaxina e a duloxetina são eficazes sobre alguns distúrbios de ansiedade EFEITOS COLATERAIS Os efeitos adversos desses fármacos, principalmente devido ao aumento da ativação de receptores adrenérgicos, incluem cefaleia, insônia, disfunção sexual, boca seca, tontura, sudorese, perda de apetite e constipação intestinal. Em altas doses, observa-se euforia, seguida de depressão do SNC. Quando se tem alta liberação de noradrenalina, ocorre um efeito imediato e, logo depois, um efeito rebote, com a dessensibilização dos receptores ou com a depressão dos neurônios que haviam sido ativados, o que resulta em um quadro de humor transitório negativo OBS: Foi descrito que a duloxetina é hepatotóxica e, portanto, é contraindicada para pacientes com insuficiência hepática Exemplos OUTROS INIBIDORES DA CAPTURA DE NOREPINEFRINA A bupropiona é um inibidor da recaptura de norepinefrina e de dopamina, porém não interfere na receptação de 5HT. Ao contrário da cocaína e anfetaminas, não induzem euforia e não demostram potencial de abuso. Estudo clínicos apontam como um fármaco que apresenta potencial para tratamento de dependência a nicotina, ao álcool e até mesmo outras drogas de abuso A dopamina está associada a um mecanismo de recompensa, onde modula o sistema límbico. Ela cria uma sensação de bem-estar e de recompensa, o que nos faz ter o desejo de repetir a situação que a estimulou. Além disso, ela diminui a dependência e compulsão ao alcoolismo e ao tabagismo OBS: O excesso de dopamina causa alucinações e, este medicamento, em doses mais elevadas, pode induzir convulsões OBS: Ela é utilizada em transtornos unipolares ou de compulsão. Em transtornos bipolares, há risco de potencializar o transtorno de mania, em que, a depender do nível, há risco de alucinações ANTAGONISTAS DE RECEPTORES ALFA-2 ADRENÉRGICOS Mirtazapina possui efeitos no aumento da liberação de noradrenalina, seguido por um aumento de 5-HT. Um efeito adicional deste farmaco é o antagonismo de receptores 5-HT2A 5HT2C e 5-HT3. Estes receptores estão envolvidos com efeitos no SNC, como disfunção sexual e náusea, e estão relacionados a efeitos colaterais do aumento de 5-HT no SNC. Apesar disto, não interfere na ação dos receptores 5-HT1A, que estão envolvidos na depressão. Sua principal indicação é em pacientes que possuem problemas de insônia, náusea, falta de apetite e falta de libido, por exemplo, como efeitos colaterais aos fármacos inibidores de recaptação de serotonina. Assim, a Mirtazapina é utilizada em sua substituição A trazodona é um inibidor da recaptação de 5-HT e que também apresenta ação antagonista 5HT2A e 5HT2C. Ela não diminui o apetite como os antagonistas clássicos de receptação de serotonina o fazem OBS: Todas as vezes que se altera a transmissão de serotonina, afeta-se o apetite, a libido e o sono OBS: A Mirtazapina está aumentando o apetite, de forma a favorecer o ganho de peso, pacientes nos quais a fluoxetina estimula o contrário: a perda de apetite INIBIDORES DA MAO (IMAOs) Os inibidores da monoamino-oxidase (IMAOs) estiveram entre os primeiros fármacos introduzidos clinicamente como antidepressivos, mas foram superados por outros tipos de antidepressivos, cujas eficácias clínicas foram consideradas melhores e cujos efeitos adversos, em geral, são menores que os dos IMAOs. Os principais exemplos são fenelzina, tranilcipromina e iproniazida. A monoamino-oxidase é encontrada em quase todos os tecidos, e existe em duas formas moleculares semelhantes, codificadas por genes separados. A MAO-A tem preferência de substrato pela 5-HT e é o principal alvo para os IMAOs antidepressivos. A MAO-B tem preferência de substrato pela feniletilamina e a dopamina. O tipo B é inibido seletivamente pela selegilina, usada no tratamento da doença de Parkinson A maioria dos IMAOs antidepressivos atua sobre ambas as formas de MAO, mas estudos clínicos com inibidores específicos para subtipos têm mostrado claramente que a atividade antidepressiva, bem como os principais efeitos adversos dos IMAOs, associa-se à inibição de MAO-A. A MAO está localizada intracelularmente, associando-se principalmente às mitocôndrias, e tem duas funções principais: I: Dentro das terminações nervosas, a MAO regula a concentração intraneuronal livre de norepinefrina ou de 5-HT. Não está envolvida na inativação do transmissor liberado. II: A MAO na parede intestinal é importante na inativação de aminas endógenas e ingeridas, como a tiramina, que, de outra forma, produziriam efeitos adversos. Também possuem efeito anticolinérgico, porém menos pronunciadoque ADTs. Inibem outras enzimas e interferem no metabolismo hepático de várias drogas. Os iMAO inibem o metabolismo celular de ADTs e ISCS. OBS: A Moclobenida e a Brofaromida são utilizadas em casos de depressão refratárias, que são resistentes ao tratamento clássico, apesar de nunca serem a primeira escolha, devido aos seus efeitos colaterais e anti- muscarínicos OBS: Os inibidores da MAO não seletivos não são mais utilizados, e seu grau de irreversibilidade potencializa o efeito tóxico possivelmente causado EFEITOS FARMACOLÓGICOS Os inibidores da monoamino-oxidase causam aumento rápido e sustentado do conteúdo de 5-HT, norepinefrina e dopamina, sendo a 5-HT mais afetada, e a dopamina menos. O principal efeito dos IMAOs é aumentar a concentração citoplasmática das monoaminas nas terminações nervosas, sem afetar grandemente os depósitos vesiculares que são liberados por estimulação nervosa. O aumento do compartimento (pool) citoplasmático resulta em aumento da taxa de liberação espontânea das monoaminas e, também, aumento da liberação por aminas simpatomiméticas com ação indireta, como a anfetamina e a tiramina A tiramina, assim, causa elevação muito maior da pressão arterial em animais tratados com IMAO que nos controles. Esse mecanismo é importante em relação à “reação aos queijos” produzida pelos IMAOs no homem (mais adiante). Em indivíduos normais, os IMAOs causam aumento imediato da atividade motora e desenvolvem euforia e excitação durante alguns dias. Diferem dos ADTs, que causam apenas sedação e confusão quando administrados a indivíduos não depressivos. Os efeitos dos IMAOs sobre o metabolismo das aminas desenvolvem-se rapidamente, e o efeito de uma única dose dura vários dias EFEITOS ADVERSOS E TOXICIDADE A hipotensão é um efeito adverso comum; na verdade, a pargilina era antigamente usada como anti- hipertensivo. Uma explicação possível para esse efeito – na verdade, era esperado o efeito oposto – é que as aminas, como a dopamina ou a octopamina, se acumulam dentro das terminações nervosas simpáticas periféricas e deslocam a norepinefrina das vesículas de armazenamento, reduzindo, assim, a liberação de norepinefrina associada à atividade simpática. A estimulação central excessiva pode causar tremores, excitação, insônia e, em superdosagem, convulsões. Aumento do apetite, levando a ganho de peso, pode ser tão extremo a ponto de exigir que o fármaco seja interrompido. Os efeitos atropínicos (boca seca, visão embaçada, retenção urinária etc.) são comuns com os IMAOs, embora sejam problema menor que com os ADTs. Os IMAOs do tipo hidrazina (p. ex., fenelzina e iproniazida) produzem, muito raramente (menos de um em 10.000), hepatotoxicidade grave, que parece ser causada pela parte hidrazina da molécula. Não se recomenda, portanto, seu uso em pacientes hepatopatas. INTERAÇÕES COM OUTROS FÁRMACOS E ALIMENTOS A interação com outros fármacos e alimentos é o problema mais grave com os IMAOs e é o principal fator que causou declínio do seu uso clínico A “reação ao queijo” é consequência direta da inibição da MAO e ocorre quando são ingeridas aminas normalmente inócuas (principalmente a tiramina) produzidas durante a fermentação. A tiramina normalmente é metabolizada pela MAO na parede do intestino e fígado, e uma quantidade pequena de tiramina da dieta chega à circulação sistêmica. A inibição da MAO permite que a tiramina seja absorvida e também aumenta seu efeito simpático, como foi discutido anteriormente. O resultado é a hipertensão aguda, dando origem a cefaleia latejante intensa e, ocasionalmente, até hemorragia intracraniana. A administração de aminas simpatomiméticas com ação indireta (p. ex., efedrina – um descongestionante nasal – ou anfetamina – um fármaco de uso abusivo) também causa hipertensão grave em pacientes que recebam IMAOs; agentes de ação direta, como a norepinefrina (usada, por exemplo, juntamente com anestésicos locais) não são prejudiciais Relatam-se crises hipertensivas em pacientes que recebem ADTs e IMAOs simultaneamente. A provável explicação é que a inibição da captura da norepinefrina aumenta ainda mais a resposta cardiovascular à tiramina da dieta, assim acentuando a “reação aos queijos”. Essa combinação de fármacos também pode produzir excitação e hiperatividade OBS: Quanto menos potente o fármaco, maior a sua dosagem recomendada, de forma que o fígado se torne sobrecarregado, principalmente quando há interações medicamentosas, o que leva à inibição enzimática (aumenta os níveis séricos das outras drogas) em curto prazo e, a longo prazo, diminuição dos níveis séricos, já que o fígado é altamente adaptável em nível metabólico e começa a produzir mais enzimas específicas aos fármacos que estão sendo utilizados Assim, quando o fármaco é mais potente, ele é mais seguro quanto ao metabolismo hepático e quanto às interações medicamentosas
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