Buscar

VENTILAÇÃO MECANICA-1600460938

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CURSOS DE
ATUALIZAÇÃO
DESCOMPLICANDO A 
VENTILAÇÃO MECÂNICA
2020 © 
Todos os direitos autorais desta obra são reservados e protegidos à Editora Sanar Ltda. pela Lei 
nº 9.610, de 19 de Fevereiro de 1998. É proibida a duplicação ou reprodução deste volume ou 
qualquer parte deste livro, no todo ou em parte, sob quaisquer formas ou por quaisquer meios 
(eletrônico, gravação, fotocópia ou outros), essas proibições aplicam-se também à editoração da 
obra, bem como às suas características gráficas, sem permissão expressa da Editora.
Descomplicando a Ventilação Mecânica
Thalita Galeão
Fabrício Sawczen e Agência Mirai
Fabrício Sawczen
Agência Mirai
Caio Vinicius Menezes Nunes
Paulo Costa Lima
Sandra de Quadros Uzêda
Silvio José Albergaria da Silva
Título |
Editor |
Projeto gráfico e diagramação|
Capa |
Revisor Ortográfico |
Conselho Editorial |
Editora Sanar S.A
R. Alceu Amoroso Lima, 172 - Salvador Office & 
Pool, 3ro Andar - Caminho das Árvores
CEP 41820-770, Salvador - BA 
Tel.: 0800 337 6262
atendimento@sanar.com
www.sanarsaude.com
 
____________________________________________________________________________________________________________
-.
____________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________________
978-65-87930-23-7
23-7.
Filipe Chagas Vieira, Leonardo Pamponet Simões, André Luiz Lisboa Cordeiro -
978-65-87930-
AUTORES
FILIPE CHAGAS VIEIRA
Graduado em fisioterapia pela faculdade Ruy Barbosa. Especialista (Residência Multiprofis-
sional) em clínica da pessoa e da família pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia em 
parceria com a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Atualmente é fisioterapeuta da 
Clínica Avançada de Fisioterapia (CAFIS).
ANDRÉ LUIZ LISBOA CORDEIRO
Doutorando e Mestre em Medicina e Saúde Humana pela Escola Bahiana de Medicina e Saú-
de Pública. Graduado em Fisioterapia pela Faculdade Adventista da Bahia. Especialista em 
Fisioterapia em Terapia Intensiva Adulto pela ASSOBRAFIR/COFFITO. Pós-graduado em Fi-
sioterapia em Terapia Intensiva pela Faculdade Social da Bahia. Atualmente é docente da 
Faculdade Nobre, Unidade de Ensino Superior de Feira de Santana e da Escola Bahiana de 
Medicina e Saúde Pública.
LEONARDO PAMPONET SIMÕES
Fisioterapeuta. Especialista em Fisioterapia Respiratória e em Terapia Intensiva (ASSOBRA-
FIR/COFFITO). Residência em Fisioterapia Hospitalar com }enfase em Terapia Intensiva (SE-
SAB). Supervisor de Fisioterapia no Hospital Aliança e Coordenador do Serviço de Fisioterapia 
do Hospital da Mulher. Suplente na regional BA da ASSOBRAFIR.
SUMÁRIO
VENTILAÇÃO MECÂNICA (VM) 6
VENTILAÇÃO MECÂNICA (VM) 6
BREVE EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA VM 6
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA 9
HEMOGASOMETRIA ARTERIAL 9
PRINCIPAIS PARÂMETROS DA VENTILAÇÃO MECÂNICA 13
MONITORIZAÇÃO DA MECÂNICA VENTILATÓRIA 16
BIBLIOGRAFIA 18
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA 19
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA 19
O CICLO VENTILATÓRIO 21
MODOS VENTILATÓRIOS 23
MODOS VENTILATÓRIOS BÁSICOS 23
BIBLIOGRAFIA 25
MODOS VENTILATÓRIOS AVANÇADOS 26
MODOS VENTILATÓRIOS AVANÇADOS 26
BIBLIOGRAFIA 28
ASSINCRONIA PACIENTE-VENTILADOR 29
ASSINCRONIA PACIENTE-VENTILADOR 29
ASSINCRONIAS DE DISPARO 30
SUMÁRIOASSINCRONIAS DE FLUXO 32ASSINCRONIAS DE CICLAGEM 33
BIBLIOGRAFIA 35
VENTILAÇÃO MECÂNICA 
INVASIVA EM CONDIÇÕES ESPECÍFICAS 36
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA EM CONDIÇÕES ESPECÍFICAS 36
VMI E SÍNDROME DO DESCONFORTO 
RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA) 36
OUTRAS CONDUTAS POSSÍVEIS NA SDRA 43
VMI E DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC) 43
VMI E COVID-19 48
BIBLIOGRAFIA 56
DESMAME/EXTUBAÇÃO DA VM 57
DEMANE/EXTUBAÇÃO DA VM 57
BIBLIOGRAFIA 60
COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS À 
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA 61
COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS À VENTILAÇÃO 
MECÂNICA INVASIVA 61
BIBLIOGRAFIA 62
VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA (VNI) 63
VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA (VNI) 63
USO DA VNI E SUAS EVIDÊNCIAS CIENTÍFICAS 68
BIBLIOGRAFIA 74
1Ventilação Mecânica (VM) 
VENTILAÇÃO MECÂNICA (VM)
A ventilação mecânica, também conhecida como suporte ventilatório, consis-
te no suporte para o tratamento de pacientes com insuficiência respiratória 
aguda ou crônica agudizada por meio da substituição total ou parcial da ven-
tilação espontânea. A ventilação mecânica pode ser dividida em dois modos 
distintos: a ventilação mecânica invasiva (VMI) e ventilação mecânica não in-
vasiva (VNI), que se encontram descritas na figura 1. 
Figura 1 - Subdivisão da VM
VENTILAÇÃO
MECÂNICA
Ventilação mecânica 
Invasiva (VMI)
Ventilação mecânica 
não Invasiva (VNI)
Quando é realizado 
através de um tubo 
endotraqueal ou cânula de 
traqueostomia.
Quando é realizada através de 
uma interface entre o paciente e 
o ventilador artificial, comumente 
uma máscara.
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Carvalho; Junior; Franca (2007)2.
Antes de nos aprofundarmos a respeito da ventilação mecânica é interessan-
te abordar o processo histórico da evolução desta terapia.
BREVE EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA VM
Apesar de já terem sido utilizados aparelhos para insuflar os pulmões nos pri-
mórdios da sociedade, foi por volta do século XIX que os primeiros aparelhos 
7Descomplicando a Ventilação Mecânica
de suporte ventilatório a serem utilizados foram descritos de forma mais es-
pecífica. Neste processo merece atenção a criação de um equipamento que 
submetia a caixa torácica do indivíduos a uma pressão negativa, enquanto 
as vias áreas mantinham contato com a pressão atmosférica normal. Deste 
modo, a entrada de ar no pulmão ocorria por pressão negativa (diferente dos 
equipamentos atuais que geram pressão positiva). Esses primeiros apare-
lhos ficaram conhecidos como “pulmões de aço”, representados na figura 2. 
Figura 2 - Pulmões de aço
Deste modo, a entrada de ar no pulmão ocorria por pressão negativa (Diferente dos 
equipamentos atuais que geram pressão positiva). Esses primeiros aparelhos ficaram 
conhecidos como “pulmões de aço”, representados na figura 2. 
 
 Figura 2- Pulmões de aço 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://clebertoledo.com.br. 
 
Por volta dos anos 40/ 50, surgiram os aparelhos com ventilação por pressão positiva. O 
surto de poliomielite influenciou na disseminação dos aparelhos com ventilação por pressão 
positiva que necessitavam de uma via aérea invasiva, no qual os pulmões dos pacientes 
eram ventilados de forma manual por voluntários. Nos anos seguintes, com mais pesquisas e 
novas descobertas os ventiladores evoluíram, permitindo novas intervenções até chegar nos 
modelos com microprocessadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.woodlibrarymuseum.org. 
Figura 3- 1º Geração ventilador 
mecânico a Pressão positiva 
Figura 4- Ventilador com 
microprocessador 
Fonte: https:// www.draeger-
medical.com 
Fonte: https://clebertoledo.com.br.
Por volta dos anos 40/ 50, surgiram os aparelhos com ventilação por pressão 
positiva. O surto de poliomielite influenciou na disseminação dos aparelhos 
com ventilação por pressão positiva que necessitavam de uma via aérea inva-
siva, no qual os pulmões dos pacientes eram ventilados de forma manual por 
voluntários. Nos anos seguintes, com mais pesquisas e novas descobertas os 
ventiladores evoluíram, permitindo novas intervenções até chegar nos mode-
los com microprocessadores.
Figura 3 - 1º Geração ventilador mecânico a Pressão positiva
Deste modo, a entrada de ar no pulmão ocorria por pressão negativa (Diferente dos 
equipamentos atuais que geram pressão positiva). Esses primeiros aparelhos ficaram 
conhecidos como “pulmões de aço”, representados na figura 2. 
 
 Figura 2- Pulmões de aço 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://clebertoledo.com.br. 
 
Por volta dos anos 40/ 50,surgiram os aparelhos com ventilação por pressão positiva. O 
surto de poliomielite influenciou na disseminação dos aparelhos com ventilação por pressão 
positiva que necessitavam de uma via aérea invasiva, no qual os pulmões dos pacientes 
eram ventilados de forma manual por voluntários. Nos anos seguintes, com mais pesquisas e 
novas descobertas os ventiladores evoluíram, permitindo novas intervenções até chegar nos 
modelos com microprocessadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.woodlibrarymuseum.org. 
Figura 3- 1º Geração ventilador 
mecânico a Pressão positiva 
Figura 4- Ventilador com 
microprocessador 
Fonte: https:// www.draeger-
medical.com 
Fonte: https://www.woodlibrarymuseum.org.
8Descomplicando a Ventilação Mecânica
Figura 4 - Ventilador com microprocessador
Deste modo, a entrada de ar no pulmão ocorria por pressão negativa (Diferente dos 
equipamentos atuais que geram pressão positiva). Esses primeiros aparelhos ficaram 
conhecidos como “pulmões de aço”, representados na figura 2. 
 
 Figura 2- Pulmões de aço 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: https://clebertoledo.com.br. 
 
Por volta dos anos 40/ 50, surgiram os aparelhos com ventilação por pressão positiva. O 
surto de poliomielite influenciou na disseminação dos aparelhos com ventilação por pressão 
positiva que necessitavam de uma via aérea invasiva, no qual os pulmões dos pacientes 
eram ventilados de forma manual por voluntários. Nos anos seguintes, com mais pesquisas e 
novas descobertas os ventiladores evoluíram, permitindo novas intervenções até chegar nos 
modelos com microprocessadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.woodlibrarymuseum.org. 
Figura 3- 1º Geração ventilador 
mecânico a Pressão positiva 
Figura 4- Ventilador com 
microprocessador 
Fonte: https:// www.draeger-
medical.com 
Fonte: https:// www.draeger-medical.com
Retomando a respeito da VM que conhecemos atualmente, seus principais 
objetivos gerais estão descritos na figura 5.
Figura 5 - Objetivos gerais da VM
Melhorar as trocas 
gasosas
Melhorar relação 
ventilação/perfusão 
Reduzir o trabalho 
respiratório
Otimizar os valores de 
oxigenação
OBJETIVOS 
GERAIS DA VM
Diminuir a hipercapnia/ 
acidose respiratória 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Carvalho; Junior; Franca (2007)2.
Como foi citado inicialmente, a VM está fortemente associada a insuficiência 
respiratória aguda, que pode ser compreendida como o estado em que o sis-
tema respiratório não possui capacidade de gerar valores da pressão parcial 
de oxigênio e de gás carbônico no sangue arterial. Na gasometria, a insufici-
ência respiratória pode ser representada pelo seguinte ponto de corte: PaO2: < 
60 mmHg que pode ou não estar acompanhado de uma PaCO2: > 50 mmHg.
9Descomplicando a Ventilação Mecânica
INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA 
A insuficiência respiratória é classificada em três subtipos: tipo I (Hipoxêmica), 
tipo II (Hipercápnica) e mista que estão representadas na figura 6, através de 
suas principais características.
Figura 6 - Caracterização da insuficiência respiratória 
TIPO I (HIPOXÊMICA) TIPO II (Hipercápnica) MISTA
• PaO2 Reduzido
• Valores normais ou redu-
zidos da PaCO2
• Diferença alvéolo-arterial 
de oxigênio P(A-a) elevada
• PaCO2 Elevada 
• Diferença alvéolo-arterial 
de oxigênio P(A-a) nor-
mal.
• P(A-a)O2 Normal
• PaO2 Reduzida
• PaCO2 Elevada
• Diferença alvéolo-arterial de 
oxigênio P(A-a)O2 Elevada
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Do Valle Pinheiro; Pinheiro; Mendes (2015)5.
A causa inicial da insuficiência respiratória deve ser identificada, pois os pa-
râmetros ventilatórios são ajustados de acordo causa base. Exames comple-
mentares são fundamentais na avaliação do paciente em VM, como hemo-
grama, eletrólitos, radiografia de tórax, ECG e a Hemogasometria arterial.
HEMOGASOMETRIA ARTERIAL
A Hemogasometria é um exame invasivo que fornece dados que auxiliam na 
identificação de distúrbios respiratórios e ou metabólicos sendo capaz de mo-
nitorar os gases e o equilíbrio ácido-base do organismo. É realizado por meio 
da punção em especial da artéria radial, porém também tem sido realizado 
nas artérias braquial e femoral.
A Hemogasometria essencialmente fornece informações a respeito do pH (po-
tencial hidrogênio); PaO2 (pressão arterial parcial de oxigênio); PaCO2 (pressão 
arterial parcial de dióxido de carbono); HCO3- (bicarbonato); BE (excesso de 
bases). Os principais parâmetros observados na hemogasometria estão repre-
sentados na figura 7.
10Descomplicando a Ventilação Mecânica
Figura 7 - Parâmetros observados na hemogasometria
Determina o pH 
do sangue
Hemogasometria
Capacidade de 
transporte de oxigenio
Níveis íon de 
bicarbonato
Níveis de CO2 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Piva; Garcia; Martha (1999)6.
PONTO DE FIXAÇÃO
O pH pode ser resumido pela fórmula: pH= HCO3/ PaCO2 
logo alterações em um desses componentes podem in-
fluenciar de forma direta o pH, podendo gerar disfun-
ções importantes até o óbito. Com base nesta formula 
podemos afirmar que o HCO3 possui relação direta-
mente proporcional ao pH, (ou seja uma elevação do 
HCO3 gera a elevação do pH enquanto sua diminuição 
gera redução do pH), já o a PCO2 possui relação inver-
samente proporcional ao pH, desta forma (elevações 
do PCO2 geram redução do pH enquanto diminuição 
do PCO2 ocasionam elevação do pH).
A PCO2 representa a capacidade de ventilação e é determinado pelo sistema 
respiratório já o HCO3 representa o sistema metabólico. Existe um parâmetro 
de referência para os valores dos itens observados na hemogasometria, sendo 
estes valores representados no quadro 1.
11Descomplicando a Ventilação Mecânica
Quadro 1 - Valores de referência na gasometria
VALORES DE REFERÊNCIA DA GASOMETRIA
pH
7,35-7,45
PCO2
(mmHg)
35-45
PO2
(mmHg)
80-100
HCO3
(mEq/l)
22-26
BE
+2/-2
Fonte: Informações retiradas de Piva; Garcia; Martha (1999).
Quando os valores do pH se encontram abaixo do valor de normalidade pode-
mos afirmar que existe uma acidose e quando os valores estão acima do valor 
de normalidade uma alcalose. A acidose e/ou alcalose podem ser de origem 
respiratória, metabólica ou mista, em que ocorrem alterações simultâneas de 
HCO3 e PaCO2 que alteram de forma semelhante o pH.
Os principais distúrbios hemogasométricos podem ser visualizados de forma 
simplificada no quadro 2.
Quadro 2 - Caracterização dos principais distúrbios hemogasométricos
DISTÚRBIO CARACTERIZAÇÃO PRINCIPAIS CAUSAS
Acidose 
metabólica
Alteração primária:
HCO3 - Reduzido
pH- Reduzido
Compensação:
Diminuição do PCO2
Acúmulo de ácidos não voláteis.
As causas da acidose metabólica podem ser subdivididas em
três categorias:
• Perda de bicarbonato;
• Falência renal da excreção de ácidos e adição de ácidos.
Acidose 
respiratória
Alteração primária:
PCO2 - Elevado
pH – Reduzido
Compensação:
Elevação do HCO3
Ocorre por redução do volume corrente/volume minuto 
podendo estar associado a diminuição da frequência res-
piratória.
Pode estar presente em alterações do SNC ou doenças pul-
monares, cardíacas e neuromusculares.
Alcalose 
metabólica
Alteração primária:
HCO3 - Elevado
pH- Elevado
 
Compensação:
PCO2 - Elevado
Perda de ácidos gástricos, aumento da atividade minera-
locorticoide e administração de diuréticos de alça ou tia-
zídicos.
Alcalose 
respiratória
Alteração primária:
PCO2 -Reduzido
pH - Elevado
Compensação:
Redução do HCO3
Aumento da ventilação alveolar.
Hiperventilação é tida como a principal causa primária de al-
calose respiratória.
Fonte: Adaptado de Piva; Garcia; Martha (1999)6.
12Descomplicando a Ventilação Mecânica
Os distúrbios na gasometria podem se encontrar de três formas (figura 8): 
 ▶ Compensados; 
 ▶ Descompensados;
 ▶ Parcialmente compensados.
Figura 8 - Forma de apresentação dos distúrbios
Descompensado
Quando o parâmetro opostose 
encontra sem alterações
Fora da normalidade Dentro da normalidade
Compensado
Parcialmente 
compensado
Quando o parâmetro 
oposto se altera 
na tentativa de 
normalizar o pH
pH
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Piva; Garcia; Martha (1999)6.
Quando o desequilíbrio ácido-básico se mantem durante muito tempo, o or-
ganismo tenta compensar o distúrbio através de uma alteração na PCO2 e ou 
por meio de uma mudança no HCO3—. Os distúrbios metabólicos geram com-
pensações respiratórias enquanto os distúrbios respiratórios levam a compen-
sações metabólicas. Porém em algumas situações especificas é possível se 
encontrar alterações na hemogasometria que são consideradas aceitáveis em 
condições crônicas. O principal exemplo é o paciente com Doença Pulmo-
nar Obstrutiva Crônica, esses pacientes estão normalmente em situação de 
Hipercapnia crônica, com retenção compensatória de bicarbonato. Fisiologi-
camente há uma compensação da acidose respiratória gerada pela retenção 
do CO2, com uma alcalose metabólica, pela retenção de HCO3— pelo rim. A 
adaptação do organismo ocorre de forma tão importante nesses pacientes 
habituadas a altos níveis de CO2, que eles se tornam “menos sensíveis” a al-
terações de dióxido de carbono e a concentração de oxigênio passa a ser o 
responsável por permitir que a pessoa mantenha uma respiração “normal”, 
assim o excesso de oxigênio pode reduzir drasticamente o estimulo respirató-
rio nesse grupo de pacientes, desta forma a oxigenoterapia deve ser realizada 
com muito cuidado nesse grupo de pacientes. 
13Descomplicando a Ventilação Mecânica
PRATICANDO A TEORIA
Com a informação referente a gasometria e sua inter-
pretação vamos praticar um pouco: Qual o distúrbio 
gasométrico de um paciente em quadro de agudiza-
ção de DPOC, que se encontra em uma unidade de te-
rapia intensiva e apresentou os seguintes parâmetros 
na gasometria: pH: 7,20; PCO2: 60 mmHg; HCO3: 32 
mEq/l? 
Para responder essa questão vale a pena refletir sobre o quadro clínico apre-
sentado em um indivíduo com DPOC. Indivíduos com DPOC apresentam o 
aprisionamento de ar com consequente retenção crônica de CO2, como vi-
mos anteriormente a PCO2 tem relação inversa com o pH, desta forma seu 
aumento leva a uma redução da taxa do pH, ocasionando uma acidose res-
piratória tendo em vista que o quadro base é de uma alteração respiratória, 
como tentativa de compensação. O parâmetro oposto no caso o HCO3, tende 
a aumentar na tentativa de equilibrar o sistema porém no nosso exemplo 
essa compensação ainda não conseguiu “normalizar” o pH. Desta forma esta-
mos diante de um quadro de acidose respiratória parcialmente compensada. 
Se este paciente estivesse sob ventilação mecânica uma das alternativas que 
poderia ser empregada para melhora do quadro seria aumentar o tempo ex-
piratório e ou a frequência respiratória na tentativa de auxiliar a eliminação de 
CO2 do organismo. 
PRINCIPAIS PARÂMETROS DA 
VENTILAÇÃO MECÂNICA
Para iniciarmos sobre os aspectos pertinentes a ventilação mecânica alguns 
conceitos prévios precisam ser esclarecidos. Estes conceitos se encontram 
descrito no quadro 3.
14Descomplicando a Ventilação Mecânica
Quadro 3 - Parâmetros da ventilação mecânica
Principais conceitos em Ventilação mecânica
• Fração inspirada de oxigênio 
A fração inspirada de oxigênio comumente denominada apenas como (FiO2) representa a quantidade 
de oxigênio inspirado. Este é um parâmetro que requer atenção especial principalmente pelos efeitos 
tóxicos do oxigênio, valores de FiO2 acima de 0,6 estão relacionados a risco de complicações como 
lesão das vias aéreas por toxicidade direta do O2, atelectasias e agravamento da hipercapnia.
A FiO2 recomendada é aquela necessária para manter a saturação arterial de oxigênio entre 93 a 97%. 
É comum a utilização de uma FiO2 de 1,0 (100%) inicialmente para recuperar a hipoxemia decorrente 
da instalação do aparelho e ajustes iniciais.
• Volumes e frequência respiratória
O volume corrente compreende o ar inspirado ou expirado em um ciclo respiratório, no campo da VM 
representa a quantidade de ar ofertada pelo ventilador a cada ciclo ventilatório. O volume corrente 
também é denominado de volume tidal (VT), o valor empregado inicialmente nos ajustes iniciais se 
encontra por volta de 6 a 8 mL/Kg de peso predito porém em algumas situações como a síndrome do 
desconforto respiratório agudo se empregue volumes menores que 6 mL/Kg de peso predito. 
O volume minuto corresponde ao produto do volume corrente pela frequência respiratória. Este parâ-
metro representa o principal determinante da PCO2, possuindo uma relação inversamente proporcional 
com o mesmo, desta forma a elevação do VM ocasiona à diminuição dos níveis de dióxido de carbono. 
A frequência respiratória representa o número de vezes em que o volume corrente ou a pressão 
programada será disponibilizada ao paciente. A frequência respiratória inicial ajustada normalmente 
varia entre 12- 16 rpm. Em caso de doença obstrutiva pode-se começar usando f mais baixa (<12 rpm) 
e em caso de doenças restritivas pode-se utilizar f mais elevada. Deve ser ajustada de acordo com a 
PaCO2 e pH desejados, e dependerá do modo de ventilação escolhido.
• Pressão positiva ao final da expiração (PEEP)
A PEEP representa a resistência a fase expiratória. Fisiologicamente existe uma pressão positiva ao 
final da expiração, que é gerada pelo fechamento da epiglote e represamento de ar no sistema res-
piratório, porém nos pacientes sedados/intubados esse mecanismo deixa de existir, sendo necessário 
o ajuste através do ventilador mecânico propiciando a abertura de unidades pulmonares e ou manu-
tenção desta abertura para trocas gases impedindo o colabamento alveolar. 
Inicialmente é recomendado o ajuste da PEEP entre 3-5 cm H2O salvo algumas situações especiais 
que devem ser vistas de forma individualizada como na síndrome do desconforto respiratório onde 
comumente se evita utilizar PEEP menor que 5 cm H2O. No contexto da VMI deve-se ter atenção ao 
aumento de pressão nas vias aéreas de modo a prevenir a possibilidade de lesão induzida pela venti-
lação mecânica. É importante destacar que altos valores de PEEP geram repercussões locais e sistê-
micas que podem ser perigosas ao organismo.
• Fluxo inspiratório
O fluxo inspiratório compreende a velocidade na qual o volume corrente é disponibilizado. O ajuste 
deste parâmetro pode determinar uma modificação no tempo inspiratório e da relação I:E. É comum a 
utilização de valores entre 40 a 60 L/min, buscando não ultrapassar pressões de pico maiores que 40 cm 
H2O. Todavia em algumas condições especificas como na doença pulmonar obstrutiva crônica e asma 
geralmente são empregados valores maiores com intuito de reduzir o tempo inspiratório e consequen-
te melhoria da hipercapnia e redução do risco de auto-PEEP por meio do aumento da relação I:E.
• Relação Inspiração: Expiração 
Representa a relação entre o tempo inspiratório e expiratório. O tempo inspiratório pode ser mensu-
rado por meio da divisão entre o volume corrente pelo fluxo inspiratório. Desta forma podemos con-
siderar que reduzindo o VT e ou aumentando o fluxo inspiratório, ocorrerá uma diminuição do tempo 
inspiratório. Geralmente se inicia a VM visando manter relação I:E em 1:2 a 1:3. Em algumas situações 
especificas essa relação é ajustada de modo é melhorar o quadro como nas doenças que cursam bai-
xa complacência pulmonar, como na SDRA uma relação I:E de 1:1 pode ser necessária aumentando 
desta forma o tempo de troca alveolocapilar, promovendo, melhora na oxigenação. 
• Sensibilidade
A sensibilidade representa o esforço inspiratório que o paciente necessita realizar para desencadear 
o ciclo respiratório. Os valores da sensibilidade à pressão é em cm H2O e sensibilidade à fluxo é em 
L/min. Os disparos mais comuns disponíveis no mercado são os disparos a tempo (modo controlado 
pelo ventilador) e pelo paciente (disparos a pressão e a fluxo, chamados de modos de disparo pneu-
máticos).E no modo NAVA ainda é possível a realização de disparo por estímulo neural.
15Descomplicando a Ventilação Mecânica
• Pausa Inspiratória
Representa à oclusão da via de saída expiratória, do respirador, que impede de forma temporária o 
início da expiração. É um mecanismo empregado para prolongar o Tempo inspiratório. 
• Pressão de “Platô”
Diz respeito ao valor da pressão das vias aéreas, avaliada no momento da pausa inspiratória, é consi-
derado o parâmetro que melhor define as pressões alveolares no momento do término da insuflação 
pulmonar. Valores muito altos de pressão de platô, geralmente, além de 35cm H2O, estão associados 
a lesão parenquimatosa, pulmonar, induzida pela ventilação mecânica.
• Pressão de Pico
Representa o maior valor de pressão atingido durante a inspiração do VT, durante um ciclo de ventila-
ção mecânica. Valores elevados, normalmente além de 50 cm H2O, podem gerar traumas associados 
à ventilação mecânica, como pneumotórax. 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Pádua; Martinez (2001)9 e Barbas (2013)1.
PONTO DE FIXAÇÃO
O cálculo-base para verificar o peso predito é obtido 
por meio de duas fórmulas a depender do sexo do pa-
ciente. 
Peso Corporal Predito: 
• Homens: 50 + 0,91 x (altura em cm – 152,4). 
• Mulheres: 45,5 + 0,91 x (altura em cm – 152,4).
PRATICANDO A TEORIA
Qual seria o peso predito de uma paciente do sexo fe-
minino que possui 1,70 m de altura.
A fórmula para mulheres é 45,5 + 0,91 x (altura em cm 
– 152,4), transformando a altura da paciente em cen-
tímetros temos o valor de 170 cm. Desta forma, o cál-
culo será: 45,5 + 0,91 x (170– 152,4) = 45,5+0,91 x (17.6) = 
61.516. 
Continuando neste exemplo se formos estabelecer um 
VT 6ml/kg/peso predito inicialmente para essa pacien-
te teremos o seguinte cálculo: 61.516 (peso predito) x 6 
= 369,096 ml.
16Descomplicando a Ventilação Mecânica
MONITORIZAÇÃO DA MECÂNICA 
VENTILATÓRIA
O suporte ventilatório com pressão positiva gera importantes alterações na 
mecânica do sistema respiratório. Sua aplicação propicia a avaliação de parâ-
metros com grande relevância clínica.
A pressão positiva na via aérea pode ser decomposta em duas partes que se 
somam: a pressão resistiva (relacionada à passagem do gás pelas vias aéreas 
até os alvéolos pulmonares) e a pressão elástica (decorrente do estiramento 
do parênquima pulmonar e da caixa torácica quando da acomodação do vo-
lume de gás insuflado nos alvéolos).
É recomendado que se faça a monitorização da mecânica ventilatória de ro-
tina em todo paciente submetido a suporte ventilatório mecânico invasivo, 
sendo compreendidos os seguintes parâmetros: 
 ▶ Volume corrente expirado (VCe), 
 ▶ Pressão de pico (pressão inspiratória máxima), 
 ▶ Pressão de platô ou de pausa inspiratória (em ventilação controlada), 
 ▶ PEEP extrínseca, auto-PEEP ou PEEP intrínseca. 
É fundamental fazer os cálculos de Resistência de vias aéreas (Rva), Compla-
cência estática (Cst), e monitorar as curvas de fluxo, pressão e volume versus 
tempo em casos selecionados.
A mensuração da pressão alveolar pode ser obtida através de uma pausa ins-
piratória de pelo menos dois segundos de duração. A pressão ao final da pau-
sa é denominada de pressão de platô ou pressão de pausa.
 ▶ Requisitos para mensuração acurada da pressão de pausa
 » Ausência de esforço muscular respiratório, 
 » Tempo de pausa 2 a 3 segundos (durante a pausa a pressão na via aé-
rea mensurada pelo ventilador mecânico se reduzirá até se equalizar 
com a pressão alveolar).
 » Ausência de vazamentos.
A medida da pressão de pausa permite as medidas clássicas de mecânica res-
piratória: resistência de vias aéreas (Raw) e complacência estática (Cst).
17Descomplicando a Ventilação Mecânica
Figura 9 - Representação de calculo da RVA e Cst
A mensuração da pressão alveolar pode ser obtida através de uma pausa inspiratória de pelo 
menos dois segundos de duração. A pressão ao final da pausa é denominada de pressão de 
platô ou pressão de pausa. 
 Requisitos para mensuração acurada da pressão de pausa 
- Ausência de esforço muscular respiratório, 
- Tempo de pausa 2 a 3 segundos (Durante a pausa a pressão na via aérea mensurada pelo - 
ventilador mecânico se reduzirá até se equalizar com a pressão alveolar) 
- Ausência de vazamentos. 
A medida da pressão de pausa permite as medidas clássicas de mecânica respiratória: 
resistência de vias aéreas (Raw) e complacência estática (Cst) 
Na figura 9 podemos ver a representação de calculo da RVA e Cst: 
 
 
 
 
 
 
Figura 9- Cálculo da Rva e da Cst 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Barbas (2013)1 
 
Fonte: Barbas (2013)1
A complacência dinâmica (Cdyn) leva em conta não apenas a capacidade do 
sistema em acomodar o volume, mas também o fluxo de gás. Incluindo assim 
as propriedades elásticas e resistivas do sistema. 
Cálculo: Cdyn = VC / (Ppico-PEEP)
Quadro 4 - Parâmetros de referência da mecânica respiratória 
Valores de referência
Cdyn de 100 a 200 ml/cm H2O
Cst de 50 a 100 ml/cm H2O
Raw < 10 cm H2O/L/s
DP < 15 cm H2O
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Braz (2000)9
18Descomplicando a Ventilação Mecânica
BIBLIOGRAFIA
1. Barbas, C. V., Isola, A. M., Farias, A. M., Cavalcanti, A. B., & Gama, A. M. C. D. A. Diretrizes 
brasileiras de ventilação mecânica. 2013. Associação de Medicina Intensiva Brasileira e 
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2013; 1-140.
2. Carvalho, C. R. R. D., Toufen Jr, C., & Franca III, S. A. III Consenso Brasileiro de Ventilação 
Mecânica. Ventilação Mecânica: princípios, análise gráfica e modalidades ventilatórias. J 
Bras Pneumol, 2007; 33(Supl 2); 54-70.
3. Melo, A. S., Almeida, R. M. S. D., & Oliveira, C. D. D. A mecânica da ventilação mecânica. Re-
vista Médica de Minas Gerais. 2014; 24(8); 43-48.
4. Slutsky, A. S. History of mechanical ventilation. From Vesalius to ventilator-induced lung 
injury. American journal of respiratory and critical care medicine, 2015; 191(10); 1106-1115.
5. Valle Pinheiro, B., Pinheiro, G. S. M., & Mendes, M. M. Entendendo melhor a insuficiência 
respiratória aguda. Pulmão RJ. 2015; 24(3); 3-8.
6. Piva, J. P. Distúrbios do equilíbrio ácido-básico. Jornal de Pediatria: Rio de Janeiro. (1999). 
75 (supl. 2); 234-s243.
7. Wilkins, R. L., Stoller, J. K., & Kacmarek, R. M. EGAN Fundamentos da terapia respiratória. 
9ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009.
8. Pinto, J. M. A., Saracini, K. C., Lima, L. C. A. D., Souza, L. P. D., Lima, M. G. D., & Algeri, E. D. B. D. 
O.; Gasometria arterial: aplicações e implicações para a enfermagem. Revista Amazônia 
Science & Health. 2017; 5(2); 33-39.
9. Braz, J. R.C. Temas de anestesiologia. 2º ed. UNESP, 2000.
ANOTAÇÕES
2Ventilação Mecânica Invasiva
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA
A VMI é indicada para casos de insuficiência respiratória grave, indivíduos com 
redução grave do nível de consciência devido Incapacidade de proteger as 
vias aéreas, parada cardiorrespiratória e situações extremas. 
Diversas condições requerem o uso de intubação endotraqueal e o uso de VM, 
dentre essas condições podemos destacar:
 ▶ Rebaixamento do nível de consciência condizente com um Glasgow <8;
 ▶ Obstrução de vias aéreas superiores;
 ▶ Falência mecânica do aparelho respiratório;
 ▶ Condições que propiciam a aspiração;
 ▶ Reanimação devido à parada cardiorrespiratória.
O ciclo ventilatório durante a ventilação mecânica com pressão positiva pode 
ser dividido em quatro fases.
Figura 10 - Componentes do ciclo ventilatório
Disparo (início da fase inspiratória): Fase em que se finaliza a expiração e ocorre o 
disparo (abertura da válvula ins) do ventilador, dando inicio a uma nova fase inspiratória.
Fase inspiratória: Diz respeito à fase de ciclo em que ocorre insuflação 
de ar nos pulmões.
Mudança de fase (ciclagem): Representa a passagem da fase inspiratória para a 
expiratória. Determina o final da fase inspiratória.
Fase expiratória: Corresponde ao esvaziamento dos pulmões. Momento seguinte 
ao fechamentoda válvula inspiratória e aberta da válvula expiratória.
1. 
2. 
3. 
4. 
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Barbas (2013)1.
20Descomplicando a Ventilação Mecânica
A seguir temos duas representações gráficas do ciclo ventilatório de acordo 
com as fases descritas acima.
Figura 11 - Representação gráfica do ciclo ventilatório
Tempo
Fluxo = 0
1
2
3
4
4
Fonte: Carvalho; Junior; Franca (2007)2.
Figura 12 - Parâmetros visualizados no gráfico do ciclo ventilatório
A seguir temos duas representações gráficas do ciclo ventilatório sendo a primeira no 
modo ventilação controlada por volume de acordo com as fases descritas acima. 
Figura 11. Representação gráfica do ciclo ventilatório 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Carvalho; Junior; Franca (2007)2. 
 
Figura 12. Parâmetros visualizados no gráfico do ciclo ventilatório 
 
Fonte: Pádua; Martinez (2001)3. 
 
 
 
 
Fonte: Pádua; Martinez (2001)3.
21Descomplicando a Ventilação Mecânica
O CICLO VENTILATÓRIO
A inspiração pode ter início durante a fase inicial através de três mecanismos.
Figura 13 - Mecanismos da inspiração na fase inicial
Mecanismos da inspiração na fase inicial
Tempo preestabelecido no respirador pelo terapeuta.
Mudança de pressão em que o esforço gerado pelo 
paciente causa diminuição da pressão da via aérea e do 
circuito (sensibilidade de pressão).
Através da alteração de fluxo (sensibilidade fluxo).
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Melo; Almeida; Oliveira (2014)4.
 ▶ No início da inspiração após o trigger/disparo ocorre a abertura da valva 
inspiratória e liberação do fluxo, sendo este fluxo controlado por limites 
estipulados pelo terapeuta. Os dois limites comumente estabelecidos 
são: a taxa de fluxo (onde a taxa e o padrão são limitados pelo terapeuta, 
nesse modo ocorre variação da pressão da via aérea) e a taxa de pressão 
(onde o limite de pressão inspiratória é determinado pelo terapeuta e o 
fluxo e o volume são variáveis). 
 ▶ A fase de liberação do fluxo vem seguida pela fase ciclo-término que re-
presenta o término da inspiração que a depender do modo ventilatório 
estabelecido pode acontecer de quatro formas distintas.
Figura 14 - Formas de ciclagem
Ciclagem a Volume - Em que a inspiração é finalizada no 
momento em que o volume predeterminado é atingido.
Ciclagem a Tempo - Em que a inspiração é finalizada 
quando o tempo inspiratório é atingido.
Ciclagem a Fluxo - Em que a inspiração termina no momento 
que o fluxo inspiratório reduz para o nível estabelecido.
Ciclagem a Pressão - Em que a inspiração termina no 
momento que a pressão inspiratória é atingida.
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Melo; Almeida; Oliveira (2014)4.
22Descomplicando a Ventilação Mecânica
 ▶ A próxima fase é a expiração, fase passiva que dependerá da elastância e 
da resistência das vias aéreas e do circuito. 
A imagem a seguir contribui para a visualização do sistema ventilatório e 
componentes relacionados ao ciclo ventilatório. 
Figura 15 - Componentes básicos e ciclo ventilatório
Figura 15- Componentes básicos e ciclo ventilatório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: http://www2.ebserh.gov.br. 
 
 
2.2 Modos ventilatórios 1,2,4 
As modalidades ventilatórias podem ser controladas, assistida e espontâneas: 
 
 
 
Os modos ainda podem ser associados, como o modo assistido-controlado (que combina um 
mecanismo misto de disparo, programado por sensibilidade à pressão ou a fluxo, 
dependente do paciente para dar início a inspiração, e por tempo, dependendo da 
frequência respiratória configurada, agindo como um sistema de segurança e gerando um 
novo ciclo somente quando não ocorre disparo pela sensibilidade. 
 
 
 
 
 
 
Modalidades 
ventilatórias 
Controladas: Todos os ciclos ventilatórios são disparados e/ou 
ciclados pelo ventilador, o disparo é controlado pelo tempo 
 Assistida: O paciente dá inicio aos ciclos respiratórios através de 
ajuste da sensibilidade, mas o ventilador controla e finaliza a 
inspiração. O ciclo assistido é iniciado quando o paciente, com seu 
próprio esforço, gera uma pressão negativa no sistema ou cria um 
fluxo no sentido contrário ao do sistema. 
Espontâneas: O paciente inicia e finaliza o ciclo ventilatório 
Fonte: http://www2.ebserh.gov.br.
PONTO DE FIXAÇÃO
Estas quatro formas descritas de ciclagem do respira-
dor (volume, tempo inspiratório, fluxo ou pressão) é o 
que classifica os modos ventilatórios.
Outra forma de ciclagem mais recente é o disparo elé-
trico, que ocorre pela detecção da variação da ativida-
de elétrica do diafragma.
23Descomplicando a Ventilação Mecânica
MODOS VENTILATÓRIOS 
As modalidades ventilatórias podem ser controladas, assistida, espontâneas e 
assistido-controlado:
Modalidades 
ventilatórias 
Controladas: Todos os ciclos ventilatórios são disparados e/ou ciclados pelo ventila-
dor, o disparo é controlado pelo tempo.
Assistida: O paciente dá inicio aos ciclos respiratórios através de ajuste da sensibi-
lidade, mas o ventilador controla e finaliza a inspiração. O ciclo assistido é iniciado 
quando o paciente, com seu próprio esforço, gera uma pressão negativa no sistema 
ou cria um fluxo no sentido contrário ao do sistema.
Espontâneas: O paciente inicia e finaliza o ciclo ventilatório.
Assistido-controlado: Os modos ainda podem ser associados, como o modo assisti-
do-controlado (que combina um mecanismo misto de disparo, programado por sen-
sibilidade à pressão ou a fluxo, que depende do paciente para dar início a inspiração, 
e por tempo, que depende da frequência respiratória configurada, agindo como um 
sistema de segurança e gerando um novo ciclo somente quando não ocorre disparo 
pela sensibilidade).
MODOS VENTILATÓRIOS BÁSICOS
Agora iremos detalhar os modos básicos, que são os mais conhecidos da VM.
Quadro 5 - Síntese dos Principais Modos ventilatórios básicos
Ventilação 
controlada 
a volume 
(VCV)
É um modo assisto-controlado limitado a volume, pode ser disparado a tempo (con-
trolado), pressão e fluxo (assistido) e é ciclado ao se atingir o VCinspirado pré-deter-
minado. Considerado o modo de admissão na unidade de terapia intensiva. No modo 
VCV é possível garantir o VC desejado e ter um maior controle sobre a PaCO2. Sendo 
utilizado na avaliação da mecânica respiratória.
Neste modo ocorre variação da pressão nas vias aéreas, por esse fato é necessário 
atenção na monitorização da pressão de pico e de platô ao utilizá-lo, devendo haver 
adequada regulagem de alarme de pressão máxima em vias aéreas, quando é apli-
cada uma pausa inspiratória, para mensuração da mecânica respiratória, a ciclagem 
passa a ser a tempo.
Ventilação 
controlada 
a pressão 
(PCV)
É um modo assisto-controlado limitado a pressão e ciclado a tempo, é mais utilizado 
nas situações em que se observa comprometimento da mecânica do sistema respi-
ratório, pois garante um melhor controle das pressões em vias aéreas e alveolares. O 
modo PCV mantém a pressão limitada durante toda fase inspiratória, com ciclagem 
a tempo. O tempo inspiratório é fixo em segundos pelo terapeuta. O fluxo é livre e 
desacelerado. Nesta modalidade o VC é variável e consequente do delta de pressão 
administrado e da mecânica ventilatória do paciente. É necessário atenção à monito-
rização do VCexpirado e regulagem de alarme de volume minuto máximo e mínimo.
Ventilação 
com pressão 
de suporte 
(PSV)
É um modo espontâneo, a inspiração é iniciada pelo paciente ao negativar a pressão 
no sistema e também a fluxo é finalizada no momento que o fluxo reduz abaixo de 
um nível específico (geralmente, a 25% do Pico de Fluxo Inspiratório). Início pode ser 
a fluxo, nessa modalidade é o paciente quem determina a frequência respiratória, o 
tempo inspiratório e o volume corrente. É modo disparado exclusivamente pelo pa-
ciente, a pressão ou a fluxo. Na PSV, a entrega de um volume corrente específico não 
é garantida. A PSV comumente é usada durante o processo de desmame de ventila-
dores, geralmente em níveisinferiores a 15 cm H2O. Quando bem utilizada, consegue 
abreviar o tempo de desmame ou mesmo aumentar suas chances de êxito. 
24Descomplicando a Ventilação Mecânica
Ventilação 
mandatória 
intermiten-
te sincroni-
zada (SIMV)
Essa modalidade permite, dentro da janela de tempo dos ciclos mandatórios con-
trolados, a ocorrência de ciclos espontâneos assistidos. Os ciclos controlados podem 
ser ciclados a volume (SIMV-V, os ciclos mandatórios têm como variável de controle o 
volume, são limitados a fluxo e ciclados a volume) ou limitados a pressão (SIMV-P, os 
ciclos mandatórios têm como variável de controle a pressão, são limitados a pressão 
e ciclados a tempo).
Atualmente o uso desta modalidade tem sido restrito a pacientes que necessitam 
garantir volume-minuto mínimo no início da PSV como por exemplo neuropatas ou 
pacientes no despertar inicial de anestesia geral.
Esse modo tem sido pouco utilizado, devido ao fato de ter se mostrado associado ao 
aumento do tempo retirada da ventilação. 
Pressão 
positiva 
contínua 
nas vias 
aéreas 
(CPAP)
Nessa modalidade ventilatória, o paciente respira espontaneamente por meio do cir-
cuito pressurizado do aparelho, de tal forma que uma certa pressão positiva, defini-
da quando do ajuste do respirador, é mantida praticamente constante durante todo 
o ciclo respiratório. Esse método deve ser empregado a pacientes com capacidade 
ventilatória mantida, geralmente sendo empregado em pacientes com patologias 
parenquimatosas, puras, de baixa gravidade e/ou no processo de desmame.
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Melo; Almeida; Oliveira (2014)4; Barbas (2013)1.
A seguir estão representadas as principais características dos modos ventila-
tórios básicos. 
Quadro 6 - Principais características dos modos ventilatórios básicos
Modo 
ventilatório
Disparo Fase inspiratória Ciclagem Vantagens Desvantagens
A/C VCV
Tempo ou 
paciente 
(pressão ou 
fluxo)
Fluxo 
Volume
Volume
Tempo
Melhor 
controle da 
mecânica 
ventilatória.
Garante volu-
me corrente.
Efeitos adversos hemodi-
nâmicos potenciais (Auto-
-PEEP), hiperventilação, pres-
são inspiratória excessiva.
Necessidade do paciente 
estar sedado, com pouca ou 
nenhuma interação com a 
máquina.
A/C PCV
Tempo ou 
paciente 
(pressão ou 
fluxo)
Pressão Tempo
Limita a pres-
são de pico 
inspiratória.
Hipo ou hiperventilação, 
mudanças na resistência ou 
elastância das vias aéreas.
SIMV/ PSV
Tempo ou 
paciente 
(pressão ou 
fluxo)
Pressão
Volume
Tempo 
Volume
Interfere 
menos com 
a função car-
diovascular.
Maior trabalho respiratório 
comparada com A/C. 
Assincronias Modo ineficien-
te para desmame.
PSV
Exclusivo 
- paciente 
(pressão ou 
fluxo)
Determi-
nada pelo 
paciente 
mantida a 
pressão das 
vias aéreas 
constante 
pelo ventila-
dor.
% Do pico 
de fluxo
Aumenta o 
conforto e 
melhora a 
sincroniza-
ção previne 
a atrofia 
muscular e 
a fadiga por 
sobrecarga 
de trabalho.
Necessita do pleno funcio-
namento do impulso neuro-
muscular para respiração.
VC não garantido.
Fonte: Adaptado de Tallo (2014)5.
25Descomplicando a Ventilação Mecânica
BIBLIOGRAFIA
1. Barbas, C. V., Isola, A. M., Farias, A. M., Cavalcanti, A. B., & Gama, A. M. C. D. A. Diretrizes 
brasileiras de ventilação mecânica. 2013. Associação de Medicina Intensiva Brasileira e 
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2013; 1-140.
2. Carvalho, C. R. R. D., Toufen Jr, C., & Franca III, S. A. III Consenso Brasileiro de Ventilação 
Mecânica. Ventilação Mecânica: princípios, análise gráfica e modalidades ventilatórias. J 
Bras Pneumol, 2007; 33(Supl 2); 54-70.
3. Pádua, A. I., & Martinez, J. A. B. Modos de assistência ventilatória. Medicina (Ribeirão Pre-
to), 2001; 34(2); 133-142.
4. Melo, A. S., Almeida, R. M. S. D., & Oliveira, C. D. D. A mecânica da ventilação mecânica. Re-
vista Médica de Minas Gerais. 2014; 24(8); 43-48.
5. Tallo, F. S., Vendrame, L. S., Lopes, R. D., & Lopes, A. C. Ventilação mecânica invasiva na sala 
de emergência: uma revisão para o clínico. Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2013;11(1), 48-54.
ANOTAÇÕES
3Modos Ventilatórios Avançados
MODOS VENTILATÓRIOS 
AVANÇADOS
A partir da utilização dos microprocessadores nos ventiladores mecânicos, 
ocorreu ampliação na possibilidade de sofisticação e aprimoramento dos mo-
dos básicos propiciando o desenvolvimento de novos métodos, porém nem 
todos apresentam evidências concretas de sua eficácia e segurança.
Alguns dos principais modos avançados serão apresentados a seguir no quadro 10.
Quadro 7 - Caracterização dos principais modos avançados 
Volume controlado com pressão regulada (PRVC):
É um modo ciclado a tempo e limitado a pressão. A cada ciclo o ventilador reajusta o limite de pres-
são, baseado no volume corrente obtido no ciclo prévio até alcançar o volume corrente alvo ajustado 
pelo operador. 
Está indicada nas situações que se objetiva controle do volume corrente com pressão limitada, bus-
cando ajustes automáticos da pressão inspiratória se a mecânica do sistema respiratório se modificar.
Ventilação com liberação de pressão nas vias aéreas (APRV): 
É um modo espontâneo, limitado à pressão e ciclado a tempo. Tem sido utilizado quando existe ne-
cessidade de manutenção da ventilação espontânea, do recrutamento alveolar com potencial melho-
ra das trocas gasosas e redução do espaço morto e da assincronia. Pode ser usado em pacientes com 
SARA como estratégia protetora, desde que gere baixos volumes correntes.
É indicado nas situações de necessidade de manutenção da ventilação espontânea, do recrutamento 
alveolar com potencial melhora das trocas gasosas e redução do espaço morto e da assincronia.
Ventilação Assistida Proporcional (PAV): 
O PAV é uma modo espontâneo em que é utilizado a equação do movimento para oferecer pressão 
inspiratória (Pvent) proporcional ao esforço do paciente (Pmus). Esse modo determina a quantidade 
de suporte em relação ao esforço do paciente.
Existe uma versão mais recente denominada de PAV (Plus) que estima o Trabalho Ventilatório do 
paciente e do ventilador mecânico usando a equação do movimento e calcula a Complacência e Re-
sistência através da aplicação de micropausas inspiratórias de 300 ms a cada 4-10 ciclos ventilatórios. 
Ambos os modos apresentam melhor sincronia paciente-ventilador em comparação com PSV. Tem 
sido indicado nos pacientes com drive respiratório, que apresentam assincronia importante em modo 
espontâneo. Quando se almeja conhecer o WOB do paciente e medidas de mecânica durante venti-
lação assistida. 
27Descomplicando a Ventilação Mecânica
Compensação automática do tubo (ATC):
É um modo espontâneo que de forma automática compensa a resistência do tubo endotraqueal.
Esse modo está contra indicado aos indivíduos sem drive respiratório, e cuidado com excesso de se-
creções que interfiram com o fluxo inspiratório. É importante garantir que alarmes de pressão de vias 
aéreas estejam bem ajustados. 
Essa modalidade ventilatória tem apresentado em alguns estudos menor trabalho respiratório e 
maior conforto em comparação com o modo PSV.
Ventilação Assistida Ajustada Neuralmente (NAVA):
Essa modalidade ventilatória captura a atividade elétrica do músculo diafragma e usa como critério 
para disparar e ciclar o ventilador, ofertando suporte inspiratório.
Para o seu funcionamento existe a necessidade de fixação de uma sonda esofágica (mais especifica-
mente no 1/3 distal do esôfago) para mensuração da atividade elétrica do diafragma.
Esse modo está indicado para pacientes com drive respiratório, que apresentem. Assincronia impor-
tante em modo espontâneo, em especial esforços perdidos em PSV, como nos pacientes com Auto-
-PEEP
O disparo do ventilador ocorre por variação de 0,5 µV da atividade elétrica do diafragma (Edi) já a ci-
clagem ocorrerá com queda da Edi para 70% do pico máximo de Edi detectado.
Ventilação de Suporte Adaptativa (ASV):
Essa modalidade ventilatória utiliza um algoritmo para escolher a combinação entre volume correntee frequência respiratória com o objetivo de atingir o Volume Minuto regulado pelo terapeuta, por meio 
de ciclos espontâneos e controlados, com a mínima pressão de vias aéreas possível.
Também existe uma versão denominada Intellivent-ASV, essa versão utiliza um sensor de CO2 no final 
de expiração e sensor de saturação periférica de oxigênio para realizar ajustes automáticos da PEEP e 
FiO2 utilizando uma tabela.
O ASV está indicado nos quadros de insuficiência respiratória grave, em que se busca redução do tra-
balho respiratório e estímulo para respirações espontâneas.
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Barbas (2013)1; 
 Melo; Almeida; Oliveira (2014)4 e Pádua (2001)3
28Descomplicando a Ventilação Mecânica
BIBLIOGRAFIA 
1. Barbas, C. V., Isola, A. M., Farias, A. M., Cavalcanti, A. B., & Gama, A. M. C. D. A. Diretrizes 
brasileiras de ventilação mecânica. 2013. Associação de Medicina Intensiva Brasileira e 
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2013; 1-140.
2. Carvalho, C. R. R. D., Toufen Jr, C., & Franca III, S. A. III Consenso Brasileiro de Ventilação 
Mecânica. Ventilação Mecânica: princípios, análise gráfica e modalidades ventilatórias. J 
Bras Pneumol, 2007; 33(Supl 2); 54-70.
3. Pádua, A. I., & Martinez, J. A. B. Modos de assistência ventilatória. Medicina (Ribeirão Pre-
to), 2001; 34(2); 133-142.
4. Melo, A. S., Almeida, R. M. S. D., & Oliveira, C. D. D. A mecânica da ventilação mecânica. Re-
vista Médica de Minas Gerais. 2014; 24(8); 43-48.
ANOTAÇÕES
4Assincronia Paciente- -Ventilador
ASSINCRONIA 
PACIENTE-VENTILADOR
A assincronia pode ser entendida como um desacoplamento entre o pacien-
te, em relação a demandas de tempo, fluxo, volume e/ou pressão de seu sis-
tema respiratório, e o ventilador, que as oferta durante a ventilação mecânica. 
Essa situação é considerada frequente com incidência que varia entre 10% e 
85%. A assincronia paciente ventilador pode ser devido a fatores relacionados 
ao paciente, ao ventilador ou a ambos. Alguns destes fatores estão citados 
abaixo na figura 16.
Figura 16 - Principais fatores do paciente e ventilador relacionados as assincronias
Fatores relacionados ao 
paciente
Fatores relacionados ao 
ventilador 
Maior gravidade clínica
Sepse 
Acidose
Dor
Ansiedade e febre
 DPOC
Fraqueza muscular
Redução do drive ventilatório
Presença de secreções e de 
auto-PEEP
 Escolha do modo ventilatório 
e seus ajustes
O disparo pneumático pode ser 
fonte de assincronia, 
Modo VCV associa-se mais 
frequentemente a assincronias 
decorrentes de Fluxo e/ou volume 
corrente inadequados.
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Holanda (2018)2.
Os tipos possíveis de assincronia paciente ventilador são as de disparo, de ci-
clagem e as de fluxo, representados na figura 17.
30Descomplicando a Ventilação Mecânica
Figura 17 - Principais tipos de assincronia paciente/ventilador
TIPOS DE ASSINCRONIA 
PACIENTE VENTILADOR.
Assincronias de 
disparo
Esforço ineficaz
Autodisparo
Duplo disparo
Disparo reverso
Assincronias de 
ciclagem
Ciclagem 
prematura
Ciclagem tardia
Assincronias de 
fluxo
Fluxo insuficiente
Fluxo excessivo
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Holanda (2018)2 e Esperanza (2020)3.
ASSINCRONIAS DE DISPARO
Representam problemas no disparo ou na inicialização do ciclo respiratório 
por parte do ventilador em resposta ao esforço muscular do paciente. Suas 
características estão representadas no quadro 7.
Quadro 8 - Caracterização das assincronias de disparo
Assincronias Fatores determinantes Estratégias terapêuticas
Disparo ineficaz
O esforço inspiratório 
do paciente não é su-
ficiente para disparar o 
ventilador.
Ventilador:
Mau ajuste ou problemas no 
mecanismo de sensibilidade.
Paciente:
Fraqueza muscular respiratória.
Depressão do comando neural.
Hiperinsuflação dinâmica (auto-
-PEEP).
Ajuste/correção de problemas da sensibi-
lidade (fluxo mais sensível que pressão).. 
Reduzir tempo inspiratório por ajustes 
em cada modo.
(VCV, PCV e PSV).
Reduzir ou suspender drogas depresso-
ras do comando neural, sedação ou BNM.
Minimizar a hiperinsuflação e titular PEEP 
externa (valores inferiores a auto-PEEP), 
reduzir níveis de PS (modo PSV).
Duplo disparo
Ocorre quando um es-
forço do paciente dis-
para dois ciclos segui-
dos.
Ventilador:
Tempo inspiratório muito curto 
em relação ao tempo neural.
Volume corrente baixo em 
modo VCV.
Aumentar o tempo inspiratório (VCV ou 
PCV) ou reduzir o limiar de percentual de 
fluxo para ciclagem (PSV).
Modos com possibilidade de variação do 
volume corrente, como PCV.
Sedação profunda e/ou BNM na fase pre-
coce de SDRA grave.
31Descomplicando a Ventilação Mecânica
Disparo reverso
O esforço muscular ins-
piratório do paciente 
decorre de mecanis-
mos reflexos gerados 
pela insuflação mecâ-
nica de um ciclo con-
trolado pelo ventilador.
Esforço muscular decorrente de 
insuflação mecânica. Reduzir sedação, BNM na fase precoce de 
SDRA grave.
Auto-Disparo
O ventilador é dispara-
do sem que haja esfor-
ço do paciente.
Ventilador:
Sensibilidade “excessiva”
Vazamento no sistema
Condensado no circuito do ven-
tilador.
Paciente:
Transmissão de oscilações de 
pressão e/ou fluxo por batimen-
tos cardíacos.
Otimização do ajuste de sensibilidade.
Correção de vazamentos.
Remoção de condensados.
Otimização do ajuste de sensibilidade.
Fonte: Adaptado de Holanda (2018)2.
A representação gráfica deste subtipo de assincronia pode ser visualizada na 
figura 18.
Figura 18 - Representação gráfica da Assincronia de disparo
A representação gráfica deste subtipo de assincronia pode ser visualizada na figura 18: 
 
 
 
 
Figura 18- Representação gráfica da Assincronia de disparo 
 
Fonte: Barbas (2013)1. 
Legenda Assincronias de disparo identificadas nas curvas de volume, fluxo e pressão vs. tempo e assinaladas 
com setas. As deflexões negativas nas curvas pressão vs. tempo representam os esforços do paciente (pressão 
muscular), visíveis somente se monitorizada a pressão esofágica. Painel A: Esforços perdidos. Na primeira seta 
observar um estímulo débil, incapaz de disparar o ventilador, resultando em uma pequena onda de fluxo 
positiva e mínimo volume corrente. Na segunda seta, observar o esforço que ocorre durante a exalação, sem 
disparar o ventilador, apenas fazendo com que o fluxo volte à linha de base e até se torne levemente positivo. 
Painel B: Duplo disparo. Exemplo em VCV. Os esforços do paciente permanecem no momento da ciclagem e, 
assim, disparam novo ciclo. Os volumes se somam (empilhamento) e a pressão nas vias aéreas se eleva, muitas 
vezes disparando o alarme de alta pressão. Painel C: Auto-disparo: na modalidade pressão de suporte, alguns 
ciclos são disparados sem esforços do paciente, tendo sido favorecidos pela presença de vazamentos, visíveis 
na curva volume vs. tempo, a qual não retorna à linha de base (medida do volume inspirado maior do que a do 
expirado). Figuras obtidas pelo Xlung.net, simulador virtual de ventilação mecânica. Disponível em: 
http//:www.xlung.net 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Barbas (2013)1.
Legenda: Assincronias de disparo identificadas nas curvas de volume, fluxo e 
pressão vs. tempo e assinaladas com setas. As deflexões negativas nas curvas 
pressão vs. tempo representam os esforços do paciente (pressão muscular), 
visíveis somente se monitorizada a pressão esofágica. Painel A: Esforços perdi-
dos. Na primeira seta observar um estímulo débil, incapaz de disparar o venti-
lador, resultando em uma pequena onda de fluxo positiva e mínimo volume 
corrente. Na segunda seta, observar o esforço que ocorre durante a exalação, 
sem disparar o ventilador, apenas fazendo com que o fluxo volte à linha de 
base e até se torne levemente positivo. Painel B: Duplo disparo. Exemplo em 
VCV. Os esforços do paciente permanecem no momento da ciclagem e, as-
sim, disparam novo ciclo. Os volumes se somam (empilhamento) e a pressão 
32Descomplicando a Ventilação Mecânica
nasvias aéreas se eleva, muitas vezes disparando o alarme de alta pressão. 
Painel C: Auto-disparo: na modalidade pressão de suporte, alguns ciclos são 
disparados sem esforços do paciente, tendo sido favorecidos pela presença de 
vazamentos, visíveis na curva volume vs. tempo, a qual não retorna à linha de 
base (medida do volume inspirado maior do que a do expirado). 
ASSINCRONIAS DE FLUXO
As principais características relacionadas as assincronias de fluxo estão sinte-
tizadas no quadro 9.
Quadro 9 - Caracterização das assincronias de fluxo
ASSINCRONIAS FATORES DETERMINANTES ESTRATÉGIAS TERAPÊUTICAS
Fluxo inspiratório 
insuficiente
Ventilador:
Em VCV, ajuste de fluxo muito baixo.
Em PCV e PSV, pressão aplicada muito 
baixa, tempo de subida longo. 
Paciente:
Excesso de demanda ventilatória, coman-
do neural elevado.
Em VCV, aumentar o fluxo inspirató-
rio ou mudar para modos PCV ou PSV 
(fluxo livre).
Reduzir estímulo do comando neural 
e demanda metabólica: controlar fe-
bre, dor, acidose metabólica e ansie-
dade.
Fluxo inspiratório 
excessivo
Ventilador:
Em VCV, ajuste de fluxo muito alto.
Em PCV e PSV, pressão aplicada muito 
alta, tempo de subida muito curto (over-
shoot).
Em VCV, reduzir o fluxo inspiratório.
Em PCV e PSV, reduzir a pressão apli-
cada, aumentar o tempo de subida 
(rise time).
Fonte: Adaptado de Holanda (2018)2.
A representação gráfica desse subtipo de assincronia pode ser visualizada 
abaixo na figura 20.
Figura 19 - Representação gráfica da Assincronia de fluxoFigura 20- 
Representação gráfica da Assincronia de fluxo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Barbas (2013)1. 
 
Legenda: Assincronia de fluxo. Na modalidade volume - controlada, o fluxo foi ajustado aquém da demanda do 
paciente, que mantém esforço muscular durante toda inspiração, a qual passa a apresentar uma concavidade 
voltada para cima. Essa assincronia está representada com intensidade progressiva do primeiro para o terceiro 
ciclo na figura. As deflexões negativas nas curvas pressão VS tempo representam os reforços do paciente 
(pressão muscular), sendo visualizadas somente quando se monitoriza a pressão esofágica. Figuras obtidas pelo 
Xlung.net, simulador virtual de ventilação mecânica. Disponível em: http//www.xlung.net. 
 
 
 
 
33Descomplicando a Ventilação Mecânica
Fonte: Barbas (2013)1.
Legenda: Assincronia de fluxo. Na modalidade volume - controlada, o fluxo 
foi ajustado aquém da demanda do paciente, que mantém esforço muscular 
durante toda inspiração, a qual passa a apresentar uma concavidade voltada 
para cima. Essa assincronia está representada com intensidade progressiva 
do primeiro para o terceiro ciclo na figura. As deflexões negativas nas curvas 
pressão VS tempo representam os reforços do paciente (pressão muscular), 
sendo visualizadas somente quando se monitoriza a pressão esofágica.
ASSINCRONIAS DE CICLAGEM
As principais características relacionadas as assincronias de ciclagem estão 
sintetizadas no quadro 8.
Quadro 10 - Caracterização das assincronias de ciclagem
Assincronias Fatores determinantes Estratégias terapêuticas
Ciclagem prematura
O ventilador interrompe o fluxo 
inspiratório antes do desejado 
pelo paciente, ou seja, o tempo 
inspiratório mecânico do venti-
lador é menor que o tempo neu-
ral do paciente.
Ventilador:
Tempo inspiratório muito curto 
em relação ao do paciente.
Paciente:
Mecânica respiratória de padrão 
restritivo no modo PSV, como na 
fibrose pulmonar.
Em VCV, diminuir o fluxo inspi-
ratório e/ou aumentar o volume 
corrente.
Em PCV, aumentar o tempo ins-
piratório.
Em PSV, reduzir o percentual 
do critério de ciclagem e/ ou au-
mentar a PS.
Ciclagem tardia
O tempo inspiratório mecânico 
do ventilador ultrapassa o dese-
jado pelo.
Paciente, ou seja, é maior que o 
tempo neural do paciente.
Ventilador:
Tempo inspiratório muito longo 
em relação ao do paciente.
Paciente:
Mecânica respiratória obstrutiva 
no modo PSV, como na DPOC.
Em VCV, aumentar o fluxo inspi-
ratório.
Em PCV, reduzir o tempo inspi-
ratório.
Em PSV, aumentar o percentual 
do critério de ciclagem e/ou re-
duzir a PS e/ou aumentar o tem-
po de subida (rise time).
Fonte: Adaptado de Holanda (2018)2.
A representação gráfica desse subtipo de assincronia pode ser visualizada 
abaixo.
34Descomplicando a Ventilação Mecânica
Figura 20 - Representação gráfica da Assincronia de Ciclagem
 
3.2 Assincronias de ciclagem1,2,3,4 
As principais características relacionadas as assincronias de ciclagem estão sintetizadas no 
quadro 8: 
 
Quadro 8- Caracterização das assincronias de ciclagem 
Assincronias Fatores determinantes Estratégias terapêuticas 
Ciclagem prematura 
 
O ventilador interrompe 
o fluxo inspiratório 
antes do desejado pelo 
paciente, ou seja, o 
tempo inspiratório 
mecânico do ventilador 
é menor que o tempo 
neural do paciente 
Ventilador: 
Tempo inspiratório muito curto 
em 
relação ao do paciente 
 
Paciente: 
Mecânica respiratória de padrão 
restritivo no modo PSV, como na 
fibrose pulmonar 
Em VCV, diminuir o fluxo 
inspiratório e/ou aumentar o 
volume corrente 
Em PCV, aumentar o tempo 
inspiratório 
Em PSV, reduzir o percentual do 
critério de ciclagem e/ ou aumentar 
a PS 
Ciclagem tardia 
 
O tempo inspiratório 
mecânico do 
ventilador ultrapassa 
o desejado pelo 
Paciente, ou seja, é 
maior que o tempo 
neural do paciente. 
Ventilador: 
Tempo inspiratório muito longo 
em relação ao do paciente 
 
Paciente: 
Mecânica respiratória obstrutiva 
no modo PSV, como na DPOC 
 
Em VCV, aumentar o fluxo 
inspiratório. 
Em PCV, reduzir o tempo 
inspiratório 
 
 
Em PSV, aumentar o percentual do 
critério de ciclagem e/ou reduzir a 
PS e/ou aumentar o tempo de 
subida (rise time) 
Fonte: Adaptado de Holanda (2018)2. 
 
A representação gráfica desse subtipo de assincronia pode ser visualizada abaixo na figura 
19: 
 
Figura 19- Representação gráfica da Assincronia de Ciclagem 
 
 
 
 
 
Fonte: Barbas (2013)1.
Legenda: Assincronias de ciclagem durante a pressão de suporte. No primei-
ro ciclo, o ponto de corte de 25% do pico fluxo foi atingido rapidamente (0% 
de critério de ciclagem), fazendo com que o tempo inspiratório do ventilador 
tenha sido menor que o desejado pelo paciente. Isso pode ser observado pela 
porção expiratória da curva de fluxo, que tende voltar para a linha e base em 
função do esforço ainda presente do paciente. O último ciclo representa o 
contrário, ou seja, ciclagem tardia. A redução de fluxo se faz de forma muito 
lenta, fenômeno típico de obstrução ao fluxo aéreo, fazendo com que o limiar 
de ciclagem demore a ser atingido. Algumas vezes o ciclo é interrompido pela 
contração da musculatura expiratória, que gera uma elevação acima da pres-
são de suporte ajustada ao final da inspiração (não representada nesta figura). 
35Descomplicando a Ventilação Mecânica
BIBLIOGRAFIA
1. Barbas, C. V., Isola, A. M., Farias, A. M., Cavalcanti, A. B., & Gama, A. M. C. D. A. Diretrizes 
brasileiras de ventilação mecânica. 2013. Associação de Medicina Intensiva Brasileira e 
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, 2013; 1-140.
2. Holanda, M. A., Vasconcelos, R. D. S., Ferreira, J. C., & Pinheiro, B. V. (2018). Assincronia pa-
ciente-ventilador. Jornal Brasileiro de Pneumologia,2018 44(4), 321-333.
3. Esperanza, J. A., Sarlabous, L., de Haro, C., Magrans, R., Lopez-Aguilar, J., & Blanch, L. Moni-
toring Asynchrony During Invasive Mechanical Ventilation. Respiratory Care, 2020; 65(6), 
847-869.
4. Mirabella, L., Cinnella, G., Costa, R., Cortegiani, A., Tullo, L., Rauseo, M., ... & Gregoretti, C. 
Patient-Ventilator Asynchronies: Clinical Implications and Practical Solutions. Respiratory 
Care. 2020; 65. 
ANOTAÇÕES
5
Ventilação Mecânica 
Invasiva em 
Condições 
Especificas
VENTILAÇÃO MECÂNICA INVASIVA 
EM CONDIÇÕES ESPECIFICAS
Diversas condições patológicas requerem um ajuste diferenciado da venti-
lação mecânica, a seguir serão apresentados algumas destas condições e as 
principaisrecomendações de ajuste da VMI para cada caso. 
VMI E SÍNDROME DO DESCONFORTO 
RESPIRATÓRIO AGUDO (SDRA)
Antes de falar efetivamente da VM na SDRA, vamos entender o que é a síndro-
me do desconforto respiratório agudo e suas principais repercussões. 
A SDRA é entendida como um distúrbio agudo, caracterizado por infiltrados 
pulmonares bilaterais e hipoxemia progressiva grave na ausência de qualquer 
evidência de edema pulmonar cardiogênico.
Os fatores de risco mais comumente relacionados à SDRA podem ser subdi-
vididos em injuria direta e indireta apresentados também denominado como 
pulmonar ou extrapulmonar (Figura 21).
37Descomplicando a Ventilação Mecânica
Figura 21 - Causas de acometimento direto e indireto na SDRA
INJURIA DIRETA INJURIA INDIRETA
• Aspiração
• Afogamento
• Inalação tóxica
• Contusão pulmonar
• Embolia gordurosa
• Toxicidade pelo oxigênio
• Infecção pulmonar, difusa 
(bacteriana, viral, pneu-
mocystis e outros)
• Síndrome séptica
• Choque
• Grandes queimados
• Pancreatite
• Intoxicação exógena
• Excesso de fluidos
• Coagulação intravascular, dis-
seminada
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Barbas, C. S. V. (2011)3.
O diagnóstico de SDRA é feito com base nos seguintes critérios estabelecidos 
pela definição de Berlim (2012): Início agudo, infiltrados pulmonares bilaterais 
na radiografia de tórax de origem não cardíaca e relação PaO / FiO inferior a 
300 mmHg. 
A SDRA pode ser classificada em três categorias:
 ▶ Leve
 ▶ Moderada
 ▶ Grave
Quadro 11 - Classificação da SDRA pela definição de Berlim (2012)
Critério LEVE MODERADA GRAVE
Tempo de início Aparecimento súbito dentro de 1 semana após exposição a fator de risco 
ou aparecimento ou piora de sintomas respiratórios.
Hipoxemia (PaO2/FIO2) 201-300 com 
PEEP/CPAP ≥ 5
101-200 com PEEP 
≥ 5
≤ 100 com PEEP ≥ 5
Origem do Edema Insuficiência Respiratória não claramente explicada por Insuficiência 
Cardíaca ou sobrecarga volêmica.
Anormalidades Radio-
lógicas Opacidades bilaterais*
*Não explicados por nódulos, derrames, massas ou colapsos lobares/pulmonares.
Fonte: Barbas (2013)1.
Os principais sintomas relacionados a SDRA são: 
 ▶ Dispneia;
 ▶ Taquipneia e alcalose respiratória;
 ▶ Taquicardia;
38Descomplicando a Ventilação Mecânica
 ▶ Cianose;
 ▶ Roncos e estertores pulmonares bilaterais e difusos;
 ▶ Na radiografia podem ser visualizados: Infiltrados pulmonares bilaterais 
e difusos, geralmente assimétricos e sem presença de cardiomegalia;
 ▶ Redução da capacidade residual funcional;
 ▶ Desequilíbrio da relação ventilação/perfusão.
FISIOPATOLOGIA DA SDRA
A SDRA representa uma resposta estereotípica a diversas etiologias. Ela evolui 
por diferentes fases, (didaticamente três fases) começando com dano alvéo-
lo-capilar, uma fase proliferativa caracterizada por melhora da função pul-
monar e cicatrização e uma fase fibrótica final sinalizando o fim do processo 
agudo da doença.
Quadro 12 - Evolução da SDRA
FA
SE
S 
D
A
 S
D
R
A
Fase exsudativa (de edema e hemorragia): 
Se caracteriza por congestão capilar, edema alvéolo-intersticial e a hemorragia intra-alveolar. 
Ocorre necrose do epitélio alveolar, com perda da barreira epitelial, alveolar e passagem do 
líquido intersticial para o espaço alveolar.
Fase proliferativa (de organização e reparação): 
Ocorre proliferação de pneumócitos do tipo II na área dos septos alveolares. Os fibroblastos 
convertem o exsudato em tecido de granulação celular evoluindo para deposição de colágeno, 
em tecido fibroso denso. 
Fase de fibrose: 
Há um aumento de elastina, fibras musculares lisas e glicoproteínas e comprometimento de 
todo o sistema alvéolo-capilar, associado nas trocas gasosas, que repercutem em hipoxemia 
grave e refratária com hipertensão arterial pulmonar, responsáveis pela fase terminal da SDRA.
39Descomplicando a Ventilação Mecânica
PONTO DE FIXAÇÃO
Uma característica importante do padrão de lesão 
visualizada na SDRA é que a mesma não é uniforme. 
Segmentos do pulmão podem ser mais gravemente 
afetados, levando a uma redução da complacência 
pulmonar regional, que classicamente envolve mais as 
bases do que os ápices. Esse diferencial intrapulmonar 
na patologia leva a uma resposta variante às estraté-
gias de oxigenação. Apesar da pressão expiratória fi-
nal positiva (PEEP) elevada ser capaz de melhorar a 
difusão de oxigênio nos alvéolos afetados, pode acar-
retar volutrauma deletério e atelectrauma de alvéolos 
adjacentes não afetados.
COMO VENTILAR O PACIENTE COM SDRA?
A seguir serão apresentadas as recomendações presente nas diretrizes bra-
sileiras de ventilação mecânica (2013) direcionadas aos paciente com SDRA 
(Quadro 12).
Quadro 13 - Parâmetros ventilatórios da VMI NA SDRA
PARÂMETROS AJUSTES
Modos ventila-
tórios
No início (primeiras 48-72 horas) em todas as categorias de gravidade são reco-
mendados modos controlados: volume controlado (VCV) ou pressão controlada 
(PCV).
Volume 
corrente
Na categoria de gravidade leve, sob ventilação assistida: VC deve ser ajustado em 
6 ml/ kg (considerando-se peso predito).
Na categoria de gravidade moderada ou grave, sob ventilação assistida ou contro-
lada: VC deve ser ajustado entre 3-6 ml/kg (considerando-se peso predito).
• Hipercapnia permissiva tolerada, contanto que pH > 7,2.
Existem alguns pacientes (por exemplo, pacientes com lesão neurológica ou hiper-
tensão pulmonar) nos quais a oxigenação mais baixa e a hipercapnia permissiva 
almejada por protocolos de ventilação de proteção pulmonar podem ser prejudi-
ciais. 
Fração 
inspiratória de 
oxigênio (FiO2)
Usar a menor FiO2 possível para garantir SpO2 > 92% em todos as categorias de 
gravidade.
40Descomplicando a Ventilação Mecânica
Pressão de 
Platô (Pplatô)
Buscar manter Pplatô ≤ 30 cm H2O.
Buscar manter o diferencial de pressão Platô - PEEP (chamado de Pressão de Dis-
tensão) menor ou igual a 15 cm H2O para todas as categorias de gravidade. 
Nos casos de SDRA moderada e grave, quando a PEEP usada for elevada pode-se 
tolerar Pplatô de no máximo 40 cm H2O, desde que necessariamente a Pressão de 
Distensão seja mantida ≤ 15 cm H2O. 
Frequência 
respiratória (f)
Iniciar com f = 20 rpm e caso necessário aumentar até 35 rpm, desde que não oca-
sione auto-PEEP, de acordo com a PaCO2 almejada.
Nos quadros de gravidade moderada ou grave, submetidos a estratégia de hiper-
capnia permissiva com VC ≤ 6 ml/kg de peso predito, a f pode ser ajustada até 45 
rpm, desde que não ocasione auto-PEEP. 
PEEP
Talvez seja o parâmetro de maior controvérsia entre os pesquisadores.
É recomendado evitar utilizar PEEP menor que 5 cmH2O.
Evitar usar PEEP inferior aos valores da tabela PEEP BAIXO/FIO2 (Quadro 13), sendo 
que a Tabela PEEP BAIXO x FiO2 deve ser utilizada apenas em casos de SDRA leve.
Em quadros moderados e graves usar tabelas PEEP ALTO x FiO2 (Quadros 14,15), em 
como alternativa à técnica da PEEP decremental.
Protocolos de PEEP mais elevados podem ser perigosos para pacientes com pneu-
motórax ou que apresentam risco de fístula broncopleural.
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Barbas (2013)1 e Mowery (2017)5.
Quadro 14 - Tabela PEEP BAIXO x FiO2
FiO2 0.3 0.4 0.4 0.5 0.5 0.6 0.7 0.7 0.7 0.8 0.9 0.9 0.9 1.0
PEEP 5 5 8 8 10 10 10 12 14 14 14 16 18 18↔24
Fonte: Barbas (2013)1.
Quadro 15 - Tabela PEEP ALTO x FiO2 (ALVEOLI)
FiO2 0.3 0.3 0.4 0.4 0.5 0.5 0.5↔0.8 0.8 0.9 1.0
PEEP 12 14 14 16 16 18 20 22 22 22↔24
Fonte: Barbas (2013)1.
Quadro 16 - Tabela PEEP ALTO x FiO2 (LOVS)
FiO2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1.0
PEEP 5↔10 10↔18 18↔20 20 20 20↔22 22 22↔24
Fonte: Barbas (2013)1.
MANOBRAS DE MÁXIMO RECRUTAMENTO ALVEOLAR
Nos casos de SDRA moderada e grave, pode-se utilizar de manobras de Má-
ximo Recrutamento Alveolar (MRM) como parte da estratégia protetora, com 
o objetivo de reduzir a Pressão de Distensão inspiratória (= Driving Pressure), 
ela deve ser realizada em modo PCV, com pressão de distensão de 15 cm H2O. 
Iniciar com PEEP = 10 cm H2O, aumentando o valorda PEEP em incrementos 
de 5 cm H2O a cada 2 minutos, até atingir um valor de 25 cm H2O, após o qual 
aumenta-se o incremento para 10 cm de H20 atingindo 35 e no máximo 45 
41Descomplicando a Ventilação Mecânica
cm H2O. Na sequência, baixar a PEEP para 25 cm H2O. Um esquema repre-
sentando a Manobra de máximo recrutamento alveolar pode ser visualizado 
na figura 22. 
Figura 22 - Manobras de Máximo Recrutamento Alveolar (MRM)
Incremento para 10 cm de H2O 
atingindo 35 e no máximo 45 cm H2O
Aumentar valor da PEEP em incrementos 
de 5 cm H2O a cada 2 minutos, até atingir 
um valor de 25 cm H2O
PVC, com Pdis 15 cm H2O 
Iniciar com PEEP = 10 cm H2O
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Barbas (2013)1
A aplicação de pressão expiratória final positiva (PEEP) pode prevenir o des-
recrutamento alveolar e o atelectrauma no entanto uma PEEP elevada, pode 
gerar superdistensão alveolar e ou comprometimento hemodinâmico devido 
a altas pressões intratorácicas e diminuição do retorno venoso. Assim como 
as manobras de recrutamento, em que uma PEEP elevada é utilizada por um 
breve intervalo, podem melhorar a oxigenação pela abertura dos alvéolos 
com atelectasias, mas também podem ocasionar barotrauma ou comprome-
timento hemodinâmico.
POSIÇÃO PRONA
Nas situações em que os pacientes que apresentam hipoxemia refratária ao 
suporte ventilatório ou que exibem falência pulmonar pode-se lançar mão 
da ventilação em posição prona, que se baseia no fornecimento do suporte 
ventilatório com o paciente adotando o posicionamento de decúbito ventral 
(Figura 23).
Figura 23 - Representação da posição prona
 Posição Prona7,8 
Nas situações em que os pacientes que apresentam hipoxemia refratária ao suporte 
ventilatório ou que exibem falência pulmonar pode-se lançar mão da ventilação em posição 
prona, que se baseia no fornecimento do suporte ventilatório com o paciente adotando o 
posicionamento de decúbito ventral (Figura 23). 
 
 
 
 
 
 
Figura 23- Representação da posição prona 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://site.hcrp.usp.br 
 
 
Curiosidade cientifica8: 
A posição prona passou a ganhar mais destaque em 2013 com o estudo do grupo PROSEVA, 
realizado por Guérin e colaboradores, em que foi realizado um ensaio clínico randomizado 
multicêntrico com 466 indivíduos portadores de SDRA (237 pacientes foram atribuídos ao 
grupo prono, e 229 pacientes foram atribuídos ao grupo supino), com relação 
PaO2/FIO2 <150 mm/Hg e em suporte ventilatório (PEEP ≥5 cm H2O, FIO2 ≥ 0.6) 
respectivamente recebendo sessões de posicionamento em pronação de pelo menos 16 
horas (grupo prono/ intervenção) ou para serem deixados em posição supina (Grupo 
controle). Foi observado que a utilização precoce (entre 12 e 24 horas após o diagnóstico 
SDRA) e por tempo prolongado de posição prona reduziu significativamente a mortalidade 
no grupo intervenção 28 e 90 dias8. 
 
Fonte: https://site.hcrp.usp.br
42Descomplicando a Ventilação Mecânica
Curiosidade cientifica:
A posição prona passou a ganhar mais destaque em 2013 com o estudo do grupo PROSEVA, realizado 
por Guérin e colaboradores, em que foi realizado um ensaio clínico randomizado multicêntrico com 
466 indivíduos portadores de SDRA (237 pacientes foram atribuídos ao grupo prono, e 229 pacien-
tes foram atribuídos ao grupo supino), com relação PaO2/FIO2 <150 mm/Hg e em suporte ventilatório 
(PEEP ≥5 cm H2O, FIO2 ≥ 0.6) respectivamente recebendo sessões de posicionamento em pronação de 
pelo menos 16 horas (grupo prono/ intervenção) ou para serem deixados em posição supina (Grupo 
controle). Foi observado que a utilização precoce (entre 12 e 24 horas após o diagnóstico SDRA) e por 
tempo prolongado de posição prona reduziu significativamente a mortalidade no grupo intervenção 
28 e 90 dias.
O efeito fisiológico de maior destaque da posição prona é a melhora da oxigena-
ção, essa melhora pode ser atribuída a vários fatores dentre eles estão a diminui-
ção dos fatores que contribuem para o colabamento alveolar, a redistribuição 
da ventilação alveolar e a redistribuição da perfusão. Os parâmetros necessários 
para o posicionamento em prona estão apresentados no quadro 16.
Quadro 17 - Parâmetros para pronar o paciente
RECOMENDAÇÕES 
REFERENTE A 
POSIÇÃO PRONA
Indicação
• Pacientes com SDRA com P/F < 150 por pelo menos 16 horas por sessão.
• Evitar utilizar na SARA leve de forma rotineira.
A posição prona é indicada nas primeiras 48 horas de ventilação mecânica.
Utilizar na SDRA moderada, quando:
• Após PEEP titulada;
• IVD (Insuficiência Ventricular Direita Aguda – Cor Pulmonale Agudo) mo-
derada a grave.
• Na impossibilidade de sustentar ventilação protetora: necessário Pressão 
de Distensão > 15 cmH2O; f > 35 rpm; pH < 7,2.
Contraindicação da posição prona
• Hipertensão intracraniana.
• Fratura Pélvica.
• Fratura de coluna.
• Hipertensão intra-abdominal (contraindicação relativa).
• Peritoniostomia.
• Gestação (contraindicação relativa).
• Tórax instável.
• Instabilidade hemodinâmica grave.
• Equipe inexperiente.
Duração da intervenção: Manter a prona de 16 a 20 horas devendo deixar 
de ser repetida assim que se atingir P/F > 150 mmHg com PEEP 10 cmH2O 
em posição supina.
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Barbas (2013)1
43Descomplicando a Ventilação Mecânica
OUTRAS CONDUTAS 
POSSÍVEIS NA SDRA
OXIGENAÇÃO EXTRA-CORPÓREA POR MEMBRANA 
(ECMO)
É uma modalidade de suporte de vida extracorpóreo que permite suporte 
temporário à falência da função pulmonar e/ou cardíaca, que não respondem 
ao tratamento clínico convencional. Pode ser utilizada para remoção de CO2 
ou para oxigenação por membrana extracorpórea. 
Pacientes com SDRA em ECMO devem ser ventilados de forma protetora, no 
intuito de prevenir lesão pulmonar induzida pelo ventilador mecânico. Os pa-
cientes devem ser ventilados com baixo volume corrente, baixa FiO2, baixa 
pressão de platô e pressão de pico.
OXIDO NÍTRICO (NO)
Pode-se usar NO inalatório em pacientes com SARA grave com Hipertensão 
Pulmonar aguda e falência de VD, monitorizando-se a resposta e titular a do-
sagem de partes por milhão.
BLOQUEADOR NEUROMUSCULAR (BNM)
Nos casos de SARA com P/F < 120 mmHg sob sedação profunda é recomenda-
do utilizar cisatracúrio nas primeiras 48 horas de suporte ventilatório.
VMI E DOENÇA PULMONAR 
OBSTRUTIVA CRÔNICA (DPOC)
A doença pulmonar obstrutiva crônica é entendida como uma doença que 
se caracteriza por limitação persistente do fluxo aéreo de caráter progressivo 
e reversível parcialmente, que se associa a um quadro inflamatório crônico 
devido à exposição a partícula e/ou gases nocivos. Tendo como principal fator 
de risco para o tabagismo. Com a evolução do entendimento da DPOC, esta é 
atualmente considerada passível de prevenção e tratamento e engloba duas 
condições principais: enfisema e bronquite crônica.
44Descomplicando a Ventilação Mecânica
Figura 24 - Condições principais da DPOC
ENFISEMA
BRONQUITE CRÔNICA
Caracterizado por aumen-
to anormal e permanente 
dos espaços distais aos 
bronquios, associado a 
destruição das paredes e 
fibras elásticas dos alvéolos 
sendo o principal respon-
savel pela limitação ao flu-
xo aéreo e aprisionamento 
de ar.
 É caracterizada pela 
produção exacerbada de 
muco. Os tubos brônqui-
cos se tornam inflama-
dos e estreitos. 
O indivíduo passa a 
apresentar tosse crônica 
capaz de causar expec-
toração durantes três 
meses durante um ano e 
por dois anos sucessivos.
Fonte: Elaborado pelo autor com dados extraídos de Vogelmeier (2017)9.
Uma das grandes complicações visualizadas na DPOC é a hiperinsuflação pul-
monar que ocasiona diversas outras manifestações como:
 ▶ Redução da capacidade contrátil do diafragma;
 ▶ Alteração do posicionamento do diafragma;
 ▶ Redução da CI;
 ▶ Aumento da CRF.
A DPOC está muito além apenas do comprometimento pulmonar, também 
demonstrando grandes repercussões sistêmicas.
45Descomplicando a Ventilação Mecânica
Figura 25 - Manifestações sistêmicas da DPOC

Continue navegando