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IVAS Emyll� Pinheir� 4°C Artig� “Recomendaçõe� quant� a� us� d� antimicrobian� e� infecçõe� d� via� aérea� superiore� e� pediatri�” Introduçã� ● Apesar de a maioria das infecções serem virais, uma grande porcentagem é tratada com antibióticos. ● O uso excessivo pode levar a resistência, aumento de custo, incidência de efeitos adversos e anafilaxia. Resfriad� Comu� O resfriado comum é uma doença com evidência de inflamação aguda da mucosa nasal ou faríngea, mas sem associação a outras condições respiratórias específicas. É uma infecção de via aérea superior leve, autolimitada: - Coriza - Dor de garganta - Espirros - Congestão Nasal Os sintomas iniciam-se dois dias após a inoculação do vírus nos pacientes infectados com rinovírus ou coronavírus e após cinco dias nos infectados pelo vírus sincicial respiratório. O rinovírus é responsável por 50 a 80% dos resfriados comuns. Rin�sinusit� Agud� É definida como a inflamação da mucosa nasal e dos seios paranasais. - Streptococcus pneumoniae, o Haemophilus influenzae não tipável e a Moraxella catarrhalis. Período sintomatológico: - Aguda: 4 semanas - Subaguda: 4 a 12 semanas - Crônica: mais de 12 semanas Secreção: Começa hialina, podendo ficar mais espessa a purulenta, revertendo com os dias para hialina. Febre: Se houver febre, acontece no início e é acompanhada de cefaléia e mialgia. Quadro de resfriado comum: - Rinorreia purulenta persistente - Tosse noturna persistente - Dor em face - Halitose com duração maior ou igual a dez dias sem sinais de melhora Sintomas graves: - Febre alta > 39°C - Secreção nasal purulenta ou dor facial durando até 3-4 dias consecutivos no início da doença Uso de antibioticoterapia para sinusite bacteriana: - Quadro mais grave possuem presumidamente infecção bacteriana, temperatura axilar de pelo menos 39°C juntamente com pelo menos 3 dias consecutivos de secreção nasal purulenta - Crianças com piora do quadro de IVAS têm uma evolução que não é compatível com o padrão de IVAS virais não complicadas Faringoamigdalit� Agud� Inflamação das estruturas faríngeas com o surgimento de eritema, edema, exsudato faríngeo, úlceras e vesículas ● Etiologia viral Otit� Médi� Agud� É uma infecção da orelha média caracterizada pela instalação rápida dos sinais e sintomas de inflamação. - Otalgia - Febre - Irritabilidade - Dificuldade para dormir Patógenos mais comuns: - H. influenzae, S. pneumoniae, M. catarrhalis. Pode-se dizer que são fatores de risco para otite média aguda: - Aumento de infeções respiratórias devido ao ato de frequentar creches - Exposição à fumaça de cigarro e outros irritantes e alérgenos que podem interferir na função da tuba de Eustáquio - Ausência de oferta de leite materno - Alimentação em decúbito - Uso de chupetas em bebês e crianças mais velhas - História familiar de otite média aguda de repetição - Anormalidades craniofaciais - Imunodeficiência - Refluxo gastroesofágico Laringit� Agud� Inflamação da porção subglótica da laringe. A congestão e edema dessa região acarretam um grau variável de obstrução da via aérea. ● Etiologia Viral é a mais comum, sendo os principais agentes os vírus parainfluenza (tipos 1, 2 e 3), influenza A e B e vírus sincicial respiratório. ● Evolução Pode ser um pouco lenta, com início do quadro de coriza, febrícula e tosse. Em 24-48h acentua-se o comprometimento da região subglótica, com obstrução de grau leve a grave e proporcional dificuldade respiratória. ● Evolução Natural Persistência do quadro obstrutivo da via aérea por 2-3 dias e regressão no final de 5 dias. ● Pródromos Coriza, obstrução nasal, tosse seca e febre baixa. Evoluindo para tosse rouca, disfonia, afonia ou choro rouco e estridor inspiratório. ● Obstrução grave Estridor intenso, tiragem supraesternal, batimentos de asa do nariz, estridor expiratório e agitação. ● Casos extremos Dispneia intensa, agitação, palidez, cianose, torpor, convulsões, apnéia e morte ● Tratamento Manutenção das vias aéreas patentes, mantendo o paciente o mais calmo possível. Uso de nebulização com solução fisiológica ou ar umidificado não tem eficácia comprovada. Os corticosteróides reduzem a gravidade dos sintomas, a necessidade e duração da hospitalização, necessidade de admissão em UTI e necessidade de associação de outras drogas. - Uso de dexametasona - potente glicocorticóide e longo período de ação (48h) - Uso de epinefrina - adm inalatória diminui o estridor e sintomas de falência respiratória, mas tem efeito breve (2h). Indicações em quadro moderado ou grave. - O uso de atb em laringite aguda não reduz a duração dos sintomas nem leva a uma melhora do padrão da voz. Livr� Pediatri� Ambulatoria� - Infecçõe� Respiratória� Aguda� Rinofaringit� Agud� o� Resfriad� Comu� Apresentaçã� Clínic� Quase sempre leve e mostra-se afebril. - Rinorreia serosa - Dor de garganta - Obstrução nasal - Espirros - Tosse Algumas vezes são mais acentuadas e constatam-se febre alta, cefaléia, mal-estar e inapetência. A rinorreia serosa e a obstrução nasal apresentam-se precocemente e caracterizam resfriado comum. O aspecto da secreção nasal pode se modificar até tornar-se purulento (pode não indicar infecção bacteriana). Persistência da rinorreia mucopurulenta por mais de 10 a 14 dias sugere infecção bacteriana secundária, rinite bacteriana ou rinossinusite aguda → indica-se antibioticoterapia A tosse por até duas semanas não significa infecção bacteriana secundária!!! A faringe hiperemiada e os tímpanos podem estar congestos nos primeiros 2-3 dias; Atenção: crianças portadoras de ASMA e lactentes SIBILANTES transitórios → a virose pode desencadear broncoespasmo. Etiologi� - Agente etiológico principal: Rinovírus - Coronavírus, vírus sincicial respiratório, parainfluenza, adenovírus, enterovírus, metapneumovírus - Transmissão: gotículas por tosse/espirros/contato - Período de incubação: 2-5 dias - Duração: 7 dias a 2 semanas Condut� O tratamento é sintomático. Se Febre… - Antitérmicos - Aspirina não deve ser prescrita Se Obstrução Nasal… - Soro fisiológico 0,9% nas narinas, principalmente antes das mamadas e de dormir - Vasoconstritores tópicos devem ser usados em crianças maiores de 2 anos e no máximo 5 dias. Em lactentes estão contraindicados devido ao risco de efeitos colaterais como bradicardia, hipotensão e coma. Se Tosse… - Expectorantes, antitussígenos e mucolíticos - Em caso de broncoespasmo, broncodilatadores (beta-2-agonista de curta duração) Outras medicações… - Uso profilático de atb é contraindicado. Otit� Médi� Agud� Apresentaçã� clínic� ● Sinais e Sintomas: - Inflamação da orelha média (otalgia) - Irritabilidade - Febre, com ou sem otorreia Podem acompanhar tosse, obstrução nasal ou rinorreia. ● Otoscopia Possível observar abaulamento da membrana timpânica → indica presença de efusão no ouvido médio; opacificação provocada pelo edema da membrana e hiperemia decorrente do processo inflamatório ● Secreção - Mistura-se com o ar e formam bolhas visíveis - Outras vezes, dependendo da viscosidade do fluido, visualiza-se nível líquido em linha horizontal mesmo com a mudança de posição da cabeça ● Orofaringoscopia Palato ogival, protrusão da arcada dentária superior e hipertrofia das amígdalas ● Rinoscopia Conchas nasais edemaciadas ● Vídeo-fibronasofaringolaringoscopi a (VFNFL) Hipertrofia das adenoides �siopatogeni� Processo de natureza inflamatória, infecciosa ou não, anatomicamente ocupa focal ou generalizadamente a fenda auditiva. Etiologi� Os patógenos podem ser virais ou bacterianos. O uso da atb recente indica a presença de pneumococo resistente. A associação otite e conjuntivite é muito sugestiva do H. influenzae. Condut� ● Alívio da dor - Primeiras 24h, episódio agudo - Deve ser prescrita independente da atb ● Uso de atb - Deve considerar a idade, gravidade e certeza diagnóstica - Pode ser atrasada por 48-72h, especialmente com idade superior a 2 anos e que tenham quadro leve - Se optado pela antibioticoterapia, é escolhido AMOXICILINA, 40 mg/kg/dia, em duas doses, umaa cada 12h. - Na suspeita de pneumococo resistente a dose deve ser 90 mg/kg/dia. - Outras opções: AMOXICILINA-CLAVULANATO ou AXETILCEFUROXIMA ou CLARITROMICINA (alérgicos à penicilina) - Pacientes com otite média recorrente sem resposta ao tt ou casos graves: CEFTRIAXONA, 50 mg/kg/dia, por 3 dias. ● Tratamento Cirúrgico - Miringotomia com aspiração da efusão do ouvido médio - Amigdalectomia Rin�sinusit� Agud� Apresentaçã� clínic� - Difícil fazer a distinção entre rinossinusites virais e bacterianas - Se os sintomas se prolongam, aumenta a chance de se tratar a rinossinusite bacteriana ● Sintomas - Rinorreia 71-80% dos casos - Febre 50-60% - Obstrução nasal, por vezes, principal sintoma no pré-escolar - Pode ocorrer halitose, cefaleia e dor facial ● Suspeita de RSA - Sinais e sintomas de resfriado que persistem por mais de 10 dias com qualquer tipo de rinorreia e tosse que piora à noite - Resfriado mais grave que o usual, com febre alta, rinorreia purulenta copiosa, edema periorbitário e dor - Resfriado que após cinco dias piora, com ou sem febre Etiologi� As bactérias mais comumente isoladas dos seios maxilares em pacientes com RSA - Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis. Condut� - Higiene nasal com solução salina - Se os sintomas pioram em 5 dias ou se persistem por mais de 10 dias, a suspeita de infecção bacteriana deve ser levantada ● Uso de atb - Asma ou otite média aguda: AMOXICILINA, 45 mg/kg/dia, duração de 10 a 14 dias - Em menores de 2 anos, a dose deve ser 90 mg/kg/dia - Se a criança não melhora em 72h,o atb deve ser trocado - Pacientes alérgicos à penicilina → AZITROMICINA ou CLARITROMICINA; SULFAMETOXAZOL/TRIMETROPIM; CLINDAMICINA. - Paciente com RSA grave: AMOXICILINA COM CLAVULANATO ou CEFALOSPORINA - Corticóides tópicos são uma terapia adjuvante eficaz Faringotonsilit� Agud� (Amigdalit�) Apresentaçã� clínic� - Eritematosa: amígdalas hiperemiadas, apresentam ou não exsudato, podendo ser viral ou bacteriana - Eritematopultácea: causada por S.pyogenes, H.influenzae, S.aureus, M.catarrhalis - Pseudomembranosa: superfície das amígdalas está recoberta por material branco amarelado, de fácil remoção - Membranosa: típica de faringoamigdalite diftérica, o exsudato é mais difícil de ser removido. Sangram quando descoladas - Ulcerosa: úlceras rasas sugestivas de etiología viral - Profunda: lesão costuma ser unilateral, provocada por associação fuso espiralar conhecida como angina Paul-Vincent - Gangrenosa: portadores de leucoses e agranulocitose e caracteriza-se por lesões necróticas do tecido amigdaliano Etiologi� Difícil diferenciar viral e bacteriana Faringoamigdalit� Agud� Vira� Apresentaçã� clínic� - Febre acompanhada de rinorreia serosa - Tosse - Rouquidão - Hiperemia difusa da orofaringe com ou sem exsudato - Conjuntivite (pode durar 10 a 14 dias) - Vômitos - Diarreia Etiologi� Viral ● Vírus mais identificados Enterovírus (coxsackie, pólio, echovírus), ortovírus (influenza A e B), paramixovírus (parainfluenza 3, virus sincicial respiratório e vírus do sarampo), adenovírus, vírus do herpes simples, rinovírus, citomegalovírus, reovírus e vírus Epstein-Barr. Faringoamigdalite� Aguda� Bacteriana� Apresentaçã� clínic� - Início agudo de dor de garganta - Odinofagia - Febre elevada - Cefaleia - Náuseas - Vômitos - Dor abdominal - Mal-estar - Eritema - Exsudato Amigdaliano Período de incubação: 1-4 dias Período contagioso: Desde a fase aguda até 1 semana após a remissão dos sintomas Etiologi� Bacteriana Condut� - Penicilina (amoxicilina) → deve completar 10 dias - Cefalosporinas (alérgicos a penicilina) Faringoamigdalite� Recorrente� Etiologi� Bactéria Haemophilus influenzae, S. aureus Condut� ● Tonsilectomia - Faringotonsilites recorrentes, 5 a 7x/ano ou 4/ano em 2 anos consecutivos ou 3x/ano em 3 anos consecutivos - Hipertrofia amigdaliana que leva à obstrução respiratória ou digestiva CRUPE Doenças respiratórias que causam obstrução das vias respiratórias superiores, caracterizada por graus variáveis de estridor inspiratório, tosse estridulosa, rouquidão. A maior parte dos casos do crupe é devido a laringotraqueobronquite viral ou à laringite espasmódica. Laringit� Vira�, Laringotraqueíte� � Laringotraqueobronquit� Vira� Apresentaçã� Clínic� Laringotraqueíte - Eritema e edema das paredes laterais da traquéia, logo abaixo das cordas vocais - Início abrupto, durante a madrugada - Tosse estridulosa - Rouquidão - Estridor - Esforço respiratório de intensidade variável - Rinorreia - Obstrução nasal - Febre baixa Etiologi� Parainfluenza 1 e 3, Influenza A e B, Adenovírus, Vírus respiratório sincicial e Metapneumovírus, Mycoplasma pneumoniae Condut� - Antitérmicos - Utilização de corticoides preconizada para todos os pacientes, independente da gravidade (dexametasona, budesonida) - Epinefrina nebulizada - tem ação vasoconstritora causa redução do edema Laringit� Espasmódic� Apresentaçã� clínic� Edema não inflamatório na região subglótica - Tosse metálica - Rouquidão - Estridor inspiratório - Dificuldade para respirar - Ausência de febre Etiologi� Fatores alérgicos e alguns infecciosos Condut� - Anti-histamínicos, anti-inflamatórios e descongestionantes nasais não estão indicados. Epiglotit� o� Supraglotit� Apresentaçã� clínic� Inflamação aguda e grave da epiglote e estruturas supraglóticas, podendo levar à instalação rápida de insuficiência respiratória em crianças entre 2 e 7 anos de idade, com pico de incidência entre 3 e 4 anos. - Toxemia - Febre alta - Palidez - Disfagia - Dor de garganta - Ansiedade - Agitação - Sialorréia - Voz abafada - Desconforto respiratório progressivo Etiologi� Doença rara devido à imunização contra o Haemophilus influenzae tipo B, principal agente etiológico Condut� - É uma emergência médica !!! - Radiografia lateral da cervical - Intubação - Hemocultura - Antibioticoterapia endovenosa - AMPICILINA e CLORANFENICOL ou CEFALOSPORINAS - Epinefrina e Corticoide não são indicados.