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Infecção de vias aéreas superiores na pediatria

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Medicina Ana Cat!ina Du"a Rebelo
 Infecção de vias aéreas 
 sup$i%es 
- Ivas constitui um dos principais problemas 
de saúde na infância. 
- M ot i vo de 4 0 - 6 0% d a s co n s ul ta s 
pediátricas e o principal motivo para uso 
de antibióticos na criança. 
 Res&iado comum 
- Doença de inflamação aguda da muscosa 
nasal ou faríngea, sem associar outras 
condições respiratórias. 
- É autolimitada. 
- Sintomas como coriza, dor de garganta, 
espirros e congestão nasal. 
- Os sintomas se iniciam 2 dias depois da 
instalação do vírus (rinovírus, coronavírus) 
e 5 dias após (vírus sincicial respiratório). 
- Os principais fatores que colaboram para a 
disseminação são a falta de higiene das 
mãos, superpopulação e frequentar 
creches e escolas. 
- Antibióticos não oferecem benefício no 
tratamento inicial do resfriado comum e da 
rinite purulenta. 
- Prevenção: vacinação, higiene de mãos. 
- Vacina parainfluenza (disponível) para 
criancas de 6-18 meses. 
 Sinusite 
- É um processo inflamatório que acomete a 
mucosa dos seios paranasais. 
- Quando associado à inflamação da mucosa 
nasal: rinossinusite. 
- Pode ser viral, bacteriana ou fúngica, 
decorrente de mecanismos alérgicos, 
hormonais, medicamentosa, vasomotora, 
idiopática, etc. 
- Mais frequente: viral. 
 Sinusite bacteriana 
- Geralmente começa como IVA, com 
resfriado comum ou gripe. 
- Fatores de risco: idade entre 4 e 7 anos, 
que frequentam creches, que possuem 
rinite alérgica ou sofrem de tabagismo 
passivo. 
- Bactérias mais relacionadas: streptococcus 
pneumoniae, moraxel la catarrhal is , 
haemophilus influenzae não-tipável. 
- Outras: staphylococcus aureus e bactérias 
anaeróbias. 
- A vacinação com pneumo 10V reduz os 
quadros de sinusites conta pneumococo. 
• Patogênese 
• Quadro clínico 
- Febre 
- Obstrução nasal 
- Rinorreia anterior ou posterior 
- Tosse produtiva 
⇢ Os sintomas são idênticos a um resfriado 
comum, porém, suspeita-se de sinusite 
quando os sintomas persistem por mais de 10 
dias, há piora de evolução ou quando os 
sintomas iniciais já são graves com coriza 
nasal purulenta amarelo-esverdeada por 3 
dias seguidos ou mais. 
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Medicina Ana Cat!ina Du"a Rebelo
- Diagnóstico essencialmente clínico. 
- A radiografia de seios não deve ser rotineir 
e a tomografia computadorizada deve ser 
solicitada apenas se há suspeita de 
compl icações ou se a in fecção é 
persistente ou recorrente sem melhora 
com antibioticoterapia. 
- Tratamento com antibioticoterapia: 
 
- A amoxicilina é a melhor e mais eficaz 
opção. Quando há resistência bacteriana, 
utilizar os outros 2 medicamentos. 
- Quando o critério diagnóstico de sinusite 
bacteriana é o de persistência e os 
sintomas por mais de 10 dias, não é 
necessário iniciar a antibioticoterapia 
imediatamente. 
- Esperar mais 3 dias (com lavagem com 
soro e hidratação), se persistir, indicar 
antibiótico. 
- Em outros critérios a antibioticoterapia é 
imeditada. 
⇢ Medidas adjuvantes: 
1) Lavagem nasal com soro fisiológico (6x 
ao dia) 
2) Corticoide nasal 
• Complicações 
- Quando há cefaleia, fotofobia, convulsão ou 
outros sinais neurológicos, pensar em 
complicações intracranianas. 
⇢ Celulite peri-orbitária: 
- Principal complicação. 
- Ocorre comprometimento da drenagem 
venosa da região, levando ao eritema e 
edema peri-orbitário súbito. 
- Pode ser intra-orbitária, suspeita-se 
quando há borramento de visão, redução 
da acuidade visual, diplopia, oftalmoplegia, 
alteração de reflexos pupilares, proptose, 
edema conjutival. 
- TC de crânio e órbita a judam no 
diagnóstico. 
- Tratamento: internação + antibiótico 
endovenoso. 
- Alta após ter melhora clínica após o 3 dia e 
completar o esquema antibiótico em casa 
por via oral até o 10 dia. 
 Otite média aguda 
- É uma infecção do fluido do ouvido médio. 
- É mais comum ente 6 a 24 meses de idade, 
mas acomete muito na infância e é o 
segundo diagnóstico pediátrico mais 
comum. 
⇢ Fatores de risco: idade < 2 anos 
(imaturidade imunológica e anatomia), sexo 
masculino, perfil socioeconômico, tabagismo 
p a s s i v o , a u s ê n c i a d e v a c i n a 
antipneumocócica e anti-influenza. IVAS, 
curta duração de aleitamento materno, 
atopias, fatores ambientais, alimentação com 
mamadeira (posição). 
- Agentes mais frequentes: S. pneumoniae, 
H. influenza, M. catarrhalis. 
Amoxicilina 50 mg/kg/dia de 8 em 8 
horas
Amoxicilina-clavulanato 50 mg/kg/dia de 12 em 12 
horas
Axetil-cefuroxima 30 mg/kg/dia de 12 em 12 
horas
Orbitárias Intracranianas
Celulite peri-orbitária Empiema subdural
Celulite inra-orbitária Empiema epidural
Abscesso orbitário Abscesso cerebral
Abscesso subperiosteal Trombose venosa
Trombose de seio 
cavernoso
Meningite
Amoxicilina 90 mg/kg/dia
Amoxicilina-clavulanato 90 mg/kg/dia
Axetil-cefuroxima 30 mg/kg/dia
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Medicina Ana Cat!ina Du"a Rebelo
- Há obstrução da orelha média, dificultando 
sua ventilação, criando uma pressão 
negativa nesta câmara, estimulando 
secreção e acúmulo de muco. 
- O acúmulo de pus causa abaulamento da 
membrana timpânica. 
⇢ Quadro clinico: varia de acordo com a 
idade: 
 
- Dados fundamentais: se houve quadro 
prévio de rinofaringite viral, otorreia fluida 
ou purulenta. 
⇢ Exame de otoscopia: fundamental, 
o b s er va - s e a m e m b ran a t i m p â n i c a 
hiperemiada, convexa e abaulada, de 
coloração alterada (hiperemia difusa, 
opacificação e pontos esbranquiçados), com 
perda de mobilidade. Pode-se observar 
também ringite bolhosa (bolhas e eritema na 
membrana timpânica). 
⇢ Etiologia: 
• Sugere Viral: MT levemente opaca, 
hiperemia difusa leve ou moderada, 
ausência de abaulamento. 
• Sugere bacteriana: MT opaca, hiperemia 
intensa, presença de abaulamento, 
diminuição da mobilidade. 
⇢ Fases 
1) Congestiva: principal característica é a 
hiperemia, pode ter otalgia, sensação de 
plenitude aural, hipoacusia. 
2) Exsudativa: otalgia + febre, aumento da 
hipoacusia, hiperemia passa a ser 
acompanhada de exsudação. 
3) S u p u ra ç ã o : a u m e n to d a p re ss ã o 
timpânica, pode levar à perfuração, pode 
haver aumento da otalgia. 
- Assim o paciente evolui para alguma das 
seguintes fases: 
4) Fase resolutiva: tímpano recupera cor, 
brilho e aspecto + recuperação da audição 
em cerca de 1 mês. 
5) Fase de coalescência: manutenção do 
processo infeccioso > 2 semanas, ocorre 
impedimento da auto drenagem e aumento 
da pressão interna. Cursa com otorreia 
purulenta > 2 semanas, hiperestesia e 
aumento doloroso retroauricular ⇢ sinal de 
Griesinger. 
6) Estágio de complicação: extensão da 
infecção além do ouvido. 
⇢ Diagnóstico 
- Clínico. 
- Sinais clínicos de otorreia e sinais de 
inf lamação (sinais de efusão e de 
inflamação). 
> 2 anos Otalgia, febre, astenia, 
inapetência, hipoacusia 
flutuante
< 2 anos Clínica pouco evidente, 
pode apresentar febre, 
sintomas 
gastrointestinais 
inespecíficos (anorexia, 
náuseas, vômitos)
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Medicina Ana Cat!ina Du"a Rebelo
⇢ Tratamento 
- Analgesia e antibioticoterapia. 
- Paracetamol, dipirona ou ibuprofeno. 
- Antibiótico de acordo com a idade e 
quadro clínico; é obrigatório em casos com 
presença de otorreia e sinais de gravidade. 
- Sinais de gravidade: apariencia tóxica, 
otalgia persistente > 48h, febre alta > 39C 
nas últimas 48h ou acompanhamento 
posterior duvidoso. 
⇢ Principais complicações: perfuração 
timpânica; otite média serosa com efusão. 
Pode ocorrer otite média crônica, com a 
persistência dos sintomas por > 3 meses e 
mastoidite (quando o processo inflamatório 
se estende para o periósteo da mastoide no 
osso temporal). 
⇢ Profilaxia: aleitamento materno até pelo 
m e n o s o 6 m ê s , v a c i n a ç ã o c o m 
antipneumocócica (2 e 4 meses e reforçõ 
aos12 meses); influenza (6 meses a 5 anos), 
cessação tabagismo passivo, retirada da 
creche, retirada da chupeta, não tomar 
mamadeira deitado. 
 Faringite 
- Inflamação da mucosa faríngea. 
- É mais prevalente entre escolares e 
adolescentes entre 5 e 11 anos, acometendo 
de 3 a 5 vezes por ano. 
- As virais são mais comuns que as 
bacterianas. 
- A infecção por estreptococos é a mais 
comum. 
• Faringites virais 
- Mais comuns e autolimitadas. 
- Rinovírus, coronavírus, vírus sincicial 
respiratório e parainfluenza são os mais 
comuns. 
- Tem quadro clínico mais discreto. 
• Faringites bacterianas 
- Streptococcus pyogenes é o agente mais 
comum (beta-hemolítico do grupo A). 
- Pode ocorrer também por Haemophilus 
influenzae B, Mycoplasma pneumoniae, 
Corynebacterium diphtheriae, Neisseria 
gonorrhoeae. 
⇢ Quadro clínico 
- Achados inespecíficos como febre e dor de 
garganta. 
- Achados sugestivos de infecção viral: 
tosse, rinorreia, conjutivite, rouquidão, 
diarreia, vesículas e orofaringe. 
- Achados sugestivos de bactérias: vômitos, 
petéquias em palato ou manchas de 
Forchheimer (entre o palato mole e duro), 
exsudato faríngeo ou tonsilar, Rash 
escarlatiniforme, dor nos linfonodos 
cervicais. 
⇢ Diagnóstico 
- Clínico. 
- Cultura de orofaringe quando necessário. 
- Strep test 
Sinais de efusão alteração da cor da 
membrana timpânica 
(branca, amarela, âmbar 
ou azul), opacidade não 
provocada por cicatriz, 
mobilidade reduzida ou 
ausente
Sinais de infecção Abaulamento da MT, 
otalgia aguda, eritema 
intenso da MT
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Medicina Ana Cat!ina Du"a Rebelo
⇢ Tratamento 
• Faringite viral 
- Apenas suporte, por ser autolimitada. 
- Sintomáticos em casos de febre e dor. 
- Ibuprofeno. 
• Faringite bacteriana 
- Antibióticoterapia. 
- Amoxic i l i na , pen ic i l i na benzat ina , 
clindamicina, eritromicina, claritromicina. 
- Medidas de suporte. 
• Tonsilectomia 
- Indicada para infecções graves e 
recorrentes e garganta, de acordo com os 
seguintes critérios: > 7 episódios graves 
em 1 ano; > 5 episódios graves por ano por 
2 anos consecutivos; > 3 episódios graves 
por 3 anos consecutivos. 
- Se paciente tiver síndrome da apneia/
hipopneia obstrutiva do sono. 
• Adenoidectomia 
- Indicações absolutas: quando há obstrução 
nasa l grave com respiração nasa l 
prejudicada, voz anasalada e hiposmia/
anosmia. 
- Indicações relativas: otite média aguda 
recorrente, otite média crônica com 
efusão, sinusite crônica refratária. 
⇢ Complicações bacterianas 
• Supurativas: abscesso peritonsilar (entre a 
cápsula da tonsila palatina e os músculos 
faríngeos), abscesso retrofaríngeo. 
• Não supurativas: febre reumática (resposta 
auto-imune à faringite, pode atingir valvas 
card íacas , causar ar tr i te , er i tema 
marginado e nódulos subcutâneos), 
glomerulite pós-estreptocócica (também 
auto-imune, não é previnível). 
⇢ Síndrome PFAPA 
- Febre periódica, estomatite aftosa, 
faringite e adenite cervica. 
- É uma síndrome auto-inf lamatória, 
independente de agentes infecciosos. 
- Episódios súbitos de 3 a 7 dias. 
- Tratamento com corticoesteroides. 
- Tratamento definitivo: tonsilectomia, 
quando há sintomas graves e não há bom 
resultado com tratamento de corticoides. 
 Laringite aguda 
- Inflamação da porção subglótica da 
laringe. 
- Ocorre por infecção de vírus respiratórios. 
- Principais agentes: vírus parainfluenza 
tipos 1, 2 e 3, influenza A e B e vírus 
sincicial respiratório. 
- Em crianças menores: Mycoplasma 
pneumoniae. 
- Evolução um pouco lenta. 
- Coriza, febrícula e tosse são sintomas 
comuns. 
- Comprometimento da região subglótica 
após 24-48h, com obstrução leve a grave e 
proporcional dificuldade respiratória. 
- Pródromos: coriza, obstrução nasal, tosse 
seca e febre baixa, evoluindo para tosse 
rouca, disfonia, afonia ou choro rouco e 
estridor inspiratório. 
- Em casos mais graves: estridor mais 
intenso, tiragem supraesternal, batimentos 
da asa do nariz, estridor expiratório e 
agitação. 
- Em casos extremos: intensa dispeneia, 
a gitação, pa l idez , c ianose, torpor, 
convulsões, apneia e morte (em alguns 
casos). 
- Tratamento consiste em manutensão das 
vias aéreas patentes. 
- Nebulização com solução fisiológica, ar 
umidificado não tem eficáfia comprovada. 
- Uso de corticoides é eficaz e internação se 
necessário. 
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