Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL! PROFESSOR Me. Fábio Augusto Gentilin Eletrotécnica e Eletrônica https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/14044 FICHA CATALOGRÁFICA C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. GENTILIN, Fábio Augusto. ELETROTÉCNICA E ELETRÔNICA. Fábio Augusto Gentilin. Maringá - PR: Unicesumar, 2022. 320 P. ISBN: 978-65-5615-873-0 “Graduação - EaD”. 1. Eletrotécnica 2. Eletrônica. 3. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 621.31 Impresso por: Bibliotecário: João Vivaldo de Souza CRB- 9-1679 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jd. Aclimação - Cep 87050-900 | Maringá - Paraná www.unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 PRODUÇÃO DE MATERIAIS DIREÇÃO UNICESUMAR NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James Prestes, Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Cursos Híbridos Fabricio Ricardo Lazilha Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Paula Renata dos Santos Ferreira Head de Graduação Marcia de Souza Head de Metodologias Ativas Thuinie Medeiros Vilela Daros Head de Recursos Digitais e Multimídia Fernanda Sutkus de Oliveira Mello Gerência de Planejamento Jislaine Cristina da Silva Gerência de Design Educacional Guilherme Gomes Leal Clauman Gerência de Tecnologia Educacional Marcio Alexandre Wecker Gerência de Produção Digital e Recursos Educacionais Digitais Diogo Ribeiro Garcia Supervisora de Produção Digital Daniele Correia Supervisora de Design Educacional e Curadoria Indiara Beltrame Coordenador de Conteúdo Crislaine Rodrigues Galan Designer Educacional Antonio Eduardo Nicacio, Bárbara Neves, Giovana Vieira Cardoso Curadoria Carla Fernanda Revisão Textual Cintia Prezoto Ferreira Editoração Matheus Silva de Souza Ilustração Welington Vainer Realidade Aumentada Maicon Douglas Curriel, Matheus Alexander de Oliveira Guandalini Fotos Shutterstock. Tudo isso para honrarmos a nossa missão, que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Reitor Wilson de Matos Silva A UniCesumar celebra mais de 30 anos de história avançando a cada dia. Agora, enquanto Universidade, ampliamos a nossa autonomia e trabalhamos diariamente para que nossa educação à distância continue como uma das melhores do Brasil. Atuamos sobre quatro pilares que consolidam a visão abrangente do que é o conhecimento para nós: o intelectual, o profissional, o emocional e o espiritual. A nossa missão é a de “Promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária”. Neste sentido, a UniCesumar tem um gênio importante para o cumprimento integral desta missão: o coletivo. São os nossos professores e equipe que produzem a cada dia uma inovação, uma transformação na forma de pensar e de aprender. É assim que fazemos juntos um novo conhecimento diariamente. São mais de 800 títulos de livros didáticos como este produzidos anualmente, com a distribuição de mais de 2 milhões de exemplares gratuitamente para nossos acadêmicos. Estamos presentes em mais de 700 polos EAD e cinco campi: Maringá, Curitiba, Londrina, Ponta Grossa e Corumbá, o que nos posiciona entre os 10 maiores grupos educacionais do país. Aprendemos e escrevemos juntos esta belíssima história da jornada do conhecimento. Mário Quintana diz que “Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas”. Seja bem-vindo à oportunidade de fazer a sua mudança! Aqui você pode conhecer um pouco mais sobre mim, além das informações do meu currículo. Me. Fábio Augusto Gentilin Olá, caro(a) estudante! É um privilégio poder participar desta etapa de sua formação, compartilhando minha experiência com você, somando conhecimento e contribuindo com a realização do seu objetivo que é ser um profissional de grande sucesso. Antes de começarmos os estudos neste livro, gostaria de fazer uma pergunta a você que está projetando sua carreira: você sabe como tudo começou para a minha carreira e o que faço em meu tempo livre? Fique comigo e vou te explicar com detalhes! Sou natural de uma zona rural de Maringá, cidade localizada no norte do Paraná. Filho de imigrantes italianos, criado nos moldes tradicionais, sempre tive curiosidade em descobrir o “porquê” das coisas. Ainda meni- no, aos cinco anos, ficava tentando deduzir como seria o funcionamento por dentro de uma fechadura, que mais tarde, ao ver desmontada, fez todo sentido, pois a curiosidade me motivava (e ainda motiva). Aos 13 anos já havia descoberto minha vocação para a eletrônica, passo muito importante, que permitiu meu ingresso aos 15 anos em um curso técnico por correspondência em eletrônica rádio e TV (na época não havia internet e as informações eram trocadas por cartas). Meu entusiasmo pelo mundo da eletrônica só aumentava e meu tempo livre era para estudar, consertar, aprender cada vez mais. Parecia uma esponja que absorvia todo tipo de conhecimento técnico no tema Eletrô- nica. Isso me proporcionou um gosto especial pela área que, mais tarde, se tornaria o ponto mais alto de minha carreira: a docência. Passei por algumas indústrias que somaram, aproximadamente, 10 anos de experiência antes de ingressar na área acadêmica, onde até hoje atuo aos 14 anos de carreira como professor do ensino superior. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9674 Ainda enquanto jovem, eu sempre gostei de desenvolver circuitos e placas eletrônicas, além de realizar manutenções em aparelhos onde os com- ponentes em conjunto podiam realizar tarefas fantásticas, por exemplo, os aparelhos de TV, videocassetes, CD players, computadores, aparelhos de rádio, monitores de vídeo, impressoras a jato de tinta, impressoras matriciais ou até a laser. Sempre tentava entender a física por trás de tantas funções e isso me fazia exercitar de uma forma velada um sentimento de humildade, pois, ao estudar aqueles diagramas eletrônicos tão complexos, deparava-me com a questão: “como podem ser tão inteligentes esses projetistas de equipamentos tão fantásticos!? – será que um dia eu conseguirei desen- volver algo tão interessante e útil?”. Até hoje estou me esforçando para um dia chegar a isso. Ainda continuo a desenvolver minhas pesquisas, hoje na área da instru- mentação eletrônica e na área de veículos não tripulados de carga. Pre- tendo, em um futuro próximo, ter alguns produtos que possam contribuir com o nosso país nessas áreas que carecem de soluções nacionais viáveis. No meu vídeo, convido você a saber mais sobre meu local de trabalho e alguns detalhes técnicos que vão provocar a sua curiosidade. Não deixe de assistir! https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/13936 Quando identificar o ícone de QR-CODE, utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos on-line. O download do aplicativo está disponível nas plataformas: Google Play App Store Ao longo do livro, você será convidado(a) a refletir, questionar e transformar. Aproveite este momento. PENSANDO JUNTOS EU INDICO Enquanto estuda, você pode acessar conteúdos online que ampliaram a discussão sobre os assuntos de maneira interativa usando a tecnologia a seu favor. Sempre que encontrar esse ícone, esteja conectado à internet e inicie o aplicativo Unicesumar Experience. Aproxime seu dispositivo móvel da página indicadae veja os recursos em Realidade Aumentada. Explore as ferramentas do App para saber das possibilidades de interação de cada objeto. REALIDADE AUMENTADA Uma dose extra de conhecimento é sempre bem-vinda. Posicionando seu leitor de QRCode sobre o código, você terá acesso aos vídeos que complementam o assunto discutido PÍLULA DE APRENDIZAGEM Professores especialistas e convidados, ampliando as discussões sobre os temas. RODA DE CONVERSA EXPLORANDO IDEIAS Com este elemento, você terá a oportunidade de explorar termos e palavras-chave do assunto discutido, de forma mais objetiva. https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/3881 ELETROTÉCNICA E ELETRÔNICA Quando você abre o refrigerador em sua casa, em um dia quente, e pega aquela bebida gelada para se refrescar ou liga o ar-condicionado em seu quarto para tornar o ambiente mais agradável, está fazendo uso de recursos que fazem parte de um modo de vida moderno e dos quais, atualmente, somos todos dependentes. Um desses recursos é a energia elétrica. Você, provavelmente, utiliza este recurso todos os dias, seja em casa ou no trabalho, mas, qual seria a utilidade da energia elétrica se não existissem dispositivos feitos para serem utilizados com este recurso? Com certeza, sem aplicações específicas, a energia elétrica não tem qualquer utilidade, por isso precisamos de dis- positivos que a utilizem como força motriz para a execução das tarefas previstas para cada um. Por exemplo, um motor elétrico precisa de energia elétrica para produzir movimento em seu eixo, já um amplificador de áudio utiliza a energia elétrica para elevar o volume de um som, um forno elétrico precisa de energia elétrica para aquecer alimentos ou peças em processos industriais, além, é claro, dos famosos dispositivos computacionais que quase todas as pessoas utilizam atualmente, os smartphones, computadores, tablets, entre outros da mesma natureza. É válido reconhecer que os dispositivos eletrônicos evoluem a cada dia, graças aos materiais cada vez menores e à possibilidade de uso de software embarcado em pequenas plataformas de controle que possibilitam a implementação de dispositivos inteligentes cada vez menores e mais poderosos em termos de funções e aplicações industriais e domésticas. O preparo do profissional de mercado em um cenário moderno e competitivo deve prever o conhecimento de um mundo computacional, ou seja, baseado na digitalização, processo este capaz apenas graças à eletrônica e aos sistemas embarcados, logo, a importância de estudarmos estes temas, além dos assuntos relativos à energia elétrica, evidentemente. E você com certeza não quer ficar de fora desse conhecimento, não é mesmo? Afinal, você merece ser um profissional de destaque, então corre logo fazer essa nossa experimentação, para ver o quanto você está antenado(a) no mundo dos dispositivos movidos à energia elétrica. Vamos começar o nosso estudo de um ponto inicial, em que você pode realizar uma simples busca pelos dispositivos de sua casa, classificando-os em termos de potência elétrica. Você, neste momento, deve relacionar 10 dispositivos que tenha em sua casa, os maiores que tiver, por exemplo, refrigerador, forno de micro-ondas, chuveiro elétrico, ar-condicionado etc. Anote em uma planilha o modelo, marca e tensão de funcionamento (127 V ou 220 V) de cada um, combinado com suas potências logo na sequência, informação prevista em etiqueta normalmente posicionada na parte traseira dos dispositivos, como no exemplo a seguir: Item marca modelo tensão potência corrente x zebra XYZ345 127 V 2000 W 15,75 A 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Após ter a relação de todos os dispositivos, faça uma conta simples para cada um deles, preenchendo o valor da corrente que cada dispositivo necessita para funcionar com a tensão informada e a potência máxima prevista. A conta é a seguinte: Corrente = potência / tensão Assim, para o item “x” da relação de exemplo, teríamos: Corrente = 2000 / 127 Corrente = 15,75 A Preencha todos os demais campos, de 1 a 10 com seus dispositivos e, ao final, some todas as correntes de todos eles. Ao somar as correntes dos 10 dispositivos, compare o valor obtido com o valor da corrente de operação de seu disjuntor no quadro de distribuição de sua casa. Responda: quando todos os dispositivos estiverem ligados ao mesmo tempo, o disjuntor ainda permanecerá ligado ou vai desligar o circuito? Você deve ter observado que, ao olhar para os condutores de eletricidade utilizados em diferentes equipamen- tos, é possível notar que, em alguns casos, o condutor é mais espesso, e em outros é mais fino, ou seja, eles podem ter áreas de seção transversal maior e menor, respectivamente, mas afinal, qual a relação entre as dimensões dos condutores e a potência dos equipamentos? Além disso, o que ocorre quando aumentamos o número de dispositivos em uma instalação elétrica e não atua- lizamos os condutores utilizados? Há diferenças entre dispositivos alimentados em 220 V e 127 V, tratando-se do mesmo modelo e capacidade de potência? Por quê? Os sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica atuam para viabilizar o funcionamento dos dispositivos elétricos e eletrônicos que fazem parte do modo de vida moderno. Sem a energia elétrica, certamente, teríamos que retornar ao tempo onde as máquinas eram acionadas a vapor e um computador seria inviável. Imagine como seria sua vida sem os dispositivos elétricos ou eletrônicos e ao mesmo tempo, sem a eletricidade. Cada equipamento elétrico e eletrônico possui tecnologia própria e foi projetado para funcionar com a energia elétrica, assim, seu uso e suas limitações dependem da gestão desse recurso de maneira apropriada, de modo a contemplar condutores adequados, demandas, tempo de uso, entre outras características. A eletrotécnica estuda os princípios elétricos aplicados na geração, transmissão e distribuição de energia e os dispositivos elétricos que movimentam cargas, aquecem e iluminam ambientes, entre outras funções. A eletrônica estuda os componentes, circuitos e dispositivos que atuam com semicondutores e demais elementos presentes em equipamentos industriais e de uso residencial, permitindo o controle, conectividade, instrumentação e demais tarefas que dependem da energia elétrica para seu funcionamento. O uso combinado da eletrônica analógica e eletrônica digital, dos sistemas embarcados, e da eletrotécnica possibilitam o controle sobre uma variável importantíssima sob o ponto de vista gestor de um Engenheiro de Produ- ção, que é a eficiência energética. O conjunto de informações relativas ao estudo da Eletrotécnica e da Eletrônica compõe os temas deste livro e se dividem ao longo das 9 unidades para que você possa conhecer um pouco a respeito da Energia Elétrica aplicada e seus efeitos. O conhecimento destas tecnologias confere ao estudante entender os sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, conhecimento que lhe permitirá analisar em uma indústria o perfil da carga e da demanda necessária ao processo de manufatura, além de conhecer as principais medidas elétricas realizadas com o uso de instrumentos de medição e seus métodos de segurança necessários para garantir o funcionamento de um processo industrial. O leitor deste livro também deverá aplicar seus conhecimentos na identificação dos principais componentes eletrônicos utilizados em circuitos presentes nos equipamentos industriais com suas diferentes tecnologias e aplica- ções, inclusive no que tange a eficiência energética, viabilizando a análise dos principais métodos de acionamentos de máquinas elétricas mais utilizados na indústria, a fim de inferir sobre sua viabilidade e utilização. Ainda neste livro, o conhecimento agregado deve permitir ao estudante analisar os sistemas de iluminação de sua planta industrial e inferir sobre as técnicas de luminotécnica necessárias. Munidos das informações que norteiam nossos estudos, podemos,a partir de agora, relembrar alguns pontos importantes e que compõe a base deste livro, de forma que você, estudante, deve preencher nos campos que se conectam ao termo eletrotécnica e eletrônica, palavras-chave que destacamos na leitura feita até aqui, como no exemplo “EFICIÊNCIA ENERGÉTICA”. Procure no texto anterior mais palavras em destaque e as escreva nos campos em branco do mapa conceitual a seguir. 1 2 43 5 6 109 13 71 35 INTRODUÇÃO À ELETROTÉCNICA 193 ELETRÔNICA DIGITAL INSTALAÇÕES ELÉTRICAS MEDIDAS ELÉTRICAS MÁQUINAS ELÉTRICAS E ACIONAMENTOS ELETRÔNICA 147 7 8 9 217 277 253 ELETRÔNICA ANALÓGICA INSTRUMENTAÇÃO INDUSTRIAL ELETRÔNICA APLICADA 1 Nesta unidade, você terá a oportunidade de aprender sobre os materiais condutores, semicondutores e isolantes utilizados em eletrotécnica. Além de conhecer suas características, limitações e aplicações que permitem a fabricação de componentes elétricos e eletrônicos, utilizados para sistemas de distribuição de energia e componentes eletrônicos. Introdução à Eletrotécnica Me. Fábio Augusto Gentilin UNICESUMAR 14 Quando pensamos em ligar um aparelho eletroele- trônico na tomada de nossas residências, normal- mente, pensamos na segurança envolvida neste processo, ou mesmo, na possibilidade de receber um choque elétrico durante a ligação do dispositi- vo. Ao mesmo tempo, desde que acompanhamos a existência dos equipamentos elétricos e eletrônicos, aprendemos a reconhecer os elementos que nos pro- tegem do contato direto com a eletricidade e pode- mos observar que há um padrão construtivo neles. Da mesma forma, podemos observar que as di- mensões dos cabos que alimentam o ventilador são diferentes das dimensões do cabo que energiza o chuveiro elétrico, além disso, se olharmos atenta- mente pela janela e observarmos os cabos da rede elétrica, notamos que há uma diferença de espessura (bitola ou diâmetro) para alguns cabos que condu- zem a energia elétrica diretamente para nossas casas, respeitando sempre a um padrão, este que em regiões industriais da cidade, são totalmente diferentes da área residencial. Temos também uma questão relacionada às dimensões dos aparelhos eletrônicos, que tem se apresentado cada vez menores, tornando-se mais portáteis com baterias recarregáveis e telas intera- tivas, com tamanhos e recursos diversos, a exemplo dos aparelhos celulares e demais gadgets com incrível capacidade de conectividade, interação, processa- mento e armazenamento de dados. Você já havia observado tudo isso e saberia ex- plicar como os materiais condutores, semiconduto- res e isolantes podem contribuir para viabilizar os exemplos citados? Nesta mesma linha de raciocínio, você sabe quais propriedades permitem que os materiais exerçam a capacidade de isolar ou conduzir a eletricidade con- forme a necessidade, de modo a permitir a fabricação dos dispositivos que utilizamos na atualidade? Os materiais isolantes são utilizados há muito tempo, antes mesmo da sua necessidade direta em isolar a corrente elétrica em aparelhos energizados, pois são materiais com características conhecidas pela humanidade desde sua origem. A necessidade em se limitar o contato com super- fícies energizadas é uma característica de segurança aplicada aos equipamentos que possuem a eletricida- de como fonte de energia motriz ou de alimentação. Esta tecnologia implica na circulação de corrente elétrica dada em função de uma diferença de po- tencial. Para que esta diferença permaneça, além da segurança ao contato direto, devemos isolar um po- tencial do outro, assim os condutores de potenciais (positivo e negativo ou sinais) são cobertos com uma capa isolante de material polimérico (considerado não condutivo), deste modo, os potenciais não se misturam e a corrente elétrica pode circular nor- malmente pela carga alimentada. Por outro lado, a necessidade por utilizar tecno- logias mais avançadas levou o homem a desenvolver componentes de estado sólido (sem partes móveis) que pudessem substituir os elementos eletromecâni- cos (conhecidos como relés e válvulas). A partir daí, passamos a ter o advento dos materiais que deram origem aos diodos, transistores, circuitos integrados, entre outros. O material responsável por tudo isso é classificado como semicondutor, com implemen- tações estáveis dadas em um período que ocorre, principalmente, após a segunda guerra mundial. Esta tecnologia se tornou indispensável para que tenha- mos os dispositivos eletrônicos dos quais nossas vi- das se tornaram dependentes, desde smartphones, internet, computadores, carros, aviões e tantos outros. Procure observar os condutores que interligam o chuveiro elétrico à rede da concessionária. Veja que eles possuem determinado diâmetro, resultan- do em uma área dada em mm². Agora compare o diâmetro do cabo do chuveiro com diâmetro do cabo utilizado para carregar a bateria do seu smart- phone. Você deve notar que há uma diferença entre eles e existe um porquê! UNIDADE 1 15 Nesta experimentação, iremos fazer uma análise dos diferentes casos citados para entendermos o porquê de cada situação: Com base nos exemplos do chuveiro e do smartphone, faça você um comparativo de diâmetros de cabos de alimentação de dois aparelhos elétricos que você tenha em casa, podendo ser refrigerador, aparelho de ar-condicionado, ferro de passar roupas, secador de cabelos, lavadora de roupas, cafeteira etc., relacionando os mesmos parâmetros utilizados nos exemplos (tensão, corrente e potência), que são dados na etiqueta de especificações elétricas de todos os aparelhos comercializados no Brasil. O objetivo desse exercício é entender a relação entre a tensão e a camada de isolação aplicada e entre a corrente e o diâmetro dos condutores em cada caso. Vamos, agora, analisar cada caso para entender o porquê das dimensões da camada de isolação e também dos diâmetros dos condutores de cobre. Vamos começar interpretando os números que temos no Quadro 1: Dispositivo Diâmetro dos condutores Corrente elétrica Potência consumida Tensão de alimentação Chuveiro elétrico 4,0 mm 32 A 7000 W 220 V Carregador de baterias do smartphone 0,644 mm 1 A 5 W 220 V Refrigerador 2,5 mm 2,7 A 600 W 220 V Aparelho de ar-condicionado 12000 BTUs 4,0 mm 5 A 1100 W 220 V Ferro de passar roupas 2,5 mm 4,5 A 1000 W 220 V Secador de cabelos 4,0 mm 9 A 2000W 220 V Lavadora de roupas 2,5 mm 6,81 A 1500 W 220 V Cafeteira 1,5 mm 2,7 A 600 W 220 V Forno elétrico 4,0 mm 7,95 1750 W 220 V Quadro 1 - Relação de dispositivos e suas especificações elétricas / Fonte: o autor. 1ª situação: supondo que o chuveiro elétrico é alimentado em 220 V, com potência de 7000 W, com dois condutores de 4,0 mm cada, conduzindo uma corrente máxima de 32 A. 2ª situação: o carregador de baterias do smartphone, com cabo USB, considerando a ten- são padrão de 5 V, com dois condutores de 0,644 mm (22 AWG) cada, conduzindo uma corrente máxima de 1 A. UNICESUMAR 16 Observe que para os dispositivos dados nos exemplos, o diâmetro dos condutores varia de acordo com a potência consumida por ele (W), enquanto a tensão de alimentação permanece constante, logo há uma relação direta com a corrente de alimentação de cada equipamento, sendo que por definição, o cobre, que é a principal matéria-prima utilizada para a fabricação de cabos elétricos, apresenta fun- cionamento adequado para uma taxa de 3 A/mm² de área de condutor. Assim, conclui-se que, para dispositivos com maiores potências, são necessários maiores diâme- tros de cabo, enquanto para aparelhos de correntes menores, a espessura dos condutores é pequena, mas a camada de material isolante é sempre a mesma, pois a isolação prevê proteção adequada para a tensão de 220 V, que, na prática, suporta ainda mais do que este valor, pois normalmente há margens de segurança para garantir a proteção de pessoas e equipamentos que atuam em eletricidade. E na sua casa, qual a tensão e a potência de cadadispositivo? Você possui dispositivos alimentados em 127 V? Você já se perguntou por que, afinal, temos cabos com maior espessura do que outros ou quais as diferenças entre um chuveiro elétrico de 7000 W, quando é alimentado em 220 V, e um modelo de mesma potência que é alimentado em 127 V? UNIDADE 1 17 Nesta unidade, estudaremos um pouco a respeito da Eletrotécnica e de suas principais características sob a ótica de um Engenheiro de Produção, uma vez que, sob o ponto de vista do gestor do fluxo de materiais, a contratação de demanda de energia elétrica representa um custo significativo e que deve ser utilizado com responsabilidade. Primeiramente, vamos incluir você, estudante, no universo da Eletrotécnica, conceituando alguns pontos estruturais elementares que se fazem necessários para o entendimento do estudo até o final da unidade. Quando nos referimos à eletricidade, nos deparamos com várias definições que se referem ao movimento de elétrons em materiais condutores ou à presença de características elétricas de um material em específico. Nesta unidade, abordaremos a eletricidade no âmbito prático, pressupondo o campo de atuação do engenheiro de produção, mas sem deixar de lado os conceitos fundamentais. Ao observarmos a natureza, notamos que nos dias mais secos (com baixa umidade relativa do ar) é comum presenciarmos pessoas levando choques elétricos ao descer de seus carros ou ao tocar a maçaneta de uma porta. É interessante notar a atração ou a repulsão que um copo plástico descartá- vel sofre quando aproximamos as mãos dele depois de uma longa caminhada. Estes e muitos outros efeitos naturais estão relacionados à eletricidade e fazem parte do nosso dia a dia (COTRIM, 2003). UNICESUMAR 18 Basicamente, a Eletrostática e a Eletrodinâmica explicam claramente cada um dos fenômenos citados, o que não é o objetivo deste livro, mas que precisam ser citados para o entendimento dos conceitos futuros. A maioria (senão todos) dos materiais na natureza manifestam características elétricas de acordo com a natureza de sua composição. Sabemos que cada material é composto de moléculas e que cada molécula, por sua vez, é formada pela ligação entre átomos com as suas próprias características eletrônicas, por exemplo, o número de elétrons na sua camada de valência (órbita ou camada mais distante do núcleo). Esta característica define a capacidade de condução de corrente elétrica que um determinado material possui. Título: Ciência e Engenharia dos Materiais Autor: Donald R. Askeland, 4ª edição Olá, estudante! O conhecimento da ciência dos materiais permite o en- tendimento da estrutura capaz de conduzir corrente elétrica e determina o potencial que cada material representa e o classifica entre condutor, isolante ou semicondutor. Esta obra de Donald R. Askeland apresenta um sólido entendimento das correlações entre a estrutura, o processamento e as propriedades dos materiais – tema central na moderna Ciência dos Materiais. Traz um texto atualizado com as mais recentes pesquisas e aplicações. Antes de entrarmos no assunto dos materiais, façamos uma analogia que nos permita entender me- lhor a função de cada estrutura. Por exemplo, quando falamos de corrente elétrica, nos referimos ao movimento dos elétrons livres em um condutor, “pulando” de átomo em átomo vizinho, de modo a configurar um movimento orientado pela polaridade do gerador ou fonte. Imagine se o condutor elétrico fosse um tubo, e dentro dele introduzíssemos bolas de gude de modo a preencher todo o seu volume interno. Este seria nosso condutor elétrico em repouso. Se em uma das extremidades desse tubo conseguíssemos inserir uma bola de gude a mais, o resultado seria que, neste momento, a bola de gude da outra extremidade seria empurrada pelas demais e sairia do tubo, pois cada uma das bolas intermediárias empurra umas às outras de modo a promover esta transferência de energia mecânica. Caso pudéssemos introduzir bolas de gude ininterruptamente na entrada do tubo, teríamos, da mesma maneira, bolas na mesma proporção saindo do outro lado do tubo, conforme mostrado na Figura 1. UNIDADE 1 19 Isto seria uma movimentação de bolas de gude dentro de um tubo e, portanto, uma “corrente de bolas de gude”. Na eletricidade, as bolas de gude podem ser relacionadas com os elétrons e, nesta analogia simples, o condutor seria o tubo, e a força que insere as bolas de um lado do tubo seria como a diferença de potencial entre os polos da pilha. Tubo com bolas de gude em repouso Tubo com bolas de gude em movimento Uma bola empurra a outra Força de entrada Movimento resultante Descrição da Imagem:a figura mostra uma representação esquemática para entender o que é um condutor elétrico. Temos a ilustra- ção de dois tubos com esferas representando bolas de gude em seu interior. Ambos possuem 8 bolas em seu interior, sendo que o primeiro tubo possui suas bolas em repouso. No segundo tubo, há uma bola a mais em sua entrada e outra em sua saída (totalizando 10 bolas), de modo que, ao aplicar uma força de entrada (simbolizada por uma seta) na esfera do lado esquerdo, todas as outras são empurradas e a última, à direita, muda de posição (simbolizando o movimento resultando). O movimento das bolas que transmitem a força aplicada é análogo ao movimento dos elétrons no condutor. Figura 1 - Corrente elétrica: analogia com um tubo e bolas de gude / Fonte: Gentilin (2019). Pilha Fio Lâmpada Chave Circuito elétrico simples Descrição da Imagem: a figura mostra um circuito com uma pilha na posição vertical com polo positivo para cima e o polo negativo para baixo. A pilha se encontra do lado esquerdo na imagem e seu polo positivo está conectado a um terminal de uma chave fechada (localizado na parte superior e central da imagem). O outro terminal está ligado à uma lâmpada, que está do lado esquerdo na imagem. Seu outro extremo conecta-se ao terminal negativo da pilha, fechando o circuito, em forma de retângulo. Figura 2 - Circuito elétrico simples UNICESUMAR 20 Na Figura 2, observamos um circuito elétri- co composto de uma fonte de energia elétrica (pilha), condutores de cobre, um interruptor e uma lâmpada. A pilha é o agente propulsor da corrente elétrica, que só pode ocorrer se um caminho fechado existir. Este caminho fechado é o que denominamos de “circuito elétrico”. Quando a pilha está carregada, afirmamos que há uma diferença de potencial elétrico entre os po- los positivo e negativo da pilha. Isto significa que há mais elétrons em um extremo da pilha (polo negativo) do que no outro (polo positivo), então há uma constante insistência desses elétrons pre- sentes no polo negativo em se recombinar com o polo positivo, pois, na natureza, há uma constante necessidade de equilíbrio, que atua no sentido de manter para cada carga positiva, uma negativa. Quando há um caminho para que esses elé- trons possam sair do polo negativo e chegar até o polo positivo, então há um circuito fechado, ou circuito elétrico, assim como em uma corrida de carros, os quais percorrem uma pista fechada. Da mesma forma, os elétrons se locomovem no con- dutor de cobre. Uma vez estabelecido o circuito, os elétrons iniciam um movimento por meio desse caminho impulsionados pela diferença de potencial da pilha, força esta que é tão intensa quanto maior for a diferença de concentração de elétrons entre o polo positivo e o polo negativo. A Figura 3 mostra uma representação de um condutor elétrico sendo percorrido pela corrente elétrica. Note que os elétrons “livres” são aqueles que se deslocam de átomo a átomo no condutor. Para que esses elétrons possam ser livres, ou seja, se “libertar” de seus átomos originais e “saltar” para o próximo átomo, é necessário que seja in- troduzida uma energia que, neste caso, se dá por conta da diferença de potencial entre os polos positivo e negativo da pilha. Corrente elétrica Elétrons livres Átomos dos elementos metálicos Prótons Nêutrons Descrição da Imagem: afigura mostra um condutor metálico em corte e uma representação dos elétrons livres, nêutrons e prótons em seu interior dentro dos átomos do material que o compõe para representar a corrente elétrica. Figura 3 - Fluxo de corrente elétrica em um condutor metálico Perceba que quando todas as cargas positivas do polo positivo receberem uma carga negativa, podemos dizer que o sistema está em equilíbrio e, neste caso, a pilha está descarregada. Para facilitar o entendimento do estudo da corrente elétrica, imagine que o átomo, provido, basica- mente, de elétrons, prótons e nêutrons, possui elétrons mais fortemente unidos ao núcleo. Es- ses elétrons apresentam maior dificuldade em se libertar do núcleo do átomo e, por sua vez, ocupam órbitas mais próximas do núcleo, já os elétrons mais distantes do núcleo estão fraca- mente ligados ao núcleo, assim, se aplicarmos energia nesse átomo, por exemplo, energia po- tencial elétrica, esses elétrons posicionados na camada de valência podem ser estimulados a se desprender da órbita de seu átomo original e migrar para a órbita do átomo vizinho (como as esferas do tubo que assumem a posição das outras quando empurradas). UNIDADE 1 21 No momento em que os elétrons de um átomo entram em movimento de átomo em átomo, temos o que conhecemos como corrente de elétrons ou “corrente elétrica”. É importante salientar que um átomo com um elétron em sua camada de valência apresenta maior facilidade em for- necê-lo para o processo descrito do que um átomo que tem mais de um elétron em sua última órbita. A facilidade com que os elétrons se movimentam em um dado condutor depende das características de cada material que o compõe. Este é um dos aspectos que classifica um material como condutor, semicondutor ou isolante. Normalmente, consideramos um material como condutor quando ele apresenta, em sua camada de valência, um elétron (por exemplo, o cobre). A Figura 4 mostra a configuração de um átomo de cobre, onde fica visível o único elétron em sua camada de valência. Descrição da Imagem: a figura mostra a configuração do átomo de cobre. Os elé- trons dispostos em cada camada em torno do núcleo, onde a camada de valência apresenta apenas um elétron, portanto, condutor. Figura 4 - Átomo de Cobre (Cu): um elétron na camada de valência Cobre29 Cu Massa atômica: 63.546 Configuração eletrônica: 2, 8, 18, 1 Embora haja cobre em abundân- cia na natureza, este material, quando processado na forma de condutores elétricos, é de custo elevado e, muitas vezes, é mis- turado a outros tipos de mate- riais para conferir a resistência mecânica necessária, assim, di- ficilmente encontraremos con- dutores comerciais compostos de cobre puro. Outros materiais que possuem a mesma característica do cobre em conduzir corrente elétrica são, por exemplo, o ouro e a prata. Estes materiais são de valor ex- tremamente elevado, o que não justificaria o uso em condutores elétricos de uso comum, sendo ambos utilizados na fabricação de componentes eletrônicos es- pecíficos e em aplicações onde outras características exigem que os materiais em questão sejam utilizados. A Figura 5 mostra a configuração eletrônica do ouro e da prata. UNICESUMAR 22 Ouro79 Au Massa atômica: 196,96 Configuração eletrônica: 2, 8, 18, 32, 18, 1 Au Prata47 Ag Massa atômica: 107,86 Configuração eletrônica: 2, 8, 18, 18, 1 Descrição da Imagem: temos duas imagens lado a lado. Ambas mostram átomos em suas configurações eletrônicas. Do lado esquerdo, temos o átomo de ouro, e do lado direito o átomo de prata. Cada um apresenta os elétrons que correspondem às suas estruturas e um ponto em comum entre eles: apenas um elétron na camada de valência. Figura 5 - Configuração eletrônica do ouro e da prata: (a) ouro e (b) prata. Um elétron na camada de valência Descrição da Imagem: temos duas imagens mostrando dois átomos em suas configurações eletrônicas. À esquerda, o átomo de silício, e à direta, o átomo de germânio, onde cada um apresenta os elétrons que correspondem às suas estruturas e um ponto em comum entre eles: quatro elétrons na camada de valência, portanto, semicondutores. Figura 6 - Átomos de semicondutores: silício e germânio. Quatro elétrons na camada de valência Materiais classificados como semicondutores simples apresentam, em sua composição, átomos de um mesmo material com quatro elétrons em sua camada de valência (tetravalentes), como é o caso do silício (Si) e do germânio (Ge), de acordo com a configuração eletrônica dada na Figura 6. Silício14 Si Massa atômica: 28.085 Configuração eletrônica: 2, 8, 4 Germânio32 Ge Massa atômica: 72,63 Configuração eletrônica: 2, 8,18, 4 UNIDADE 1 23 O Silício é encontrado em abundância na crosta terrestre e o seu processa- mento produz inúmeras aplicações como matéria- -prima para a fabricação de diversas áreas, desde pequenos componentes eletrônicos até painéis fotovoltaicos, utilizados para a conversão de ener- gia solar em energia elétri- ca. Quando um material é composto puramente de átomos de Silício (por exemplo), temos a repre- sentação dada na Figura 7. Note que, para cada elétron de um átomo, há outro correspondente no átomo adjacente, assim, não há predominância negativa ou positiva, pois, neste caso, temos uma pastilha composta pura- mente por um único tipo de átomo. Há derivações dos se- micondutores que são necessárias para a fabrica- ção de componentes ele- trônicos que, por sua vez, dependem da mistura de átomos de outros materiais com mais ou com menos elétrons em suas camadas de valência, junto de uma estrutura-base constituída de átomos semicondutores. Este processo é denominado dopagem e tem como objetivo atribuir ao material características elétricas predominantemente positivas (P) ou negativas (N). Descrição da Imagem: essa figura mostra um átomo de silício acima e uma representação abaixo de 16 átomos de silício juntos, formando uma molécula (ou pastilha) de silício, onde cada um dos quatro elétrons da camada de valência (de cada átomo de silício) se liga com o elétron do átomo adjacente, formando ligações covalentes entre si. Figura 7 - Ligação covalente de átomos de semicondutor (Si) / Fonte: Gentilin (2019). ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si Átomo de Silício UNICESUMAR 24 O processo de dopagem do semicondutor silício para se obter um material do tipo P consiste em adicionar pequenas quantidades de átomos trivalentes, ou seja, com três elétrons em sua camada de valência, como é o caso do alumínio, do gálio, do índio e do boro. Neste caso, a pastilha de material do tipo P terá muitos átomos tetravalentes de silício e alguns átomos trivalentes de boro, por exemplo, e com isto, haverá sempre a falta de um elétron para se recombinar com o elétron do átomo de silício, assim, há o surgimento de uma estrutura denominada de “lacuna” (CIPELLI; MARKUS; SANDRINI, 2006). As lacunas são classificadas como os portadores positivos do semicondutor. Quando há predo- minância de lacunas em uma porção de material semicondutor, afirmamos que este material possui portadores majoritários do tipo P (Figura 9). Descrição da Imagem: temos a imagem de uma placa de circuito impresso com componentes semicondutores soldados em sua superfície, além de alguns componentes, como capacitores e resistores, cristal, diodos e transistores. Figura 8 - Semicondutores integrados: funções computacionais embarcadas Na fabricação de componentes eletrônicos como diodos, transistores e circuitos integrados, é necessário produzir semicondutores do tipo P e do tipo N (Figura 8). Nos materiais do tipo P, há maior concentração de portadores positivos denominados de “lacunas”, e nos materiais semi- condutores do tipo N, há a predominância de portadores de cargas negativas, que são os elétrons.UNIDADE 1 25 Quando se deseja produzir materiais semicondutores com portadores majoritários do tipo N (mais eletronegativos), utiliza-se o processo de dopagem do semicondutor com elementos pentavalentes, assim, haverá mais elétrons sem recombinação no material. Alguns exemplos de materiais pentavalentes utilizados na dopagem de semicondutores são: o antimônio, o arsênio e o fósforo, conforme Figura 10 (CIPELLI; MARKUS; SANDRINI, 2006). Descrição da Imagem: a figura mostra um átomo de silício e um átomo de Boro acima e uma representação abaixo de 15 átomos de silício e 1 átomo de boro, juntos formando uma molécula (ou pastilha) de silício dopado com boro. Cada um dos quatro elétrons da camada de valência (de cada átomo de silício) se liga com o elétron do átomo adjacente, formando ligações covalentes entre si e para o átomo de boro, que tem apenas 3 elétrons na camada de valência, falta um elétron para se recombinar com o átomo de silício, formando-se uma lacuna não preenchida, o que resulta na pastilha de semicondutor do tipo P. Figura 9 - Formação do semicondutor do tipo P: dopagem com elemento trivalente / Fonte: Gentilin (2019). ee e e Si ee e B ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si e e e B ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si Átomo de Silício (tetravalente) Átomo de Boro (trivalente) Lacuna UNICESUMAR 26 Perceba que, o átomo de arsênio apresenta cinco elétrons, portanto, pentavalente. Quando este átomo é combinado com átomos de silício, há “sobra” de elétrons, pois o silício só pode se recombinar com quatro elétrons (tetravalente), então, o material composto da dopagem de semicondutor puro (Si ou Ge) com elemento pentavalente (As) produz portadores majoritários negativos, e essa porção de material é denominada de semicondutor do tipo N. Praticamente todos os dispositivos eletrônicos utilizam semicondutores que são responsáveis pe- las telecomunicações modernas, tendo larga utilização na fabricação de componentes eletrônicos e optoeletrônicos utilizados em computadores, aparelhos de TV, smartphones etc. Descrição da Imagem: a figura mostra um átomo de silício e um átomo de arsênio acima e uma representação abaixo de 15 átomos de silício e 1 átomo de arsênio, juntos formando uma molécula (ou pastilha) de silício dopado com arsênio. Cada um dos quatro elétrons da camada de valência (de cada átomo de silício) se liga com o elétron do átomo adjacente, formando ligações covalentes entre si. Para o átomo de arsênio, que tem 5 elétrons na camada de valência, sobra um elétron que não é recombinado com o átomo de silício, que só tem 4 elétrons disponíveis e, desta forma, temos um elétron sem ligação, resultando na pastilha de semicondutor do tipo N. Figura 10 - Formação do semicondutor do tipo N: dopagem com elemento pentavalente / Fonte: Gentilin (2019). ee e e Si ee e e e As ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e e As ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si Átomo de Silício (tetravalente) Átomo de Arsênio (pentavalente) Elétron “sobrando” UNIDADE 1 27 É comum remeter a materiais como a borracha, o plástico e o vidro quando nos referimos a materiais isolantes, pois estes materiais, normalmente, são utilizados quando o efeito de isolação é desejado. Mas, afinal, isolação em relação a quê? Quando nos referimos a materiais isolantes, é preciso lembrar que o termo isolante poderia se referir, por exemplo, à isolação acústica ou à isolação térmica, mas não é este o contexto desta unidade, pois este tópico se refere à isolação elétrica. Se é isolação elétrica, devemos isolar o que se refere ao elétron em movimento, ok? Nesta linha de pensamento, devemos nos recordar do que foi apresentado nos assuntos anteriores com uma breve ideia do que seria a corrente elétrica, que é a movimentação dos elétrons em um meio condutor. Esses elétrons que se movem devem estar em algum lugar para que possam sair se deslocando. Nós vimos que eles fazem parte de um determinado átomo e, normalmente, são elétrons livres, pois são fracamente presos ao núcleo e ficam posicionados na camada de valência. O que ocorre é que, na maioria dos materiais isolantes, o número de elétrons presentes na camada de valência é de oito elé- trons ou mais e, com isto, dificilmente seria possível fazer com que estes portadores de cargas negativas entrassem em movimento, ou seja, promover a corrente elétrica em um material composto de átomos com oito elétrons na camada de valência seria praticamente inviável, mas há limites! Como devemos imaginar, na natureza, não encontramos todos os materiais compostos apenas por um único tipo de elemento, ou seja, há combinações de impurezas com elementos-base em maior quantidade e outros que conferem atributos desejados, como resistência à tração, pressão, temperatura etc. Impureza é Olá, estudante! Neste momento, convido você a acompanhar este pod- cast sobre tipos de dispositivos semicondutores, onde irei falar a respeito dos principais componentes utilizados pelos equipamentos eletrônicos da atualidade, como diodos, transistores, tiristores, MOSFETs, circui- tos integrados, entre outros. Não deixe de acessar, vou falar sobre a aplicação de cada um e você ficará surpreso de como depende desses recursos em seu dia a dia e talvez ainda não saiba. O LED (light-emitting diode), ou Diodo Emissor de Luz, é um tipo de semicondutor que emite luz quando percorrido pela corrente elétrica. A sua cor é determinada pela sua dopagem, ou seja, pela mistura de átomos de diferentes configurações eletrônicas ao semicondutor para produzir o efeito luminoso desejado. A emissão de luz se dá no momento em que ocorre a corrente elétrica por meio da junção semicondutora e o elétron salta de um nível de energia mais alto, para um nível de energia mais baixo, emitindo luz neste processo, diferentemente dos diodos comuns, em que essa energia é dissipada na forma de calor (GENTILIN, 2019). https://apigame.unicesumar.edu.br/qrcode/9665 UNICESUMAR 28 toda a substância diferente do material mais predo- minante na amostra, exemplo: boro é a impureza adicionada ao silício para promover a dopagem e a formação do material semicondutor do tipo P . Contemplando essas características, observa- mos que alguns materiais possuem a capacidade de isolar eletricamente superfícies dentro de limi- tes significativos, mas até quanto posso considerar segura essa isolação? Vamos entender os limites. Considere o circuito da Figura 11. A fonte de tensão V é a responsável por “impulsionar” os elé- trons a passarem pelo caminho sinuoso do resistor R , logo a corrente elétrica I depende da intensi- dade de força aplicada para ser maior ou menor. Descrição da Imagem: a figura mostra o desenho de um cir- cuito elétrico formado por uma fonte de tensão e um resistor ligados em paralelo e a corrente formada como consequência. Figura 11 - Primeira lei de Ohm: a resistência e a corrente elé- trica – dependência entre grandezas / Fonte: Gentilin (2019). Descrição da Imagem: A imagem mostra uma ilustração em grafite do busto de Georg Simon Ohm. Figura 12 - Georg Simon Ohm - físico e matemático alemão (16 de março de 1789 - 6 de julho de 1854) A equação que define o funcionamento desse cir- cuito é descrita pela primeira lei de Ohm (SA- DIKU; ALEXANDRE, 2009). R V I = = [ ]W logo I V R A= = [ ] Equação 1: Primeira Lei de Ohm Na próxima unidade, abordaremos com detalhes cada elemento relacionado à corrente elétrica, neste momento, observe apenas a relação entre as grandezas. A intensidade de corrente I (medida em Ampère) é diretamente proporcional à tensão V (medida em Volt). Isto significa que quanto maior a tensão V , maior a corrente I . Em termos de elétrons, significa mais elétrons passando pelocondutor por intervalo de tempo. Mas o que isto tem a ver com os materiais isolantes? Sim! Os isolantes! Estes materiais têm a ver com o denominador dessa Equação 1, a parte chamada de resistência R (medida em W ). É este o ponto. Imagine que o valor do resistor R UNIDADE 1 29 da Equação 1 seja de 1 000 000. . W . Se a tensão V for de 12 V , qual será o valor da corrente I no circuito? Utilizando a Equação 1 e substituindo os valores, fica: I V R A A12 1 000 000 1 2 10 125 . . , . ou m Se alterarmos o valor de R , diminuindo-o pela metade (para 500 000. W ), automaticamente o valor da corrente dobraria, logo, conclui-se que a corrente é inversamente proporcional à resis- tência, e quanto maior o valor da resistência, menor a corrente. Os materiais isolantes são aqueles que apresentam valor de resistência elevada, logo, a cor- rente que pode circular por meio deles é muito baixa ou insignificante. Então, todo material ou meio que apresente oposição à circulação de corrente pode assumir características isolantes? Na verdade, não, mas os materiais isolantes aplicados a pequenas diferenças de potencial (Volts) não permitem fluxos de correntes ou são tão pequenas que chegam a ser desprezíveis. Normalmente, para isolar a corrente elétrica, utiliza-se materiais como o plástico, a borracha, a cerâmica, o fenolite, a fibra de vidro, o vidro, entre outros, mas lembre-se: a capacidade de isolar a diferença de potencial que um dado material ou meio possui está relacionada a mais do que o próprio material. Tem a ver com as condições climáticas (umidade relativa do ar), distância entre os elementos, frequência dos sinais etc. Há, no Brasil, normas que regulamentam as atividades profissionais e que, normalmente, fazem referência à ABNT e, para o caso em questão, no que tange às instalações elétricas, temos a norma ABNT NBR 5410, que se refere a instalações elétricas de baixa tensão. Na NBR 5410, estão definidas as regras para instalações elétricas e aterramento, uso de materiais isolantes, cuidados com a proteção e demais regras a serem seguidas pelo profissional que atua em eletricidade na área de instalações elétricas. Já a norma que se refere à segurança em serviços com eletricidade é a norma NR-10, que trata de procedimentos de segurança individuais e coletivas (GENTILIN, 2019). Para uma última análise sobre este assunto, podemos nos referir aos materiais isolantes quando olhamos para uma placa de circuito impresso de um equipamento eletrônico, cujos componentes estão isolados pelo material da placa que, normalmente, é de fibra de vidro, fenolite ou cerâmica, já no caso de um poste, os condutores estão afastados por espaçadores ou isoladores ou, ainda, agrupados, mas com capas de plástico capazes de isolar milhares de Volts, como podemos ver na Figura 13. UNICESUMAR 30 Em nossas casas, é comum ob- servarmos as tomadas e os plu- gues que interligam os eletrodo- mésticos à rede elétrica, todos revestidos de plástico, mas, por dentro, possuem terminais com potenciais elétricos de elevado valor e, portanto, devem ser protegidos do contato direto ou acidental. A Figura 14 mostra um exemplo comum do uso de tomadas elétricas em uma ré- gua. Este caso é bastante crítico e oculta um perigo silencioso que pode originar incêndios e catástrofes, dependendo da si- tuação. Descrição da Imagem: a figura mostra quatro condutores isolados, cada um de uma cor diferente, sendo envolvidos por uma camada isolante comum aos quatro, em que está montada uma malha de aterramento e em sua camada externa há uma camada de isolação de material polimérico constituindo um cabo multipolar. Figura 13 - Condutores elétricos isolados: a capa plástica isola os materiais conduto- res de potenciais. Descrição da Imagem: a figura mostra uma régua de tomadas, onde temos 2 tomadas ligadas diretamente nela e mais dois adaptadores que ampliam a capacidade para ligar mais dispositivos. Ao todo temos 8 dispositivos que estão todos plugados em seus conectores. Figura 14 - Régua de tomadas: sobrecarga silenciosa UNIDADE 1 31 O corpo humano não é um organismo elétrico e, no entanto, todas as suas células recebem estímulos elétricos por meio de membranas. Este potencial elétrico é produzido por um gradiente eletroquímico que, por meio do sistema nervoso central, atua nos tecidos dos músculos e resulta nos movimentos. O que ocorre é que o potencial elétrico enviado aos tecidos para promover um movimento é muito pequeno, da ordem de milivolts 1 0 001 10 3 mV V ou V�� ��, . Quando recebemos um choque elétrico, o potencial normalmente é da ordem de Volts (ou de centena de Volts), e o impacto que nosso organis- mo recebe é semelhante ao de realizar um esforço descomunal (COTRIM, 2003). O impacto desta exposição a um potencial muito elevado resulta em contrações musculares de mesma pro- porção, ou seja, de milhares de vezes a intensidade normalmente recebida pelo organismo. Embora um homem adulto tenha 65%de seu corpo constituído por água, temos outros tecidos e demais elementos que constituem ossos e órgãos e que juntos apresentam dada resistência à circulação dos elétrons da ordem de 500 a 500 000. W , dependendo da parte do corpo e de cada indivíduo. Desta forma, podemos estimar o valor da corrente elétrica que um choque elétrico pode promover por meio dos tecidos do corpo humano (COTRIM, 2003). Chegamos ao final desta unidade, onde estudamos o compor- tamento dos materiais condutores, isolantes e semicondutores, compondo informações fundamentais para o entendimento dos assuntos que abordaremos nas próximas unidades, onde a corrente elétrica atua de acordo com a tensão e produz efeitos importantís- simos, os quais utilizamos todos os dias e impactam diretamente sobre nosso modo de vida. O estudo desta unidade agrega conhecimentos acerca dos tipos de materiais que são frequentemente utilizados na fabricação de elementos condutores, semicondutores e isolantes. Estes conheci- mentos são importantes para que você possa atuar em ambientes profissionais onde há equipamentos e máquinas elétricas operando, como indústrias de manufatura, indústrias de alimentos, indús- trias químicas e petroquímicas, indústria eletrônica e indústrias de processamento de matéria-prima em geral. Nestes ambientes, a análise de cada caso, deve ser realizada para permitir o correto dimensionamento de condutores e elementos de isolação para proteção de pessoas e equipamentos. 32 Chegamos ao final desta unidade e agora podemos recordar os principais elementos que apren- demos até esta etapa, por meio de um mapa conceitual, com os principais termos, onde você poderá associar ao eixo da Introdução à Eletrotécnica. Com base nos termos associados à Eletrotécnica, você deve criar seu próprio mapa conceitual, com o significado para cada termo em suas posições correspondentes. Segue um exemplo com as palavras que você pode utilizar e colo- car os significados Circuito elétrico S em icondutor do tipo P S em icondutor do tipo N R esistência elétrica ELETRO TÉCN ICA Condutores S em icondutores Isolantes Corrente elétrica 33 1. Os diodos são os componentes responsáveis por várias ações em circuitos, como a retificação e regulação de sinais. Dentre os materiais utilizados na fabricação de diodos, há várias tecno- logias que permitem afirmar que: a) Os diodos podem ser fabricados em ouro, pois apresenta ótima qualidade, porém, alto custo. b) Os diodos são fabricados de SiO2 que representa uma fusão de dióxido de enxofre com silício, extremamente forte e ótimo semicondutor. c) Os diodos Zener apresentam a capacidade de regular a corrente de um circuito. d) Os materiais mais utilizados para a fabricação de diodos são o Silício, o Germânio e o Per- manganato de potássio enriquecido. e) Os diodos semicondutores são fabricados em Silício e Germânio e recebem a dopagem de elementos trivalentes e pentavalentes com o intuito de se produzir pastilhas do tipo“p” e do tipo “n”, respectivamente. 2. Os materiais semicondutores permitem a fabricação de diodos, transistores e circuitos inte- grados. Sobre os materiais semicondutores, é correto afirmar que: a) Os materiais do tipo “n” podem ser produzidos a partir de uma mistura de bauxita e titânio junto do silício, pois são materiais com muitos elétrons livres. b) As pastilhas de silício do tipo “p” podem ser obtidas misturando-se elementos pentavalentes ao silício, pois diminuiria os elétrons livres, ficando mais positivo. c) Quando uma pastilha é do tipo “n” significa que ela é composta de um semicondutor e de elementos pentavalentes, por exemplo: antimônio, o arsênio e o fósforo. d) Quando um elétron sobra em uma ligação entre semicondutor e materiais dopantes, significa que o resultado será uma pastilha do tipo “p”. e) Os semicondutores são conhecidos por possuírem uma estrutura tetravalente composta de 6 elétrons na camada de valência. 34 3. A formação de pastilhas de semicondutores do tipo P e N depende da dopagem de um semi- condutor tetravalente com átomos de materiais trivalentes ou pentavalentes. Dada a figura a seguir, assinale a alternativa correta: ee e e Si ee e e e ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e e ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si ee e e Si Átomo de Silício (tetravalente) Elétron “sobrando” Fonte: Gentilin (2019). a) Trata-se da representação da formação de uma pastilha do tipo “n”, pois o elemento associado ao silício possui menos elétrons que o semicondutor. b) Refere-se à composição de uma pastilha do tipo “n”, uma vez que o átomo misturado ao se- micondutor possui 5 elétrons na camada de valência e, assim, o elétron que sobra representa que a pastilha terá portadores majoritários negativos. c) Refere-se a uma pastilha do tipo “n”, pois o arsênio é um elemento pentavalente e, com isso, um elétron não se recombinará com o silício, com isso, a pastilha terá portadores majoritários positivos. d) A Figura 15 apresenta a dopagem na etapa de fabricação de uma pastilha do tipo “p”, onde um elemento trivalente é associado ao semicondutor. e) Trata-se de uma pastilha do tipo “p” porque o elétron livre é trocado na ligação dativa e, assim, fica positivamente polarizado. 2 Nesta unidade, o estudante terá a oportunidade de aprender sobre as principais medidas elétricas e suas relações, a fim de interpretar o funcionamento de dispositivos elétricos e inferir sobre seu consumo de energia, por meio da interação entre as variáveis relacionadas: tensão, resistência, corrente, potência, trabalho e energia. Medidas elétricas Me. Fábio Augusto Gentilin UNICESUMAR 36 Você já se deparou com aquela situação onde olhou para a conta de energia elétrica e não entendeu o porquê do valor apresentado? Ou mesmo ficou sem entender por que, ao tocar entre os polos positivo e negativo de uma bateria de carro, não sentimos choque elétrico, enquanto que, se tocarmos no condutor fase da tomada, a experiência é tão desagradável a ponto de até causar a morte de uma pessoa? A relação de dependência entre as variáveis resistência, tensão e corrente elétricas definem como o sistema elétrico pode operar em termos de limi- tações físicas e suas interações em máquinas, instrumentos e, até mesmo, em tecidos do corpo humano. Há muito tempo, aprendemos a respeitar os efeitos da eletricidade, sejam estes, aplicados no funcionamento de máquinas industriais em ambientes profissionais e também máquinas de uso doméstico, efeitos estes que relacio- nam a potência de cada aplicação diretamente com a tensão de alimentação disponível e a corrente consumida pelo dispositivo, de acordo com a carga representada (resistiva ou indutiva). Quando alimentamos cargas com tensão elétrica, temos como re- sultado o consumo de energia que leva em consideração a potência consumida pelo equipamento durante determinado intervalo de tempo, potência esta que depende da tensão e da corrente elétrica circulante em seus condutores de alimentação. A energia elétrica, então, representa um indicador importante que devemos sempre relacionar com o consumo que nossos equipamentos representam em termos de cargas que podem ou não ser viáveis em nossas casas ou empresas, dado que seu uso deve se justificar diante do custo que sua operação representa dentro de um processo produtivo. O conhecimento das variáveis mais frequentemente utilizadas na eletrotécni- ca é de extrema importância para a interpretação e análise dos sistemas elétricos aplicados na alimentação e manutenção de processos produtivos industriais e confere poder de inferência ao profissional que domina essa tecnologia para fins gestores com indicadores de desempenho energéticos, agregando a capacidade de tomadas de decisões estratégicas na cadeia de gestão de uma empresa. Agora, sugiro a você analisar a instalação elétrica de sua residência e, ao identificar os dispositivos elétricos instalados, listar 10 equipamentos que mais consomem energia elétrica, em ordem decrescente de potência. Este exercício vai fazer você pensar a respeito de qual dispositivo con- some mais energia e quanto tempo você utiliza cada um enquanto realiza suas tarefas diárias. Para listar os equipamentos, você deve preencher uma lista, conforme o exemplo dado no item 1, na sequência da Tabela 1. UNIDADE 2 37 Item Nome do dispositivo Tensão de alimentação (V) Potência elétrica (kW) Tempo de uso diário médio (h) 1 Chuveiro elétrico 220 5,4 0,25 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tabela 1 - Listagem de dispositivos de uma residência / Fonte: o autor. Com os dados obtidos no levantamento feito de seus dispositivos, agora é possível determinar qual o custo do uso destes, uma vez que, de posse do valor da tarifa paga em sua região por kWh, por exem- plo, R$ 1,00 por kWh, basta multiplicar o valor da potência consumida por unidade de tempo, que, no nosso caso, é de 0,25 hora (o que equivale a 15 minutos diários) e totalizar, ao final, multiplicando o resultado por 30, criando uma coluna a mais na sua tabela com o custo mensal médio para o uso de cada equipamento. Anote seu memorial de cálculo e resultados aqui no Diário de Bordo. UNICESUMAR 38 Na natureza, há diversas variáveis que foram no- meadas para que possamos interagir e estudar os fenômenos que nos cercam. Estes nomes, muitas vezes, remetem ao sobrenome do pesquisador que descobriu o efeito, como a grandeza temperatura que, na maioria dos países, é medida em Celsius, em homenagem ao astrônomo sueco Anders Cel- sius (1701-1744), ou a grandeza potência que é medida em Watts em homenagem às descobertas realizadas por James Watt (1736-1819). Além destes exemplos, há muitos casos onde grandezas importantes e frequentes em nosso meio se manifestam e recebem denominações relacionadas aos seus respectivos pesquisadores. Nesta seção, serão abordadas as principais gran- dezas elétricas mais utilizadas e as suas caracte- rísticas: tensão, corrente e resistência elétrica. As três primeiras grandezas estudadas na maioria dos cursos que envolvem a eletricidade, definitivamente, são essas: a resistência, a tensão e a corrente. Para explicar cada uma delas, devemos retornar o nosso olhar para as seções anteriores, onde falamos a respeito da Primeira Lei de Ohm (SADIKU; ALEXANDER, 2013). A tensão elétrica é a força que impulsiona os elétrons, é o agente motivador, que faz com que eles entrem em movimento. É comum associar a tensão elétrica com a força eletromotriz, que Descrição da Imagem:a imagem apresenta o esboço em gra- fite do cientista James Watt. Figura 1 - James Watt - matemático e engenheiro britânico. Viveu entre 19 de janeiro de 1736 e 25 de agosto de 1819 é um tipo de tensão proveniente da conver- são eletromecânica de energia (LOURENÇO; CRUZ; JUNIOR, 1996). f e m V R I V. . . . [ ]= = = Equação 1 UNIDADE 239 Normalmente, já temos o contato com a tensão elétrica logo cedo, quando ainda somos crianças e ganhamos um brinquedo eletrônico que precisa de pilhas para funcionar. Se você pegar a sua pilha e olhar nas inscrições laterais, deverá ver algo em torno de 1 5, V . Esse é o valor da tensão da pilha. É o valor da capacidade que a pilha tem em “empurrar” os elétrons por meio dos condutores em um circuito fechado. Quanto maior a tensão, maior a corrente elétrica. As pilhas e as baterias são classificadas como acumuladores ou fontes de tensão. Há diferentes tipos de acumuladores, sendo recarregáveis ou não e possuem diferentes tensões disponíveis, como: 1 2 1 5 3 6 9 12 24, ; , ; ; ; ; ; V V V V V V V etc. (Figura 2). Os acumuladores recarregáveis podem ter valores diferenciados, de acordo com o seu projeto, por exemplo, 4 7, V , encontrado em baterias de aparelhos celulares ou em células de baterias de laptops. Descrição da Imagem:a imagem apresenta uma foto de vários modelos de pilhas diferentes, que representam fontes de tensão elétrica. Figura 2 - Diferentes modelos de acumuladores: pilhas e baterias A tensão elétrica é medida em Volt ( V ) e representada pela letra u , fazendo menção ao físico italiano Alessandro Volta (1745-1827), desenvolvedor da pilha elétrica, em 1799. A tensão é aquela grandeza que se relaciona com a diferença de potencial (também dada em Volt), que se refere à comparação entre dois pontos com cargas. Quando há diferença de concentração de cargas, então podemos dizer que a diferença de po- tencial (d.d.p.) é diferente de zero, e podemos, com isso, promover o fenômeno da corrente elétrica. O instrumento utilizado para medir a tensão elétrica é o voltímetro (Figura 3) e normalmente se encontra nos formatos digital e analógico. UNICESUMAR 40 A medição de tensão pode ocorrer a partir de uma bateria, pilha ou fonte de alimentação, que são exem- plos de fontes de tensão. A Figura 4 mostra um exem- plo de medição de tensão elétrica em uma fonte de alimentação de bancada: A Figura 4 apresen- ta, à esquerda, a fonte de alimentação de bancada, que pode ser ajustada para fornecer valores de tensão possíveis entre os limites de 0 a 30 V e, à direita, o multímetro digital, instru- mento multimedidas, com a escala de tensão selecio- nada. Na Figura 5, o dia- grama elétrico representa os instrumentos conforme a Figura 4 (fonte de tensão e voltímetro). a b Descrição da Imagem: a imagem apresenta duas fotos de instrumentos de medição de tensão, em (a) um voltímetro analógico dotado de um ponteiro que aponta valores em escalas impressas ao fundo de seu mostrador, e em (b) é exibida a foto de um multímetro moderno digital, que tem em uma de suas funções a escala de voltímetro. Figura 3 - Voltímetros (a) analógico e (b) digital (uma das funções do multímetro) Descrição da Imagem: a imagem apresenta uma foto de um setup formado por uma fonte de alimentação eletrônica variável e um multímetro digital na escala de tensão em corrente contínua, realizando a medição da tensão de saída da fonte (ligação em paralelo). Figura 4 - Medição de tensão elétrica em fonte de alimentação ajustável / Fonte: o autor. UNIDADE 2 41 A tensão pode ser: Vcc e Vca, que significam tensão em corrente contínua e tensão em corrente alternada, respec- tivamente, devido ao seu comportamento no domínio do tempo. A tensão contínua é aquela que encontramos nos terminais de uma pilha ou de uma bateria e tem polari- dade constante no tempo, ou seja, uma vez que tenhamos uma diferença de potencial, esta será entre dois terminais fixos positivo (+) e negativo (-). A Figura 6 mostra exem- plos de baterias e seus polos positivo e negativo distintos (LOURENÇO; CRUZ; JUNIOR, 1996). Descrição da Imagem: a imagem apresenta o desenho do símbolo de uma fonte de tensão associada em paralelo com o símbolo de um voltímetro. Figura 5 - Diagrama elétrico de medição de tensão: fonte de tensão e voltímetro / Fonte: o autor. Descrição da Imagem: a imagem apresenta duas ima- gens, sendo uma com um desenho representativo de uma bateria veicular e a outra a foto de uma bateria uti- lizada em aparelhos eletrônicos. Em ambos os exemplos há a identificação dos polos positivo (+) e negativo (-). Figura 6 - Bateria veicular (a) e bateria para dispositivos portáteis; (b): identificação dos polos positivo e negativo Para realizar a medição da tensão elétrica, utili- za-se o voltímetro associado em paralelo com a fonte de tensão, posicionando os terminais do instrumento com a polaridade de acordo com a do instrumento (positivo do voltímetro no polo positivo da bateria, ou gerador e negativo do vol- tímetro no polo negativo da bateria ou no gera- dor). A polaridade invertida pode ser visualizada com o sinal de negativo (-) na tela do voltímetro digital, mas pode representar a colisão da agulha do voltímetro analógico, causando avarias. Logo, faz-se importante identificar a polaridade antes de utilizar instrumentos analógicos. a b UNICESUMAR 42 O sinal de tensão sempre corresponde a uma referência que chamamos de potencial zero ou “negativo”, assim, a diferença de potencial ocorre entre o terminal negativo até o terminal positivo. Se o valor da tensão for de 1 3, V , significa que há potencial de 1 3, V entre o terminal negativo e o terminal positivo. A tensão Vcc� � é contínua no domínio do tempo. No entanto, essa denominação permite haver a variação do valor da tensão dentro dos limites fixados entre os terminais positivo e negativo. Vejamos o exemplo dado na Figura 7. No tempo t1 , a tensão era de 12 7, Vcc , e no tempo t2 , a tensão passou a ser 11 8, Vcc . Perceba que mesmo o valor da tensão sofrendo variação, ela permanece contínua, pois se refere a uma variação com referência ao terminal negativo (zero) e que permaneceu dentro do quadrante, sem alternância para nível inferior à referência. A tecnologia desenvolvida até o nosso tempo aprendeu a armazenar energia de diversas maneiras, seja na contenção de águas para acionar turbinas em uma hidrelétrica ou na compressão de molas para realizar esforço e, além disso, há a possibilidade de armazenar energia elétrica (em corrente con- tínua) por meio do uso de baterias, que recebem este nome pelo fato de poderem ser recarregadas. U (V) 12,7 11,8 0 t1 t2 t (min) Voltímetro Polo negativo Polo positivo – + BATERIA – + Descrição da Imagem: a imagem apresenta um gráfico que mostra o comportamento da tensão de descarga de uma bateria no domínio do tempo e a maneira de realizar a medição de tensão em paralelo, com o desenho de uma bateria e um voltímetro associado em paralelo. Figura 7 - Tensão de descarga da bateria: valor contínuo variável / Fonte: o autor. Caso a tensão tenha um comportamento variável de um valor máximo positivo até um valor máxi- mo negativo, passando pela referência zero, podemos classificar esse sinal de tensão como de tensão alternada, assim denominado Vca . Normalmente, a tensão alternada tem esse comportamento devido à forma com que foi produzida: em uma máquina rotativa conhecida como alternador (Figura 8). UNIDADE 2 43 Essa máquina faz parte do que conhe- cemos como gerador que, acionado por uma força externa (queda d’água de uma represa em uma hidrelétrica, motor a combustão interna de um gerador esta- cionário etc.), produz a tensão alternada de acordo com a velocidade de rotação do eixo e o seu movimento circular. Se nos recordarmos da trigonometria, podemos pensar em termos de funções e, assim, explicar melhor o que ocorre. Veja, na Figura 9, que a partir de 0° para a direita da interseção dos eixos x e y , po- demos ver o avanço do sinal aumentando seu valor de 0 até 1 em y , atingindo o ponto p 2 90� � . Depois deste momento, o sinal diminui de 1 até zero em y no ponto onde o eixo x é igual a p � �180 . Note que, deste ponto em diante, o si- nal inicia uma jornada que se dá abaixo do eixo" "x , produzindo valoresnegati- vos de " "y . Quando isto ocorre, dizemos que o sinal tende a −1 e atinge esse valor em 3 2 270p � � . Logo após esse ponto, o sinal retorna ao ponto zero em 2 360 0p � � � � , fina- lizando o seu ciclo de trabalho ou ope- ração, definindo o seu período. Deste momento em diante, o sinal começa um novo ciclo idêntico ao anterior. Este processo ocorre de maneira se- melhante no gerador de tensão alternada. Cada giro completo do eixo da turbina ou da máquina síncrona é um período completo, de 0 a 360° e, por convenção, deve ter esse comportamento cíclico 60 vezes por segundo, caracterizando, assim, a frequência de 60 Hz da rede elétrica que temos no Brasil. Descrição da Imagem: a imagem apresenta um alternador em corte com vista das partes internas. Figura 8 - Alternador utilizado em geradores de energia elétrica: tensão alternada Descrição da Imagem: a imagem apresenta o gráfico de comportamen- to de um sinal senoidal onde, no eixo, “y” temos a amplitude com valor máximo igual a 1 e no eixo “x” temos o domínio medido em valores de p desde −2p até 2p . Figura 9 - Função seno: comportamento que descreve a tensão alter- nada UNICESUMAR 44 Para entender um pouco da geração de tensão alternada, convenhamos que, quando o eixo de um alternador está em repouso, este está no referencial zero. Quando o seu eixo inicia o seu movimento, os seus terminais iniciam a conversão de energia mecânica aplicada no eixo em energia elétrica, comportando-se de acordo com a função seno já recapitulada anteriormente (KAGAN; OLIVEIRA; BORBA, 2005). Você já pensou sobre armazenar energia elétrica em corrente alternada? Como seria o equipamento capaz de armazenar tensão elétrica alternada? Quais seriam as vantagens em se investir em um projeto que faça isto? Descrição da Imagem: a imagem apresenta um diagrama representativo de um gerador de tensão alternada monofásico, onde é possível ver, à esquerda, as partes internas tendo comportamento rotacional em torno de um eixo, formando o rotor com campo magnético rotativo, que gira dentro de um espaço confinado e cercado de bobinas que são cortadas pelo fluxo magnético induzido pelo campo girante do rotor, produzindo como resultado o sinal dado à direita que varia de 0 até 360°, de acordo com a rotação do eixo da máquina, produzindo como resultado um sinal senoidal. Figura 10 - Gerador de uma fase: sinal alternado de tensão (Vca) Agora, você pode entender de maneira mais clara como ocorre a formação do sinal de tensão alternada. Converta apenas as coordenadas dadas entre as Figura 9 e Figura 10, entendendo que onde chamamos de “ y ”, na Figura 9, é amplitude de tensão na Figura 10, e o que é “ x ” na Figura 9 é ângulo em graus na Figura 10. UNIDADE 2 45 Veja, na Figura 10, que em 0° , a amplitude de tensão é igual a zero. Na medida em que o eixo inicia o seu movimento (semiciclo positivo) variando de 0° até 90° , a amplitude aumenta até o seu valor máximo, que poderia ser 127 V , 220 V , dependendo da capacidade do alternador. Quando o movimento ultrapassa os 90° , a amplitude diminui até novamente encontrar o ponto “ 0 ”, onde o ângulo é de 180° . Deste ponto em diante, tem início o semiciclo negativo e a alternância de positivo para o negativo (por este motivo é que se denomina alternada a amplitude de tensão). Partindo dos 180° para os 270° , o sinal alternado de tensão diminui até atingir o seu valor extremo negativo, que seria −127 V , −220 V , dependendo do gerador, pois a polaridade do sinal (-) indica que o valor da tensão é negativo em relação à referência zero. Após este ponto, o sinal aumenta novamente e chega até os 360° com zero de amplitude (0 V ). É neste momento que se inicia um novo período. O sistema de geração mostrado representa a geração monofásica de tensão alternada. A Figura 11 mostra como são os sinais provenientes de um gerador trifásico, onde cada fase produz tensão com frequência de 60 Hz , mas com defasagem de 120° entre si. Descrição da Imagem: a imagem apresenta um diagrama representativo de um gerador de tensão alternada trifásico, onde é possível ve,r à esquerda, as partes internas tendo comportamento rotacional em torno de um eixo formando o rotor com campo magnético rotativo, que gira dentro de um espaço confinado e cercado de bobinas que são cortadas pelo fluxo magnético induzido pelo campo girante do rotor, produzindo como resultado o sinal dado à direita que varia de 0 até 360°, de acordo com a rotação do eixo da máqui- na, produzindo como resultado três sinais senoidais defasados de 120° entre si. Figura 11 - Alternador de um gerador trifásico: fases defasadas em 120° entre si. Este tipo de gerador (trifásico) é útil em instalações industriais onde há máquinas acionadas meca- nicamente por motores elétricos. UNICESUMAR 46 A corrente elétrica é a grandeza que só existe se houver um caminho fechado para sua circulação, conforme a Figura 12. Este conceito, geralmente, é aplica- do a circuitos elétricos com condutores metálicos, mas também sabemos que há circulação de corrente elétrica por ou- tros meios, como gases, líquidos e mate- riais sólidos não metálicos, dependendo da tensão e da frequência aplicadas. A Figura 13 mostra um instrumento conhecido como amperímetro, utiliza- do para medir a intensidade de corrente elétrica em um circuito. Já lhe ocorreu que, em dias secos, após uma caminhada ao ar livre, quando você se aproximou de alguém ou de um objeto e estendeu a sua mão, antes mesmo de tocá-lo, houve um choque elétri- co? Uma faísca? Este fenômeno só ocorre quando há diferença de potencial entre os corpos que se aproximam até uma distância suficiente para, desta forma, a isolação do ar não ser o bastante para impedir que os elétrons do corpo mais eletronegativo migrem ao outro corpo, a fim de se recombinar com as outras cargas de potencial positivo. Descrição da Imagem: esta imagem apresenta um diagrama elétrico com uma fonte de tensão (V) à esquerda ligada em paralelo a um resistor (R) à direita e a corrente “I” sendo representada com sentido que vai do polo positivo da fonte de tensão para o resistor. Figura 12 - Corrente elétrica: dependência de um caminho fechado para fluir / Fonte: o autor. Descrição da Imagem: a imagem apresenta a foto de um instrumento analógico dotado de uma escala im- pressa com valores variando de 0 a 200 com unidade de medida “A”, o que denota um amperímetro analógico. Figura 13 - Amperímetro: instrumento utilizado para medir corrente elétrica UNIDADE 2 47 A Figura 14 apresenta um exemplo de medição de cor- rente, onde a fonte de tensão impulsiona os elétrons a cir- cularem pelo circuito e pela carga alimentada (resistor). Na Figura 15, é exibido o diagrama elétrico da me- dição de corrente elétrica. Observe que o amperíme- tro deve ser associado em série com a carga alimen- tada. Caso a ligação do instrumento não seja em série, pode haver avarias no amperímetro e, por este mo- tivo, alguns instrumentos modernos (multímetros) são protegidos internamen- te por fusíveis. Descrição da Imagem: a imagem apresenta uma foto onde uma fonte de alimentação va- riável é utilizada para alimentar o circuito composto de um resistor e um multímetro digital, na escala de amperímetro, este que é ligado em série e na escala de corrente contínua. Figura 14 - Medição de corrente elétrica: circuito em corrente contínua / Fonte: o autor. Descrição da Imagem: a imagem apresenta um diagrama onde um amperímetro é associado em série com a carga alimentada para medir a corrente impulsionada por uma fonte de tensão em corrente contínua. Figura 15 - Diagrama elétrico da medição de corrente: amperímetro associado em série com a carga / Fonte: o autor. A corrente elétrica é medida em Ampère (A) em homenagem ao físico francês André-Marie Ampère (1775-1836) e representada pela letra i. Essa grandeza é a consequência de uma cadeia de eventos anteriores. Costuma-se dizer que a tensão é a causa,
Compartilhar