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CLÍNICA MÉDICA Diabetes Mellitus DEFINIÇÃO - Redução da insulina (mimetiza o jejum) – redução de peso. A cada 10 pacientes com DM 8/9 são DM2. O CA mais comum na DM1 é linfoma. O glicocorticoide aumenta resistência periférica a insulina. RELEMBRANDO - Período pós-prandial: aumento da glicemia aumento da insulina transformação do micronutriente em uma macromolécula (anabolismo) aumento de glicogênio, gordura e proteína. - Jejum: diminui a glicemia diminui a insulina aumenta hormônios contra insulínicos (glucagon, adrenalina, cortisol e GH) transformação da macromolécula em micromolécula (catabolismo) diminui glicogênio, proteína, lipídio para realizar gliconeogênese. - OBS: quebra de lipídeo (lipólise) leva a produção de corpos cetônicos (são substâncias ácidas). CLASSIFICAÇÃO - DM1: ausência de insulina. - DM2: insulina insuficiente. - Gestacional. - Outros: induzida por medicamentos, síndrome de Cushing etc. DIABETES MELLITUS TIPO 1 - Característica: doença autoimune que combate as células da ilhota pancreática (após destruição > 80%) – relação com anti-ICA, anti-GAD e anti-IAdia2. - Hipoinsulinismo absoluto avaliação do peptídeo C indetectável (<0,1). - Clínica: paciente típico (< 30 anos, magro). QUADRO FRANCO - Paciente com muita fome ingere grande quantidade de alimento (polifagia), porém, a glicose NÃO entra dentro da célula (gera o estado de hiperglicemia), associado à hiperosmolaridade que gera muita cedo devido “à perda” de água para o intravascular (polidipsia). Concomitante, devido ao aumento do volume sanguíneo, mais sangue é filtrado, acarretando em maior produção de urina (poliúria). - Organismo encara o estado de jejum, os hormônios contra insulínicos aumentam gerando emagrecimento excessivo, assim como a produção de corpos cetônicos por lipólise intensa que provoca acidose (cetoacidose) com ânion GAP alto, pois tem a formação de novo ácido. DIABETES MELLITUS TIPO 2 CARACTERÍSTICA - Resistência periférica à insulina + “fadiga pancreática secretória” – ao final desse ciclo de falência pancreática crescente, o paciente apresentará uma clínica e dependência de insulina exógena semelhante ao do paciente com DM tipo 1. ETIOLOGIA MULTIFATORIAL - Ambiental + genética. - Obesos – aumento da resistência insulínica. - Inicio: hiperinsulinemia (alta por um tempo) – hipoinsulinemia (eventualmente até a falência completa da produção). - A fadiga pancreática possui importante fator genético, portanto, variável nos indivíduos. QUADRO CLÍNICO - Assintomático. - Manifestações macrovasculares (IAM, DAP, AVE). - Manifestações microvasculares (retinopatia, neuropatia, nefropatia). RASTREAMENTO - Rastreamento populacional (de 3 em 3 anos). - IMC > 25 > 1 fator de risco (HAS, sedentarismo, dislipidemia, DM gestacional, HF+ para DM, SOP, acantose). - Idade > 45 anos (independente de qualquer outra comorbidade). DIAGNÓSTICO - 2 testes alterados (inclusive pode ser na mesma amostra): Glicemia de jejum ≥ 126 mg/dl (jejum de pelo menos 8h). Glicemia 2h pós 75g de glicose ≥ 200 mg/dl. Hb glicada (HbA1C) ≥ 6,5%. - OBS: ao realizar 2 testes, se somente 1 vier alterado, deve-se repetir o exame que deu alterado. Se o resultado subsequente der alterado, caracteriza-se diabetes. Se o resultado do exame vier normal considera-se que o paciente não tem diabetes, mas é indicado que realize o acompanhamento mais rigoroso para diagnóstico. - Outros critérios – apenas 1 teste para fechar o diagnóstico: Glicemia ≥ 200 mg/dl COM sintomas de DM (amostra aleatória sem respeitar jejum). - Estado pré-diabético (intolerância à glicose) – 1 teste alterado apenas (pode fazer lesão em órgão alvo): Glicemia de jejum 100-125 mg/dl. Glicemia 2h pós-75g de glicose VO 140-199 mg/dl exame mais sensível. Hb glicada entre 5,7-6,4%. - OBS: apenas a glicemia de jejum alterada em estado pré-diabético NÃO fecha o diagnóstico. Por isso, devemos realizar um teste com maior sensibilidade (glicemia 2h pós 75g de glicose VO). EXAMES COMPLEMENTARES - Função renal (ureia e creatinina). - Peptídeo-C. Avalia as reservas pancreáticas d einsulina. - Perfil lipídico (triglicérides, colesterol total e frações). - Fundo de olho. - Sensibilidade periférica. TRATAMENTO – ALVO - HbA1C < 7% (mais importante) – ideal para DM 2. - Glicemia capilar pré-prandial: 80-130 mg/dl – usada para controle da DM 1. - Glicemia capilar pós-prandial: < 180 mg/dl – usada para controle da DM 1. - OBS: para DM1, para o manejo adequado da insulina, é indicado que ocorra medições mínimas de dexto em jejum, antes do almoço, do jantar e antes de dormir. Cura: bariátrica. TRATAMENTO – NÃO FARMACOLÓGICO - Dieta: Fracionada. Alimentos com menor índice glicêmico. Maior quantidade de proteínas, vegetais e legumes e menor quantidade de carboidratos e lipídeos. Índice glicêmico: poder do alimento de aumentar a glicemia. Carga glicêmica: índice glicêmico x quantidade ingerida. - Exercício físico: 150 minutos por semana (mínimo). Diminui resistência à insulina, aumenta GLUT4 e diminui a necessidade de insulina para captar glicose. - Controle de peso. - Tratamento/controle de comorbidades. TRATAMENTO – MEDICAMENTOSO DIMINUIÇÃO DA RESISTÊNCIA INSULÍNICA - BIGUANIDADE (METFORMINA): - Características: diminuição de peso, risco de acidose láctica, diminuição de vitamina B12, alto benefício cardiovascular. - Não usar: insuficiência (renal e hepática). - GLITAZONA (PIOGLITAZONA): - Aumento de peso, retem sal, risco de fraturas. - Não usar: IC grave. AUMENTO DA LIBERAÇÃO DE INSULINA (AUMENTO DE PESO E RISCO DE HIPOGLICEMIA) – SECRETAGOGOS - SILFONILUREIAS (GLICAZIDA, GLIPZIDA, GLIMEPIRIDA): - Aumento da secreção basal de insulina (eliminação renal) aumentam a secreção basal da insulina (administração de apenas 1 comprimido ao dia). - Excreção renal quando o paciente evolui para insuficiência renal, há MENOR eliminação da droga na urina, o que pode causar hipoglicemia. - Mais utilizada na prática junto com metformina. - GLINIDAS (REPAGLINIDA, NATEGLINIDA): - Atuam no pico pós-prandial de insulina mimetiza as insulinas de ação rápida. - Problema: tem que tomar logo antes das refeições, portanto, mais vezes ao dia. Podem causar hipoglicemia e precisa de pâncreas funcionante. DIMINUIÇÃO DA ABSORÇÃO DE GLICOSE - ACARBOSE: - Diminuição da glicemia pós-prandial, flatulência, diarreia. - Medicação cara e necessita de múltiplas tomadas. - Considerado alternativo. INCRETINOMIMÉTICOS - Proteína (incretinas) que aumenta insulina dependente da glicemia. - Fisiologia: glicose desencadeia inúmeras sinalizações celulares, inclusive da incretinas, para que ocorra a produção de insulina (fenômeno prolongado). - Sua ação consiste em “estar disponível” para quando o indivíduo ingerir alimento e gerar glicose, sua ação proporcional a liberação de insulina mais rapidamente. - É considerada muito segura porque sua ação depende da glicose ingerida, portanto, se o indivíduo não comer, não haverá sua ação e não liberará insulina, minimizando o risco de hipoglicemia. - INIBIDORES DA DPP-4 (GLIPTINAS): - Evitam a degradação da incretinas. Evita degradação de insulina. - ANÁLOGO DE GLP-1 (EXENATIDA, LIRAGLUTIDA): - Estimulação do receptor de incretinas. - Diminuição de peso. - Aumento do benefício cardiovascular. - Administração SC. - Muito cara. INIBIDORES DO SGLT2 - Diminuição da reabsorção tubular de glicose maior excreção de glicose na urina. - GLIFOZINA (DAPAGLIFOZINA, CANAGLIFOZINA, EMPAGLIFOZINA): - Diminuição de peso e HAS (pois funciona como diurético fazendo diurese osmótica). - Problema: candidíase, ITU, poliúria, ainda é muito caro. SGLT2: transportador de glicose renal. Se inativado, leva a excreção de glicose na urina. Inibidor de SGLT2: não deixa o paciente em hipervolemia, ideal para quem tem IC. PRESCRIÇÃO - Avaliação a cada 3-6 meses. 1. Metformina (500 a 2250 mg/dia): Reavaliar HbA1c a cada 3-6 meses. Se > 7,0 adicionar outra droga. Ambulatorialmente pode iniciar metformina na dose máxima. 2. Metformina + 2º ou 3º agente Doença aterosclerótica (AVCi ou doençacoronariana) análogo GLP-1 (...tida). IC ou Renal Inibidor SGLT2 (glifozina). Preocupação com ganho de peso análogo GLP-1 ou inibidor SGLT2. Custo da medicação sulfoniureia ou pioglitazona. 3. Metformina + insulina basal (NPH noturna): Progredir dose de insulina: NPH 2x/dia + regular 3x/dia. OBS: há paciente com necessidade de insulinoterapia plena. Indicado se: glicemia ≥ 300 (HbA1C ≥ 10%), gravidez, estresse (cirurgia/infecção), doença hepática e renal avançada. Glicada > 10, glicemia jejum > 300, grávidas começa com insulina. INSULINA - Insulinoterapia (0,5-1,0 UI/Kg/dia): intuito de mimetizar a fisiologia da secreção insulínica. - Ação rápida: mimetiza a secreção de insulina pós-prandial. Lispro/Aspart/Glulisina: administrar imediatamente antes de iniciar a refeição. Regular: administrar 30 minutos antes da refeição. Se o paciente não comer, faz hipo. - Ação lenta: mimetiza a secreção de insulina basal. Glargina/Detemir/Degludeca: administrar 1x/dia pode variar 2x/dia. NPH: administrar 2x/dia pode variar para 3x/dia. INSULINOTERAPIA (ESQUEMA DE MÚLTIPLAS APLICAÇÕES) - “Respeita” a secreção fisiológica. - ½ rápida + ½ lenta. INSULINOTERAPIA (ESQUEMA DE 2 APLICAÇÕES) – NPH + REGULAR - Não respeita a secreção de insulina fisiológica. - Leva em conta o tempo de ação da insulina. - Há grande risco de hipoglicemia. - 2/3 do total (NPH 70% + regular 30%) + 1/3 do total (NPH 50% e regular 50%). INSULINOTERAPIA – CORREÇÕES - Glicemia pré-café da manhã (jejum) NPH noite. - Glicemia pós café da manhã (pós-prandial) regular manhã. - Glicemia pré-almoço NPH manhã. - Glicemia pós-almoço (pós-prandial) regular almoço. - Glicemia pré-jantar NPH tarde. - Glicemia pós-jantar regular noite. HIPERGLICEMIA MATINAL FENOMENO DO ALVORECER (MANHÃ DESPROTEGIDA) - Fisiologicamente há liberação de hormônios contra insulínicos com intuito de compensar o jejum (inclusive ajudar o indivíduo acordar). - Efeito exacerbado devido ao aumento desses hormônios associado à diminuição da ação da insulina exógena administrada. - Conduta: aumentar a NPH noturna. EFEITO SOMOGYI (HIPOGLICEMIA DA MADRUGADA) - Ocorre por excesso de NPH a noite. - Hipoglicemia na madrugada seguido de liberação de hormônios contra insulínicos que levam à hiperglicemia matinal. - Conduta: diminuir NPH da noite. - OBS: a forma mais adequada para manejar esses eventos é passar a NPH para mais tarde (o pico pode ocorrer no café da manhã) e/ou reduzir NPH ou realizar lanche a noite (se for Somogyi). INSULINA PADRÃO OURO – BOMBA DE INFUSÃO CONTÍNUA - Utilização de cateter SC com insulina ultra rápida (liberação programada com pico durante a refeição e secreção contínua que mimetiza insulina basal). Problema: muito caro, risco de obstrução, trocar de 3 em 3 dias. - Utilização de “pâncreas artificial”: faz medicação contínua da glicemia e secreta insulina ou glucagon conforme necessidade. Problema: muito caro, pouco acessível.