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Tutoria SP 1.2 - 3 Período

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Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
1 
 
Pediatria Neonatal 
SP 1.2 – NASCEU, E AGORA? 
1. CARACTERIZAR O RN QUANTO AS ASPECTO DE PESO 
(PIG, GIG, AIG E SUAS CAUSAS), COMPRIMENTO E IDADE 
GESTACIONAL (À TERMO). 
O cuidado com o recém-nascido começa na sala de parto, 
com a realização de vários procedimentos que visam a 
assegurar a sua integridade física e a prevenção de 
complicações nesses primeiros momentos de vida 
extrauterina. Esse processo inclui a análise de duas 
importantes variáveis, que são a idade gestacional (IG) e o 
peso, que possibilitam a avaliação e a classificação do recém-
nascido. 
Idade gestacional (IG) é o tempo transcorrido desde a 
concepção (último dia de menstruação – ciclos de 28 dias) 
até o momento do parto (RUGOLO, 2000). A DUM materna 
e a ultrassonografia precoce continuam a ser o padrão-ouro 
para a determinação da IG. 
➜ No nascimento, o recém-nascido pode ser classificado de 
acordo com a IG, em: 
Recém-Nascido Idade Gestacional 
RN pré-termo Inferior a 37 semanas 
RN maturo ou termo (RNT) 37 a 41 semanas e 6 dias 
RN pós-maturo ou pós-termo Acima de 42 semanas 
 
➜ Se considerarmos o peso ao nascer, o recém-nascido é 
classificado em: 
Recém-Nascido Peso 
Baixo peso Igual ou inferior a 2.500g 
Muito baixo peso ao nascimento 
(MBPN) 
Abaixo de 1.500g 
Extremo baixo peso ao nascimento 
(EBPN) 
Abaixo de 1.000g 
 
➜ Ao associarmos o peso à idade gestacional, o recém-
nascido pode ser classificado segundo o seu crescimento 
intrauterino, em: 
Recém-Nascido Peso 
Grande para a idade gestacional 
(GIG) 
Peso acima do percentil 90 
Adequado para a idade gestacional 
(AIG) 
Peso entre o percentil 10 e 90 
Pequeno para a idade gestacional 
(PIG) 
Peso abaixo do percentil 10 
➜ Para classificar o recém-nascido de acordo com o peso ao 
nascer e a idade gestacional, pode-se utilizar o gráfico com 
as curvas de crescimento fetal. 
GIG: Exceto para tamanho determinado geneticamente, o 
diabetes mellitus materno é a principal causa de recém-
nascidos grandes para a idade gestacional (GIG). A 
macrossomia resulta dos efeitos anabólicos dos níveis altos 
de insulina fetal produzidos em resposta à hiperglicemia 
materna durante a gestação e, às vezes, maior ingestão 
calórica pela mãe para compensar a perda urinária de 
glicose. Quanto menos controlado o diabetes da mãe 
durante a gestação, mais grave é a macrossomia fetal. 
Causas raras de macrossomia são a síndrome de Beckwith-
Wiedemann (caracterizada por macrossomia, onfalocele, 
macroglossia e hipoglicemia) e as síndromes de Sotos, de 
Marshall e de Weaver. 
Por causa do grande tamanho do lactente, o parto vaginal 
pode ser difícil e às vezes provocar lesão ao nascimento, 
incluindo particularmente: 
➡ Distocia de ombro 
➡ Fratura da clavícula ou de membros 
➡ Asfixia perinatal 
➡ Maior necessidade de parto cesáreo; 
➡ Prematuridade iatrogênica devida à superestimativa da 
IG baseadas no tamanho in útero. 
Outras complicações ocorrem quando o peso é > 4.000 g. Há 
um aumento proporcional na taxa de morbidade e 
mortalidade devido ao seguinte: 
➡ Desconforto respiratório (e necessidade de assistência 
ventilatória) 
➡ Aspiração de mecônio 
➡ Hipoglicemia 
➡ Policitemia 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
2 
 
PIG: Os RNs PIG são definidos como tendo peso mais de dois 
desvios padrão abaixo da média, ou inferior ao percentil 10 
de um gráfico específico de peso ao nascimento versus idade 
gestacional. Definições mais amplas incluem índices 
antropométricos menores que os normais, como o 
comprimento e a circunferência cefálica, e diferenças 
acentuadas entre os parâmetros de crescimento, mesmo 
quando estão dentro da faixa normal. 
Por exemplo, pode-se considerar um RN “relativamente” PIG 
quando seu peso está no percentil 25, mas seu comprimento 
e sua circunferência cefálica estão no percentil 75. Neste 
caso, a razão comprimento/peso (ou índice ponderal [peso 
(g)]/[comprimento (cm)]3) é inferior ao normal, 
demonstrando que as taxas de crescimento dos órgãos 
internos, tecido adiposo e musculoesquelético, os principais 
determinantes do peso, foram menores que o normal. 
Os RNs PIG podem advir de taxas de crescimento fetal 
normais, porém inferiores às taxas médias, como os RNs 
constitucionalmente pequenos. Assim, o tamanho pequeno 
ao nascimento pode ser um desfecho normal ou decorrer de 
fatores intrínsecos ou extrínsecos que limitam o potencial de 
crescimento fetal. Essa distinção é importante porque 
diagnósticos por meio de achados pré-natais de RCIU, como 
velocimetria Doppler e anormalidades da frequência 
cardíaca fetal, são mais preditivos da necessidade de 
hospitalização e da mortalidade do que a classificação de PIG 
ou AIG de acordo com as curvas de crescimento neonatal 
padrão. 
As causas podem ser divididas naquelas em que a restrição 
do crescimento é: 
➡ Simétrica: altura, peso e perímetro cefálico são 
igualmente afetados. Pode ser causada por infecções 
congênitas ou fatores genéticos. 
➡ Assimétrica: o peso é o mais afetado, poupando 
relativamente o crescimento do cérebro, crânio e ossos 
longos. Pode ser causada por má-nutrição materna, 
insuficiência placentária etc. 
*Um lactente também pode ter restrição do crescimento 
assimétrica e ser pequeno para a idade gestacional (PIG) se 
a mãe fizer uso intenso de opioides, cocaína, álcool e/ou 
tabaco durante a gestação. 
Apesar do tamanho, os recém-nascidos PIG apresentam 
características físicas (p. ex., aspecto da pele, cartilagem da 
orelha, pregas plantares) e comportamento (p. ex., atenção, 
atividade espontânea, gosto pelo alimento) semelhantes aos 
dos recém-nascidos de tamanho normal de mesma idade 
gestacional. Entretanto, eles podem aparecer magros, com 
diminuição da massa muscular e tecido adiposo subcutâneo. 
A face pode ter uma aparência afundada, lembrando a de 
uma pessoa idosa ("face enrugada"). O cordão umbilical 
pode ter uma aparência fina e pequena. 
Os PIG de termo não apresentam as complicações relativas 
a imaturidade sistêmica dos órgãos que os prematuros de 
tamanho semelhante. Eles, porém, têm risco de: 
➡ Asfixia perinatal 
➡ Aspiração de mecônio 
➡ Hipoglicemia 
➡ Policitemia 
➡ Hipotermia 
2. ESTUDAR SOBRE O APGAR (O QUE É, CRITÉRIOS, 
INTERPRETAÇÃO). 
O escore de Apgar, também chamado de índice de Apgar ou 
escala de Apgar, é um dos métodos mais utilizados para a 
avaliação imediata do recém-nascido (RN), principalmente, 
no primeiro e no quinto minutos de vida. 
O teste foi desenvolvido em 1952 pela Dra. Virginia Apgar, 
médica norte-americana, responsável pela criação do que 
viria a ser a neonatologia, para avaliar 5 sinais objetivos do 
recém-nascido, atribuindo a cada sinal uma pontuação de 0 
a 2. 
Os sinais avaliados são: coloração da pele, pulso, 
irritabilidade reflexa, esforço respiratório, tônus muscular, 
conforme mostra a tabela abaixo. O somatório da pontuação 
(no mínimo 0 e no máximo 10) resultará no Escore de Apgar. 
 Índice 0 Índice 1 Índice 2 Acrônimo 
Cor da pele Cianose 
(coloração 
azulada) ou 
palidez 
Cianose nas 
extremidades ou 
acrocianose 
(coloração arroxeada) 
Sem cianose. 
Corpo e 
extremidades 
rosados 
Aparência 
Pulsação 
arterial 
Não detectável <100 batimentos 
por minuto 
>100 
batimentos 
por minuto 
Pulso 
Irritabilidade 
Reflexa 
(caretas) 
Sem resposta a 
estímulo 
Careta ou 
estimulação 
agressiva 
Choro 
vigoroso, tosse 
ou espirro 
Gesticulação 
Atividade 
(tônus 
muscular) 
Flacidez 
(nenhuma ou 
pouca atividade) 
Alguns 
movimentos das 
extremidades 
(braços e pernas) 
Muita atividade: 
braços e pernas 
flexionados, que 
resistem à 
extensão 
Atividade 
Esforço 
respiratório 
Ausente Fraco/lento, 
irregular 
Forte, choro 
vigoroso 
Respiração 
 
Interpretação dos resultados: 
➡ de 0 a 3 – Asfixia grave 
➡ de 4 a 6 – Asfixia moderada 
➡ de 7 a 10 – Boa vitalidade,boa adaptação 
O resultado do primeiro minuto geralmente está relacionado 
com o pH do cordão umbilical e traduz asfixia intraparto. 
Já o Apgar do quinto minuto se relaciona com eventuais 
sequelas neurológicas. 
Além disso, escore menor que 7 é indicativo de asfixia 
perinatal. 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
3 
 
O escore deixou de ser usado com o objetivo de determinar 
a reanimação neonatal e passou a ser usado para avaliar a 
resposta do RN às manobras realizadas. 
3. IDENTIFICAR AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DO RN À 
TERMO NO SISTEMAS CARDIOPULMONAR. 
No período embrionário, aos 26 dias, o pulmão aparece 
primeiro como uma protrusão do intestino anterior. O broto 
pulmonar se ramifica e os futuros brônquios principais 
penetram no mesênquima. A ramificação dicotômica 
subsequente origina as vias aéreas condutoras. A 
vasculatura pulmonar se ramifica do 6o arco aórtico para 
formar o plexo vascular no mesênquima do broto pulmonar. 
No estágio pseudoglandular, entre a 7ª e a 8ª semana, 
ocorrem 15 a 20 gerações de ramificações, ficando a 
ramificação completa. As vias aéreas em desenvolvimento 
são revestidas por células cuboides simples, que contêm 
grande quantidade de glicogênio. 
No estágio canalicular, entre 16 e 25 semanas de gestação, 
ocorre a transformação do pulmão que ainda não é viável 
em pulmões potencialmente viáveis que podem fazer troca 
gasosa. Os 3 eventos principais durante este estágio são: o 
surgimento dos ácinos, a diferenciação epitelial com o 
desenvolvimento da barreira hematoaérea potencial e o 
começo da síntese de surfactante nas células do tipo II 
reconhecíveis. Após cerca de 20 semanas, as células 
cuboides ricas em glicogênio começam a ter corpúsculos 
lamelares em seu citoplasma (diferenciação para as células 
do tipo II). O glicogênio nas células do tipo II fornece 
substrato à síntese de surfactante. 
O estágio sacular compreende o período do 
desenvolvimento pulmonar durante as fases 
potencialmente viáveis da prematuridade, entre 
aproximadamente 24 semanas e o termo. O saco terminal ou 
sáculo é alongado, ramificado e estendido, antes do início da 
alveolização, aproximadamente na 32ª semana no pulmão 
fetal humano. A alveolização é iniciada destes sáculos 
terminais. O número de alvéolos cresce rapidamente da 32ª 
semana de gestação ao termo. O volume gasoso potencial 
do pulmão e a área de superfície aumentam a partir, 
aproximadamente, da 25ª semana de gestação até o termo. 
Este aumento no volume pulmonar, e o aumento na área dos 
sáculos estabelecem o potencial anatômico para a troca 
gasosa, e, portanto, a viabilidade fetal. 
O pulmão fetal é preenchido com fluido e é responsável pela 
função respiratória até o nascimento. Esse fluido alonga o 
pulmão e promove seu crescimento e desenvolvimento. 
Quantidades normais do fluido são essenciais ao 
desenvolvimento pulmonar normal, bem como é necessária 
sua depuração para a adaptação da respiração neonatal 
normal. Na preparação para a respiração aérea, o 
surfactante é expresso no pulmão a partir da 20ª semana de 
gestação pelas células do tipo II. O surfactante reduz a 
tensão da superfície alveolar, o que diminui a pressão 
necessária para manter o alvéolo inflado, facilitando sua 
expansão e mantendo sua estabilidade. 
O tempo de produção do surfactante em quantidades 
suficientes depende de um aumento nos níveis de cortisol 
do feto, o que acontece entre 32 e 34 semanas de gestação. 
Ao redor das 34 a 36 semanas há material de superfície ativo 
e suficiente secretado no lúmen alveolar e excretado no 
fluido amniótico. 
Na 26ª semana, os sacos terminais são revestidos 
principalmente por células epiteliais pavimentosas de 
origem endodérmica, os pneumócitos tipo I, através dos 
quais a troca gasosa ocorre. A rede de capilares se prolifera 
rapidamente no mesênquima ao redor dos alvéolos em 
desenvolvimento, contudo, não é concomitante ao 
desenvolvimento ativo dos capilares linfáticos. Dispersas 
entre as células epiteliais pavimentosas, estão células 
epiteliais secretoras arredondadas, os pneumócitos tipo II, 
que secretam o surfactante pulmonar, uma mistura 
complexa de fosfolipídios e proteínas. 
O surfactante se forma como uma película monomolecular 
na parede interna dos sacos alveolares e neutraliza as forças 
de tensão superficial na interface ar-alvéolo. Este facilita a 
expansão dos sacos terminais por prevenirem a atelectasia 
(colapso dos sacos durante a expiração). A maturação dos 
pneumócitos tipo II e a produção do surfactante variam 
amplamente entre os fetos de diferentes idades 
gestacionais. 
A produção do surfactante aumenta durante os estágios 
terminais da gestação, particularmente durante as últimas 2 
semanas. A produção de surfactante começa entre a 20a e a 
22a semana, mas o surfactante está presente apenas em 
pequenas quantidades em bebês prematuros, não estando 
presente em níveis adequados até o final do período fetal. 
Por volta da 26a à 28a semana, o feto frequentemente pesa 
cerca de 1.000 g e estão presentes sacos alveolares e 
surfactante suficientes para permitir a sobrevivência de 
bebês nascidos prematuramente. Antes disso, os pulmões 
são, geralmente, incapazes de prover trocas gasosas 
adequadas, em parte, porque a área de superfície alveolar é 
insuficiente e a vascularização é pouco desenvolvida. 
 
 
 
 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
4 
 
No útero, o feto depende da troca gasosa da placenta. A 
entrega adequada de oxigênio é acompanhada de um 
adaptado processo envolvendo a estrutura arquitetônica do 
sistema circulatório, as características da hemoglobina fetal 
e a taxa de perfusão dos órgãos fetais. 
No feto, a placenta tem a menor resistência vascular e 
recebe 40% do débito cardíaco fetal, o que resulta em uma 
baixa pressão sistêmica. Em contraste, os pulmões fetais 
estão cheios de líquido, resultando em uma alta resistência 
vascular e menos de 10% do débito cardíaco indo para os 
pulmões. Dois shunts direita-esquerda ocorrem no feto 
devido à alta resistência vascular pulmonar e baixa pressão 
sistêmica: 
➡ Forame oval: sangue desviado do átrio direito para o 
esquerdo 
➡ Ducto arterioso: sangue desviado da artéria pulmonar 
para a aorta. 
Da placenta, o sangue oxigenado flui pela veia umbilical e se 
divide ao entrar no abdômen do feto. A maioria flui através 
do ducto venoso para a veia cava inferior e depois para o 
átrio direito; o sangue restante perfunde o fígado. O sangue 
que se origina do ducto venoso entra no átrio direito e, 
devido a um efeito de correnteza, é largamente desviado 
através do forame oval para o lado esquerdo do coração e 
da aorta. 
Em contraste, o sangue menos oxigenado da veia cava 
superior e da veia cava inferior distal ao ducto venoso flui do 
átrio direito para o ventrículo direito, com mistura mínima 
com o sangue oxigenado proveniente do ducto venoso. 
Quase toda a saída do ventrículo direito (90%) contorna o 
pulmão e é desviado através do ducto arterioso patente para 
a aorta descendente, distal à origem das artérias carótidas. 
Esse sangue desoxigenado é transportado através da aorta e 
das artérias umbilicais para a placenta, onde libera dióxido 
de carbono e resíduos e coleta oxigênio e nutrientes. 
A pressão intrauterina de oxigênio é baixa comparada com a 
observada na vida extrauterina. O sangue fetal com maior 
oxigenação é encontrado na veia umbilical com PO2 tão alta 
quanto 55 ± 7 mmHg. A saturação de oxigênio diminui 
quando misturada ao retorno venoso, de modo que o 
sangue que retorna à placenta terá uma PO2 de 15 a 25 
mmHg. Apesar da baixa tensão de oxigênio no feto, há 
oxigenação adequada dos tecidos devido aos seguintes 
fatores: 
➡ Hemoglobina fetal: aumenta a afinidade do oxigênio em 
comparação com a hemoglobina do adulto, o que facilita o 
transporte de oxigênio pela placenta. 
➡ Diminuiçãodo consumo de oxigênio fetal: o feto requer 
menos oxigênio, pois seu metabolismo e o consumo de 
oxigênio estão diminuídos (o feto não precisa manter a 
termorregulação, as funções fisiológicas são reduzidas, 
como respiração, digestão, absorção e reabsorção tubular 
renal). 
➡ Fluxo sanguíneo diferencial: o fluxo sanguíneo é 
estruturado de modo que os órgãos vitais (ex: fígado, 
coração e cérebro) recebam sangue com um grau 
relativamente alto de saturação de oxigênio. 
A baixa tensão fetal de O2 mantém a arquitetura da 
circulação fetal, causando constrição vascular pulmonar, que 
mantém a resistência vascular pulmonar em um nível 
elevado, promovendo o desvio direita-esquerda através do 
forame oval e do canal arterial. 
 
 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
5 
 
A transição bem-sucedida da vida intrauterina para a 
extrauterina depende de mudanças fisiológicas significativas 
que ocorrem no nascimento. Em quase todas as crianças, 
essas mudanças são completadas com sucesso no momento 
do parto sem necessidade de qualquer assistência especial. 
No entanto, cerca de 10% dos bebês precisarão de alguma 
intervenção, e menos de 1% exigirá medidas extensivas de 
ressuscitação ao nascimento. 
Para conseguir fazer a transição da vida intrauterina para a 
extrauterina, quando o cordão umbilical é pinçado no 
nascimento, o neonato deve rapidamente fazer alterações 
fisiológicas na função cardiopulmonar. Uma transição bem-
sucedida é caracterizada pelos seguintes recursos: 
depuração do fluido alveolar, expansão pulmonar e 
alterações circulatórias, que incluem aumento da perfusão 
pulmonar e da pressão sistêmica e fechamento dos shunts 
direita-esquerda da circulação fetal. 
➡ Depuração do fluido alveolar: 
• Trabalho de parto: o fluido rico em cloreto 
predomina durante a gestação. No final da 
gestação, em resposta ao aumento das 
concentrações de catecolaminas e outros 
hormônios, o epitélio pulmonar muda da secreção 
ativa de cloreto e líquido para os espaços aéreos 
para reabsorção ativa de sódio e líquido. O 
aumento da tensão de oxigênio ao nascer aumenta 
a capacidade do epitélio de transportar sódio e 
aumenta a expressão gênica do canal de sódio 
epitelial, promovendo ainda mais a reabsorção do 
líquido alveolar. 
• Respirações iniciais: geram altas pressões 
transpulmonares. A pressão hidrostática negativa 
inicial conduz o fluido alveolar dos espaços aéreos 
para o interstício e, subsequentemente, para a 
vasculatura pulmonar. 
• Compressão torácica: a pressão sobre a parede 
torácica do recém-nascido durante o parto 
provavelmente é um pequeno contribuinte. 
➡ Expansão pulmonar: na 1ª respiração efetiva, o 
movimento do ar começa quando a pressão intratorácica cai. 
O aumento da pressão inspiratória expande os espaços 
aéreos alveolares e estabelece a capacidade residual 
funcional (CRF). A expansão pulmonar também estimula a 
liberação de surfactante, o que reduz a tensão superficial 
alveolar, aumenta a complacência e estabiliza a CRF. 
➡ Alterações circulatórias: com o clampeamento do cordão 
umbilical, a placenta com baixa resistência vascular é 
removida da circulação neonatal, resultando em aumento da 
pressão arterial sistêmica neonatal. Ao mesmo tempo, a 
expansão pulmonar reduz a resistência vascular pulmonar e 
a pressão da artéria pulmonar. Essas 2 alterações diminuem 
o shunt fetal direita-esquerda no ducto arterioso, resultando 
em um aumento do shunt da esquerda para a direita neste 
ducto. Essas 2 alterações também resultam em um aumento 
do fluxo sanguíneo pelas artérias pulmonares e pulmões. 
Essa mudança para o desvio da esquerda para a direita após 
o parto resulta em um aumento no volume sistólico 
ventricular, que está associado a um aumento na saturação 
de oxigênio cerebral. Com aumento da perfusão e expansão 
pulmonar, aumenta a saturação da oxigenação neonatal, 
que estimula o fechamento do canal arterial. Além disso, o 
aumento do fluxo sanguíneo arterial pulmonar aumenta o 
retorno venoso pulmonar ao átrio esquerdo e a pressão 
atrial esquerda. À medida que a pressão do átrio esquerdo 
aumenta e a pressão atrial direita cai, o desvio da direita 
para a esquerda através do forame oval diminui. O 
fechamento do forame oval ocorre quando a pressão atrial 
esquerda excede a pressão atrial direita. 
4. ELUCIDAR AS CAUSAS, DIAGNÓSTICOS E 
TRATAMENTOS DA ICTERÍCIA NEONATAL. 
Definição de icterícia neonatal: Acúmulo de pigmento 
bilirrubínico não-conjugado. Pigmento lipossolúvel, devido 
essa característica pode impregnar no SNC levando à 
encefolapatia bilirrubínica. 
Na icterícia neonatal temos hiperbilirrubinemia de 
bilirrubina indireta (ou não conjugada) que leva à coloração 
amarelada da pele e mucosas. Se manifesta quando temos 
Bilirrubina > 5 mg/dL. Raramente na icterícia neonatal temos 
aumento da bilirrubina direta (ou conjugada), que 
caracteriza outras patologias como Colestase neonatal, 
TORCHS (infecções congênitas) e Sepse. 
Epidemiologia: 60% dos RN a termo têm icterícia neonatal; 
80% RN prematuros tardios; 100% RN prematuros IG < 35 
semanas; Icterícia persistente (que duram de 1 a 2 semanas 
de vida) em 10% dos RN em aleitamento exclusivo. 
Fisiopatologia: Anteriormente ao nascimento feto 
produzia bilirrubina em forma indireta e excretada dessa 
maneira pela placenta. Ao nascimento ocorre a adaptação 
do metabolismo da bilirrubina, que passa a ser excretada 
pelo Neonato na forma de Bilirrubina direta (pigmento 
hidrossolúvel) pelo Sistema Biliar e pelo trato 
gastrointestinal. 
Metabolismo da bilirrubina: 
As hemácias são degradadas em heme que sofrem ação da 
Heme oxigenasse gerando a Biliverdina. Essa biliverdina 
sofre ação da biliverdina redutase gerando a Bilirrubina 
Indireta. A Bilirrubina Indireta circula em geral acoplada à 
albumina. Ao chegar no hepatócito a bilirrubina se separa da 
albumina e por meio da ação da enzima UGT1A1 ocorre a 
conjugação BI com ácido glucorônico, gerando a Bilirrubina 
Direta, que pode ser excretada pela via biliar e 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
6 
 
posteriormente pelo trato gastrointestinal. No trato 
gastrointestinal a Bilirrubina Direta pode sofrer ação das 
enzimas Glucoronidases, voltando ao formato de Bilirrubina 
Indireta. Ainda no trato gastrointestinal a BI pode sofrer ação 
de bactérias que a transformam em urobilinogênio, que 
pode virar urobilina e ser excretada pela urina ou pode virar 
estercobilinogênio, depois estercobilina e ser excretada 
pelas fezes. 
A bilirrubina resulta do catabolismo das proteínas do heme. 
Cerca de 75% da produção diária da bilirrubina provém da 
destruição de hemácias no sistema reticuloendotelial. Os 
outros 25% são consequentes à eritropoiese ineficaz e à 
destruição de eritrócitos imaturos. No primeiro passo da 
degradação, heme é convertido em biliverdina na presença 
da enzima hemeoxigenase, produzindo monóxido de 
carbono (CO) e Fe2+. Uma molécula de CO é produzida para 
cada molécula de heme catabolizada em bilirrubina. Assim, 
quanto maior a hemólise, maior a produção de CO, marcador 
que pode ser utilizado para diagnóstico. 
O RN é mais suscetível à Icterícia por possuir falhas nesse 
metabolismo da Bilirrubina. Além de possuir maior carga de 
bilirrubina indireta para hepatócito devido ao maior volume 
eritrocitário, menor meia vida de hemácias e o risco de 
doenças hemolíticas. 
O RN ainda possui uma redução quanto ao clearence 
hepático e entérico de bilirrubina. Devido a menor 
capacidade de captação e conjugação hepáticas, e ao 
aumento da cicurlação entero-hepática (movimento das 
moléculas de sais biliares do fígado para o intestino e de 
volta ao fígado). O RN possui uma menor flora intestinal e 
uma maior quantidade de Betaglucoronidase (que agem 
sobre a BD transformando-as em BI) provenientes do leite 
materno. 
 
Etiologia: Icterícia fisiológica; Icteríciapelo aleitamento 
materno; Síndrome da icterícia do leite materno. (Causas da 
Icterícia Neonatal tardia >24h) 
As causas da hiperbillirubinemia indireta patológica podem 
levar à Icterícia Neonatal precoce < 24h. 
➡ Icterícia Fisiológica do RN a termo: Início após 24h de 
vida; Pico do 3º ao 4º dia; Máx de 12 mg/dL; Em geral se 
normaliza em até 7 dias. 
➡ Icterícia Fisiológica no RN pré-termo: Início após 24h de 
vida; Pico do 4º ao 7º dia; Máx de 15 mg/dL; Em geral leva 
de 10 a 30 dias para normalizar. 
Fatores de risco para hiperbilirrubinemia indireta: 
➡ Idade materna; 
➡ Asiáticos; 
➡ Diabetes materno; 
➡ Prematuridade; Extravasamento de sangue; 
➡ Perda de peso; Retardo para evacuar. 
➡ Icterícia pelo aleitamento materno: Pode começar após 
as 24h de vida até a primeira semana de vida do RN; É 
decorrente de um déficit de ingestão (causado por 
dificuldade de sucção ou por pouca oferta láctea); Ocorre 
perda de peso acima de 7% e pode ser acompanhada de 
desidratação. 
O aumento da circulação entero-hepática leva a sobrecarga 
de bilirrubina no hepatócito (ainda imaturo) ocasionando a 
Hiperbilirrubinemia indireta. 
➡ Síndrome da icterícia do leite materno: Existe uma 
predisposição genética a icterícia; As substâncias presentes 
no leite materno atuam ativando fenótipos associados a uma 
menor capacidade de conjugação hepática (menor atividade 
da UGTA); O leite materno é um modificador ambiental para 
expressão de fenótipos; Essa icterícia também começa após 
as primeiras 24h de vida e até a 1ª semana de vida; Em geral 
persiste por 2 ou 3 semanas; Podendo chegar numa 
bilirrubina máxima de 10 a 30 mg/dL. 
A diferença entre os 3 tipos de icterícia apresentados são a 
persistência do quadro (A icterícia fisiológica com menor 
duração) e o bom estado geral e bom ganho pondero-
estatural do RN (Que ocorre na Síndrome do leite materno). 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
7 
 
Quadro clínico: Icterícia (coloração amarelada de mucosas 
e pele); Progressão cefalocaudal e deve ser avaliada pela 
zona de Kramer. 
Os níveis séricos de bilirrubinas em recém-nascidos (RN) são 
crescentes logo após o nascimento. Aproximadamente 60% 
dos RN a termo e 80% dos pré-termos apresentam 
hiperbilirrubinemia clinicamente visível na primeira semana 
de vida. 
Na maioria das situações, o quadro de icterícia pode ser 
considerado benigno. No entanto, o aumento além dos 
níveis considerados normais da bilirrubinemia pode 
ocasionar a encefalopatia bilirrubínica aguda (EBA). A rápida 
identificação da hiperbilirrubinemia grave nos RN ≥ 35 
semanas de idade gestacional (IG), definida como bilirrubina 
total (BT) maior que 20 mg/dL, é importante para prevenção 
de quadros potencialmente graves. 
Encefalopatia Bilirrubínica: Lesão cerebral pela 
bilirrubina indireta (principalmente aos Gânglios da base). 
Pode ser dividida em fase Aguda (sintomas são letargia, 
hipotonia que evolui para choro estridente, então hipertonia 
com hipertermia) 
A encefalopatia bilirrubínica aguda ocorre em todos os 
continentes, principalmente em países de média e baixa 
rendas, configurando problema grave de saúde pública 
global. 
Os RNs tratados com EBA podem voltar à normalidade ou 
evoluir para a forma crônica da Encefalopatia bilirrubínica. A 
forma crônica da encefalopatia bilirrubínica (conhecida 
como kernicterus) é caracterizada por Paralisia cerebral 
atetoide grave, Neuropatia auditiva, Paresia vertical do olhar 
e Displasia dentária. Nessa forma crônica pode-se ou não ter 
retardo mental. 
Diagnóstico laboratorial da icterícia: 
➡ Dosagem de bilirrubina total e frações; 
➡ Hemoglobina e hematócrito (pesquisa de anemia 
associada); 
➡Reticulócitos (pesquisa sobre resposta da medula a 
destruição de hemácias exageradas ou não); 
➡ Tipagem sanguínea da mãe e do recém-nascido (já que a 
incompatibilidade sanguínea gera doenças hemolíticas que 
podem levar à icterícia neonatal). 
 
O RN tem icterícia, e agora? Como saber se é fisiológica ou 
se é necessário tratar? Será que pode levar a kernicterus? 
É preciso conhecer os fatores de risco para 
hiperbilirrubinemia significativa e os fatores de risco para 
neurotoxicidade pela bilirrubina. 
Fatores de risco para Hiperbilirrubinemia clinicamente 
significante (BT ≥ 17 mg/dL): 
➡ Asiáticos; 
➡ Irmão anterior com icterícia; 
➡ Aleitamento materno exclusivo; Idade Gestacional ≤ 36 
semanas; 
➡ Icterícia nas primeiras 24h de vida; 
➡ Doença hemolítica; Cefalohematoma ou equimoses; 
➡ Dosagem de BT elevada, em zona de risco (Nomograma 
de Bhutani); 
Fatores de risco para Neurotoxicidade pela 
hiperbilirrubinemia: 
➡ Idade Gestacional menor ou igual que 36 semanas; 
➡ Doença hemolítica; 
➡ Deficiência de G6PD (causa de doença hemolítica); 
➡Asfixia; 
➡ Sepse; 
➡ Acidose; 
➡ Albumina < 3 g/dL. 
Avaliação da Icterícia neonatal: 
➡ Ter conhecimento sobre os fatores de risco; Examinar o 
RN a cada 8-12h; 
➡ Em caso de icterícia precoce (que começa nas primeiras 
24h) deve-se colher exames e solicitar Fototerapia; 
➡ Em caso de Icterícia tarde em Zona menor que 2 deve-se 
apenas à observação clínica, caso seja maior ou igual à zona 
2 deve-se colher exames (Dosagem de bilirrubina) para 
avaliação pelo Nomograma de Bhutani (se >p75 deve-se 
realizar Fototerapia). 
A alta dos RN acometidos pela Icterícia deve ocorrer quando 
esta estiver em zona de risco intermediário baixo ou baixo, 
ou após 48h sem icterícia ou icterícia zona 1. Em todos os 
casos deve-se agendado um retorno ambulatorial em 48-72h 
para avaliação do RN) 
Fototerapia: Depende de 
➡ Dosagem de bilirrubina total; 
➡ Idade Gestacional/Peso de nascimento; 
➡ Idade pós-natal; 
➡ Presença de fatores de risco para lesão bilirrubínica natal. 
 
 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
8 
 
Quando tratar? 
Em RN mais ou igual a 35 semanas 
*Diminuir em 2 mg/dL o nível se fatores de risco para 
neurotoxicidade. 
Em RN menor que 35 semanas 
*Considerar valor inferior se fatores de risco para 
neurotoxicidade. 
Como funciona a fototerapia? A bilirrubina indireta na pele 
sofre fotoisomerização pela luz azul (faixa de 420-470 
nanômetros) aplicada na fototerapia, passando a ser 
Bilirrubina-4Z, 15E (isômero da bilirrubina indireta de 
característica mais solúvel, sendo excretado mais facilmente 
pela Bile). Além disso a fototerapia também leva à produção 
de um isômero geométrico, a Lumirrubina, que é excretada 
pela urina. 
A eficácia da Fototerapia depende do comprimento de onda 
de luz utilizado, da irradiância espectral (potência da luz que 
deve ser maior ou igual a 30), da distância entre as luzes e o 
recém-nascido, e da superfície de pele exposta. 
Cuidados com a fototerapia: A temperatura do RN, a oferta 
hídrica (pois ocorre aumento de perdas insensíveis desse 
RN) e proteção ocular radiopaca. 
A síndrome do bebê bronzeado (pele castanha acinzentada 
e urina escura devido à Bilirrubina direta na pele) é uma 
complicação que pode ocorrer devido ao uso da fototerapia. 
Em caso de icterícia por hiperbilirrubinemia direta a 
fototerapia não é indicada. O RN em fototerapia deve ser 
reavaliado (bilirrubina total e frações) a cada 4-8h. A 
fototerapia deve ser suspensa quando BT < 8-10 mb/dL. 
Icterícia Neonatal precoce (antes de 24h de vida): Leva à 
suspeita de Doenças hemolíticas. Quando BT > 12 mg/dL 
(pico atingido pela icterícia fisiológica do RN a termo no 3º a 
4º dia) deve-se investigar a etiologia/Hiperbilirrubinemia 
indireta patológica e devemos tratar seja com Fototerapia, 
Imunoglobulina ou Exsanguineotransfusão. 
Etiologia da Hiperbilirrubinemia Indireta Patológica: 
Sobrecarga de bilirrubina ao hepatócito: 
➡ Doenças hemolíticas que podem ser classificadas em 
Hereditárias (Imunes, Enzimáticas, Membrana eritrocitária, 
Hemoglobinopatias) e em Adquiridas (Infecções virais ou 
bacterianas);➡ Coleções sanguíneas extravasculares (cefalohematoma, 
equimose); 
➡ Policitemia (RN PIG, RN mãe diabética, Tranfusão feto-
fetal/materno-fetal, clampeamento cordão após 60 seg ou 
ordenha de cordão umbilical); 
➡Circulação entero-hepática aumentada (anomalias gastro-
intestinais, jejum oral ou baixa oferta oral). 
Deficiência ou inibição conjugação da bilirrubina: 
➡ Hipotireoidismo congênito; 
➡ Síndrome de Gilbert (não hemolítica); 
➡ Síndrome de Crigler-Najjar tipos 1 e 2 
Investigação diagnóstica da Hiperbilirrubinemia Indireta 
Patológica: Bilirrubina total e frações; Hemoglobina; 
Esfregaço sanguíneo periférico; Reticulócitos; Tipagem 
sanguínea mãe e recém-nascido; Coombs direto e indireto e 
Eluato (testes imunológicos); Dosagem de G6PD/Piruvato 
quinase. 
Icterícia precoce ➡ Colher exames ➡ TRATAMENTO 
Tratamento: 
➡ Fototerapia; 
➡ Imunoglobulina (mais utilizada em casos de Doença 
hemolítica, deve ser combinada com fototerapia); 
➡Exsanguineotransfusão (indicada em caso de doença 
hemolítica grave por incompatibilidade Rh). 
5. APRESENTAR A FIOSIOLOGIA DA PERDA DE PES O NO 
RN À TERMO. 
O peso de um recém-nascido inicialmente pode diminuir 
10% do peso ao nascer durante a primeira semana, como 
resultado da eliminação do excesso de fluido extravascular e 
da ingestão nutricional limitada. A nutrição melhora à 
proporção que o colostro é substituído por um maior teor de 
gordura do leite materno, na medida em que as crianças 
aprendem sobre como se acoplar à mama e a sugar de 
maneira mais eficiente, e as mães tornam-se mais à vontade 
com as técnicas de amamentação. 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
9 
 
Os lactentes recuperam ou excedem o peso ao nascer por 
volta da segunda semana de vida e devem crescer cerca de 
30 g/dia durante o primeiro mês. A quase totalidade dos 
recém-nascidos (RN) apresenta perda ponderal nos 
primeiros dias de vida. Dada essa grande frequência, os 
autores a denominam de perda fisiológica de peso. 
A maioria dos estudos sugere que a perda corresponde, 
principalmente, à redução de fluidos, mas também é 
consequência do uso, pelo RN, de tecido adiposo como fonte 
de energia. 
Nos primeiros 2-3 dias de vida, RN amamentados 
exclusivamente perdem, em média, entre 5%-7% do peso do 
nascimento. Os limites fisiológicos máximos de perda de 
peso para RN amamentados exclusivamente ao seio são 
controversos. Assim, pode ser considerado normal ou 
aceitável a perda ponderal de até 10%, embora também haja 
referências a valores de 7%. 
A evolução do peso do recém-nascido, nos primeiros dias de 
vida, é usada como um indicador da adequação da 
amamentação. Dessa forma, o percentual de redução do 
peso em relação ao nascimento pode ser um dos parâmetros 
usados para a introdução de fórmula láctea. 
6. ENTENDER COMO FUNCIONA A REGULAÇÃO DA 
TEMPERATURA DO RN. (PRÓPRIA E AJUDA EXTERNA) . 
A termorregulação em adultos é alcançada por meio de 
atividades metabólica e muscular (p. ex., tremores). Durante 
a gravidez, os mecanismos maternos mantêm a temperatura 
intrauterina. Após o nascimento, os recém-nascidos 
precisam adaptar-se ao seu ambiente relativamente frio 
pela produção metabólica de calor, pois não conseguem 
causar uma resposta de tremor adequada. 
Os recém-nascidos perdem calor e temperatura ao sair do 
útero da mãe, podendo haver queda de 2ºC a 4ºC, tendo 
maior perda entre 10 a 20 minutos de vida. Essa perda de 
calor é decorrente da evaporação do líquido amniótico do 
seu corpo e continuará a perder mais calor nos minutos 
seguintes, pelo contato com superfícies frias ou exposição a 
ambientes frios, caso não seja recepcionado 
adequadamente na sala de parto. 
O centro termorregulador ainda não está maduro e seu 
corpo se resfria devido à temperatura do ambiente. O 
recém-nascido é incapaz de manter ou elevar a temperatura 
corporal pelo mecanismo de calafrios ou tremores. O recém-
nascido de risco deve ser colocado em um ambiente térmico 
controlado e com monitorização da frequência cardíaca, 
frequência respiratória e temperatura. A temperatura 
neutra adequada é aquela que propicia ao recém-nascido o 
menor consumo de calorias e oxigênio, portanto menor taxa 
metabólica, para manter a temperatura estável. 
Os neonatos a termo têm uma fonte de termogênese na 
gordura marrom, que é altamente vascularizada e inervada 
por neurônios simpáticos. Quando enfrentam estresse do 
frio, os níveis de norepinefrina aumentam e atuam no tecido 
adiposo marrom estimulando a lipólise. A maioria dos ácidos 
graxos livres (AGL) é reesterificada ou oxidada; ambas as 
reações produzem calor. A hipoxia ou o bloqueio beta-
adrenérgico reduz essa resposta. 
Mecanismos de perda de calor: 
➡ Radiação. O calor dissipa-se do neonato para um objeto 
mais frio no ambiente. 
➡ Convecção. O calor é perdido da pele para o ar em 
movimento. A perda depende da velocidade e da 
temperatura do ar. 
➡ Evaporação. O grau de perda depende principalmente da 
velocidade e da umidade relativa do ar. Recém-nascidos 
molhados na sala de parto são especialmente suscetíveis à 
perda de calor evaporativa. 
➡ Condução. Este é um mecanismo leve de perda de calor 
que ocorre do neonato para a superfície sobre a qual ele 
repousa. 
Ambientes térmicos neutros minoram a perda de calor. 
Condições termoneutras existem quando a produção de 
calor (medida pelo consumo de oxigênio) é mínima e a 
temperatura central está dentro da faixa normal 
Para evitar a perda de calor: 
 ➡ As diretrizes de cuidado térmico padrão incluem: 
(I) manutenção da temperatura da sala de parto 
em 25°C (OMS); 
(II) secar imediatamente o recém-nascido 
(sobretudo a cabeça); 
(III) retirar mantas molhadas e 
(IV) enrolar o recém-nascido em mantas 
préaquecidas. 
Também é importante pré-aquecer superfícies e minimizar 
correntes de ar. Um gorro é útil para evitar perda 
significativa de calor pelo couro cabeludo, embora as 
evidências sugiram que apenas gorros de lã são efetivos. 
O exame físico na sala de parto deve ser realizado com o 
neonato sob aquecedor radiante. Durante exames 
prolongados, deve-se utilizar uma sonda cutânea 
servocontrolada para manter a temperatura cutânea em 
36,5°C. 
Os neonatos prematuros apresentam exacerbação dos 
mecanismos de perda de calor combinada com redução da 
capacidade de produção de calor. Esses problemas especiais 
na manutenção da temperatura os deixam em desvantagem 
em comparação com neonatos a termo; neonatos 
prematuros apresentam: 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
10 
 
➡ Razão área de superfície cutânea/peso mais alta Pele 
extremamente permeável, o que acarreta maior perda 
transepidérmica de água 
➡ Redução da gordura subcutânea, com menos capacidade 
isolante Reservas menos desenvolvidas de gordura marrom 
➡ Redução da reserva de glicogênio Incapacidade de 
receber calorias suficientes para prover nutrientes para a 
termogênese e o crescimento 
➡ Limitação do consumo de oxigênio quando há problemas 
pulmonares. 
7. DISCORRER SOBRE OS EXAMES REALIZADOS NA 
TRIAGEM NEONATAL. 
Deve-se garantir a realização das triagens neonatais 
universais durante o período de internação hospitalar: teste 
do reflexo vermelho, oximetria de pulso, triagem auditiva e 
triagem biológica (esta pode ser realizada após a alta). 
O teste do reflexo vermelho (TRV), ou “teste do olhinho”, é 
um exame rápido, indolor, realizado pelo pediatra, usando 
um oftalmoscópio simples, para triagem precoce de 
problemas oftalmológicos congênitos que comprometem a 
transparência dos meios oculares e que podem impedir o 
desenvolvimento visual cortical. A cor vermelha do reflexo 
decorre da vasculatura da retina e coroide e do epitélio 
pigmentário, em resposta à luz. A luz normalmente refletida 
pela retina varia de vermelho até amarelo ou amarelo-
alaranjado. As principais causas de TRV alteradosão catarata 
congênita, glaucoma congênito, retinoblastoma, 
inflamações intraoculares da retina e vítreo, na presença de 
quaisquer opacidades dos meios oculares. Recomenda-se 
ainda que o teste seja repetido durante as visitas pediátricas 
regulares. Em caso de alteração, o RN deverá ser 
encaminhado para o oftalmologista. 
O teste da oximetria (teste do coraçãozinho) deve ser feito a 
partir de 24 horas de vida e tem como objetivo afastar 
cardiopatias críticas.18 Pode ser realizado no alojamento 
conjunto, colocando-se o sensor do oxímetro na mão direita 
e no membro inferior esquerdo ou direito. Qualquer medida 
da saturação de oxigênio menor que 95% ou diferença igual 
ou maior que 3% entre as medidas do membro superior 
direito e membro inferior obriga a uma nova aferição após 1 
hora. Se persistir alterado, o ecocardiograma deverá ser 
realizado, dentro das próximas 24 horas. 
A triagem auditiva neonatal universal (TANU), conhecida 
também como teste da orelhinha, deve ser realizada em 
todos os RN antes da alta hospitalar, no máximo no seu 
primeiro mês de vida. Na maternidade, recomenda-se a 
realização dos procedimentos de emissões otoacústicas 
evocadas (EOA) em crianças sem indicadores de risco para a 
deficiência auditiva (IRDA) e do potencial evocado auditivo 
de tronco encefálico automático (PEATE-A) em crianças com 
indicadores de risco, em especial naquelas que 
permaneceram na UTI neonatal por mais de 5 dias. Caso 
ocorra falha na TANU antes da alta hospitalar, recomenda-
se que seja realizado um reteste após 15 dias da alta 
hospitalar. Caso esta falha permaneça, deve-se realizar o 
encaminhamento para diagnóstico médico e audiológico, 
com o objetivo de confirmar a existência ou não da perda 
auditiva. 
O teste de triagem neonatal biológica (“teste do pezinho”) é 
realizado em sangue armazenado em papel filtro, deve 
preferencialmente ser colhido entre o 3º e 5º dia de vida e 
repetido em situações especiais em RN internados em UTI 
neonatal. O teste básico disponibilizado pelo SUS é capaz de 
detectar até seis tipos de doenças (fenilcetonúria, 
hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia 
falciforme, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de 
biotinidase), com incorporação de outros testes 
dependendo do Estado da Federação. 
Foi aprovada em maio de 2021 a ampliação do teste do 
pezinho em todo o território brasileiro pelo SUS, com o qual 
será possível detectar até 50 doenças raras. A implantação 
está prevista para maio de 2022, incluindo além da triagem 
das doenças anteriores citadas, galactosemia, deficiência de 
G-6-PD, aminoacidopatias, doenças lisossômicas, 
imunodeficiências primárias, atrofia muscular espinhal, 
toxoplasmose congênita, sífilis congênita, HIV, rubéola 
congênita, herpes congênito, doença do citomegalovírus 
congênito e doença de Chagas, implementada em etapas. 
Existe disponibilidade desses exames em laboratórios 
privados, parcialmente cobertos pela saúde suplementar. 
8. ABORDAR A IMPORTANCIA DO VÍNCULO MÃE E 
FILHO. 
Do ponto de vista do desenvolvimento global da criança, as 
relações afetivas entre mãe e bebê, possuem grande 
destaque nas pesquisas realizadas por vários autores que se 
dedicam ao estudo do binômio mãe-bebê. O afeto é 
essencial na infância. Sua importância é maior nessa idade 
que nos períodos posteriores. A atitude emocional da mãe e 
seu afeto orientam o bebê, conferindo qualidade de vida à 
sua experiência, já que o seu aparelho perceptivo e 
discriminação sensorial não estão maduros (Spitz, 1996). 
A ligação afetiva é o vínculo que uma pessoa ou animal 
forma com outro indivíduo específico, sendo a formação das 
primeiras relações entre mãe e bebê os protótipos de todas 
as relações sociais futuras (Biaggio, 1996). A teoria da ligação 
afetiva é designada segundo Bowlby (1997) como: 
Segundo o autor (Bowlby, 1977), o apego é conceituado 
como um vínculo do bebê para com sua mãe. Porém, o 
termo pode ser empregado de uma forma mais ampla, 
constituindo um vínculo nas duas direções, bebê-mãe e 
mãe-bebê (Klaus & Kennell, 1993). 
o apego dos pais para com seu novo bebê não é instantâneo 
e automático com o nascimento. Ele não é instintivo, como 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
11 
 
é difundido popularmente; o vínculo deve ser visto como um 
processo contínuo para que exista a conscientização de suas 
complexidades e possíveis armadilhas, como por exemplo: o 
nascimento de um bebê prematuro e/ou com patologias que 
possam levar a quebra desse processo, acarretando 
dificuldades no relacionamento pais e filhos (Brazelton, 
1988). 
O primeiro ponto a ser ressaltado é que o parto prematuro, 
em geral, ocorre de forma urgente, privando a mãe da 
preparação psicológica do final da gravidez, causando um 
sentimento de ferida, de incapacidade, podendo levar a uma 
perturbação no seu fundamento narcisista de personalidade 
e identidade, ou seja, ela vive em um contexto 
de prematuridade psicológica (Ajuriaguerra & Marcelli, 
1991). Destarte, a mulher tende a se sentir prematura como 
mãe, pois foi pega de surpresa, não se sentindo pronta para 
receber o bebê no mundo. Além disso, o bebê pré-termo é 
menor e mais frágil, intensificando na mãe os temores 
comuns de não ser capaz de cuidar satisfatoriamente do 
filho. Quando o bebê corre risco de morte,os pais sentem 
medo de fazer ligação afetiva forte com o filho, porque ele 
pode não sobreviver (Maldonado, Dicktein, & Nahoum, 
1996). Esse momento é marcado pela coexistência de 
sentimentos ambíguos, especialmente quando o bebê é 
muito pequenino. A esperança de que ele viva é mesclada 
com desejos de morte que levam os pais a se sentirem 
culpados. O retorno para casa, quando ocorre, é vivido de 
forma dolorosa e traumatizante (Mazet & Storeru, 1990). 
Além das dificuldades de ficarem separados dos filhos, os 
pais na UTI neonatal enfrentam a angústia, tensão e 
apreensão em relação à situação do bebê. De acordo com a 
observação do comportamento realizado com as mães 
verificou-se que o acesso livre dos pais foi muito importante 
para o relacionamento pais-bebê. O ver, tocar e ajudar a 
cuidar do filho alivia em parte a angústia e a insegurança. O 
que foi constatado através da menor solicitação de ajuda às 
auxiliares de enfermagem, o manuseio mais seguro dos 
bebês e a própria expressão no olhar dos pais. A criança 
também é beneficiada nesse contato, pois o bebê pré-termo 
possui as mesmas necessidades emocionais dos nascidos a 
termo (Maldonado, 1994). 
As relações afetivas estabelecidas entre a mãe e o seu bebê 
são fundamentais para assegurar a construção do psiquismo 
da criança, possibilitando um desenvolvimento saudável da 
personalidade e dos comportamentos sociais. É através do 
relacionamento seguro, contínuo e afetivo que a criança 
desenvolve a formação da sua autoestima e toma 
conhecimento do mundo exterior. Desta forma, a privação 
desse vínculo pode levar a uma série de distúrbios, que irão 
variar conforme o grau de privação. 
Mãe que pode compreender as necessidades tanto 
fisiológicas como emocionais do seu bebê, permite o 
desenvolvimento de uma comunicação criativa. As 
distorções e as dificuldades dessa relação mãe-bebê podem 
originar muitas das doenças psicossomáticas e emocionais 
posteriores. 
Há um consenso entre a maioria dos autores quanto à 
importância da interação mãe-bebê para o desenvolvimento 
global da criança. Além da importância, foi possível averiguar 
que a qualidade dessa interação poderá trazer benefícios ou 
prejuízos no curso do desenvolvimento. 
9. DISCUTIR PROGRAMAS DE APOIO DIRECIONADOS À 
ATENÇÃO PRIMÁRIA NO PÓS PARTO. 
A atenção à mulher e ao recém-nascido (RN) no pós-parto 
imediato e nas primeiras semanas após o parto é 
fundamental para a saúde materna e neonatal. Recomenda-
se uma visita domiciliar na primeira semana após a alta do 
bebê. Caso o RN tenha sido classificadocomo de risco, essa 
visita deverá acontecer nos primeiros 3 dias após a alta. O 
retorno da mulher e do recém-nascido ao serviço de saúde, 
de 7 a 10 dias após o parto, deve ser incentivado desde o 
pré-natal, na maternidade e pelos agentes comunitários de 
saúde na visita domiciliar. 
Objetivos: 
➡ Avaliar o estado de saúde da mulher e do recém-nascido; 
➡ Orientar e apoiar a família para a amamentação; 
➡ Orientar os cuidados básicos com o recém-nascido; 
➡ Avaliar interação da mãe/família com o recém-nascido; 
➡ Identificar situações de risco ou intercorrências e 
conduzi-las; 
➡ Orientar o planejamento familiar. 
Uma vez que boa parte das situações de morbidade e 
mortalidade materna e neonatal acontecem na primeira 
semana após o parto, o retorno da mulher e do recém-
nascido ao serviço de saúde deve acontecer logo nesse 
período. Os profissionais e os serviços devem estar atentos 
e preparados para aproveitar a oportunidade de contato 
com a mulher e o recém-nascido na primeira semana após o 
parto para instituir todo o cuidado previsto para a “Primeira 
Semana de Saúde Integral”. (2006) 
Consulta Puerperal: Caso a mulher e o recém-nascido já 
tenham comparecido para as ações da primeira semana de 
saúde integral, realizar avaliação das condições de saúde da 
mulher e do recém-nascido; registro das alterações; 
investigação e registro da amamentação; retorno da 
menstruação e atividade sexual; realização das ações 
educativas e condução das possíveis intercorrências. 
*Caso a mulher não tenha comparecido para consulta na 
primeira semana após o parto, realizar as ações previstas 
para a “Primeira Semana de Saúde Integral”. 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
12 
 
Rede Cegonha (2011): É uma estratégia do Ministério da 
Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para 
assegurar às mulheres o direito ao planejamento 
reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e 
ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao 
nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento 
saudáveis. 
Esta estratégia tem a finalidade de estruturar e organizar a 
atenção à saúde materno-infantil no País e será implantada, 
gradativamente, em todo o território nacional, iniciando sua 
implantação respeitando o critério epidemiológico, taxa de 
mortalidade infantil e razão mortalidade materna e 
densidade populacional. 
São quatro os componentes da Rede Cegonha: 
I - Pré-natal; 
II - Parto e nascimento; 
III - Puerpério e atenção integral à saúde da criança; e 
IV - Sistema logístico (transporte sanitário e regulação). 
Benefício Variável à Gestante – BVG: R$ 41,00 (Bolsa 
Família) 
➡ Pago às famílias do Bolsa Família com renda mensal de 
até R$ 178,00 por pessoa, que tenham grávidas em sua 
composição; 
➡ Pagamento de nove parcelas mensais. Esse benefício só é 
pago se a gravidez for identificada pela área de saúde de seu 
município, sendo a informação inserida no Sistema Bolsa 
Família na Saúde. 
➡ Caso a gestante identificada tenha a gestação 
interrompida, ela receberá o benefício da mesma forma. 
Benefício Variável Nutriz – BVN: R$ 41,00 (Bolsa Família) 
➡ Pago às famílias com renda mensal de até R$ 178,00 por 
pessoa, que tenham crianças com idade entre 0 e 6 meses, 
para reforçar a alimentação do bebê, mesmo nos casos em 
que o bebê não more com a mãe. 
➡ Pagamento de seis parcelas mensais. Para que o benefício 
seja concedido, a criança precisa ter seus dados incluídos no 
Cadastro Único até o sexto mês de vida. 
➡ Caso o bebê registrado no Cadastro faleça nos primeiros 
meses de vida, o benefício será recebido da mesma forma. 
O “Mães Unidas” tem como objetivo proporcionar apoio 
relacional às gestantes e às mães de crianças com até 2 (dois) 
anos de idade, por meio da formação de uma rede de 
voluntárias. O projeto visa promover o fortalecimento de 
vínculos familiares, a saúde, a cidadania e o acesso à justiça 
de mulheres e crianças assistidas. (Projeto Piloto em Goiás 
2020) 
O “Mães Unidas” contempla: 
➡ Cursos de capacitação para voluntárias; 
➡ Formação de rede de mães voluntárias; 
➡ Atendimento individual humanizado; 
➡ Realização de rodas de conversas envolvendo mães, 
especialistas e voluntárias; 
➡ Oferta da “Caixa do Bebê” - trata-se de uma caixa em 
formato de mini berço com enxoval, materiais de higiene, 
fraldas e roupas. Todo o material foi pensando para as 
primeiras semanas de vida da criança; e E-book com 
informações básicas para gestantes e mães. 
Beneficiária direta - O "Mães Unidas" atenderá gestantes e 
mães de crianças com até 2 (dois) anos de idade e priorizará 
respectivamente: 
I. gestantes e mães adolescentes de até 19 (dezenove) anos; 
II. gestantes e mães beneficiárias do Programa Bolsa Família; 
III. gestantes e mães de crianças com deficiências.

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