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Pneumo - Tosse crônica Definição: - Sintoma de uma grande variedade de patologias,pulmonares e extrapulmonares. - Impacto social negativo: Intolerância no trabalho e família; incontinência urinária; constrangimento; prejuízo do sono; custo em exames subsidiários e com medicamentos. 1) Aguda: até 3 semanas; 2) Subaguda: entre 3 e 8 semanas; 3) Crônica: acima de 8 semanas. Fisiopatologia: - Troca gasosa: mobilização do ar e inalação de partículas; - Mecanismos de depuração para proteção das vias aéreas: Clearance mucociliar e tosse; - Benefícios da tosse: Eliminação das secreções das vias aéreas pelo aumento da pressão; proteção contra alimentos e corpos estranhos; proteção contra arritmias potencialmente fatais. Ato de Tossir: - Voluntário e involuntário; - 4 fases: inspiratória, compressiva, expiratória e relaxamento; Mecanismos de suspensão ou de diminuição da efetividade da tosse: - Presença de anormalidades ou alterações do arco reflexo; - Uso de medicamentos sedativos e narcóticos; - Dano decorrente de aumento da pressão sobre o centro da tosse; - Doenças neuromusculares; - Cirurgias abdominais e torácicas; - Anomalias da laringe; - Ineficácia da abertura da glote; - Velocidade do fluxo aéreo produzido na fase expiratória. Anatomia e neurofisiologia do reflexo da tosse: - 5 grupos de componentes: receptores de tosse, nervos aferentes, centro da tosse, nervos eferentes e músculos efetores. - Mecanismo da tosse: estímulo irritativo, sensibiliza receptores, envia à medula (N. vago, centro da tosse), receptores da tosse (rapidamente adaptáveis e de adaptação lenta, fibras C), induz a tosse. Mecanismos inflamatórios: - Principais causas da tosse crônica: envolvimento inflamatório incidindo nas vias aéreas (aumento de mastócitos e eosinófilos). - O papel da resposta inflamatória brônquica é identificável e preponderante para o entendimento desse importante sintoma que, possivelmente, se relaciona à lesão epitelial com consequente exacerbação da sensibilidade das terminações nervosas aos estímulos. - Estímulo irritativo -> Receptores distribuídos pelas vias aéreas -> Pelo nervo vago -> Centro da tosse -> Receptores rapidamente e lentamente adaptáveis; Fibras C -> Tosse. Tosse Aguda: - Tem duração inferior a 3 semanas; - É necessário história clínica e exame físico minucioso; - As causas mais comuns são: Resfriado comum, gripe, traqueobronquite aguda, rinossinusite aguda, exposição a alérgenos ou irritantes, exacerbação de doença pré-existente (DPOC, asma e bronquiectasias) e drogas (IECA e betabloqueadores). - Resfriado comum: tosse irritativa e seca, irritação na garganta, congestão nasal, rinorreia mucosa ou hialina, espirros, drenagem pós-nasal, lacrimejamento. - Gripe: febre alta, tosse seca, coriza, adinamia, mialgia, prostração, fadiga, cefaleia, lacrimejamento. Orofaringe, mucosa nasal e membrana timpânica hiperemiadas e inflamadas. - Traqueobronquite aguda: tosse que inicia seca e se torna produtiva, com ou sem expectoração, sendo ou não purulenta. Presença de roncos expiratórios difusos à ausculta. - Rinossinusite aguda: 2 sinais maiores ou 1 maior e 2 menores. - Sinais maiores: cefaléia, dor ou pressão facial ao acordar, obstrução ou congestão nasal, secreção nasal ou pós-nasal purulenta, hiposmia ou anosmia (perda do olfato). - Sinais menores: tosse (que persiste por mais de 10 dias), febre baixa, halitose, otalgia. - IECA (captopril, enalapril): tosse irritativa, sem expectoração, diagnosticada antes de 3 semanas de uso. - Betabloqueadores: tosse com ou sem dispnéia e chiado. Tosse Subaguda: - Tem duração entre 3 e 8 semanas. - É necessário história clínica e exame físico minuciosos. - As causas mais comuns são: - Tosse pós-infecciosa; - Outras causas: as clássicas da tosse crônica como asma, síndrome das vias aéreas superiores (rinossinusites), doença do refluxo gastroesofágico e bronquite eosinofílica, e doenças broncopulmonares evidenciadas pela história clínica, exame físico e/ou exames de imagens. Tosse Pós-infecciosa: - Tosse seca que aparece após quadros infecciosos. - Inflamação e lesão epitelial que deixa a via aérea sensível e hiperresponsiva. - Piora principalmente à noite. - Diagnóstico baseado em 3 critérios: 1) Tosse com duração superior a 3 inferior a 8 semanas; 2) Avaliação clínica detalhada para afastar outras causas; 3) História de infecção das vias aéreas nas últimas 3 semanas. - Fatores que podem contribuir: Drenagem pós-nasal, acúmulo de secreções nas vias aéreas inferiores e agravamento da DRGE. História e Exame Físico: - História de tabagismo, dose-relacionada, expectoração (bronquite crônica, efeitos irritantes da fumaça). - Bronquiectasias: volume expectorante, mudanças posturais. - Exame físico: baqueteamento digital, halitose e estertores localizados ou difusos, sinais de obstrução ao fluxo aéreo. - Tosse seca ou pouco produtiva: História de terapia com IECA. - Infecção respiratória das vias aéreas superiores. - Indivíduos não fumantes + RX de tórax normal + sem uso de IECA: Asma, rinossinusite ou DRGE. - Asma: dispnéia, pressão no peito, chiado, cansaço fácil e tosse. Se ausência dos sintomas: Tosse variante de asma. - Tosse variante de asma: Variabilidade do pico de fluxo + exacerbação noturna, durante atividades físicas ou contato com o ar frio (podem acontecer em pacientes não asmáticos). - Chiado: frequentemente ausente nos pacientes com tosse variante da asma. - Rinossinusite: obstrução ou congestão nasais, rinorréia, espirros, secreção purulenta, dor facial e drenagem retronasal. - Exame de faringe: eritema, “atapetamento” da mucosa da faringe posterior e presença de secreção mucóide ou purulenta. - DRGE: dispepsia e azia, são reconhecidos também sintomas como voz rouca e afonia, a tosse diminui durante o sono e ao se adotar uma postura vertical. Asma e Tosse: - Asma é uma das principais causas da tosse crônica em adultos não tabagistas. - Usualmente, a dose é acompanhada de dispnéia e chiado no peito em pacientes com asma, mas em alguns indivíduos a tosse pode ser o único sintoma da doença (Tosse variante de asma). - Pacientes com TVA possuem: 1) Receptores da tosse mais sensíveis a diferentes substâncias inaladas; 2) Grau de hiperresponsividade à metacolina menos intensos. 3) Semelhantes alterações inflamatórias das vias aéreas: Infiltração eosinofílica e espessamento subepitelial da mucosa brônquica. 4) Exame físico e função pulmonar normais. - Diagnóstico: Teste de broncoprovocação com metacolina positivo; Resolução da tosse com um tratamento específico para asma (medir a concentração de óxido nítrico; monitorar a inflamação no trato respiratório). - Tratamento: Uso de broncodilatadores inalatórios; Resolução completa da tosse após 8 semanas de tto com corticóide inalatório. Tosse na DPOC: - Suspeita: Exposição ambiental + Sintomas respiratórios. - Confirmação e Estadiamento: Espirometria. - Afastar comorbidades: Radiografia de tórax. - Tosse crônica é uma das principais queixas dos pacientes com DPOC. - Tratamento mais eficiente: Abandono do tabagismo ou da exposição ambiental (90% melhoram o quadro de tosse). - Bronquite Crônica (ausentes outras doenças cardiorrespiratórias): ● Tosse + Escarro; ● Na maior parte do dia; ● Por no mínimo 3 meses; ● Em pelo menos 2 anos consecutivos; ● Exposição a irritantes das vias aéreas; ● Tabagismo e agentes nocivos. - Pacientes com DPOC estável: aparecimento de tosse crônica ou mudança de sua característica determinam necessidade de investigar doenças associadas. - A tosse provocada pela exacerbação de DPOC deve ser avaliada pelos Critérios de Anthonisen: 1. Presença (aumento do volume) ; 2. Qualidade (purulência) do escarro; 3. Grau de piora da dispnéia. - Pelo menos dois dos três critérios de Anthonisen: uso de ATB. - Corticóide oral ou injetável: em exacerbações moderadas e graves. - Em DPOC estável: uso de β2 agonistas de curta duração inalados, brometo de ipratrópio, teofilina oral e associação de β2 agonistas de longa duração e corticóideinalatório podem melhorar a tosse. - Tratamento da exacerbação: Eliminação do agente causal e recuperação do estado pré-exacerbação, sendo o tratamento da causa da tosse a regra, e sua inibição a exceção. - Exames subsidiários: 1) Exames radiológicos; 2) Espirometria com prova broncodilatadora: Volume de ar inspirado ou expirado / unidade de tempo; Obstrução do fluxo aéreo que desaparece ou melhora com broncodilatadores = asma; Pacientes com DPOC podem apresentar resposta igual; Pacientes asmáticos com grau extremo de obstrução podem não apresentar resposta satisfatória; Espirometria normal não exclui asma ➡ broncoprovocação. 3) Testes de provocação brônquica: Resposta das vias aéreas a agentes farmacológicos que causam broncoespasmos - metacolina, carbacol e histamina; Em pcts asmáticos, há resposta broncoconstritora exagerada = hiperresponsividade das VA; Também pode acontecer em IR, rinite alérgica e tabagistas assintomáticos; Positivo: VEF 20% do VI. 4) Pico de fluxo respiratório seriado: Medições seriadas do pico de fluxo expiratório; Variabilidade intermediária maior que 15% é característica de Asma — não é critério obrigatório para diagnóstico; Estratificação da gravidade da doença; Em conjunto com a provocação brônquica, pode adicionar maior sensibilidade; Muito usado em Medicina Ocupacional, já que correlaciona sintomas respiratórios decorrentes da exposição a agentes inalatórios. 5) Outros testes: DIP como causa da tosse ➡ Determinação de volume pulmonar e prova de difusão do CO. Disfunção das Cordas Vocais: - Discinesia de laringe. - Alteração funcional. - Difícil diagnóstico. - Geralmente utilizam-se de medicamentos inadequados (corticóide oral em altas doses e imunossupressores). - Tosse crônica ocorre em cerca de 80% dos pacientes com DCV. - Correlação com doença do refluxo gastroesofágico (DRGE). - Funções fisiológicas da laringe: manutenção pérvia e proteção das VAs; e a fonação. - Reflexo da tosse durante a deglutição e para expulsão de microrganismos nocivos (limiar aumentado). - Etiopatogenia não está totalmente clara: - Teoria neurogênica - Teoria da DRGE - Teoria da reação de conversão - Sinais e sintomas são inespecíficos. Os mais comuns: tosse, chiado, estridor, dispneia, rouquidão e sufocamento. - Alguns apresentam: dificuldade de deglutir, dor na garganta e no tórax, e sintomatologia de DRGE. - Asma sem resposta terapêutica. - Fatores desencadeantes. - Predomínio no sexo feminino e na faixa etária de 20 a 45 anos. - Exames: laringoscopia, espirometria e nasofibrolaringoscopia. - Tratamento: combinação de métodos terapêuticos e equipe multidisciplinar. Bronquite Eosinofílica sem Asma: - É a causa comum de tosse crônica. - Cerca de 10% dos pacientes referidos a clínicas terciárias. - Distingue-se da asma. - Quadro clínico: Tosse seca ou produtiva; Sem evidências clínicas ou radiológicas; Espirometria normal; Sem resposta broncodilatadora. - Diagnóstico: Presença de eosinofilia e condição autolimitada. - Tratamento: Corticosteroides inalados e eosinofilia desaparecendo. Tosse Pós-infecciosa: - Ocorre após infecção do trato respiratório superior. - O resfriado comum é a causa mais frequente. - Presença de sinais e sintomas referentes a via aérea superior. - Quadro clínico: Rinorréia; Obstrução nasal; Ato de fungar e espirrar; Corrimento pós-nasal; Lacrimejamento; Irritação da garganta. - Diagnóstico: Clínico; 97% tem RX de tórax normal. - Tratamento: Maleato de dexclorfeniramina associado com pseudoefedrina. Tosse Sazonal: - A tosse sazonal está associada à alterações nas vias aéreas causadas por fatores externos próprios daquele período do ano. - Causas: Alérgicas, infecciosas e poluição atmosférica. - Evolução da doença: Inflamação da mucosa nasal; Sd. de rinite (GPN e tosse); Obstrução do complexo osteomeatal causando predisposição para infecções; Sinusite; Acometimento das Vias aéreas inferiores e acentuação da tosse - Classificação da Rinite: Sazonal (ocorre em um período determinado do ano) e Perene (sintomas distribuídos durante todo o ano - Alérgenos indoor). Gotejamento pós-nasal, rinite e rinossinusite: - Causa mais comum de tosse crônica; - Em uma série de 102 pacientes com tosse crônica, foi demonstrado que o GPN foi a mais frequente causa isolada de tosse; - Presença de GPN isolado em 35% dos pacientes com tosse crônica, sem hiperresponsividade brônquica; - Áreas atingidas: fossas nasais, faringe e seios paranasais. - Processo inflamatório da mucosa que reveste a cavidade nasal e os seios paranasais. (Rinossinusite). - Rinite e sinusite se apresentam usualmente como uma continuidade anatômica e fisiopatológica; - Rinite existe isoladamente; - Pode ser classificada com base na duração dos sintomas e na frequência dos episódios. - Rinossinusite aguda é responsável por muitos atendimentos médicos. - Diferenciação entre um quadro gripal e uma infecção bacteriana nem sempre é fácil (Sintomas inespecíficos). - Os sinais e sintomas clínicos nas rinossinusites aguda, subaguda e crônica são semelhantes, diferenciando-as o seu tempo e a forma de evolução (Recorrente ou complicada). Rinite: - Tosse (N. glossofaríngeo e N. faríngeo); - Sensação de algo gotejando na garganta; - Limpar a garganta (Sinal de pigarrear); - Rinorréia; - Obstrução nasal; - Halitose; - Rouquidão; - Cefaleia; - Aspecto pavimentoso da mucosa orofaríngea; - Prurido; - Espirros; - Diagnóstico clínico. Rinossinusite: - Congestão e obstrução nasal; - Secreção purulenta nasal e em rinofaringe; - Tosse diurna e/ou noturna; - Dor e pressão facial; - Cefaléia (incomum antes dos 6 anos); - Irritação na garganta; - Halitose; - Febre; - Hiposmia; - Obs.: podem ser os únicos sintomas em crianças Exames: - Devem ser realizados nos pacientes com dúvidas na etiologia da rinite e nas rinites perenes. - Detectar presença de IgE: Teste cutâneo-in vivo; RAST-in vitro. - Endoscopia nasal: Pode ser usada na rinite e na rinossinusite. - Radiografia não é indicada para avaliar os seios paranasais, TC é o padrão-ouro. Tratamento Rinite: - Higiene do ambiente físico e nasal; - Farmacoterapia; - Anti-histamínicos, vasoconstritores orais e tópicos e corticosteróides orais e tópicos; - Imunoterapia específica; Tratamento Rinossinusite: - Amoxicilina ou cotrimoxasol por 7-10 dias. - Amoxicilina com clavulanato ou uma cefalosporina de segunda geração por 7-14 dias. - Macrolídeos (claritromicina). - Fluoroquinolonas. - Nas rinossinusites crônicas agudizadas ou nas odontogênicas a antibioticoterapia costuma ser coadjuvante (tratamento por pelo menos 21 dias). Doença do Refluxo Gastroesofágico: - Consenso Brasileiro: afecção crônica decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes, acarretando variável espectro de sintomas (esofágicos ou extra-esofágicos), associados ou não a lesões teciduais. - Prevalência estimada de 12% no Brasil, tendo 5-41% dos casos com tosse crônica decorrente do RGE, com aumento progressivo ao longo dos anos - controverso. - Refluxo ¨não ácido¨. - Condições clínicas comuns. Manifestações Clínicas: - Típicas: pirose e regurgitação. - Atípicas: dor torácica, sensação de globus faríngeo, tosse, asma brônquica, disfonia e pigarro. - Pacientes com sintomas atípicos frequentemente não apresentam sintomas típicos. - Não há características próprias da tosse decorrente do RGE que a diferencia de outras origens. - Perfil clínico com alta capacidade de predição para tosse decorrente de RGE: Ausência de exposição a agentes irritantes, não ser fumante na atualidade, não estar em tratamento com drogas IECA, participação de asma ou sinusite descartada, participação de bronquite eosinofílica descartada e RX de tórax normal ou com alterações inespecíficas. Diagnóstico: - Endoscopia digestiva alta: INDICAÇÃO: presença e grau de esofagite, complicações da DRGE e afecções associadas, coleta biópsia. LIMITAÇÃO: não avalia RGE, apenas consequências eventuais do mesmo. - pHmetria esofágica prolongada:INDICAÇÃO: presença, padrão e intensidade do RGE, identifica portadores da DRGE sem esofagite, recidiva dos sintomas pós-operatório e avalia eficácia do tratamento clínico. LIMITAÇÃO: não identifica refluxo ¨não ácido¨, presença de esofagite ou complicações. - Impedâncio-pHmetria esofágica: INDICAÇÃO: avalia movimento retrógrado do material refluído, caracteriza sua natureza e auxilia indicação cirúrgica. LIMITAÇÃO: perspectiva futura - controverso. - Estudo radiológico contrastado do esôfago: INDICAÇÃO: avaliação morfológica do órgão, indicar complicações da DRGE e condições favorecedoras. LIMITAÇÃO: avaliação momentânea do refluxo, não identifica esofagite e não caracteriza adequadamente o RGE, tem baixa sensibilidade diagnóstica. - Manometria esofágica: INDICAÇÃO: avalia tônus pressórico dos esfíncteres do esôfago e atividade motora do corpo esofágico, fornecendo um parâmetro preditivo da evolução da doença, presença de distúrbio motores do esôfago, atividade motora no pré-operatório de cirurgia anti-refluxo e auxilia a pHmetria. LIMITAÇÃO: não avalia a real capacidade de transporte do bolus ingerido. Tratamento: - Alívio dos sintomas; - Cicatrização das lesões; - Prevenção de recidivas e complicações; - Reduzir o potencial agressivo do conteúdo gástrico; - Minimizando a agressão pelo ácido clorídrico do suco gástrico. Medidas Comportamentais: - Elevação da cabeceira da cama (15 cm). - Moderar a ingestão de alimentos: Gordurosos; Cítricos; Bebidas quentes; Bebidas alcoólicas; Bebidas gasosas. - Cuidados especiais no uso de medicamentos: Anticolinérgicos; Teofilina; ADTs; Bloqueadores de canais de cálcio; Agonistas beta adrenérgicos; Alendronato. - Evitar deitar-se nas duas horas seguintes às refeições. - Evitar refeições copiosas. - Redução drástica ou cessação do fumo. - Reduzir o peso corporal (emagrecimento). Tratamento Farmacológico: - Inibidores de bomba protônica: Omeprazol 40 mg; Lansoprazol 30 mg; Pantoprazol 40 mg; Rabeprazol 20 mg; Esomeprazol 40 mg. - Antagonistas H2 (AH2): Cimetidina 300 mg; Ranitidina 50 mg; Famotidina 40 mg. - Procinéticos: Bromoprida; Cisaprida; Domperidona; Metoclopramida. Tratamento Cirúrgico: - Indicado nos casos de tolerância do paciente a tratamento clínico prolongado; - Está indicado também nas formas complicadas da doença (esôfago de Barrett, ulceração, estenose). - Resumindo os critérios: Refluxo patológico confirmado por pHmetria; Perfil clínico sugestivo de que o refluxo é a causa da tosse; Ausência de melhora significativa da tosse em três meses de tratamento clínico intensivo do refluxo; Provas de refluxo realizadas durante o tratamento revelando tolerância ao tratamento; Prejuízo na qualidade de vida do paciente devido a tosse crônica. Tosse por IECAS: - Acomete 10-30% dos pacientes que fazem uso desses anti-hipertensivos; - Pode surgir meses ou anos após seu início de uso; - Menor indução de tosse entre os fumantes; - A exposição prolongada ao tabaco possivelmente acarreta dessensibilização de receptores da tosse localizados no epitélio das vias aéreas; - Suspensão por 4 semanas e avaliação da remissão dos sintomas; - Na maioria das vezes substitui-se por um antagonista de receptor de angiotensina (BRA). - Enzima conversora de angiotensina degrada alguns mediadores inflamatórios (bradicinina, substância P e neurocinina A), substâncias relacionadas à mediação da tosse. Bronquiectasia e Tosse Crônica: - Dilatações anormais e irreversíveis das paredes brônquicas. - Principais Causas: Pneumonia de repetição; Tuberculose; Síndromes genéticas, como a fibrose cística e discinesia ciliar; Grande número permanece como idiopática. - Com o advento dos antibióticos em 1940 e a vacinação maciça para as doenças da infância (sarampo e coqueluche), a incidência de bronquiectasia declinou acentuadamente. - Quadro Clínico: Quadros crônicos de tosse com expectoração frequente; Uso prévio de vários antibióticos; Dispneia; Sibilância; Hemoptise. - Muitas das manifestações são semelhantes às da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), incluindo obstrução do fluxo aéreo e inflamação das vias aéreas. Tosse e Tuberculose: - Tosse e a expectoração; - Anorexia, febre, emagrecimento, hemoptise, astenia e sudorese noturna; - Grupo prioritário de rastreamento da tuberculose pulmonar: sintomáticos respiratórios. - Tuberculose Primária: Mais frequente na criança; Predomínio de sintomas sistêmicos; Contato com adulto sintomático respiratório; Linfonodomegalia hilar e paratraqueal unilateral. - Tuberculose do adulto (de reinfecção): Manifestações respiratórias predominantes; Tosse seca passando a produtiva. - Expectoração espontânea: solicitar a baciloscopia direta. Caso negativa, solicitar o escarro induzido e a broncofibroscopia. Tosse Crônica em Crianças: - Tosse variante de asma, refluxo gastroesofágico e sinusite; - Pode ser decorrente de associação de duas ou mais doenças; - História clínica e o exame físico são fundamentais para o esclarecimento diagnóstico e das associações diagnósticas; - Tosse crônica em crianças que não está associada à sibilância pode ter como etiologia fatores poluentes intra e extradomiciliares; - Tosse seca crônica de origem psicogênica; - Se a história, exame físico e a radiografia de tórax fornecem subsídios efetivos e suficientes para o diagnóstico etiológico, deve-se realizar o tratamento adequado. - Particularidades da tosse a serem investigadas para o diagnóstico etiológico: Características da tosse; Ritmo diário; Época e condições de início; Enfermidades, sinais e sintomas associados.
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