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ANATOMIA FUNÇÕES Aquecer e umidificar o ar; Ressonância da voz; Equilibrar diferenças de pressão; Melhorar a olfação; Reduzir o peso do crânio; Proteger as estruturas orbitais e cranianas de traumas. EMBRIOLOGIA E DESENVOLVIMENTO DOS SEIOS MAXILARES Nascimento: ovóide – 3 paredes; 6 meses: 1ºPM ao 1ºM; 4 anos: alcança o 2ºM; Desenvolvimento completo: 15 anos. LIMITES ESPACIAIS COM RELAÇÃO AO CRÂNIO HISTOLOGIA DA MEMBRANA SINUSAL O seio maxilar é revestido internamente por uma membrana especializada de tecido conjuntivo fino, tipo colunar, ciliado, no qual passam nervos, vasos, arteríolas, glândulas serosas e mucosas; Epitélio pseudoestratificado cilíndrico ciliado, com presença de células caliciformes – presença de muco gel, leucócitos e imunoglobulinas; Produz muco, que tem como principais funções: umidificação, lubrificação, limpeza e proteção; constantemente drenado pela ação ciliar pelo óstio para as narinas; Quando normal, o epitélio apresenta movimentos ciliares; Quando com enfermidade, ocorre a paralisia de movimentos ciliares com estase de secreções e colonização de bactérias; VENTILAÇÃO – DRENAGEM: Seios frontal, etmoide anterior e maxilar: circulam pelo meato médio; Seios etmoide posterior e esfenoide: circulam pelo meato superior; RELAÇÃO ANATÔMICA DOS DENTES COM OS SEIOS 40% das raízes de molares apresentam íntimo contato com seio axilar; Cúpulas alveolares; Relação de intimidade dente/seio maxilar: primeiro molar > segundo molar > segundo pré-molar > terceiro molar > primeiro pré- molar e caninos; PNEUMATIZAÇÃO Trata-se do aumento volumétrico do seio paranasal devido a reabsorção óssea interna que acontece pela falta de estímulos oclusais quando da perda de um ou mais dentes; Fisiopatologia: bloqueio da ventilação do seio paranasal afetado; Fatores predisponentes: └ Infecção viral, alergia; └ Hipertrofia de adenoide, concha Bulhosa, desvio de septo; └ Polipose nanosinusal, fibrose cística, poluição, discinesias ciliares, imunodeficiência. DIAGNÓSTICO Anamnese (história clínica) e exame clínico; Exames de imagem: └ Waters (PA Naso-mento), Caldwell (PA Fronto-naso), Perfil e Hirtz (axial); └ Tomografia computadorizada; Métodos complementares: rinoscopia, endoscopia. CLASSIFICAÇÃO Quanto ao agente: └ Infecciosas: virais, bacterianas e fúngicas; └ Não infecciosas: alérgicas. Quanto ao tempo: └ Aguda: até 4 semanas; └ Subaguda: 4 a 12 semanas; └ Crônica: mais que 12 semanas; └ Recorrente: episódios múltiplos com períodos assintomáticos entre crises EPIDEMIOLOGIA 33 a 50% da população do Brasil; 2:1 em crianças/adultos; 15 a 20% de origem dentária. SINTOMATOLOGIA Em sinusites agudas: 7 a 14 dias; └ Febre baixa, tosse, obstrução nasal, rinorréia, cheiro e gosto diferente da secessão nasal, secressão amarelada ou escura, purulente; └ Aspecto da dor: a palpação, uni ou bilateral, infraorbitária, dentária, ao movimentar, contínua ou latejante. Em sinusite crônicas: meses; └ Febre esporádica, obstrução nasal, rinorréia, mau cheiro, secreção nasal renitente amarelada esverdeada; └ Aspecto da dor: a palpação ausente, infraorbitária se houver obstrução do óstio, infecção dentaria, frequentemente assintomática. Sinais radiológicos: └ Radiopacidade dos normalmente radiolúcidos espaços aéreos, nível hidroaéreo, espessamento do revestimento mucoso do seio (≥ 4 mm); └ Mucoceles, pólipos, destruição das paredes ósseas do seio; └ Corpos estranhos dentro do seio, como dentes ou material restaurador. TRATAMENTO Controle da infecção/antibioticoterapia; Redução do edema/descongestionantes; Facilitar a drenagem e manutenção da permeabilidade (corticoides). Em sinusites maxilares crônicas: └ Realizar sinusectomia (tratamento cirúrgico); └ Tratamento local e fechamento da fístula (se presente). ANTIBIOTICOTERAPIA Amoxicilina 500mg 3x ao dia de 10-14 dias ou 875mg 2x ao dia de 10-14 dias; Em ausências de resposta a amoxicilina em 3-5 dias, sintomas por mais de 30 dias ou sinusite recorrente, utilizar outros antibióticos: └ Amoxicilina + clavulanato; └ Metronidazol 400mg 8/8h; └ Azitromicina; └ Clindamicina 600mg 8/8h. Em sinusite crônica bacteriana: └ Amoxicilina com ácido clavulânico 875mg, 12/12 horas, 7-14 dias; └ Rinosoro 3% spray nasal, 10-14 dias; └ Paracetamol 500mg, de 4/4 horas. └ Outros antibióticos: Levofloxacino 500mg 1x ao dia, Levofloxacino 750mg 1x ao dia, Cefalosporinas de 3º Geração (Ceftriaxona 1g 12/12h endovenoso). OUTROS MEDICAMENTOS Anti-inflamatórios: └ Corticoides: Dexametasona 4mg 12/12h; └ AINES: Diclofenaco 50mg 8/8h, Ibuprofeno 600mg 8/8h e Nimesulina 100mg 12/12h. Analgésicos: dipirona 500mg 6/6h e paracetamol 500mg 4/4h ou 750mg 6/6h; Fluidificante orais: Soro fisiológico 0,9% spray. COMPLICAÇÕES Osteomelite dos ossos do crânio; Tromboflebite do seio cavernoso; Infecções óculo-orbitárias; Meningites sinusógenas; Abcesso cerebral. Acesso direto, entre o seio maxilar e a cavidade bucal; Frequentemente ocorrem como resultado da exodontia de dentes superiores posteriores devido à sua proximidade com o seio maxilar; Outros fatores etiológicos: trauma pelo uso inadequado de instrumentos, destruição do seio maxilar por lesões periapicais ou por remoção de cistos e/ou tumores; DIAGNÓSTICO Avaliação clínica: presença de sintomatologia, inspeção e manobra de Valsava; Avaliação radiográfica: principalmente a tomografia computadorizada. MANOBRA DE VALSAVA: Preenche-se o alvéolo com sangue ou soro e solicita-se ao paciente para fazer pressão sinusal, com o nariz pressionado; Caso não se observe alteração no liquido que preenche o alvéolo: não há comunicação oroantral; Caso o líquido se movimente, mas não haja formação de bolhas: houve a comunicação mas a membrana sinusal não foi acometida; Observa-se a presença de bolhas de ar no alvéolo: comunicação oroantral, com acometimento da membrana sinusal; COMPLICAÇÕES Sinusite maxilar aguda ou crônica, oriunda da contaminação do seio pela flora bucal; Desenvolvimento de fístula buco-sinusal, com a migração do epitélio bucal na comunicação (48 a 72h após a perfuração), o que impede o fechamento espontâneo. TRATAMENTO COMUNICAÇÕES PEQUENAS (1 A 2 MM): Ocorre normalmente fechamento espontâneo, não sendo necessário qualquer cuidado adicional; Cuidados: └ Assegurar a formação de um bom coagulo sanguíneo; └ Evitar aumentos ou diminuições na pressão do ar no interior do seio; └ Evitar assoar o nariz, espirrar violentamente, beber de canudo e fumar; └ Não sondar a comunicação usando cureta (contra-indicado). COMUNICAÇÃO MODERADA (2 A 6 MM): Realizar medidas adicionais, como: └ Sutura em forma de 8, para ajudar a assegurar a manutenção do coágulo; └ Colocar medidas hemostáticas adicionais, como esponjas de colágeno (Hemospon) dentro do alvéolo antes da sutura. Precauções respiratórias anteriores; Terapêutica medicamentosa: amoxicilina com ácido clavulânico, por 10 dias, e descongestionante nasal. COMUNICAÇÃO GRANDE (> 7 MM): Reparo da comunicação através de um retalho; Precauções respiratórias anteriores; Terapêutica medicamentosa: amoxicilina com ácido clavulânico, por 10 dias, e descongestionante nasal. A fístula bucossinusal é um canal de acesso direto entre as cavidades bucal e sinusal, revestida por epitélio oriundo da proliferação dos tecidos que a circundam; DIAGNÓSTICO Avaliação clínica: presença de sintomatologia, inspeção e manobra de Valsava; Tomografia computadorizada. TRATAMENTO Remoção do trajetofistuloso (fistulectomia); Confecção de retalhos para o fechamento (mucosa vestibular ou palatina); Adicional: corpo adiposo bucal (Bola de Bichat); RETALHO DESLIZANTE VESTIBULAR: Um dos mais utilizados, preferíveis para o fechamento de comunicações imediatas e pequenas; Vantagens: facilidade de realização e pouca morbidade (alta taxa de sucesso); Desvantagens: └ Diminuição do fundo de vestíbulo; └ Não confere suporte ósseo. RETALHO PALATINO RODADO: Recomendada para o fechamento tardio de fístulas buco-sinusais, principalmente quando o retalho vestibular tenha falhado. Vantagens: └ Boa vascularização, excelente espessura e massa de tecido (alta taxa de sucesso); └ Grande quantidade de tecido; Desvantagens: └ Exposição óssea no palato e risco de necrose tecidual; └ Não confere suporte ósseo; └ Risco de hemorragia da artéria palatina maior; └ Desconforto aos pacientes devido à área cruenta. Esse retalho requer granulação secundária de tecido cruento e temporariamente impedem o paciente de usar prótese. USO DE BOLA DE BICHAT: Anatomicamente: └ Encontrado no espaço mastigatório, constituída de um corpo principal com 4 processos, e envolvido por cápsula fibrosa; └ Corpo principal localiza-se lateralmente ao músculo bucinador e na borda anterior do músculo masseter; Função: preencher o espaço mastigatório, melhorar e amortecer a mobilidade muscular e contribuir na morfologia da face. Indicações de uso: └ Fechamento de fistulas buco-sinusais e oronasais; └ Fechamento de defeitos em palato duro e mole e na região retromolar; └ Correção de defeitos em mucosa jugal e fossa tonsilar e cobertura para enxertos ósseos na região maxilar; Vantagens: └ Não causa sequelas estéticas e baixa morbidade; └ Em casos de falhas, outros tipos de enxertos podem ser usadas; └ Procedimento tecnicamente fácil e rápido, mesmo campo cirúrgico e boa posição anatómica; └ Método efetivo, previsível, com baixa taxa de complicações e bem tolerado; Recomendada como uma medida primária no fechamento das comunicações buco- sinusais, em grandes defeitos. Desvantagens: └ Só pode ser usado uma vez; └ Possibilidade de trismo e casos de retração ou deiscência do enxerto. └ Discretas alterações na fala pós- operatória. Complicações: necrose, infecção ou perda do tecido adiposo. OBS: a sutura não deve ter tensão e a alimentação pós-operatória deve ser leve. CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS Alteração de pressão nariz-boca: não fumar, não prender espirros, não utilizar canudos, não assoar nariz; Antiobioticoterapia 7-10 dias (microbiota diferenciada- infecções); Vasodilatador nasal (reduzir secreções nasais e sinusais) DESLOCAMENTO DE RAÍZ PARA SEIO MAXILAR Causas: manuseio equivocado do instrumental e movimento de intrusão com a alavanca; Em pequenos fragmentos livre de infecção pode-se considerar deixar o fragmento; Nos casos desfavoráveis, tenta-se aspirar a raiz pelo alvéolo; Não obtendo êxito, procede-se à remoção cirúrgica da raiz através de um acesso de Caldwell-Luc (parede anterior do seio maxilar);
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