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Abcessos: Coleção de pus em uma cavidade neoformada que lhe confere uma característica circunscrita. Pode se formar em qualquer tecido. Se a cavidade for pré-existente é chamado de empiema. Imaturo: ainda não formou totalmente a cápsula, apresenta dor, rubor e firmeza. Maduro: flutuante, ausência ou diminuição dos sinais de inflamação. Local: aumento de volume, rubor, dor, calor, perda ou diminuição de função. Sistêmico: febre como apatia, aumento de temperatura corpórea e hiporexia. Diagnóstico: depende da localização do abscesso, mas é feito por anamnese, exame físico, exames complementares (ultrassom, punção). Diferencial para hérnia, hematoma, seroma, e eventração. Tratamento: o objetivo é acelerar o processo de inflamatório (maturação) à quente com revulsivos, cânfora e compressas quentes. Drenar o conteúdo (punção com lanceta, curetagem química com tintura de iodo, H2O2), ou realizar a remoção do abscesso encapsulado, que é rápido e bonito esteticamente. Deve- se manejar bem a ferida. Flegmão: Processo supurativo infeccioso não circunscrito. Coleção de pus e tecido necrótico sem a formação de cápsula. Tem como fator predisponente a baixa imunidade. Fator causal geralmente é um agente infeccioso, e a gravidade do processo depende da virulência do agente. Sinais clínicos locais: edema difuso, calor, dor, linfoadenomegalia (o linfonodo inclusive pode abscedar por drenar o agente). Sinais clínicos sistêmicos: febre, depressão e sepse. Diagnóstico: por anamnese e exame físico. Essencial que faça o hemograma completo (com fibrinogênio inclusive, para avaliar se o processo é agudo ou crônico). Exames complementares: cultura e antibiograma (também essencial para tratamento eficiente) e ultrassom. Tratamento: drenagem, curetagem e limpeza das feridas, antibioticoterapia sistêmica (vide antibiograma). Deve-se começar o antibiótico (de amplo espectro) o quanto antes para atrasar a bactéria. AINES têm efeito na fase inflamatória apenas (meloxicam, flunixim meglumine, fenilbutazona). Gangrena: Necrose tecidual causada pelo comprometimento na circulação sanguínea local. Seca: comprometimento da circulação arterial, portanto não há chegada de sangue no tecido Úmida: comprometimento da circulação venosa, mais comum. Ex: lesão por compressão em arame liso. Tem aumento de volume por edema, devido ao aumento de pressão hidrostática. Principais Hérnias 1. Anel: defeito real (natural ou adquirido) 2. Saco: peritônio completo ou incompleto (por trauma) 3. Conteúdo: o que causa os sinais clínicos 1. Tecido herniado (omento, intestino, abomaso). 2. Origem (congênita ou adquirida). 3. Abertura /defeito a. Verdadeira: a víscera passa o anel e não tem contato direto com a parede e pele - INDIRETA b. Falsa: houve ruptura de peritônio, a víscera está em contato com a pele – DIRETA Diagnóstico: Por anamnese e exame físico, e ultrassonografia. A punção é contraindicada, pois pode lesionar o órgão herniado, e agravar a situação, como uma peritonite por extravasamento de conteúdo intestinal, por exemplo. Hérnia Umbilical Bovinos: Seu conteúdo é geralmente abomaso pela localização, mas também pode ser omento e intestino. Quase sempre é associado à infecção umbilical por má antissepsia. Pode estar associada a abscessos subcutâneos ou infecção das estruturas remanescente do umbigo que foi mal curado. (úraco, veia umbilical, artérias umbilicais). Diagnóstico por anamnese, sinais clínicos (aumento de volume na região umbilical), palpação (em bezerras, faz- se em decúbito lateral ou dorsal), ultrassom (vê-se aderências), diferencial para onfalite, abscesso umbilical, hematoma. Equinos: pode ocorrer por trauma do cordão umbilical no parto. A redução espontânea ocorre às 3 semanas de vida, sendo em geral pequenas, redutíveis e não complicadas. O conteúdo varia entre omento, intestino (principalmente o delgado) e gordura retroperitoneal. Tratamento conservativo: Hérnia redutível não complicada Anel menor que 5cm: palpação diária, redução pode ser espontânea até 4 meses, usa-se bandagem abdominal. Anel maior que 5 cm: tratamento cirúrgico (herniorrafia aberta ou fechada). Tratamento cirúrgico: herniorrafia aberta, com remoção do saco herniário, dos abcessos umbilicais, e também dos remanescentes umbilicais. Onfalite Infecção do umbigo e das estruturas associadas ocorre comumente em animais pecuários recém-nascidos, sendo particularmente mais comum em bezerros do que em potros, estando associado ao nível de contaminação do ambiente em que nascem, à falha de imunidade passiva ou por manejo inadequado, como o tratamento tardio do umbigo. Sinais clínicos: aumento do volume umbilical, presença dos sinais de inflamação, não redutível à palpação, drenagem de conteúdo purulento com inicio na 1ª semana de vida, desenvolvimento inadequado, infecções associadas: poliartrite, pneumonia, peritonite, septicemia, cistite (disúria, polaciúria, piuria), abscessos hepáticos. Diagnóstico por anamnese, sinais clínicos, ultrassom, e hemograma. Tratamento conservativo: drenagem do abscesso e injeção de antissépticos na fistula. Tratamento cirúrgico: remoção em bloco dos remanescentes umbilicais infectados, remoção do ápice vesical quando afetado, pós-operatório com antibioticoterapia sistêmica. Hérnia Inguinal Suínos: mais comum em machos, detectado durante a castração, com redução espontânea e alta recidiva. Tratamento cirúrgico: retorce o cordão espermático, ligadura do cordão, sutura do anel inguinal, dermorrafia. Equinos: comum ser bilateral em potros (resolução espontânea fazendo repouso em baia e manipulação diária). Em animais maiores usa-se bandagem inguinal. Diagnóstico por palpação retal e percutânea. Tratamento cirúrgico: redução da hérnia por acesso inguinal e fechamento do anel inguinal externo. Bovinos: comum em touros maduros, sendo o lado esquerdo o mais acometido. Diagnóstico por palpação retal, com aspecto de ampulheta. Tratamento cirúrgico: acesso inguinal, retorce o funículo e sutura o anel externo OU acesso pelo flanco, reduz a hérnia e sutura cega do anel interno. Hérnia Incisional – Eventração A víscera ou tecido se posiciona entre a cavidade abdominal e a pele. Ocorre uma ruptura muscular geralmente por trauma, ou deiscência de sutura por falha na técnica ou infecção da ferida. Equinos: celiotomia mediana ventral Bovinos: celiotomia mediana, paramediana e em cesariana paramamária. Diagnóstico: anamnese (histórico de trauma ou cirurgia), sinais clínicos (aumento de volume, total ou parcialmente redutível, auscultação visceral), ultrassom. Diferencial pra abscessos, hematomas, hérnias e neoplasias. Tratamento: reintervenção cirúrgica – operar na hora certa, o que significa tratamento pré-operatório e cicatrização total da ferida e eliminação da infecção. Evisceração Exposição de vísceras da cavidade pleural ou abdominal ao meio externo devido a traumas, objetos perfuro-cortantes, pós cirurgias abdominais ou castração. Também é comum ocorrer em transporte pós-cirúrgico, portanto deve-se avaliar as condições do animal em receber alta, e se será embarcado/transportado de maneira correta. Re-intervenção cirúrgica: com lavagens da cavidade abdominal, e, em caso de segmentos inviáveis, ressecção e anastomose. A Lavagem peritoneal pós-operatória auxilia na prevenção de aderências e peritonite. Urolitíase A base do calculo é a Matrix orgânica, que provém de uma descamação epitelial (deficiência de vitamina A, infecção urinaria, ou tratamento com estrógeno). Em seguida há uma precipitação mineral sobre a matriz, que ocorre pelo pH da urina. Por fim, há a deposição mineral e formação do cálculo, que dependendo do seu tamanho, causa obstrução uretral, que é comum em machos. Predisposição: machos – devido a flexura sigmoide e uretra longa; castrados jovens – devido a uma quedana testosterona que acarreta em um desenvolvimento mais lento dos órgãos e luz uretral menor; reprodutores – que possuem uma vida longa e dieta rica em concentrado. Na obstrução parcial: gotejamento de urina e sangue Na obstrução total: prepúcio seco e com possível presença de urólitos Na ruptura uretral: edema ventral, celulite. Na ruptura vesical: distensão abdominal bilateral, sinais de uremia Diagnóstico por anamnese e sinais clínicos, ultrassonografia da uretra e bexiga, raio-X (pontos radiopacos são oxalato de cálcio e carbonato de cálcio, pontos radioluscentes são extruvita, apatita e silicato), abdominocentese (uroperitônio), leucograma de estresse e azotemia, ou achados necroscópicos. Tratamento conservativo: amputação do processo uretral, escopalamina, acepromazina, cloreto de amônio (acidifica urina), AINES, lavagem uretral retrógrada (com lidocaína, soro fisiológico, vinagre e água destilada), vitamina C injetável (é um acidificante, dissolve o cálculo), e indução de urina por glicosúria. Tratamento cirúrgico: Uretrostomia perineal; Cistotomia com sonda. Prevenção: acesso a agua fresca, adição de NACL 3 a 5% na dieta, evitar dieta catiônica (alfafa, melaço), corrigir relação Ca:P (o ideal é 2Ca : 1 P), Mg abaixo de 0,6% na dieta, identificação do tipo de urólito, evitar consumo alto de proteína, cloreto de amônio. Funiculite pós-castração Complicação pós-castração, onde ocorre um processo inflamatório e/ou infeccioso do funículo espermático. Sinais: formam-se abscessos retroperitoneais em volta da sutura; manqueira (por dor e aumento de volume na região inguinal), dor a palpação, edema prepucial e abdominal ventral (o prepúcio “desce”), febre (entrar com antibiótico imediatamente), fístula escrotal (drenagem do conteúdo purulento), espessamento do cordão, aumento de volume do cordão inguinal (perceptível pela palpação transretal). Diagnóstico por anamnese e sinais clínicos, palpação transretal (ver as estruturas), hemograma e ultrassonografia (avaliar a extensão da inflamação/infecção). Tratamento conservativo: antibiótico em casos mais graves que apresentem febre (em peritonite, por exemplo, faz também abdominocentese) de amplo espectro, e com antibiograma, AINES, tratamento da fístula. É um processo demorado e insatisfatório. Tratamento cirúrgico: Deve-se fazer a remoção remanescente do funículo, com pós de antibiótico, AINES, ducha. A resposta é rápida e mais eficiente. Acropostite Hiperplasia prepucial, muito comum em touros bos indicus (alguns não têm o músculo elevador, portanto seu prepúcio é mais penduloso e ainda mais susceptível). Ocorre uma inflamação da extremidade do prepúcio causado por trauma direto, que leva a uma lesão da lamina interna (não é mucosa!) com hiperplasia prepucial. Fatores de risco: pasto “sujo” e/ou alto demais, lesão prepucial constante, miíase. Sinais clínicos: aumento de volume prepucial, exposição da lamina interna, fibrose e abscesso (por infecção secundária), dificuldade na monta, queda no índice reprodutivo. Diagnóstico por anamnese (levar em conta o fator sazonal: nas águas com pasto mais alto e mais miíase) e sinais clínicos, ultrassonografia. Tratamento: diminuição do processo inflamatório com AINES e ducha 2-3x por dia, manejo da ferida, drenagem do abscesso, para depois amputação prepucial parcial (com criação de novo óstio), e mudar a pastagem. Complicações podem ocorrer por infecção cirúrgica ou recidiva Hemiplegia Laríngea Paralisia da cartilagem aritenóide. Causa obstrução das vias superiores completa ou parcialmente, com apresentação de intolerância ao exercício, e ruídos respiratórios (ronqueira). As causas estão relacionadas a degeneração axonal do nervo laríngeo recorrente esquerdo secundário a garrotilho, trauma, substâncias toxicas, químicas etc. Ventrículos: lubrificam pregas vocais. Na inspiração a sua eversão e chacoalhamento na laringe, que pode obstruir a via aérea e provocar roncos. Sinais clínicos: em repouso não apresenta nenhum sinal aparente. Durante o exercício aparece o ronco, dispnéia inspiratória, diminuição do desempenho, podendo chegar à intolerância ao exercício. Diagnóstico: Histórico e endoscopia com o animal em repouso ou logo após o exercício, ou durante ele, com o movimento na esteira. A palpação da laringe pode apontar atrofia de musculatura. O teste da palmada/slap tast também pode ser feito, com um tapa no pescoço animal com o endoscópio, pra confirmar se durante o susto ele consegue fechar a laringe totalmente. Grau I- Abdução e adução sincronizadas simétricas completas das duas cartilagens aritenóides; Grau II- Movimento não sincronizado da cartilagem aritenóide esquerda, mas a abdução completa pode ser induzida por deglutição ou oclusão das fossas nasais; Grau III- Movimento não sincronizado da cartilagem aritenóide esquerda, abdução completa da cartilagem aritenóide esquerda não pode ser induzida por deglutição ou oclusão das fossas nasais; Grau IV- Assimetria das cartilagens aritenóides, repouso e falta de movimento substancial da cartilagem aritenóide esquerda durante qualquer fase da respiração. Diagnóstico diferencial: deslocamento dorsal do palato mole, garrotilho, condrite de aritenóides. Tratamento cirúrgico: Laringotomia para realização de ventriculectomia, estafilectomia, aritenoidectomia e ressecção de cisto da epiglote. Ventriculectomia: Uni ou bilateral, consiste na remoção do revestimento mucoso do ventrículo laríngeo, caudal à prega vocal, levando a uma retração e aumento da glote, eliminando ou diminuindo o ruído. Cricoaritenoidopexia: fixação da aritenoite às cricoides em abdução, tomando cuidado para não exagerar, pois o animal pode ter pneumonia aspirativa. Deslocamento dorsal do palato mole Ocorre uma contração forçada dos músculos esternotireoideo e omohioideo, que tracionam a laringe caudalmente. Alguns fatores que podem causar: retração caudal da laringe em exercício, hiperplasia linfoide laringeana, condroma laringeano e condrite, aprisionamento de epiglote, hemiplegia laringeana. Sinais: Os animais apresentam intolerância ao exercício, (quando o palato mole desloca, o animal diminui a velocidade ou para), tosse, e ruídos respiratórios são notados, parece que o animal está engasgado. Diagnóstico: anamnese e sinais clínicos, e endoscopia que deve ser feita logo após o exercício, ou com o animal se exercitando na esteira. Tratamento: Enrijecimento com 5ml de politetrafluoroetileno no caso de epiglotes pequenas, miectomia dos músculos que tracionam a laringe com acesso no pescoço (m. esternotireóideo), ou estafilectomia, que por acesso via laringotomia é feita a remoção parcial do palato mole. Também pode combinar as técnicas, como miectomia e estafilectomia, de acordo com o quadro do animal. Conservativo pode ser feito com antiinflamatórios e antibióticos, dependendo da causa primária. Hematoma Etmoidal Labirinto etmoidal é a parede dorsal das conchas nasais, que comunica com o seio maxilar e frontal. Participa do aquecimento do ar. O hematoma ocorre por causa desconhecida. Sinais clínicos: ruído respiratório por obstrução parcial ou completa do labirinto, corrimento nasal fétido devido à necrose por infecção secundaria, e epistaxe uni ou bilateral. O animal pode apresentar dificuldade respiratória e tosse. Diagnóstico: por endoscopia, com alteração na forma, tamanho e coloração do etmoide. E radiografia, que possibilita delimitar o tamanho do hematoma e o envolvimento dos seios nasais. Tratamento cirúrgico: é complexo, com significativa perda de sangue, sendo feita preferencialmente com criocirurgia, laser ou curetagem. A bolsa gutural é um divertículo da tuba auditiva entre a faringe e a orelha média, dividida pelo osso estiloióide na porção lateral e medial, presente apenas em equinos. Ele participa do processo de equilíbrio e regulaçãode pressão. Nele passam várias estruturas nobres, incluindo nervos cranianos VII, IX, X,XI,XII, vasos como a carótida interna, além do tronco simpático craniano. Timpanismo da Bolsa Gutural Afeta mais os potros de até 1,5 anos e fêmeas. Por uma causa desconhecida, a entrada da bolsa gutural passa a funcionar como uma via de mão única, onde o ar entra e não consegue sair, causando uma grande distensão unilateral. NÃO TEM PUS! Sinais clínicos: Aumento de volume na região retro faríngea (diferencial para garrotilho), palpação com aspecto de bexiga com ar. Diagnóstico: Punção (feita de forma asséptica) ajuda a diferenciar de empiema, radiografia, endoscopia. Além de empiema, deve-se diferenciar de abscessos retro faríngeos e garrotilho. Tratamento cirúrgico: fenestração do septo médio via endoscópio ou Triângulo de Viborg, laser ou termo cautério. Empiema da Bolsa Gutural Infecção instalada através da abertura faringea da tuba ou por disseminação linfática. Em sua maioria é causada por streptococcus equi (garrotilho), com presença de conteúdo purulento e ruptura de abscessos retrofaringeos. Mais comum em animais jovens. Sinais clínicos: Descarga nasal intermitente uni ou bilateral de cor branca ou opaca e sem odor, que piora quando abaixa a cabeça, e causa dificuldades em deglutir e respirar. Aumento de volume na região parotídea e causa dor. Diagnóstico: descarga nasal crônica, radiografia de projeção látero-lateral para visualização da linha de fluido e massas, e oblíqua para definir o lado afetado. Endoscopia (a descarga purulenta pode ser vista através do orifício da entrada da bolsa), aspiração de conteúdo com agulha (de forma asséptica), e leucocitose. Diagnóstico diferencial para pneumonia, timpanismo da bolsa gutural, sinusite, e outras afecções do trato respiratório superior. Tratamento conservativo: antibioticoterapia e lavagem diária com solução salina através de uma sonda. Tratamento cirúrgico: Acesso à bolsa (vias: triângulo de Viborg; whitehouse, whitehouse modificada, ou iovertebrotomia), com criação de uma fenestra para drenagem conteúdo purulento. Sinusite Afecção dos seios paranasais, de etiologia geralmente infecciosa, principalmente dos seios frontal e maxilar com drenagem de secreção purulenta. Pode ser classificada como primária, quando causada por infecções bacterianas por Streptococcus equi, Arcanobacterium pyogenes, ou Herpesvírus, ou secundária, quando ocorre a extensão de um processo inflamatório de um local distante, como complicações sépticas após descornas, problemas dentários (equinos), traumas, fraturas, ou neoplasias. Sinais clínicos: corrimento nasal geralmente unilateral, podendo ser desde conteúdo sanguinolento a mucopurulento e fétido. Diagnóstico: por anamnese sinais clínicos, percussão dos seios (realizar com a boca aberta, para aumentar o som), RX (melhor método para estabelecer a localização e extensão da lesão). Tratamento: Sinusites primárias: em promover a drenagem adequada dos seios, e antibioticoterapia. Sinusites secundárias: deve-se tratar a causa inicial, como problemas odontológicos ou infecções respiratórias por exemplo, e realizar a lavagem dos seios com solução fisiológica estéril com iodo polvidine a 0,2% e permanganato de potássio 1:10.000. Traumas da Língua Os traumas têm como principais causas a ação brusca e violenta de cordas, freios e bridões, e ação abrasiva de alimentação grosseira. Sinais clínicos: recusa do alimento, salivação com sangue, exteriorização da língua lateralmente. Tratamento: sutura com fio absorvível do segmento distal (se o mesmo estiver viável e não necrosado) e devida remoção do tecido superficial (reavivamento de borda). Em casos de inviabilidade do coto, deve-se realizar a sua amputação. Fraturas de Mandíbula Ocorrem geralmente por traumas violentos, quedas, e coices. Fraturas completas: osteossíntese com pinos intramedulares ou placas, ou através de fixação percutânea. Fraturas incompletas: parafusos ortopédicos e/ou fixação do fragmento ósseo com amarração dos dentes incisivos com fio de aço. Dentes Gancho: desgaste irregular da face oclusal dos dentes maxilares Rampas: desgaste irregular da face oclusal dos dentes mandibulares. Obstrução de esôfago Comum por apreensão e deglutição acidental de corpo estranho, alimentos grosseiros e secos, e compactação do bolo alimentar, principalmente em animais idosos que têm alteração na dinâmica da peristalse esofágica. Sinais clínicos: dor, aflição, deglutição vigorosa, sialorréia, às vezes o animal mantém a cabeça estendida, movimentos de lateralidade da língua, tosse, podendo haver infecção local e necrose. Os mais clássicos são saída de água pelo nariz, ambos por não conseguir deglutir. Também pode apresentar secreção nasal esverdeada, devido ao alimento que volta, sendo comum a infecção local e necrose, além de uma ruptura de esôfago. Diagnóstico: sinais clínicos, passagem da sonda nasogástrica e endoscopia. Tratamento: remoção mecânica do problema com lavagem (sonda calibre 17mm e por dentro uma 10. Injeta liquido na menor pra sair na maior), ou através de uma esofagoscopia armada com pinça (basket), ou esofagotomia. Ruptura esofágica Causada por objetos traumáticos ponteagudos como lascas de madeira, objetos metálicos, ferimentos lascerantes profundos, sondas esofágicas utilizadas sem habilidade. Sinais clínicos: Drenagem de saliva viscosa e filamentosa pelo ferimento, e eliminação de água após ingestão. Diagnóstico: é dado pela presença de ferida ou aumento na região do esôfago (subcutâneo). Tratamento: com debridamento da região, esofagoplastia e implante de membrana biológica (saco pericárdio). Síndrome Cólica Fator predisponente é a domesticação do cavalo, pela alimentação, exercícios contínuos, animal preso. Sinais: Dor abdominal aguda (com sinais variáveis de acordo com a intensidade da dor: podendo escavar, patear, escoicear, ter sudorese, deitar e rolar, “brincar” com a água, olhar para o flanco); Mudança de comportamento, inapetência (também relacionado à dor); Hiporexia; Distensão abdominal (em casos mais graves). Deve-se diferenciar a distensão gástrica por compactação, da distensão por gás do intestino grosso. Desidratação: comum em quase todos os tipos de cólica, por baixa ingestão e/ou sequestro de liquido para o lúmen. Procedimentos pré-operatórios: Descompressão gástrica; Reposição hidroeletrolítica; Manejo da dor (Agonistas a2, AINES, Butorfanol), Palpação trás-retal, Abdominocentese, Toflocentese (esvaziamento do ceco pelo flanco) Celiotomia Exploratória Incisão abdominal de 25 cm. Obstrução de intestino delgado: o segmento distendido sobressai na incisão. O cirurgião começa a exploração enquanto alguém irriga as alças com solução salina isotônica Lesões obstrutivas de cólon maior ou menor: o gás acumulado no IG deve ser aspirado antes de proceder a exploração, a fim de evitar a irritação da serosa das vísceras. 1. CECO: localizar o ápice do ceco. Normalmente fica ventrolateral direito. 2. CÓLON MENOR: deve estar vazio. Pode haver enterólitos/coprólitos. 3. PONTOS DE ESTRANGULAMENTOS DE INTESTINO DELGADO: a. FORAME EPIPLÓICO: lateral direito. b. LIGAMENTO NEFROESPLÊNICO: lateral esquerdo. Contornar a ultima costela, chegar no rim esquerdo, e localizar o baço, que deve estar em contato com a parede. Exterioriza e traciona caudalmente o ápice do ceco, para expor as tênias dorsal e lateral. Na tênia dorsal se origina a prega ileocecal que continua até a base do ceco até encontrar o íleo, que se identifica pela prega íleo cecal. Afeccções de Intestino Delgado Compactação de íleo: Tratamento cirúrgico: remoção da compactação por massageamento, enterotomia ou tiflotomia. Em casos de hipertrofia, faz-se a enterectomia do íleo, realizando uma jejunocecostomia. Encarceramento do forame epiplóico:Tratamento suporte em casos leves, ou celiotomia exploratória com remoção da parte encarcerada. Encarceramento inguino-escrotal (hérnia): potros recém nascidos (hérnia congênita, com rara obstrução intestinal e de resolução espontânea) ou machos principalmente garanhões (adquiridas). Durante a cópula, há um aumento da pressão intra-abdominal, podendo encarcerar alguma alça no anel inguinal, principalmente se ele tiver um pouco mais aberto. tratamento cirúrgico de emergência é feita pelo acesso pelo anel inguinal ou linha mediana, com enterotomia-enteroanastomose. Encarceramento por falhas do mesentério Vólvulo/ Intussucepção Afecções de Intestino Grosso Timpanismo cecal Compactação de ceco Deslocamento de cólon maior: dorsal à esquerda (encarceramento nefro-esplenico); dorsal à direita. Compactação de cólon maior Compactação de cólon menor Deslocamento/ vólvulo do cólon maior Síndrome do Corpo estranho Ingestão de corpo estranho geralmente metálico, como grampos de cerca e pregos, arame devido a sua baixa seletividade alimentar. Sinais: Peritonite localizada aguda: anorexia, hipogalaxia, febre, taquicardia e taquipneia, cifose (diferencial para pneumonia), hipomotilidade ruminal com timpanismo leve, e cotovelos em abdução. Peritonite localizada crônica: perda de peso progressiva, pelagem grosseira, diarreia, toxemia, taquicardia e taquipneia, dor abdominal cranial (testes: de bastão, da rampa, beliscamento do dorso, percussão dolorosa no xifóide) Peritonite difusa: febre, taquicardia, anorexia e agalaxia, atonia de todo o TGI, palpação trans-retal de alças com deposição de fibrina, e hipotermia na fase mais tardia. Diagnóstico: beliscamento de cernelha, bastão e rampa, pericardiocentese e laparotomia exploratória. Tratamento: Conservativo: ATB sistêmico; Cirurgico: láparo-rumenotomia para remover o corpo estranho, drenar os abscessos, e realizar transfaunação. Deslocamento de abomaso Deslocamento abomasal à esquerda (DAE- enfermidades comuns em vacas paridas): hipocalcemia pós-parto, retenção de placenta, metrite e mastite, reticulite traumática, úlceras abomasais por estresse, indigestão simples e cetose. Diagnóstico: auscultação de ping metálico entre p 9º e 13º espaços intercostais. Tratamento cirúrgico: Abomasopexia com acesso percutâneo pelo flanco ESQUERDO. Deslocamento abomasal à direita (DAD): com vólvulo (ping metálico) ou sem vólvulo. DAD + VÓLVULO: EMERGÊNCIA. Desidratação rápida, dor abdominal de moderada à severa, taquicardia e taquipneia, pulso filiforme, distensão abdominal, percussão auscutatória, palpação trans-retal, alcalose metabólica dom hipocloremia e hipocalemia, acidose terminal (desvitalização do abomaso), e choque. Cirúrgico(emergência!): descompressão do abomaso para manipulação, omentopexia ou abomasopexia pelo flanco direito, fluidoterapia parenteral, antibiótico e tratamento para choque Locomotor Equinos Contratura tendínea: também conhecida como deformidades flexoras, acomete animais recém-nascidos, e até 1 ano de idade. Tratamento é conservativo! Articulação interfalangeana distal: Desmotomia do ligamento acessório do tendão flexor profundo dos dedos. Articulação metacarpofalangeana: Desmotomia do ligamento acessório do tendão flexor superficial do dedo. Ruptura do tendão extensor comum dos dedos: tala. Talas não podem ser usadas para flacidez! Valgus: joelho para dentro/ Varus: joelho para fora. Tratamento: conservativo ou cirúrgico: Transecção e elevação de periósteo (até 4 meses de idade – lado côncavo)/ Ponte transfisária (animais acima de 5 meses- lado covexo). Osteocondrose: falha focal da ossificação endocondral em locais com predisposição definida: obesos, com balanço Ca:P alterado, insulina baixa, alta ingestão de carboidrato, predisposição genética. Cirúrgico: artroscopia é o melhor acesso para tratamento principalmente em casos de degeneração articular ou presença de fragmento livre, para lavagem articular também. Ruptura dos três: o boleto encosta no chão, sem apoio do casco. Ruptura do superficial e profundo: o boleto encosta no chão, e o talão também apoia. Ruptura do superficial: o boleto não encosta no chão, o casco com apoio total no chão Fixação dorsal de patela: desmotomia patelar medial.
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