Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO · “Qualquer lesão decorrente de um trauma externo na região da cabeça que possa gerar alterações anatômicas do crânio, comprometimento funcional das meninges, encéfalo ou seus vasos.” · Classificação das lesões: > Primária: No momento do trauma, como laceração, lesões por cisilhamento, esmagamento, contusões e hemorragias. > Secundárias: Provocadas por processos contínuos de lesão, desencadeadas pela lesão primária. Ocorre o efeito de massa, herniação e elevação da PIC, hipóxia, edema, isquemia, hipotensão e fluxo sanguíneo cerebral inadequado. · Classificação pelo mecanismo: > Fechado: Não há penetração da dura-máter. Acidentes automobilísticos, agressões e quedas. > Penetrante – Há penetração da dura-máter. Geralmente de PAB e PAF. · Quanto a morfologia: > Lesão em couro cabeludo: Perda significativa de sangue, desluvamento. > Fratura de crânio: Afundamento ou linear, fratura de base de crânio. Precisam de avaliação neurocirúrgica, tem risco de aumento da PIC e risco de desenvolver meningite e desenvolver outras lesões. · Sinais clínicos: > Equimose retroauricular (Sinal de Battle) > Bléfaro-hematoma (Sinal de Guaxinim) · Presença de fístula liquórica pelo nariz (rinorreia) ou no ouvido (otorreia): Líquido cefalorraquidiano. Faz o teste do Halo. Se na mancha de sangue, formar uma “rodinha amarelada” é porque tem líquido cefalorraquidiano. · É necessário complementação com tomografia de crânio. · A sondagem nasográstica ou enteral não é indicada na suspeita de fratura de base de crânio, pelo risco de penetração da sonda no encéfalo durante a introdução da mesma pela narina. A sondagem feita é a orográstica, com laringoscopia. · A aspiração com cânula de silicone também é contraindicada. Usa o aspirador de ponta rígida. · Doutrina de Monro-Kellie: Segundo a doutrina, todos os três componentes (volume, LCR e cérebro) estão em um estado de equilíbrio dinâmico. Se o volume de um dos componentes aumenta, o volume de um ou mais dos outros componentes deve diminuir ou a pressão intracraniana irá aumentar. > Quando o paciente tem um TCE, irá gerar um aumento de volume (massa) dentro da calota craniana que não se expande, causando a saída do LCR e volume venoso. Enquanto o cérebro consegue causar essa saída, fazendo com que a PIC continue normal. Esse estado é denominado ESTADO COMPENSADO – PIC NORMAL > Quando chega na quantidade máxima de expulsão do volume venoso (75ml) e LCR (75ml) devido a expansão da massa, causa a descompensassão. É denominado ESTADO DESCOMPENSADO – PIC ELEVADA · Hipertensão Intracraniana: Aumento da pressão dentro do crânio. > A PIC geralmente é medida nos ventrículos laterais. > A PIC é a pressão exercida pelo volume do conteúdo intracraniano dentro da abóbada craniana (tecido cerebral, sangue e LCR) > A pressão normal varia de 0 a 10mmHg, sendo 15 mmHg o limite superior da normalidade. A variação depende da fonte bibliográfica > Algumas alterações podem envolver respostar respiratórias e vasomotoras anormais, apresentando: Cefaleira, náuseas (com ou sem vômitos), papiledema (edema de disco do nervo óptico) · Tríade de Cushing: É uma resposta reflexa, em decorrência da isquemia e da compressão do tronco enfefálico, geralmente é causada pelo aumento da PIC. · Hiperventilação (20 rpm) reduz a PIC, a medida em que reduz o CO2 livre no cérebro, levando a vasconstricção e redução do volume intravascular. · O paciente pode permanecer consciente até o hematoma expandir e comprimir as estruturas cerebrais, é o chamado intervalo lúcido. Pode ser rapidamente fatal · Herniação Uncal: O lobo temporal medial é comprimido por uma massa unilateral através ou sob o tentório em forma de tenda que sustenta o lobo temporal. · Avaliação do paciente com TCE: Segue a mesma de qualquer vítima de trauma. · Classificação clínica do TCE pela escala de Coma de Glasgow · Neuromonitorização: Medidas adotadas com a finalidade de não agravar a lesão e identificar degeneração aguda, mesmo nos pacientes submetidos a intervenção cirúrgica · Cuidados gerais: > Manter volemia, oxigenação, glicemia e temperaturas adequadas. > Manter decúbito elevado a 30 °C para otimizar o retorno venoso. > Não comprimir o pescoço com colar cervical ou fixador de tubo, para não ocorrer a redução do retorno venoso. > Manter sedação adequada. > Manter o PPC entre 60-65 mmHg. Em caso de monitorização de PIC por dispositivo, adotar o cálculo : 60-65 mmHg + PIC = PAM alvo. > Usar medicações anticonvulsivantes em todos os pacientes comatosos (FENITOÍNA). · Cuidados específicos: > Manter sódio mais elevado, entre 145 e 150. > Manter capnografia com pCO2 no limite inferior da normalidade, entre 35 e 40. > Não deixar o CO2 abaixo de 35 para não causar isquemia causada pela vasoconstricção (Pco2 normal: 35 a 45) > Monotorização da PIC através de cateter específico introduzido através de procedimento cirúrgico. > Em pacientes com PIC elevada persistente: Barbitúricos. > Oximetria do bulbo jugular > Doppler transcraniano Midríase ipsilateral Fraqueza contralatera Decorticação ou descerebração Tríade de Cushing Grave - < ou = 8 Moderado - 9 - 12 Leve - 13 a 15 Bradicardia arterial Bradipneia ou irregularidade respiratória Hipertensão arterial
Compartilhar