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CLÍNICA III – BÁRBARA ALBUQUERQUE AZEVEDO PULPITE IRREVERSÍVEL: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS • Cáries extensas ou próximas do tecido pulpar. • Origem espontânea. • Dor aguda, intensa e pulsátil. → Não cessa com analgésicos. → Aumenta durante a noite ao se deitar. • Ao remover o estímulo, a dor continua por alguns segundos (7-8 segundos). • Pode ou não apresentar espessamento do ligamento periodontal. TRATAMENTO • Remoção da polpa irreversivelmente comprometida, tratamento endodôntico. • Tratamento de dentes com polpa viva: pulpectomia. → Remoção da polpa coronária e radicular. • Pulpectomia: corte e remoção da polpa coronária e radicular, sã ou patológica, porém viva. → Indicações: polpa irreversivelmente inflamada e necessidade de colocação de pino intrarradicular. • Sessão única ou múltiplas sessões tem a mesma taxa de sucesso (se bem-feitas). TÉCNICA PARA PULPECTOMIA ANESTESIA • Busca o bloqueio da condução nervosa de maneira reversível. • Utilizar pelo menos dois tubetes anestésicos. → Aplicar um tubete inteiro na região de ápice do dente. → Aplicar meio tubete na região de papila vestibular. • Pacientes não cooperativos, acrescentar 1 tubete a mais. • Pode-se utilizara articaína (possui um maior tempo de duração). • Preferencialmente mepivacaína 2% com epinefrina 1:100.000 (maior difundibilidade sobre os tecidos). • Pacientes gestantes: lidocaína. • Pacientes diabéticos descompensados e hipertensos: prilocaína. • Se a dor persistir, tentar anestesia intraligamentar e, por último, a intrapulpar. → Remover todo o tecido pulpar, após isso o paciente não sentirá dor. → Quantidade de anestésico intrapulpar: 0,2 a 0,3 ml. ACESSO • Ponta diamantada esférica 1011-1016, haste curta ou longa para trepanar a câmara pulpar. • Broca tronco cônica 3080-3083 para desgastes compensatórios. • Saber onde está o longo eixo do dente. → Para onde está indo a raiz. • Cuidado com os dentes anteriores, principalmente inferiores, devido ao achatamento mesiodistal. • Instrumental: broca esférica diamantada, ponta inativa e sonda exploradora reta. → Remoção do teto com broca esférica. → Remoção do ombro palatino com ponta inativa e para dar a forma de conveniência depois do acesso. → Verificação dos desgastes com sonda exploradora reta. • Dentes anteriores: entrar em 45° no ponto de eleição e depois continuar seguindo o longo eixo do dente. • Dentes posteriores: entrar paralelo ao longo eixo do dente. → Exceto o pré-molar inferior que possui duas inclinações. • Entrar com movimentos intermitentes. • Acessos de urgência: adentrar até 16 mm, o equivalente a parte ativa da lima. → Movimento de remoção (giro a direita 2x). → Caso tenha a radiografia em mãos, pode-se adentrar até 2/3 do CAD. ISOLAMENTO • Perfurar o lençol. • Furo unitário (apenas no dente que será tratado). → Furo central mais superior em dentes anteriores superiores. → Furo central mais inferior em dentes anteriores inferiores. → Furo central em pré-molares. • Esticar o lençol antes de utilizar. • Utilizar lubrificante. → Pode utilizar anestésico tópico. • Adaptar o isolamento de acordo com o caso. → Não pode tratar endodonticamente sem isolar em nenhum caso. → Ex.: aumento de coroa, gengivectomia, isolamento à distância. PULPECTOMIA • Depois de acessar, irrigar com hipoclorito de sódio 2,5%. → Dissolução de matéria orgânica. • Fazer forma de contorno. • Movimento de remoção: colocar a lima, roda 1 a 2 vezes à direita e tira. → Repetir o movimento até parar de sangrar (até que a polpa seja removida completamente). • Em casos de pólipo pulpar, cortar a polpa com curetas bem afiadas. IRRIGAÇÃO • Hipoclorito de sódio 2,5%. → Dissolução de matéria orgânica. → Bactericida. • Solução irrigante só penetra 2 a 3 mm além da agulha. → Tem que entrar com a agulha dentro do canal. → Cuidado para não travar a agulha, entrar com movimentos intermitentes (risco de extravasamento). • Irrigar e aspirar simultaneamente. • Irrigar entre cada instrumento utilizado, gerando um fluxo-refluxo, permitindo maior limpeza. • Quantidade: 2 ml entre cada instrumento. • Frequência: entre cada instrumento utilizado. • Profundidade: a agulha deve penetrar 2/3 do CAD. PREPARO QUÍMICO-CIRÚRGICO PULPECTOMIA E EXPLORAÇÃO INICIAL • Lima fina #8 ou #10. → 2/3 do CAD. • Pulpectomia: movimento de remoção. • Exploração inicial: movimento de cateterismo. → Movimentos de rotação horário e anti-horário (1/4 de volta), seguido de sua remoção sem rotação. PREPARO CERVICAL • 3 Gates-glidden. → Ordem decrescente. → 2/3 do CAD. ODONTOMETRIA • Realizada com localizador eletrônico foraminal (mais preciso, seguro e rápido). • Utilizar lima de pequeno calibre até o forame. • Em casos de perfuração: vedar a região da perfuração com MTA. → Não utilizar mais o localizador. → Fazer técnica de Ingle. DIÂMETRO ANATÔMICO • LAI (lima apical inicial). • Última lima que alcança o CRT de forma ajustada. • Movimento de alargamento parcial à direita. PATÊNCIA • Penetrar até o CRD com lima fina. • Desobstruir o canal. PREPARO APICAL • 3 limas sequenciais após o DA. • Movimento de alargamento parcial à direita. • A última lima utilizada corresponde ao instrumento de memória (diâmetro cirúrgico). RECUOS PROGRAMADOS • 3 limas sequenciais após o IM. • A cada penetração recua 1 mm do CRT. • Movimento de alargamento parcial à direita e por último movimento de limagem (quando a lima se apresentar frouxa no canal). • A cada penetração deve-se realizar a patência e recapitular o IM antes de efetuar a troca da lima. OBTURAÇÃO • Preferencialmente em sessão única, pois diminui a probabilidade de contaminação. • Se não der tempo fazer todo o tratamento em uma única sessão, utilizar medicação intracanal. MEDICAÇÃO INTRACANAL QUANDO UTILIZAR • Quando o preparo-químico cirúrgico não foi finalizado ou não deu tempo de obturar. • Dor persistente. • Supuração ou sangramento persistente. • Fístula e edema proeminente. • Maximizar a limpeza em casos de necrose. • Reabsorção externa ou interna. HIDRÓXIDO DE CÁLCIO • Utilizado em canais instrumentados. • Apresenta-se como um pó branco. • Alcalino (pH 12,8). → Ação remineralizadora. • Pouco solúvel em água. • Suas propriedades derivam da dissociação iônica em íons cálcio e íons hidroxila. • Necessita ser misturado com um veículo. → Aquosos (água destilada, soro fisiológico, soluções anestésicas): rápida dissociação iônica. → Oleosos (glicerina, polietilenoglicol e propilenoglicol): dissociação iônica mais lenta. • Ação por contato. • Ação anti-inflamatória. • Ação higroscópica (absorve água). → Acredita que diminui o edema. • Ação antimicrobiana. → Devido ao pH alcalino. → Efetivo contra E. Faecalis. • Tempo de ação: demora 14 dias para fazer efeito completo. → Depende também do veículo utilizado. → Quando se utiliza o soro fisiológico e o anestésico como veículo, é necessário que ele permanece pelo menos 14 dias no conduto. • Hemostático. • Pode ser utilizado em associação com outras medicações intracanais. • Difícil de remover completamente do canal. • Alguns estudos mostram enfraquecimento do dente se usado por muitas sessões em sequência. • Protocolo de utilização: manipular pó + veículo na placa de vidro e inserir no canal com a lentulo. → Ultracall insere diretamente no canal. TRICRESOL • Utilizar em canais não instrumentados. • Pode-se utilizar em canais instrumentados quando não há tempo para preparar o hidróxido de cálcio ou caso o paciente retorne em 48h (exceção). • Extremamente citotóxico. • Líquido volátil: ação por contato e à distância. • Age por até 48h. → Mas pode permanecer até 3 mesesse o dente estiver bem selado. • Fixador tecidual. • Bactericida. • Neutraliza toxinas. • Promove necrose. • Potencial carcinogênico. • Protocolo de utilização: pingar uma gota na bandeja clínica, embeber a bolinha de algodão nele e remover todo o excesso em uma gaze estéril, em seguida inserir na embocadura do canal. RESTAURAÇÃO PROVISÓRIA ENTRE SESSÕES COLTOSOL • Melhor selamento da cavidade. • Menor resistência à mastigação se comparado com outros cimentos. • Eficácia afetada por cargas oclusais. • Indicado para selamento por um período não superior a 2 semanas. • Sofre expansão hidroscópica. → Pode fraturar cúspides. → Cuidado em dentes fragilizados. CIMENTO DE IONÔMERO DE VIDRO • Elevada rigidez, alta resistência à compressão. • Adesão química à estrutura. • Atividade antibacteriana. → Liberação de flúor e baixo pH. • Indicado em casos que irão passar mais tempo na cavidade bucal.
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