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APS Top Executivos - Marília Cury Ribeiro

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UNIP – UNIVERSIDADE PAULISTA (CAMPUS ASSIS-SP) 
 
 
 
 
Projeto Arquitetônico (Tópicos Executivos) – APS 
 
 
 
 
 
 
 
Discente: Marília Cury Ribeiro 
R.A: T1484C-5 
 
 
 
 
Maio / 2021 
EDIFÍCIO URBAN FOREST (AMATA) – TRIPTYQUE ARCHITECTURE - SÃO 
PAULO / BRASIL 
Ficha técnica: 
Projeto: Edifício Urban Forest 
(AMATA) 
Localização: São Paulo - Brasil 
Escritório: Triptyque Architecture 
Área total construída: 4.700m² 
Área do lote: 1.025m² 
Status: Projeto (2017-2020) 
 
 
Imagem 1: Fachada do edifício Urban Forest 
Fonte: Romullo Baratto, 2021. 
 
Resultado de uma parceria entre o escritório franco-brasileiro Triptyque e a 
empresa florestal AMATA, o edifício Urban Forest foi projetado para ocupar uma área 
total de 1.025m² no bairro Vila Madalena, na cidade de São Paulo. 
 
Imagem 2: Elevação fachada lateral – Fonte: Galeria da Arquitetura, 2021. Modificado pelo autor. 
A volumetria da edificação foi definida a partir de limitações do entorno, assim, 
foi considerada a adequação à topografia desnivelada característica do bairro, o que 
resultou em um volume de torre escalonada, com cerca de 4.700m², sendo composta 
por treze pavimentos de diferentes dimensões, conforme é apresentado na Imagem 
2. 
 
Imagem 3: Volumetria da edificação – Fonte: Rachele Maistrello, 2021. 
 
O partido arquitetônico foi elaborado com o intuito de proporcionar uma maior 
relação entre o ambiente construído e o ambiente natural, dessa forma, o prédio foi 
projetado para ampliar o contato entre os espaços fechados e abertos, 
proporcionando a interação social entre aqueles que utilizam a estrutura e aqueles 
que transitam pelo local, na área externa. 
 
Imagem 4: Relação interior-exterior com a rua – Fonte: Triptyque, 2021. 
 Quanto às atividades desempenhadas, foram criados espaços para a prática 
de coworking e coliving, além de áreas para alimentação, como cafés, bares, cozinhas 
e restaurantes, além das unidades habitacionais, o que o caracteriza como uma 
edificação de uso misto. 
 
Imagem 5: Detalhe dos terraços nos pavimentos – Fonte: SustentArqui, 2017. 
 
Como o próprio nome sugere, o Urban Forest tem a intenção de ser a metáfora 
de uma floresta urbana, inserida na maior cidade brasileira. Para tanto, a temática da 
sustentabilidade ambiental foi abordada em toda a concepção projetual, estando 
explícita na presença de elementos vegetativos naturais, inseridos nos terraços de 
todos os pavimentos. 
Assim, ao oferecer uma melhor experiência sensorial, o contato com a natureza 
também proporciona melhorias na saúde física e psicológica, pois está associado à 
diferentes benefícios, como a redução do estresse e aumento da produtividade e da 
concentração. 
 
Imagem 6: Maquete com vegetação – Fonte: Galeria da Arquitetura, 2021. 
 
Outra característica relativa à sustentabilidade é exposta na definição do 
sistema estrutural a ser utilizado para a construção do edifício. Ele será composto por 
treliças planas elaboradas a partir de placas de madeiras CLT (Cross Laminated 
Timber), conhecidas como madeira engenheirada, e que apresentam bom 
desempenho acústico, térmico, estrutural e mecânico. 
 
Imagem 7: Detalhe da fachada lateral – Fonte: Rachele Maistrello, 2021. 
Os painéis de madeira CLT estarão visíveis na constituição dos pisos e no 
perímetro de todas as fachadas, compondo junto com grandes planos de vidro, a 
estética exterior do Urban Forest, uma vez que a adoção de treliças planas (repetição 
de formato triangular) possibilita a inserção de outros elementos na composição de 
fachadas dinâmicas. 
 
Imagem 8: Composição das fachadas laterais – Fonte: Galeria da Arquitetura, 2021. 
 
Do mesmo modo, os terraços são utilizados para a manutenção da ventilação 
natural nos vários pavimentos, sendo responsáveis pela renovação do ar e aumento 
da incidência solar, já ampliada pelas fachadas em vidro. Destaca-se ainda que essa 
composição proporciona visuais privilegiadas de todo o entorno, especialmente nos 
andares mais elevados. 
 
Imagem 9: Simulação da edificação inserida no bairro – Fonte: Priscila Mengue, 2021. 
Considerando as implicações arquitetônicas, a adoção do sistema estrutural 
em treliças planas possibilitou a existência de grandes vãos livres em todos os 
pavimentos, o que tornou a planta fluida, versátil e adaptável às diferentes 
necessidades relativas às diversas atividades desenvolvidas na edificação. 
 
Imagem 10: Cortes B.B e C.C, respectivamente. 
Fonte: Galeria da Arquitetura, 2021. Modificado pelo autor. 
 
Segundo a equipe do escritório Triptyque Architecture (2018), os espaços 
projetados tem por objetivo convidar os diferentes públicos a usufruir das áreas 
comuns “desconstruindo ‘Muros’ físicos e mentais aos quais vivemos aprisionados”, 
assim, o edifício busca lançar um novo olhar sobre as construções e decisões 
projetuais e estruturais, de maneira que sejam possíveis “transposições culturais, que 
integra disciplinas, ressignifica comportamentos, conceitua novas ambiências e 
amplia perspectivas éticas”. 
 
Imagem 11: Planta baixa do 5° Subsolo – Fonte: World Architecture, 2021. Modificado pelo autor. 
 
 
No que se refere a setorização dos ambientes, o escritório Tryptique 
Architecture optou por localizar os espaços de serviços, áreas públicas e/ou de maior 
contato entre o interior e o exterior, nos pavimentos cujo acesso pelo nível da rua é 
facilitado. 
 
Imagem 12: Planta baixa do 3° e 4° Subsolos 
Fonte: World Architecture, 2021. Modificado pelo autor. 
 
Dessa forma, nos subsolos são encontrados os espaços destinados ao 
desenvolvimento de atividades como coworking, áreas técnicas e acessos à 
circulação vertical. Por sua vez, o 2º Subsolo possui ainda os ambientes de 
Administração e manutenção, conforme observado na Imagem 13. 
 
Imagem 13: Planta baixa do 2° Subsolo – Fonte: World Architecture, 2021. Modificado pelo autor. 
 
No 1º Subsolo, a maior porção do espaço total disponível é destinado às vagas 
de estacionamento, cujo acesso é iniciado pela rampa situada no nível do pavimento 
térreo. Há ainda os acessos secundários às demais instalações e os vestiários dos 
funcionários, assim como o bicicletário e uma área para coworking. 
 
 
Imagem 14: Planta baixa do 1° Subsolo – Fonte: World Architecture, 2021. Modificado pelo autor. 
 
As atividades que são capazes de incentivar maior interação social e pública 
foram localizadas no pavimento térreo, como uma extensão da calçada, convidando 
os transeuntes a adentrarem o espaço e usufruir das atividades públicas ali 
desempenhadas. 
 
Imagem 15: Planta baixa do Pavimento térreo 
Fonte: World Architecture, 2021. Modificado pelo autor. 
 
Como apresentado na Imagem 15, neste pavimento estão locados o 
restaurante, bar, café, cozinhas, loja, acessos de circulação vertical e ao 
estacionamento, lobby e área de coworking, além do maior espaço destinado aos 
terraços cobertos e descobertos que circundam quase todo o perímetro deste andar. 
 
Imagem 16: Planta baixa do 1° Pavimento – Fonte: World Architecture, 2021. Modificado pelo autor. 
 
 
Imagem 17: Planta baixa do 2° Pavimento – Fonte: World Architecture, 2021. Modificado pelo autor. 
 
Todos os demais pavimentos acima do nível do solo abrigam os espaços mais 
restritos, mantendo além dos terraços e das circulações, apenas as unidades 
habitacionais, configurando espaços acessados apenas pelos futuros moradores, de 
forma que mantenha a privacidade daqueles que ali irão residir. 
 
. 
Imagem 18: Planta baixa: 3° Pav. (acima) – Fonte: World Architecture, 2021. Modificado pelo autor 
Imagem 19: Planta baixa: 4° Pav. (abaixo) – Fonte: World Architecture, 2021. Modificado pelo autor 
Entretanto, além dos espaços citados, no 7º pavimento há uma área destinada 
a instalação de uma academia e/ou um bar, além de espaços de coliving, como 
incentivos a interações entre os futurosmoradores, uma vez que esses espaços serão 
reservados a eles. 
 
Imagem 20: Planta baixa: 5° Pav.(acima) – Fonte: World Architecture, 2021. Modificado pelo autor 
Imagem 21: Planta baixa: 6° Pav.(abaixo) – Fonte: World Architecture, 2021. Modificado pelo autor. 
 
O destaque final é dado à presença maciça de terraços – cobertos e 
descobertos – inseridos em todos os pavimentos e que, não só proporcionam vistas 
do entorno, como também oferecem iluminação e ventilação natural à área, sendo um 
elemento de destaque e característico de todas as fachadas da edificação. 
 
 Imagem 22: Planta baixa – 7° Pavimento – Fonte: World Architecture, 2021. Modificado pelo autor. 
Por conta de todas as características inovadoras e sustentáveis adotadas 
durante todo o desenvolvimento do edifício Urban Forest, o projeto recebeu 
importantes prêmios, como por exemplo, o Prêmio Saint-Gobain de Arquitetura – 
Habitat Sustentável, na categoria de Projeto comercial e o Prêmio da Associação 
Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA), na categoria de Projeto não 
edificado: Edifícios de serviços e uso misto, além de compor a mostra brasileira na 
16º Bienal de Arquitetura de Veneza, realizada no ano de 2018. 
 
Imagem 23: Maquete exposta na Bienal de Veneza – Fonte: Riccardo Tosetto, 2021. 
 
Desse modo, o Urban Forest será o primeiro edifício vertical brasileiro a ter a 
estrutura totalmente em madeira CLT e, após a conclusão das obras, tende a receber 
um destaque ainda maior, por conta dos aspectos ecológicos e sustentáveis das 
soluções projetuais adotadas, ampliando e diversificando a dinâmica urbana e as 
relações locais. 
 
 
 
COMPARAÇÃO ENTRE O FUNCIONAMENTO DAS ESTRUTURAS 
A seguir será realizada a comparação entre o funcionamento da estrutura do 
edifício Urban Forest e a utilizada no desenvolvimento de projeto de habitação 
coletiva, realizada em disciplina no 4º semestre do curso. 
 
➢ FUNCIONAMENTO DA ESTRUTURA DO URBAN FOREST 
A construção do edifício Urban Forest prevê a utilização do sistema estrutural 
em treliças planas de Madeira Laminada Colada Cruza ou CLT (Cross Laminated 
Timber), produzidas pela empresa florestal brasileira, AMATA, colaboradora no 
desenvolvimento projetual. 
O material, também conhecido como madeira engenheirada é resultado da 
colagem de camadas de lâminas de madeira dispostas lado-a-lado e que, 
posteriormente, são empilhadas de modo perpendicular e submetidas à grande 
pressão por meio da utilização de prensas hidráulicas. 
Tal procedimento resulta na constituição de painéis de grandes dimensões, 
com altura média de 4,00 metros e comprimento de 12,00 metros ou mais, caso haja 
necessidade (FRANCO, 2020). 
 
Imagem 24: CLT: Sobreposição das camadas de madeira – Fonte: Alan Dias, 2018. 
 
Assim, esses compensados de grande desempenho estrutural podem ser 
cortados em diferentes dimensões, variando conforme a necessidade de cada obra a 
ser executada, sendo adaptáveis às mais diversas tipologias arquitetônicas e 
especialmente indicado para a execução de grandes estruturas com cerca de 12 ou 
mais pavimentos. 
 
Imagem 25 Maquete de estudo: fachada lateral – Galeria da Arquitetura, 2021. 
 
Como vantagens da utilização deste material podem ser citadas as seguintes 
características: 
- A pré-produção das placas de CLT é realizada industrialmente, não sendo 
afetada por variações climáticas, o que também reduz resíduos da construção; 
- As placas de CLT podem ser utilizadas em projetos com diversos pavimentos, 
chegando a 30 andar, por exemplo; 
- O desempenho do material quanto à resistência ao fogo é superior do que 
outros sistemas em diferentes materiais, como concreto ou aço; 
- Os painéis são considerados como excelentes para o isolamento acústico e 
térmico das edificações. 
No que se refere à adoção do sistema estrutural em treliças planas, este é 
constituído pela junção de diferentes barras, em sentidos variados, mas agrupados de 
forma plana, resultando em uma repetição de formato triangular, capaz de resistir à 
grandes esforços de momento fletor. 
Conforme apresentado na Imagem 26, as treliças planas são compostas por 
quatro elementos principais: banzos superior e inferior, montantes verticais, diagonal 
e nós. 
 
Imagem 26: Elementos que compõem as treliças planas 
Fonte: Rafael Fischer. Modificado pelo autor, 2021. 
 
Devido ao fato de ser composto pela associação desses elementos, resulta em 
um formato triangular que apresenta vários benefícios em sua utilização, sendo o 
principal, a boa resistência a impactos e aplicação de forças distribuídas, mesmo 
sendo considerada como estrutura leve, quando comparada a outros sistemas 
construtivos. 
 
Imagem 27: Perspectiva axonométrica do edifício Urban Forest (diagrama estrutural) 
Fonte: Triptyque Architecture. Modificado pelo autor, 2021. 
 
 
No caso específico do Edifício Urban Forest, as treliças foram posicionadas no 
perímetro da edificação, compondo junto com grandes peças de vidro, o fechamento 
e a estética das fachadas laterais. Com isso, há grandes vãos centrais que 
possibilitam diferentes combinações de layouts e ambientes que se adequam às 
necessidades de cada uso desempenhado, de forma flexível e fluida. 
Outras vantagens referem-se ao aumento da produtividade, por conta de a 
estrutura ser pré-fabricada, o que permite uma maior agilidade na construção 
(montagem da estrutura), além da redução de desperdícios, resíduos e danos 
ambientais, pois as peças são fabricadas sob medida, com especificações adequadas 
para cada uso. 
 
Imagem 28: Perspectiva axonométrica do edifício Urban Forest (diagrama estrutural explodido) 
Fonte: Rachele Maistrello. Modificado pelo autor, 2021. 
 
Ainda podem ser citadas a boa aderência ao concreto e a possibilidade dos 
elementos que compõem as treliças serem agrupados em diferentes ângulos, 
formando estruturas em três dimensões, conhecidas como treliças espaciais, também 
utilizadas como sistema estrutural, especialmente nos casos em que a estrutura é 
mais complexa. Contudo, essas duas características não foram aplicadas no Urban 
Forest devido ao fato de se buscar por uma estrutura composta por materiais mais 
sustentáveis, como a madeira CLT. 
Porém, também há algumas desvantagens, como por exemplo a necessidade 
de se realizar tratamentos de proteção contra o fogo, aos insetos e às ações naturais, 
causadas por intempéries e variações climáticas, para proteção do sistema estrutural 
já que ele é totalmente composto por madeira. Por fim, as peças utilizadas não podem 
ser muito esbeltas, por conta da tendência a flambar quando submetida à 
compressão, o que reduziria a capacidade de resistência e estrutural do sistema. 
 
➢ FUNCIONAMENTO DA ESTRUTURA DO PROJETO DE HABITAÇÃO 
COLETIVA 
Durante o 4º semestre, foi realizado o projeto de uma habitação coletiva de 
baixa densidade, em que foi adotado o sistema estrutural em concreto armado, por 
conta de limitações relativas ao acesso ao material e características projetuais. 
A adoção do sistema estrutural em concreto armado possui como vantagem a 
facilidade de acesso aos materiais no território brasileiro, o que diminui o custo com a 
estrutura. Da mesma forma, por ser comum sua utilização, há mais opções de mão 
de obras, que não necessita muita especialização, como no caso de estruturas mais 
complexas. 
 
Imagem 29: Perspectiva axonométrica do projeto da habitação coletiva (Diagrama estrutural) 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2021. 
 
O material apresenta boa resistência ao fogo e pode ser facilmente moldável 
em diferentes formas orgânicas, o que permite sua adaptação à diferentes tipologias 
arquitetônicas. Por fim, devido a inserção de barras de aço no interior do concreto, a 
estrutura resultante apresenta boa resistência à compressão e à tração. 
Porém, há uma quantidade considerável de desvantagens, dentre elas, 
destacam-se o fato de o concreto ser produzidoin loco, possibilitando a ocorrência de 
erros durante a mistura e a cura do material, o que reduz sua resistência final. 
Do mesmo modo, por sua característica plástica, há a necessidade de serem 
utilizadas fôrmas de madeira ou metal e de cimbramento, o que aumenta os gastos 
de produção e o prazo de construção, já que a montagem dos elementos é mais 
demorada. 
Outra desvantagem refere-se ao peso próprio do concreto, considerado 
elevado (2,5 tf/m²), que resulta em estruturas pesadas, quando comparadas a outros 
sistemas construtivos. 
Assim, por conta dos fatos mencionados, há maior dificuldade na execução de 
reformas e demolições, o que amplia a geração de resíduos da construção civil, 
tornando-a menos sustentável, além de poder elevar o custo da obra. 
 
Imagem 30: Perspectiva axonométrica explodido do projeto da escola primária (Diagrama estrutural 
explodido) - Fonte: Elaborado pelo autor, 2021. 
Quanto ao funcionamento das estruturas em concreto armado, estas são 
compostas pela inserção de armadura (barras de aço) no interior do concreto, 
mantendo o cobrimento mínimo necessário para proteção do aço. Assim, por conta 
da associação desses dois materiais, o concreto armado apresenta boa resistência à 
compressão e à tração, sendo utilizado na caracterização do sistema de laje-viga-
pilar, conforme apresentado na Imagem 31. 
 
Imagem 31: Distribuição das cargas em uma estrutura 
 Fonte: Larissa Poffo. Modificado pelo autor, 2021. 
Nesse sistema, a trajetória das forças/cargas aplicadas, são distribuídas da 
seguinte maneira pela estrutura: 
- As cargas aplicadas nas lajes, são transferidas para as vigas no seu entorno; 
- As vigas transferem essas cargas para os pilares; 
- Os pilares direcionam as cargas para a fundação e, esta, até o solo. 
 
CONCLUSÃO DA COMPARAÇÃO ENTRE OS SISTEMAS ESTRUTURAIS 
APRESENTADOS 
A definição de um sistema estrutural para a construção de uma determinada 
edificação deve considerar diferentes aspectos relativos à limitações orçamentárias, 
locais e projetuais, de forma a se adequar às necessidades de cada projeto específico. 
Dessa forma, é necessário que sejam realizados o levantamento e a análise 
das características do entorno, do orçamento, da disponibilidade de material e de mão 
de obra adequada, além das projetuais e estruturais adequadas ao projeto. 
Em uma comparação especificamente entre os dois sistemas apresentados 
nesse trabalho, é possível citar que as treliças planas em madeira CLT, constituem 
um material mais leve e sustentável, que possibilita vãos livres internos que se 
adequam aos diferentes usos oferecidos no Edifício Urban Forest, além de 
possibilitarem a construção num prazo menor. 
Por sua vez, a utilização do concreto armado no projeto de habitação coletiva 
de baixa densidade, permite a execução de formatos irregulares, devido a sua boa 
adaptabilidade, além de seus materiais serem facilmente encontrados no Brasil e da 
necessidade de mão de obra menos qualificada, o que pode reduzir alguns dos custos. 
Entretanto, apesar de poder proporcionar vão livres consideráveis, a estrutura final 
terá maior peso quando comparado àquelas que utilizam de treliças. 
Portanto, assim como realizado em ambos os casos apresentados, a definição 
de um sistema estrutural deve considerar todas as características listadas, além das 
demais variantes de cada obra, para que a escolha final se adeque às reais 
necessidades e aspectos presentes em cada projeto a ser construído. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
AMATA. Madeira engenheirada. São Paulo, 2021. Disponível em: <https://amatabrasil. 
com.br/madeira-engenheirada/>. Acesso em: 25 de abril de 2021. 
BARATTO, Romullo. Pavilhão do Brasil na Bienal de Veneza 2018: Muros de Ar - Os limites dos objetos. 
São Paulo, 2018. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/896228/ pavilhao-do-brasil-na-
bienal-de-veneza-2018-muros-de-ar-os-limites-dos-objetos>. Acesso em: 25 de abril de 2021. 
BARATTO, Romullo. Triptyque divulga projeto de edifício escalonado de madeira certificada na Vila 
Madalena. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/879936/triptyque-divulga-projeto-de-
edificio-escalonado-de-madeira-certificada-na-vila-madalena>. Acesso em: 26 de abril de 2021. 
DIAS, Alan. Madeira Laminada Colada Cruzada (CLT): Produção e desenvolvimento. 2018. Disponível 
em: <https://carpinteria.com.br/2018/04/08/madeira-laminada-cruzada-clt/>. Acesso em: 29 de abril de 
2021. 
DRUMOND, Fernanda. Bienal de Veneza: prédio escalonado e de madeira da Vila Madalena, 2018. 
Disponível em: <https://casacor.abril.com.br/noticias/bienal-de-veneza-predio-escalonado-e-de-madei 
ra-da-vila-madalena/>. Acesso em: 25 de abril de 2021. 
MASCIA, Nilson Tadeu. Sistemas estruturais de edificações e exemplos. Campinas, 2008. Disponível 
em: <http://www.fec.unicamp.br/~nilson/apostilas/sistemas_estruturais_grad.pdf>. Acesso em: 28 de 
abril de 2021. 
MENGUE, Priscila. Tendência mundial, prédios de madeira começam a ser erguidos em São Paulo. 
Disponível em: <https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades/tendencia-mundial-predios-de-madei 
ra-comecam-a-ser-erguidos-em-sao-paulo,ea7da88aa9e77bdb6a8dbfb156eb54f7fhjrgb7f.html>. 
Acesso em: 28 de abril de 2021. 
SCREMIN, Adriano. Análise estrutural: Treliças planas. Disponível em: 
<http://ftp.demec.ufpr.br/disciplinas/TM227/Prof_Adriano/Notas%20de%20aula/Cap6.pdf>. Acesso 
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VITRUVIUS. Triptyque apresenta projeto na 16º Bienal de Arquitetura de Veneza. 2018. Disponível em: 
<https://vitruvius.com.br/index.php/jornal/news/read/2893>. Acesso em: 3 de maio de 2021. 
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architecture-expose-son-projet-amata-a-la-biennal-darchitecture-de-venise/>. Acesso em: 10 de maio 
de 2021.

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