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Ação Popular - Resumo

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RESUMO AÇÃO POPULAR 
A ação popular não é ação destinada à defesa de interesse subjetivo individual, mas sim de 
natureza coletiva, visando a anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Destina-se, assim, à 
concretização do princípio republicano, que impõe ao administrador público o dever de 
prestar contas a respeito da gestão da coisa pública. 
 
Somente o cidadão pode propor ação popular. Para esse fim, entende-se por cidadão a pessoa 
humana no gozo dos seus direitos cívicos e políticos, isto é, que seja eleitor (possível a partir 
dos dezesseis anos de idáde, portanto). Somente a pessoa natural possuidora de título de 
eleitor, no gozo da chamada capacidade eleitoral ativa, poderá propor ação popular. Poderá, 
então, ser o brasileiro - nato ou naturalizado -, desde que no gozo de seus direitos políticos. 
 
O âmbito de proteção da ação popular, na vigente Constituição, é bastante amplo: abrange 
tanto o patrimônio material quanto o patrimônio moral, o estético, o histórico, o ambiental. 
 
O cabimento de ação popular independe de comprovação de prejuízo aos cofres públicos, vale 
dizer, não é necessária a comprovação de prejuízo material aos cofres públicos como condição 
para a propositura de ação popular. Ainda que inexista lesividade material ao patrimônio 
público, a ilegalidade (ou imoralidade) do ato poderá legitimar a propositura da ação. 
 
Competência 
A competência para processar e julgar a ação popular é definida pela origem do ato a ser 
anulado. 
 
É importante destacar que o foro especial por prerrogativa de função não alcança as ações 
populares ajuizadas contra as autoridades detentoras dessa prerrogativa. Significa dizer que os 
tribunais do Poder Judiciário (STF, STJ, TJ etc.) não têm competência originária para o 
julgamento de ação popular, ainda quando proposta contra atos de autoridades que dispõem 
de foro por prerrogativa de função perante tais tribunais (Presidente da República, 
congressistas, governador de estado, prefeito etc.). 
 
Cabe ao STF, porém, o julgamento de ação popular na qual, pela sua natureza peculiar, a 
decisão puder criar um conflito entre um estado-membro e a União, por força do comando 
previsto no art. 102, I, f, da Carta da, República. 
 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns 
e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta; 
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente 
interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam 
impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados; 
 
Princípio Republicano 
A ação popular é uma decorrência do princípio republicano, tendo por finalidade a proteção da 
coisa pública ("res pública"). Trata-se de uma das formas de manifestação da soberania 
popular, que permite ao cidadão exercer, de forma direta, uma função fiscalizadora. Um de 
seus traços mais característicos é a defesa, não de um interesse pessoal, mas da coletividade. 
 
De acordo com o artigo 5º da Lei 4.717/65, que regula a ação popular, a competência para 
julgamento da ação popular é determinada pela origem do ato lesivo a ser anulado, via de 
regra, do juízo competente de primeiro grau, conforme as normas de organização judiciária. 
 
Ainda que se trate de ato praticado pelo Presidente da República, não haverá foro privilegiado, 
sendo competente a justiça de primeira instância. 
 
Quem pode impetrar a Ação Popular? 
Ação Popular: Art 5º, LXXIII CF - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular 
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o 
autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
 
É considerado cidadão aquele que estiver em pleno gozo de seus direitos políticos. É o título 
de eleitor que dá ao nacional (nato ou naturalizado) a condição de cidadão brasileiro, 
possibilitando a este o exercício de alguns direitos políticos previstos no ordenamento jurídico. 
Na questão, José é possuidor de título de eleitor e no pleno gozo dos seus direitos políticos. 
 
Menor pode impetrar ação popular? Alexandre de Morais nos faz importante observação ao 
afirmar que “somente o cidadão, seja brasileiro nato ou naturalizado, inclusive aquele entre 16 
e 18 anos, e ainda, o português equiparado, no gozo de seus direitos políticos, possuem 
legitimação constitucional para a propositura da ação popular". Logo, ainda que José seja 
menor, ele possui 16 anos e está em plena gozo de seus direitos políticos, o que o legitima 
para impetrar ação popular sem ser necessária assistência de um responsável legal.

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