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PREPAROS CLASSE II PARA AMÁLGAMA • Preparos que contam com o envolvimento das paredes mesiais e, consequentemente, maior grau de complexidade, principalmente pelo fato da parede gengival se relacionar com os tecidos supra-crestais. - Essa cárie geralmente se inicia abaixo do ponto de contato (maior dificuldade de higienização). • O padrão de desenvolvimento/progressão da cárie proximal é caracterizado por dois triângulos ápice- contra-base, ou seja, o ápice de um triângulo vai de encontro a base do outro, que progride em direção a junção amelo-dentinária para dentro, em direção a polpa dentária. Diagnóstico da cárie proximal • O quanto antes essa lesão for identificada melhor, uma vez que, se trata de uma lesão difícil de restaurar, devido a complexidade do preparo. - O diagnóstico é confirmado por meio de exames radiográficos (interproximal), que indicam o grau de complexidade da cárie. De modo que, em casos iniciais a identificação dessas lesões são mais difíceis. Tecidos de inserção supra-crestais - Por esse motivo, é importante a co- relação entre a área interproximal e os tecidos de inserção supra-crestais. - Esse tecido é composto por epitélio juncional e inserção conjuntiva, espaços que não podem ser invadidos. - O epitélio juncional une o dente a gengiva, e as fibras conjuntivas unem o cemento aos tecidos gengivais. - Caso a parede gengival esteja menos de 2mm da crista óssea alveolar esse tecido estará sendo violado, e apresenta uma série de consequências, tais como: recessão gengival, inflamação crônica, formação de bolsa periodontal e perda óssea, tanto horizontal quanto vertical. *A própria lesão, quando muito extensa, pode invadir esse espaço biológico, causando esses danos periodontais. - Para resolver o problema de invasão dos tecidos de inserção supra-crestais existem formas de tratamento de acordo com o grupo dentário envolvido. Em caso de dentes posteriores, indica-se a osteotomia e/ou osteoplástia, que consiste no desgaste ósseo para devolver a distância adequada, e em caso de dentes anteriores o tratamento adequado é o tracionamento ortodôntico do dente. Acesso à lesão de cárie proximal - Primeiramente deve-se realizar o preparo biológico, por meio do acesso a lesão cariosa. - Esse acesso pode ser conservador ou conveniente, dependendo do tamanho da extensão da cárie. Dentística laboratorial - Caso a lesão cariosa seja muito inicial, deve-se analisar se ela se estende mais por vestibular, lingual ou palatina, para posterior acesso com as pontas diamantadas. - Já em casos de maior comprometimento dentário, comprometendo inclusive a crista, é necessário um acesso da cárie proximal via crista marginal/via oclusal. - Após o acesso há uma sensação de “cair no vazio”, sensação tátil que indica ausência de tecido organizado. Com isso, torna-se necessário a ampliação da área de acesso para ter uma melhor visualização dessa lesão cariosa. Além disso, é indispensável a proteção dos dentes vizinhos durante esse procedimento para evitar qualquer desgaste ou rompimento das faces proximais, pois pode ser imperceptível para o profissional e causar um série de problemas para o paciente. Remoção do tecido cariado - Para remover o tecido cariado são utilizadas brocas esféricas montadas em baixa rotação e instrumentais manuais (curetas ou colheres de dentina). Sendo necessário dar uma maior atenção para a proteção biológica na parede axial. - Assim, com a remoção da cárie é finalizado o preparo biológico, dando início ao preparo mecânico. Forma de contorno - É preciso englobar a área proximal; - Podendo ou não haver envolvimento da crista marginal. Preparo mecânico - Deve ser realizada a remoção de finas camadas de esmalte que enfraquecem a interface dente/restauração. - Caso haja o envolvimento das cristas marginais, o grau de complexidade de retenção será bem maior, o que implica em maior atenção quanto às vias de acesso de saída das restaurações. - Por esse motivo, são necessárias formas de resistência e retenção adicionais, além de maiores cuidados para evitar desgaste em dentes vizinhos. - Nos preparos de Classe II para amálgama são utilizadas as brocas cônico-invertidas 330 e 329, que deixam as paredes convergentes para oclusais. Forma de retenção - Paredes da caixa proximal convergentes para oclusal; - Quando há envolvimento oclusal essas paredes podem ficar paralelas ou convergentes para oclusal. - Retenção adicional: cavidades muito largas, mesmo com convergência para oclusal ainda são necessários retenções adicionais, por exemplo, a adição de canaletas nas caixas proximais. Forma de resistência - Ângulos diedros arredondados; - Ângulo cavossuperficial reto, nítido e sem bisel; - Deve-se executar a curva reversa de Hollemback (tornar o ângulo que é agudo em reto) , principalmente na parede vestibular da caixa proximal. Acabamento das paredes e ângulos - É necessário para fazer o refinamento da curva reversa de Hollemback, e são utilizados recortadores de margem gengival, que raspam a margem com a ponta ativa e arredondam o ângulo áxio-pulpar. - Paredes circundantes vestibular, palatina ou lingual se utilizam os cinzéis ou enxadas. REFERÊNCIAS: - MONDELLI J, Furuse AY, Mondelli RFL, Ishikiriama A, Franco EB, Mondelli AL. Fundamentos de dentística operatória. 2018 - BARATIERI, N.C.; et al. Odontología restauradora: Fundamentos e posibilidades. Quintessence Books, Ed. Santos, 2002.
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