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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA TERCEIRA IDADE Aumento da população de idosos, com projeção para 2025 de 16% da população total do país; Os idosos são hospitalizados com mais frequência e permanecem internados por mais tempo que os adultos; 1. INTRODUÇÃO A desnutrição é um quadro difícil de ser detectado nesta faixa etária. As modificações fisiológicas associadas ao envelhecimento, mascaram as deficiências nutricionais; Alta incidência de desnutrição entre os idosos hospitalizados – 55 a 65%; 1. INTRODUÇÃO Doenças crônicas e ingestão de medicamentos; Modificações fisiológicas Interferem no apetite, consumo, digestão e absorção de nutrientes: perda da dentição, aumento da viscosidade salivar, diminuição da sensibilidade gustativa e olfativa, aumento do tempo de esvaziamento gástrico, menor suprimento sanguíneo intestinal; 2. FATORES QUE PREDISPÕEM A DESNUTRIÇÃO NO IDOSO Ingestão alimentar inadequada provoca diminuição de substratos para produção de imunoglobulinas e células de defesa; Perda do poder aquisitivo, depressão, isolamento Monotonia Alimentar 2. FATORES QUE PREDISPÕEM A DESNUTRIÇÃO NO IDOSO Semelhante a avaliação nutricional do adulto; Avaliação nutricional objetiva e subjetiva; Avaliação nutricional objetiva: antropometria, parâmetro bioquímicos e consumo alimentar; Avaliação nutricional subjetiva: Avaliação nutricional subjetiva global e exame físico; 3 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL PARA IDOSOS 4. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL SUBJETIVA GLOBAL A avaliação subjetiva global (ANSG) foi desenvolvida para ser utilizada em pacientes cirúrgicos e hoje é utilizada em diversas condições clínicas; Baseia-se na história clínica e no exame físico; A história clínica aborda aspectos referentes à perda de peso, alterações da ingestão alimentar, presença de sintomas gastrointestinais e avaliação da capacidade funcional; Exame físico deve ser feito por meio da palpação e inspeção. Avalia-se a perda de gordura subcutânea e a perda de massa muscular; A perda de gordura subcutânea deve ser avaliada ao examinar regiões como: abaixo dos olhos, triciptal, biciptal; A perda muscular pode ser avaliada examinando a região dos ombros, clavículas, escápulas, costelas; Pode-se verificar a presença de edema na região sacra, Abdominal e tornozelos. 6. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA Sobre a composição corporal de idosos: Principais alterações: aumento do tecido adiposo, redução da massa muscular e redução da água corporal total; O método mais utilizado para avaliar a composição corporal é a Bioimpedância Elétrica; Redução da massa magra no idoso. Ocorre diminuição de 1 a 2% por ano a partir dos 30 anos; O tecido adiposo aumenta anualmente de 0,5 a 1,5% a partir dos 30 anos. Variações na distribuição da gordura corporal: maior concentração nos membros, em volta dos órgãos e região do tronco – Aumenta a incidência de dislipidemias, hipertensão, diabetes e aterosclerose; 6.1 MÉTODOS ANTRPOMÉTRICOS PESO - O peso aumenta com a idade, atinge seu máximo aos 65 anos para homens e aos 75 anos para mulheres. A partir das idades acima citadas, reduz progressivamente; 6.1 MÉTODOS ANTRPOMÉTRICOS PESO -Quando não for possível verificar o peso dos idosos pelo método convencional é possível estimar o peso pela: -Equação de Chumlea ( 1995) Homem: [(0,98 x CP) + (1,16 X AJ) + (1,73 X CB) +(0,37 X DCSE) – 81,69] Mulher: [(1,27 x CP) + (0,87 X AJ) + (0,98 X CB) +(0,4 X DCSE) – 62,35] CP = Circunferência da Panturrilha AJ = Altura do Joelho CB = Circunferência do Braço DCSE = Dobra cutânea subescapular 6.1 MÉTODOS ANTRPOMÉTRICOS PESO Quando não for possível verificar o peso dos idosos pelo método convencional é possível estimar o peso pela: P (kg) = (0,4808 x CB) + (0,5646 x CC) + (1,316 x CP) – 42,2450 CB= Circunferência do braço CC= Circunferência da cintura CP = Circunferência da Panturrilha Referências: Lima, M.F.S. Aplicabilidade das equações de estimativa de peso e estatura e em idosos residentes em instituições de longa permanência no município de Natal-RN. 114 p. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal-RN, 2015. [Orientadora: Profa. Dra. Clélia de Oliveira Lyra]. PERCENTUAL DE PERDA DE PESO -Torna-se importante a avaliação percentual da perda de peso, tendo em vista que perdas ponderais graves, recentes e involuntárias estão associadas com aumento da taxa de morbidade e mortalidade; - Idosos que mantém seu peso constante tem menor probabilidade de desenvolver doenças crônicas degenerativa % PP = (PESO USUAL – PESO ATUAL) X 100 / PESO USUAL Ver significado da perda de peso em relação ao tempo em Cuppari, Lílian.Nutrição Clínica no Adulto, 2 edição, 2005; pág. 91 PERCENTUAL DE PERDA DE PESO - Torna-se importante a avaliação percentual da perda de peso tendo em vista que perdas ponderais graves, recentes e involuntárias estão associadas com aumento da taxa de morbidade e mortalidade; - Equação: Perda de peso (%): [(Peso habitual – Peso atual) x 100] ÷ Peso habitual - Em idosos perdas de 5% do peso corporal habitual em 1 ano é considerada significativa; Tempo Perda significativa de Peso (%) Perda Grave de Peso (%) 1 sem 1-2 > 2 1 mês 5 > 5 3 meses 7,5 > 7,5 6 meses 10 > 10 Fonte: BLACKURN; BISTRIAN (1977) apud MAGNONI et al, 2005. ESTATURA - Alterações anatômicas associadas a idade: osteoporose, cifose dorsal, escoliose, arqueamento dos membros inferiores, achatamento dos discos de cartilagens entre as vértebras; - Dificuldades em aferir a altura em idosos, pois muitas vezes eles não conseguem ficar eretos; - Altura diminui a partir dos 60 anos, cerca de 0,5 a 2 cm/década após os 60 anos. Acentuando-se nas idades mais avaçadas, em ambos os sexos. ESTATURA - Quando não for possível aferir altura pelas medidas convencionais – Equação de Chumlea (1995); ESTATURA - ENVERGADURA Altura = Medida da Envergadura ESTATURA A altura pode ser estimada a partir da medida da altura do joelho e da idade (ID) em anos. Essa estimativa deve ser realizada somente em idosos do sexo masculino ou idosos com idade entre 60 a 69 anos. Em idosos do sexo feminino e com idade maior que 70 anos, não é recomendada a estimativa da altura*. Utiliza-se a seguinte equação: Homens: A (cm) = 66,80 + (1,94 x AJ) - (0,123 x ID) Mulheres: A (cm) = 52,95 + (2,13 x AJ) - (0,006 x ID) AJ= Altura do Joelho ID= Idade *Obs.: Nos idosos do sexo feminino e com idade maior que 70 anos, os quais não é aplicável a estimativa da altura, recomenda-se trabalhar com os demais indicadores do Estado Nutricional, em especial as circunferências do braço (CB), da panturrilha (CP) e da cintura (CC). ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) - Pontos de corte para IMC de idosos difere dos pontos de corte do adulto; - Isto se deve a maior suscetibilidade a doenças que este grupo apresenta, necessitando, assim, de maior reserva de tecido, que protege contra depleção nutricional; - Apesar de ter uma boa relação com o peso, em idosos deve estar associado a outros indicadores, pois o mesmo não reflete a distribuição da gordura ocorrida no processo de envelhecimento; - IMC acima de 27kg/m2 em homens e mulheres idosas pode estar relacionado com a piora da glicemia, do colesterol HDL e dos triglicérides; Idoso: > ou = 60 anos IMC (kg) : Peso (Kg) / Altura² (m) IMC CLASSIFICAÇÃO ≤ 22,0 Desnutrição ou Magreza > 22,0 e < 27,0 Adequado ou Eutrófico ≥ 27, 0 Excesso de peso Lipschitz, 1994 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL (IMC) Idoso: > ou = 60 anos IMC (kg) : Peso (Kg) / Altura² (m) ÍNDICE DE MASSA CORPORAL(IMC) CIRCUNFERÊNCIAS E DOBRAS CUTÂNEAS Utiliza-se as mesmas técnicas e medidas que para adultos comparar com parâmetros NHANES III (1988 – 1994). Ver apêndice Cuppari, Lilian, 2005. PCT: representa a reserva adiposa. CB: representa a soma das áreas constituídas pelos tecidos ósseo, muscular e gorduroso; CMB: representa a reserva de tecido muscular, mas não desconta a massa óssea; AMBc: avalia o compartimento muscular, destacando a massa óssea por isso reflete mais adequadamente o tecido muscular. Principais Dificuldades Maioria das medidas são realizadas nos membros superiores e os idosos possuem a gordura corporal redistribuída na região dos membros e tronco; - O idosos apresentam perda de elasticidade da pele o que dificulta a separação do tecido adiposo do tecido muscular; CIRCUNFERÊNCIAS E DOBRAS CUTÂNEAS CIRCUNFERÊNCIA DA CINTURA (cc): indica de que maneira a gordura está distribuída. É considerada um bom preditor no desenvolvimento do diabetes, além de ser fator de risco para doença cardiovascular. Utiliza-se os mesmos padrões utilizados para adultos. CIRCUNFERÊNCIA DA PANTURRILHA (CP): é considerada um bom indicador das modificações que ocorrem na massa magra com o envelhecimento. A medida deve ser feita na maior circunferência da panturriha. REFERÊNCIA CP: >31 cm – Eutrofia < 31 cm – Marcador de Desnutrição DOBRA CUTÂNEA TRICIPTAL (PCT) - Utilizada para medir gordura corporal dos indivíduos; - Não deve ser utilizada isoladamente; - Não deve ser utilizada nos seguintes casos: edema de membros superiores, obesidade mórbida; - De todas as dobras cutâneas é a mais utilizada na prática clínica; AVALIAÇÃO DO CONSUMO ALIMENTAR Para avaliação da ingestão dietética de idosos é possível utilizar os mesmos métodos utilizados para adultos; Além dos dados referentes aos hábitos alimentares que se faria para o adulto é importante investigar: consistência da dieta, alterações do paladar, além de observar a monotonia alimentar; Observar se os medicamentos utilizados pelos idosos interferem direta ou indiretamente no aproveitamento dos nutrientes; Importante questionar se o idoso segue alguma prescrição dietoterápica ; Importante questionar alterações funcionais decorrentes de doenças crônicas e internações hospitalares; Identificar se o idoso é portador de alguma demência, pois isto limita a obtenção de dados relacionados a ingestão alimentar, sendo necessário a intervenção do cuidador; IMPORTANTE! Para investigação da ingestão alimentar do idoso é possível usar qualquer método, dependendo do objetivo que se quer alcançar com os dados obtidos. - Padrão de referência - Classificação do estado nutricional a partir do IMC, CB, CMB, PCT e AMBc: < P5 – desnutrição; P5 – P10 – risco de desnutrição; P10 – P90 – Eutrofia; > P90 – obesidade; Mini Avaliação Nutricional - MAN é uma ferramenta de avaliação nutricional que pode identificar em pacientes com idade maior ou igual a 65 anos, que estão desnutridos ou com risco desnutrição. Consiste em um questionário que pode ser completado em 10 minutos. Ele é dividido, além da triagem, em quatro partes: - avaliação antropométrica (IMC, circunferência do braço, circunferência da panturrilha e perda de peso); -avaliação global (perguntas relacionadas com o modo de vida, medicação, mobilidade e problemas psicológicos); -avaliação dietética (perguntas relativas ao número de refeições, ingestão de alimentos e líquidos e autonomia na alimentação); e -autoavaliação (a autopercepção da saúde e da condição nutricional)- A prevenção e/ou controle da desnutrição em idosos, seja em nível ambulatorial ou hospitalar, deve ser uma meta considerada por toda a equipe de saúde envolvida nos serviços de atendimento a esta população. A aplicação de métodos de avaliação nutricional que permitam uma vigilância do estado nutricional deve englobar os três níveis de controle do processo saúde-doença. Nível I – o controle dos condicionantes e determinantes da desnutrição que podem ser exemplificados por: Condição bucal inadequada; dificuldade de acesso aos alimentos e preparo dos alimentos, diminuição da capacidade funcional; pobreza, isolamento social, alcoolismo, entre outros. Nível II – controle dos riscos: Alimentação inadequada; doenças crônicas não transmissíveis como Diabetes, Dislipidemias, Hipertensão Arterial descompensadas; baixa ingestão de alimentos; uso excessivo de medicamentos. Nível III – controle dos danos: Internação hospitalar; quedas; infecções de repetição; institucionalização; doença consumptiva; cirurgias Exercício de fixação do conteúdo 1. Foi realizada avaliação antropométrica de 305 idosos residentes em instituições geriátricas de um município. As variáveis antropométricas examinadas foram: Peso, estatura, DCT, CB, CMB, AMBc. A média etária foi de 73 anos para os homens e 77 anos para as mulheres. A média das medidas obtidas foram: • Peso: 58,3 kg (*homens), 52,2 kg (mulheres) • Estatura: 1,59m (homens), 1,48m (mulheres) • CB: 27,1 cm (homens), 26,4 cm (mulheres) • DCT: 16 mm (homens), 21,6 mm (mulheres) a) Estabeleça o diagnóstico nutricional da população estudada considerando os índices/indicadores de reserva adiposa, reserva muscular e massa corporal, segundo INHANES III , Lipchitz (1994) e OPAS(2002). b) Que outros indicadores poderiam ter sido avaliados nessa pesquisa? justifique REFERÊNCIAS - BUSNELLO, F.M. Aspectos nutricionais no processo do envelhecimento. São Paulo: Atheneu, 2007. - MAGNONI, D; CUKIER, C.; OLIVEIRA, P.A. Nutrição na Terceira idade. São Paulo: Sarvier, 2005, Cap 3. -Cuppari, Lílian.Nutrição Clínica no Adulto, 2 edição, 2005. -Nacif, Márcia; Furlan Viebig, Renata, Avaliação Antropométrica nos ciclos da vida, 2007.
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