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científica digital Rafael José Pôncio Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil 2023 - GUARUJÁ - SP 1ª EDIÇÃO científica digital Diagramação e arte Equipe editorial Imagens da capa Adobe Stock - licensed by Editora Científica Digital - 2023 Revisão O Autor 2023 by Editora Científica Digital Copyright© 2023 Editora Científica Digital Copyright do Texto © 2023 O Autor Copyright da Edição © 2023 Editora Científica Digital Acesso Livre - Open Access EDITORA CIENTÍFICA DIGITAL LTDA Guarujá - São Paulo - Brasil www.editoracientifica.com.br - contato@editoracientifica.com.br O conteúdo deste livro e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva do autor. É permitido o download e compartilhamento desta obra desde que no formato Acesso Livre (Open Access) com os créditos atribuídos ao autor, mas sem a possibilidade de alteração de nenhuma forma ou utilização para fins comerciais. Esta obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-Não Comercial-Sem Derivações 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0). Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) P795e Pôncio, Rafael José Ensino de jovens e adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil / Rafael José Pôncio. – Guarujá-SP: Científica Digital, 2023. E- BO OK AC ES SO LI VR E O N L INE - IM PR ES SÃ O P RO IBI DA Formato: PDF Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader Modo de acesso: World Wide Web Inclui bibliografia ISBN 978-65-5360-274-8 DOI 10.37885/978-65-5360-274-8 1. Educação de jovens e adultos. I. Pôncio, Rafael José. II. Título. Índice para catálogo sistemático: I. Educação de jovens e adultos CDD 374 2 0 2 3 Elaborado por Janaina Ramos – CRB-8/9166 editora científica digital editora científica digital Direção Editorial Reinaldo Cardoso João Batista Quintela Assistentes Editoriais Erick Braga Freire Bianca Moreira Sandra Cardoso Bibliotecários Maurício Amormino Júnior - CRB-6/2422 Janaina Ramos - CRB-8/9166 Jurídico Dr. Alandelon Cardoso Lima - OAB/SP-307852 C O N SE LH O E D IT O R IA L M es tr es , M es tr as , D ou to re s e D ou to ra s C O R P O E D IT O R IA L Prof. Dr. Carlos Alberto Martins Cordeiro Universidade Federal do Pará Prof. Dr. Rogério de Melo Grillo Universidade Estadual de Campinas Profª. Ma. Eloisa Rosotti Navarro Universidade Federal de São Carlos Prof. Dr. Ernane Rosa Martins Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás Prof. Dr. Rossano Sartori Dal Molin FSG Centro Universitário Prof. Dr. Carlos Alexandre Oelke Universidade Federal do Pampa Prof. Esp. Domingos Bombo Damião Universidade Agostinho Neto - Angola Prof. Me. Reinaldo Eduardo da Silva Sales Instituto Federal do Pará Profª. Ma. Auristela Correa Castro Universidade Federal do Pará Profª. Dra. Dalízia Amaral Cruz Universidade Federal do Pará Profª. Ma. Susana Jorge Ferreira Universidade de Évora, Portugal Prof. Dr. Fabricio Gomes Gonçalves Universidade Federal do Espírito Santo Prof. Me. Erival Gonçalves Prata Universidade Federal do Pará Prof. Me. Gevair Campos Faculdade CNEC Unaí Prof. Me. Flávio Aparecido De Almeida Faculdade Unida de Vitória Prof. Me. Mauro Vinicius Dutra Girão Centro Universitário Inta Prof. Esp. Clóvis Luciano Giacomet Universidade Federal do Amapá Profª. Dra. Giovanna Faria de Moraes Universidade Federal de Uberlândia Prof. Dr. André Cutrim Carvalho Universidade Federal do Pará Prof. Esp. Dennis Soares Leite Universidade de São Paulo Profª. Dra. Silvani Verruck Universidade Federal de Santa Catarina Prof. Me. Osvaldo Contador Junior Faculdade de Tecnologia de Jahu Profª. Dra. Claudia Maria Rinhel-Silva Universidade Paulista Profª. Dra. Silvana Lima Vieira Universidade do Estado da Bahia Profª. Dra. Cristina Berger Fadel Universidade Estadual de Ponta Grossa Profª. Ma. Graciete Barros Silva Universidade Estadual de Roraima Prof. Dr. Carlos Roberto de Lima Universidade Federal de Campina Grande Prof. Dr. Wescley Viana Evangelista Universidade do Estado de Mato Grosso Prof. Dr. Cristiano Marins Universidade Federal Fluminense Prof. Me. Marcelo da Fonseca Ferreira da Silva Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória Prof. Dr. Daniel Luciano Gevehr Faculdades Integradas de Taquara Prof. Me. Silvio Almeida Junior Universidade de Franca Profª. Ma. Juliana Campos Pinheiro Universidade Federal do Rio Grande do Norte Prof. Dr. Raimundo Nonato Ferreira Do Nascimento Universidade Federal do Piaui Prof. Dr. Antônio Marcos Mota Miranda Instituto Evandro Chagas Profª. Dra. 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Patrício Francisco da Silva Universidade de Taubaté Profª. Esp. Bianca Anacleto Araújo de Sousa Universidade Federal Rural de Pernambuco Prof. Dr. Pedro Afonso Cortez Universidade Metodista de São Paulo Profª. Ma. Bianca Cerqueira Martins Universidade Federal do Acre Prof. Dr. Vitor Afonso Hoeflich Universidade Federal do Paraná Prof. Dr. Francisco de Sousa Lima Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano Profª. Dra. Sayonara Cotrim Sabioni Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Baiano Profª. Dra. Thais Ranielle Souza de Oliveira Centro Universitário Euroamericano Profª. Dra. Rosemary Laís Galati Universidade Federal de Mato Grosso Profª. Dra. Maria Fernanda Soares Queiroz Universidade Federal de Mato Grosso Prof. Dr. Dioniso de Souza Sampaio Universidade Federal do Pará Prof. Dr. Leonardo Augusto Couto Finelli Universidade Estadual de Montes Claros Profª. Ma. Danielly de Sousa Nóbrega Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre Prof. Me. Mauro Luiz Costa Campello Universidade Paulista Profª. Ma. Livia Fernandes dos Santos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre Profª. Dra. Sonia Aparecida Cabral Secretaria da Educação do Estado de São Paulo Profª. Dra. Camila de Moura Vogt Universidade Federal do Pará Prof. Me. José Martins Juliano Eustaquio Universidade de Uberaba Prof. Me. Walmir Fernandes Pereira Miami University of Science and Technology Profª. Dra. Liege Coutinho Goulart Dornellas Universidade Presidente Antônio Carlos Prof. Me. Ticiano Azevedo Bastos Secretaria de Estado da Educação de MG Prof. Dr. Jónata Ferreira De Moura Universidade Federal do Maranhão Profª. Ma. Daniela Remião de Macedo Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa Prof. Dr. Francisco Carlos Alberto Fonteles Holanda Universidade Federal do Pará Profª. Dra. Bruna Almeida da Silva Universidade do Estado do Pará Profª. Ma. Adriana Leite de Andrade Universidade Católica de Petrópolis Profª. Dra. Clecia Simone Gonçalves Rosa Pacheco Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Prof. Dr. Claudiomir da Silva Santos Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Prof. Dr. Fabrício dos Santos Ritá Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas, Brasil Prof. Me. Ronei Aparecido Barbosa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Prof.Dr. Julio Onésio Ferreira Melo Universidade Federal de São João Del Rei Prof. Dr. Juliano José Corbi Universidade de São Paulo Profª. Dra. Alessandra de Souza Martins Universidade Estadual de Ponta Grossa Prof. Dr. Francisco Sérgio Lopes Vasconcelos Filho Universidade Federal do Cariri Prof. Dr. Thadeu Borges Souza Santos Universidade do Estado da Bahia Profª. Dra. Francine Náthalie Ferraresi Rodriguess Queluz Universidade São Francisco Profª. Dra. Maria Luzete Costa Cavalcante Universidade Federal do Ceará Profª. Dra. Luciane Martins de Oliveira Matos Faculdade do Ensino Superior de Linhares Profª. Dra. Rosenery Pimentel Nascimento Universidade Federal do Espírito Santo Profª. Esp. Lívia Silveira Duarte Aquino Universidade Federal do Cariri Profª. Dra. Irlane Maia de Oliveira Universidade Federal do Amazonas Profª. Dra. Xaene Maria Fernandes Mendonça Universidade Federal do Pará Profª. Ma. Thaís de Oliveira Carvalho Granado Santos Universidade Federal do Pará C O N SE LH O E D IT O R IA L M es tr es , M es tr as , D ou to re s e D ou to ra s CONSELHO EDITORIAL Prof. Me. Fábio Ferreira de Carvalho Junior Fundação Getúlio Vargas Prof. Me. Anderson Nunes Lopes Universidade Luterana do Brasil Profª. Dra. Iara Margolis Ribeiro Universidade do Minho Prof. Dr. Carlos Alberto da Silva Universidade Federal do Ceara Profª. Dra. Keila de Souza Silva Universidade Estadual de Maringá Prof. Dr. Francisco das Chagas Alves do Nascimento Universidade Federal do Pará Profª. Dra. Réia Sílvia Lemos da Costa e Silva Gomes Universidade Federal do Pará Prof. Dr. Evaldo Martins da Silva Universidade Federal do Pará Prof. Dr. António Bernardo Mendes de Seiça da Providência Santarém Universidade do Minho, Portugal Profª. Dra. Miriam Aparecida Rosa Instituto Federal do Sul de Minas Prof. Dr. Biano Alves de Melo Neto Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano Profª. Dra. Priscyla Lima de Andrade Centro Universitário UniFBV Prof. Dr. Gabriel Jesus Alves de Melo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia Prof. Esp. Marcel Ricardo Nogueira de Oliveira Universidade Estadual do Centro Oeste Prof. Dr. Andre Muniz Afonso Universidade Federal do Paraná Profª. Dr. Laís Conceição Tavares Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará Prof. Me. Rayme Tiago Rodrigues Costa Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará Prof. Dr. Willian Douglas Guilherme Universidade Federal do Tocatins Prof. Me. Valdemir Pereira de Sousa Universidade Federal do Espírito Santo Profª. Dra. Sheylla Susan Moreira da Silva de Almeida Universidade Federal do Amapá Prof. Dr. Arinaldo Pereira Silva Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará Profª. Dra. Ana Maria Aguiar Frias Universidade de Évora, Portugal Profª. Dra. Deise Keller Cavalcante Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro Profª. Esp. Larissa Carvalho de Sousa Instituto Politécnico de Coimbra, Portugal Esp. Daniel dos Reis Pedrosa Instituto Federal de Minas Gerais Prof. Dr. Wiaslan Figueiredo Martins Instituto Federal Goiano Prof. Dr. Lênio José Guerreiro de Faria Universidade Federal do Pará Profª. Dra. Tamara Rocha dos Santos Universidade Federal de Goiás Prof. Dr. Marcos Vinicius Winckler Caldeira Universidade Federal do Espírito Santo Prof. Dr. Gustavo Soares de Souza Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo Profª. Dra. Adriana Cristina Bordignon Universidade Federal do Maranhão Profª. Dra. Norma Suely Evangelista-Barreto Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Prof. Me. Larry Oscar Chañi Paucar Universidad Nacional Autónoma Altoandina de Tarma, Peru Prof. Dr. Pedro Andrés Chira Oliva Universidade Federal do Pará Prof. Dr. Daniel Augusto da Silva Fundação Educacional do Município de Assis Profª. Dra. Aleteia Hummes Thaines Faculdades Integradas de Taquara Profª. Dra. Elisangela Lima Andrade Universidade Federal do Pará Prof. Me. Reinaldo Pacheco Santos Universidade Federal do Vale do São Francisco Profª. Ma. Cláudia Catarina Agostinho Hospital Lusíadas Lisboa, Portugal Profª. Dra. Carla Cristina Bauermann Brasil Universidade Federal de Santa Maria Prof. Dr. Humberto Costa Universidade Federal do Paraná Profª. Ma. Ana Paula Felipe Ferreira da Silva Universidade Potiguar Prof. Dr. Ernane José Xavier Costa Universidade de São Paulo Profª. Ma. Fabricia Zanelato Bertolde Universidade Estadual de Santa Cruz Prof. Me. Eliomar Viana Amorim Universidade Estadual de Santa Cruz Profª. Esp. Nássarah Jabur Lot Rodrigues Universidade Estadual Paulista Prof. Dr. José Aderval Aragão Universidade Federal de Sergipe Profª. Ma. Caroline Muñoz Cevada Jeronymo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba Profª. Dra. Aline Silva De Aguiar Universidade Federal de Juiz de Fora Prof. Dr. Renato Moreira Nunes Universidade Federal de Juiz de Fora Prof. Me. Júlio Nonato Silva Nascimento Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará Profª. Dra. Cybelle Pereira de Oliveira Universidade Federal da Paraíba Profª. Ma. Cristianne Kalinne Santos Medeiros Universidade Federal do Rio Grande do Norte Profª. Dra. Fernanda Rezende Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudo em Educação Ambiental Profª. Dra. Clara Mockdece Neves Universidade Federal de Juiz de Fora Profª. Ma. Danielle Galdino de Souza Universidade de Brasília Prof. Me. Thyago José Arruda Pacheco Universidade de Brasília Profª. Dra. Flora Magdaline Benitez Romero Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Profª. Dra. Carline Santos Borges Governo do Estado do Espírito Santo, Secretaria de Estado de Direitos Humanos. Profª. Dra. Rosana Barbosa Castro Universidade Federal de Amazonas Prof. Dr. Wilson José Oliveira de Souza Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Prof. Dr. Eduardo Nardini Gomes Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Prof. Dr. José de Souza Rodrigues Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Prof. Dr. Willian Carboni Viana Universidade do Porto Prof. Dr. Diogo da Silva Cardoso Prefeitura Municipal de Santos Prof. Me. Guilherme Fernando Ribeiro Universidade Tecnológica Federal do Paraná Profª. Dra. Jaisa Klauss Associação Vitoriana de Ensino Superior Prof. Dr. Jeferson Falcão do Amaral Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro- Brasileira Profª. Ma. Ana Carla Mendes Coelho Universidade Federal do Vale do São Francisco Prof. Dr. Octávio Barbosa Neto Universidade Federal do Ceará Profª. Dra. Carolina de Moraes Da Trindade Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará Prof. Me. Ronison Oliveira da Silva Instituto Federal do Amazonas Prof. Dr. Alex Guimarães Sanches Universidade Estadual Paulista Profa. Esp. Vanderlene Pinto Brandão Faculdade de Ciências da Saúde de Unaí Profa. Ma. Maria Das Neves Martins Faculdade de Ciências da Saúde de Unaí Prof. Dr. Joachin Melo Azevedo Neto Universidade de Pernambuco Prof. Dr. André Luís Assunção de Farias Universidade Federal do Pará Profª. Dra. Danielle Mariam Araujo Santos Universidade do Estado do Amazonas Profª. Dra. Raquel Marchesan Universidade Federal do Tocantins Profª. Dra. Thays Zigante Furlan Ribeiro Universidade Estadual de Maringá Prof. Dr. Norbert Fenzl Universidade Federal do Pará Prof. Me. Arleson Eduardo Monte Palma Lopes Universidade Federal do Pará Profa. Ma. Iná Camila Ramos Favacho de Miranda Universidade Federal do Pará Profª. Ma. Ana Lise Costa de Oliveira Santos Secretaria de Educação do Estado da Bahia Prof. Me. Diego Vieira Ramos Centro Universitário Ingá Prof. Dr. Janaildo Soares de Sousa Universidade Federal do Ceará Prof. Dr. Mário Henrique Gomes Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais, Portugal Profª. Dra. Maria da Luz Ferreira Barros Universidade de Évora, Portugal CONSELHO EDITORIAL Profª. Ma. Eliaidina Wagna Oliveira da Silva Caixa de Assistência dos advogados da OAB-ES Profª. Ma. Maria José Coelho dos Santos Prefeitura Municipal de Serra Profª.Tais Muller Universidade Estadual de Maringá Prof. Me. Eduardo Cesar Amancio Centro Universitário de Tecnologia de Curitiba Profª. Dra. Janine Nicolosi Corrêa Universidade Tecnológica Federal do Paraná Profª. Dra. Tatiana Maria Cecy Gadda Universidade Tecnológica Federal do Paraná Profª. Gabriela da Costa Bonetti Universidade Tecnológica Federal do Paraná Prof. Me. Thales do Rosário De Oliveira Universidade de Brasília Profª. Dra. Maisa Sales Gama Tobias Universidade Federal do Pará Prof. Dr. Pedro Igor Dias Lameira Universidade Federal do Pará Profª. Dra. Geuciane Felipe Guerim Fernandes Universidade Estadual do Norte do Paraná Prof. Me. Teonis Batista da Silva Universidade do Estado da Bahia Profª. Ma. Aline Maria Gonzaga Ruas Universidade Estadual de Montes Claros Profª. Dra. Alessandra Knoll Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Profª. Ma. Carla Cristina Sordi Universidade Estadual do Ceará Profª. Dra. Caroline Lourenço de Almeida Fundação Educacional do Município de Assis Profª. Dra. Rosângela Gonçalves da Silva Fundação Educacional do Município de Assis Prof. Dr. Marcus Fernando da Silva Praxedes Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Prof. Dr. Cleberton Correia Santos Universidade Federal da Grande Dourados Prof. Dr. Leonardo de Carvalho Vidal Instituto Federal do Rio de Janeiro Profª. Dra. Mônica Aparecida Bortolotti Universidade Estadual do Centro Oeste do Paraná Profª. Dra. Lucieny Almohalha Universidade Federal do Triângulo Mineiro Prof. Esp. Layane Caroline Silva Lima Braun Universidade Federal do Pará Profª. Ma. Michelle Cristina Boaventura França Universidade Federal do Pará Agradeço, agradeço, gratidão, gratidão… Se existe uma coisa que aprendi na vida é sobre a importância em agradecer e não ocultar os sentimentos. Afinal, a vida é bem vertiginosa e a ausência de gratidão é uma arrogância com Deus e com as pessoas que nos cercam. Pessoas que transitam pela nossa existência, do nosso convívio, que fazem parte da nossa jornada e história de vida, pessoas com as quais desejaria dividir a alegria e sensação de dever cumprido, neste término de mais um curso de especialização. Então agradeço a Cristo Jesus - o meu Redentor e Salvador pessoal pelo ar que respiro e pela vida futura que anseio com alegria. Agradeço a minha família, em especial meu nonno materno Pedro (in memoriam), pois ensinou-me consistentemente os valores que norteiam minha vida; a minha esposa e filha sempre devo desculpas pela minha ausência na busca incessante pelo conhecimento humano. A minha professora orientadora Drª Adriana Beatriz Botto Alves Vianna, pela orientação exigente e paciente comigo. “Todo povo que atinge um certo grau de desenvolvimento sente-se naturalmente inclinado à prática da educação. Ela é o princípio por meio do qual a comunidade humana conserva e transmite sua particularidade física e espiritual” Werner Jaeger SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................ 7 CAPÍTULO I ....................................................................................................................................................9 1 O QUE É A ANDRAGOGIA? ....................................................................................................................... 9 1.1 Etimologia e Origem ....................................................................................................................................... 9 1.2 Os princípios e finalidades da Andragogia ............................................................................................ 13 1.3 A andragogia e sua aplicabilidade em espaços não-escolares ..................................................... 17 CAPÍTULO II ..................................................................................................................................................20 2 HISTÓRIA DA ANDRAGOGIA NO BRASIL .............................................................................................. 20 2.1 A história da educação brasileira ............................................................................................................. 20 2.2 Educação de jovens e adultos e a prática da andragogia ............................................................... 23 CONCLUSÃO .............................................................................................................................................................. 26 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................................... 27 Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 7 INTRODUÇÃO O epílogo do presente trabalho foi retirado da obra “Paideia”, do filósofo alemão Werner Wilhelm Jaeger. Werner debruçou-se sobre a educação grega em seus diferentes níveis, partindo de diferentes fontes e filósofos da antiga Hélade. A paideia, de forma geral, pode ser descrita como um modelo de educação que os gregos utilizavam e que modificou-se a depender do tempo, do espaço e do instrutor. Apesar de possuir grandes diferenças, o fato é que os gregos tinham uma preocupação peculiar com a forma de transmissão do conhe- cimento. Não por acaso, a palavra “pedagogia” tem como raíz etimológica a palavra grega “Paidós”, que significa “criança” e “agogia”, que remete-se à condução. Assim, pedagogia seria essa ciência que estuda a melhor forma de ensinar crianças. Dentre eles há Platão, o famoso filósofo grego, que desenvolveu no livro VII da obra “A República” um dos mitos mais famosos do mundo: o mito da caverna. Nessa alegoria o filósofo grego fala pela boca de Sócrates para imaginarmos uma grande caverna e que nela estão presos uma infinidade de pessoas. Esses indivíduos estão acorrentados e sua visão está direcionada para uma parede no fundo da caverna na qual algumas imagens formadas por sombras são colocadas e de tempos em tempos movem-se e ficam alternan- do-se. De acordo com o mito, uma dessas pessoas, em dado momento, consegue perceber que está acorrentado e tenta livrar-se de suas amarras. Ao fazê-la e ganhar a capacidade de caminhar dentro da caverna, esse novo ser humano consegue encontrar a saída daquilo que até então considerava como a única realidade possível. A saída da caverna, para Platão, significa o processo de evolução humana que sai da ignorância, o mundo de realidades aparentes e formado por nossas opiniões, para a sabe- doria, o verdadeiro conhecimento que é capaz de nos libertar de nossas próprias limitações. Dentro dessa perspectiva, o filósofo entende que o único meio da humanidade progredir na busca pelo conhecimento é através de um processo educativo, no qual aprende a distinguir a realidade aparente da caverna e o que de fato é real. Como sabemos, Platão viveu há mais de dois milênios e ainda hoje podemos encontrar sentido em seus escritos, principalmente no que tange a necessidade da educação para o ser humano. Porém, para esse mesmo filósofo o processo de educação não é um privilégio de uma certa idade, mas sim um amplo e integral formato que abarcaria todas as etapas da vida humana, adaptadas para cada momento. Nesse aspecto, o Ser Humano deveria continuar aprendendo e aperfeiçoando seu saber até o fim da vida, momento em que se debruçariam acerca da metafísica e dos mistérios que envolvem a morte. Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 8 O que queremos apontar com isso, é de que, de certo modo, os antigos gregos - e talvez outras culturas - já se preocupavam com a questão da educação em sua visão total. Assim, não somente crianças deveriam ser educadas e passar por um processo educativo formal, com técnicas, ambientes e métodos explicitados, mas simtodos nós. A preocupação com a formação de adultos, portanto, não responde apenas a um anseio recente da humanidade, em que cada vez mais necessita-se de especializações e uma formação continuada em nos- sas profissões, mas sempre foi uma preocupação de continuar a ensinar os seres humanos os mais distintos assuntos, estimulando sua capacidade de reflexão e habilidades diversas. Frente a isso, é fundamental refletirmos o valor e importância da Andragogia em nosso tempo, visto que cada vez mais precisamos nos especializar para atender as demandas do mercado. Além disso, deve-se compreender as diferenças quando trata-se dos métodos de ensino para crianças, jovens e adultos, uma vez que as diferentes etapas da vida exigem novas competências e capacidades que podem ser fatores limitantes. Dessa maneira, o presente trabalho tem como objetivo apontar a importância de novos métodos de ensino para adultos como solução para o melhor aproveitamento do ensino-aprendizagem dentro de sala de aula. Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 9 CAPÍTULO I 1 O QUE É A ANDRAGOGIA? 1.1 Etimologia e Origem Nossa investigação deve começar pelo degrau mais básico: as definições. A andragogia foi um termo utilizado pela primeira vez no século XIX, mais precisamente na década de 1833, por Alexander Kapp. Advinda da junção das palavras “Andros”, que significa “homem”, e “gogos” que seria o verbo “educar, a inspiração de Kapp para esse termo se deu justamente ao encarar a maneira que Platão - e a maioria dos filósofos da antiguidade - ensinavam seus discípulos. A metodologia Socrática, notadamente conhecida como Maiêutica, foi a base que levou Kapp aos seus estudos sobre a Andragogia. A maiêutica socrática tinha como base o diálogo racional que conduzia os dialogado- res a uma Verdade. Esta, por sua vez, pode ser definida como um conceito mais refinado e próximo do real. Sócrates conseguia levar seus discípulos a pensarem a partir de uma série de perguntas que levavam a provar que o conceito defendido pelo dialogador poderia estar equivocado, obrigando-o a reformular uma nova lógica que conseguisse abarcar de forma satisfatória as distintas perspectivas que um problema poderia ser abordado. Esse método, no qual o professor (ou mestre) e o aluno (ou discípulo), desenvolvem juntos um caminho lógico para encontrar uma melhor definição para um conceito, é bem distinta da maneira que a educação para crianças ocorria. Enquanto as crianças eram levadas a aprender normas e regras básicas, de maneira a se colocar em uma posição abaixo do professor, a maiêutica socrática convida o aluno a pensar junto com o professor, que com sua habilidade vai pavimentando o caminho para que se cheguem a uma conclusão satisfatória. É importante observar que a maiêutica não considera Mestres e discípulos como iguais. O mestre, que nesse caso é o professor, já possui o conceito de maneira mais re- finada e quer transmiti-lo ao discípulo. Seu mérito está em ensinar o discípulo a chegar a sua linha de raciocínio por conta própria, dando-lhes ferramentas intelectuais e perguntas que geram o diálogo e possibilitam a reflexão. Nesse aspecto, o que Kapp percebeu em sua investigação é que esse modelo de ensino-aprendizagem para adultos é bem mais eficaz, uma vez que o adulto, em geral, já possui uma série de conceitos bem definidos dentro de si e por isso geralmente não aceita de forma passiva as informações e novas ideias que possam contradizer o que até o mo- mento se tem como verdade. Entretanto, apesar de compreender o valor da Andragogia e Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 10 aplicá-la em suas salas de aula - Kapp era professor na Alemanha - não podemos afirmar que Kapp desenvolveu uma teoria acerca deste assunto, apesar de ser o primeiro a utilizar o conceito. No século XIX, apesar dos avanços e a clara necessidade de uma educação para adultos, a Andragogia não se diferenciava em termos de método do aplicado para as crianças e adolescentes. Além da falta de métodos para estruturação da Andragogia devemos ressaltar que a necessidade de uma educação continuada de forma ampla só surgiu no século XX, fruto da crescente demanda por especialistas nas diversas áreas do conhecimento. Apesar da existência das Universidades na Europa desde a Baixa Idade Média, o acesso ao que cha- mamos de “ensino superior” até então era um privilégio das camadas mais abastadas da sociedade, na qual formava-se uma mínima camada intelectual, muitas vezes limitando-se a um conhecimento de suas áreas e transmitido de maneira quase individualizada. Desse modo, a educação de adultos de maneira sistemática nunca foi uma preocupação real. Essa realidade passou a mudar com o avanço dos sistemas de ensino ao longo do século XIX, que com a missão de fomentar o nacionalismo utiliza a escola como instrumento do Estado para a criação de um sentimento de pertencimento a um grupo, a nação. Como destaca Moraes (2019) utilizando a França como exemplo: “Entre essas instituições, a escola foi a mais destacada, porque passou a ensinar (e a convencer!) pessoas que não se conheciam (e provavelmente nunca se conheceriam) e que não se consideravam parte de uma mesma comunidade que elas tinham uma “história comum”. Além disso, a escola os ensinou a falar uma língua e a reconhecer símbolos comuns, a se sentirem como que conectados, produzindo uma identidade nacional onde antes não existia.” (MORAES, 2019, p.110) O caso da França foi seguido por outras nações europeias como Alemanha, Itália, Espanha e Portugal. Pela necessidade de educar mais pessoas, principalmente campone- ses que, de forma geral, não tinham acesso a nenhuma formação por parte do Estado, a educação foi massificada e esse processo, ao longo do tempo, gerou a necessidade de uma ampliação dessa formação. Se na segunda metade do século XIX a preocupação era apenas de formar uma população consciente do seu nacionalismo, no século XX o papel da escola passa a ser de disciplinadora, de formatação das crianças e adolescentes não apenas para reconhecer o seus valores nacionais, mas também de preparação para o trabalho. O traba- lho, por sua vez, era uma realidade comum para as crianças que nasciam no seio da classe operária e camponesa do século XIX.. Desde cedo aprendia-se tais ofícios e a prática diária era a mão mestra que conduzia os ensinamentos. Já no século XX esse componente vai, Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 11 aos poucos, desaparecendo e a criança passa, aos poucos, a ser vista como um infante e não como um “mini-adulto”. Garantindo um maior acesso à educação básica, a preocupação dos Estados no sé- culo XX passou a ser a de qualificar a mão-de-obra para trabalhos especializados. É nesse contexto em que surge a necessidade de debruçar-se sobre a Andragogia. Assim, entende-se que apesar de outros pensadores já utilizarem alguns métodos Andragógicos como Kapp e Lindeman1, a Andragogia enquanto teoria nasce com Eugen Rosenback e Malcolm Knowles, uma vez que foram contemporâneos e debruçaram-se sobre o mesmo tema.. De acordo com Santos (2010): Eugen Rosenback utilizou o termo Andragogia, no século XX. Na década de 70, desse mesmo século, o vocábulo passou a ser empregado designando a ciência de educar adultos, em países europeus como a França, a Iugos- lávia, a Holanda. Nos Estados Unidos, despontam os estudos de Malcolm Knowles, considerado o criador da Andragogia. Para ele, a Andragogia é a arte e a ciência destinada a auxiliar os adultos a aprender e a compreender o processo de aprendizagem dos adultos. (SANTOS, 2010, p.2) A definição dada por Knowles se propõe a ter uma distinção clara entre adultos e crianças, contrapondo-se assim à pedagogia.De fato, não precisamos notar que a maneira de transmitir o conhecimento é variável e diversa, dependendo de uma série de fatores e variantes. Talvez por essas características seja uma tarefa quase impossível demarcar limites tão sólidos quanto os colocados por Knowles, mas não nos resta dúvidas de que uma dos principais marcadores para adequar o ensino está na questão etária. As diferentes fases da vida implicam em diferentes métodos de ensino. Mais uma vez os gregos nos ensinam sobre isso, uma vez que para Platão a educação deveria ser ampla e contínua, indo da mais tenra idade até o último dia de vida de uma pessoa. Nesse sentido, o modelo de educação seria distinto em cada uma dessas fases, para que assim o conhecimento fosse sendo construído de modo justo e de acordo com a realidade de cada momento da existência. Se observarmos para a estrutura escolar atual poderemos encontrar essa mesma ideia, salvaguardando as diferenças notáveis dentro de cada contexto histórico, uma vez que o ensino está dividido em uma série de níveis e modelos como na figura abaixo: 1 Eduard Lindeman, Andragogo Americano que na década de 1920 foi responsável por lançar as bases para a teoria da Andragogia. Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 12 Figura 1 - Níveis e modalidades de ensino. NÍVEIS E MODALIDADES DE ENSINO ED U CA ÇÃ O B ÁS IC A Educação Infantil 1° Etapa Creches (de 0 a 3 anos) e pré-escolas (de 4 e 5 anos) É gratuita mas não obrigatória. É de competência dos municípios. Ensino Fundamental 2° Etapa 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° 9° Educação de Jovens e Adultos- Mínimo: 15 anos de idade Educação Especial Ensino Médio 3° Etapa É de responsabilidade dos Estados. Pode ser técnico profis- sionalizante, ou não. Educação profissional e Tecnológica Educação Indígena Educação do campo Educação de jovens e adultos – EJA (mín. 18 anos) ED U CA ÇÃ O S U PE RI O R É de competência da União, podendo ser oferecido por Estados e Municípios, desde que estes já tenham atendido os níveis pelos quais é responsável em sua totalidade. Cabe a União autorizar fiscalizar as instituições privadas de ensino superior. Cursos sequenciais Cursos e programas de extensão Educação profissional Educação a Distância Graduação O cidadão pode optar por três tipos de graduação: bachare-lado, licenciatura e formação tecnológica. Pós-graduação Lato Sensu (especialzações e MBAs) Strictu Sensu (mestrados, doutorados e pós -doutorado) Fonte: https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/entendendo-o-sistema-educacional-brasileiro, acessado em 8 de dezembro de 2022. Como podemos ver no quadro acima, a estrutura da educação brasileira atual nos leva desde a creche até a pós-graduação, um nível em que só se é possível atingir na fase adulta. As estratégias adotadas e o nível de ensino são distintas em cada uma dessas fases, assim como seus objetivos. Tendo em vista isso, é fundamental entendermos mais profun- damente sobre a Andragogia e criar novos caminhos para uma educação continuada. Ainda sobre esse aspecto, Ferraz et. al. (2004, p. 6) afirmam: A andragogia baseia-se em quatro pilares básicos, relacionados com as pe- culiaridades dos aprendizes adultos, que tomamos por indivíduos maduros, a saber: (a) o seu auto conceito desenvolve-se a partir de uma posição de dependência para a de um ser humano auto dirigido; (b) acumulam um cabedal crescente de experiências que tornam-se uma rica fonte de apren- dizagem; (c) a sua prontidão para aprender os torna de modo crescente, orientados para tarefas com potencial de desenvolvimento em seu papel social; (d) a sua perspectiva temporal muda de uma aplicação posterior do conhecimento para a aplicação imediata, adaptando a sua orientação no sentido da mudança de foco sob o objeto para uma perspectiva de foco sob o desempenho. ( Ferraz, 2004, apud SANTOS, 2010, p. 3) Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 13 Ferraz nos aponta as bases para a andragogia, mais precisamente o ponto de partida que todo adulto tem como base psico-social. O que se propõe, portanto, não é desconsiderar o universo do adulto e ensiná-lo aos moldes das crianças e adolescentes, mas sim utilizar as características e especificidades dos adultos em favor de sua aprendizagem. Podemos, então, condensar esses quatro pilares da andragogia apontado pelos autores como: 1. Adultos são pessoas auto-geridas 2. A experiência de vida como base da aprendizagem 3. O aprendizado do adulto tem foco em seus papéis sociais 4. O adulto busca uma aplicação imediata do conhecimento. Esses quatro pilares vão nortear, em parte, o desenvolvimento da andragogia e não podem estar fora da perspectiva do instrutor. Mas para criarmos uma perspectiva de ensino andragógica éfundamental termos conhecimento dos seus princípios e finalidades. Portanto passemos a elas. 1.2 Os princípios e finalidades da Andragogia Uma diferença fundamental entre o ensino de adultos e crianças está nos métodos de ensino. Por muitos anos, a pedagogia partiu de diversos pressupostos quando tratava-se do ensino de crianças: desde a teoria da tábula rasa, em que cada ser humano nasce sem conhecimento e ao longo de suas experiências ela as adquire, sendo assim o professor um instrumento de ensino para dar aos seus alunos o conhecimento, até as teorias modernas em que debruçam-se sobre as questões psicológicas e considera o aluno como um ser social, dotado de experiências prévias e uma realidade de mundo na qual o conhecimento precisa ser adequado de forma dinâmica. de acordo com Teixeira (2005), crianças são seres que aceitam a dependência, autoridade do professor e orientação; adolescentes gostam de questionar e não têm mais o professor como autoridade absoluta; já os adultos são inde- pendentes e analisam criticamente cada informação. Visto isso, quando falamos em educação para adultos não podemos partir dos mes- mos pressupostos que quando tratamos do ensino de crianças e adolescentes. O adul- to, de forma geral, já tem acumulado em sua experiência uma série de vivências. Santos (2010) destaca que: Os adultos possuem uma razoável quantidade de experiências. Como con- sequência andragógica, os adultos podem ser usados como recursos de aprendizagem, ou seja, as estratégias de aprendizagem de adultos devem encorajar troca de idéias e experiências. (...)Outro ponto de destaque é que Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 14 os adultos possuem conjuntos de hábitos fortemente sedimentados, logo, a andragogia aborda essa situação partindo do princípio de que os hábitos e gostos dos adultos devem ser, na medida do possível, considerados e aten- didos. Assim como fortes hábitos, os adultos tendem a ter grande orgulho de si próprio. No processo do ensino, os educadores devem estar atentos nessa condição, pois os adultos respondem muito bem as oportunidades de desenvolvimento, auto-direcionamento e responsabilidade no seu processo de aprendizagem. (SANTOS, 2010, p.7) Nessa perspectiva, as características apresentadas pelos adultos2 podem ser um fa- cilitador ou dificultador dentro da dinâmica de sala de aula, sendo assim um fator deter- minante a capacidade do professor de conduzir seus estudantes da maneira mais eficaz e harmônica possível. Se, por um lado, o fato de ser um indivíduo maduro, bem formado e conhecedor pleno de seus direitos e deveres pode tornar o compromisso do adulto um fator de diferenciação, o fato de ter uma vida social definida, com hábitos e experiências bem consolidados podem se mostrar verdadeiras barreiras dentro do ensino. Podemos pensar, a nível de exemplo, que um adulto que tem uma série de hábitos e uma rotina bem definida não se beneficiará de uma estratégia de ensino “passiva”,na qual apenas escuta as aulas e pouco interage com os professores e outros alunos, uma vez que essa experiência - que é uma forma de conhecimento - pode criar barreiras dentro da rela- ção ensino-aprendizagem. Por achar que “sabe” ou ainda por não enxergar como relevante o assunto que está sendo abordado, os adultos perdem o interesse ou apenas se mantém em uma postura inerte em sala. Também tendem a ser mais críticos, precisando assim não apenas recebem a informação do professor, mas se “convencerem” que o conteúdo é, de fato, como o que está sendo ensinado. No longo prazo, se essas características do ensino se mantêm, o que ocorre é que o adulto abandona a sala de aula, interrompendo assim sua caminhada escolar ou universitária.. De acordo com Santos (2010): As escolas e universidades têm uma tendência de aplicar os sistemas de ensino tradicionais, arcaicos por que é simples e cômodo, para o ensino de adultos, como devendo preencher as lacunas de uma instrução insuficien- te, incentivando o escutar e memorizar individualmente, os alunos ficam dissociados pela disposição das mesas e pelo cultivo do individualismo, a disciplina da aula elimina tudo que poderia distrair a atenção do indivíduo, na relação mestre-aluno, o mestre é o modelo, expõe e aplica o que sabe aos alunos, que ali se encontram justamente para aprender, através da memorização dos conhecimentos ou de seqüências de “gestos técnicos”. Os mestres atuam como a autoridade do saber e do poder dentro da sala de aula (SANTOS, 2010, p. 6). 2 concordamos com Santos (2010) ao definir “adultos” na perspectiva da Andragogia como homens e mulheres com mais de 23 anos e que ingressaram na vida profissional, assumindo papéis sociais e responsabilidades familiares, contando com uma experiência direta do existir. Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 15 O cenário apresentado, portanto, mostra que estratégias “tradicionais”, advindas da pedagogia, não podem ser simplesmente aplicadas quando estamos diante do ensino de adultos. O que nota-se pela experiência é que esse tipo de formação educacional tende a ser repulsiva aos adultos. Tendo isso em vista, como podemos superar tais barreiras e transformar o processo de ensino-aprendizagem mais eficaz na perspectiva andragógica? É preciso que tenhamos consciência de que o ponto de partida para o ensino de adultos deve ser distinto dos demais, considerando sua etapa de vida e experiências. Dessa maneira, de acordo com Rocha (2012) estabeleceu-se dez pressupostos para a teoria an- dragógica que todo professor deve levar em consideração. Eles são: 1. Autonomia 2. Humildade 3. Iniciativa 4. Mudança de rumo 5. Dúvida 6. Contextos 7. Experiência de vida 8. Busca 9. Objetividade 10. Valor agregado A autonomia refere-se ao aspecto que o adulto, de maneira geral, necessita de mais liberdade no aprendizado. Desse modo é fundamental criar estratégias que estimulem a colaboração e cooperação. A humildade, por sua vez, tem o papel de aproximar professores e alunos, não os colocando no mesmo patamar, mas mostrando que podem caminhar juntos para o aprendizado. A iniciativa permite ao adulto demonstrar sua capacidade de liderança e colocar-se como protagonista no processo de ensino e aprendizagem. Já a mudança de rumo permite um redirecionamento dos conteúdos e formas de atuação a depender da realidade de cada pessoa, uma vez que a vida adulta apresenta uma série de complexidades que podem ser fatores de dificuldade no processo de ensino. A dúvida é um pressuposto importante pois leva o aluno ao questionamento, o coloca dentro de uma participação ativa e que, em geral, permite ao adulto refletir e colocar em questão seus conhecimentos prévios. De igual forma deve-se levar em consideração o con- texto e experiência de vida dos alunos, uma vez que esses são fatores determinantes para o caminho da aprendizagem e até mesmo que determinam a possibilidade do aluno continuar ou não dentro de uma sala de aula. Os três últimos pressupostos (a busca, a objetividade Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 16 e o valor agregado) também são fundamentais para a permanência dos adultos dentro do seu processo de educação. É preciso entender o que o aluno pretende com o conhecimento que está adquirindo, como colocá-lo de maneira prática e objetiva e demonstrar, por fim, os benefícios que aquela formação fará na sua vida, seja a nível pessoal, financeiro ou mesmo a realização de um sonho. Como podemos perceber, para partirmos desses dez pressupostos é preciso que tenhamos a qualificação do professor dentro de uma perspectiva andragógica, uma vez que para atingir tais requisitos é preciso uma mudança na postura do instrutor. De acordo com Santos (2010) o eixo andragógico constitui-se dos Participantes e do Facilitador, sendo direcionados pelos princípios da Horizontalidade e Participação. Destaca-se, nessa pers- pectiva, o papel do instrutor não como um mestre tradicional, que se coloca numa postura de autoridade, mas sim como um agente facilitador da aprendizagem, que auxilia e ajuda os demais participantes na sua busca pelo conhecimento. A mudança dos termos “aluno” e professor” para “participantes” e “facilitador” não se faz por acaso. A palavra aluno, de origem latina alumnus, evoca a ideia daquele que alimenta-se do conhecimento. Nesse aspecto, o professor seria aquele que provém o conhecimento, numa relação em que um é o agente ativo do ensino e o outro aquele que recebe esse conhecimento. Essa perspectiva, como já vimos, pressupõe uma hierarquia que não pode ser alterada, uma vez que aluno é aquele que recebe o conhecimento e o professor aquele que sempre doa o que sabe. Como a perspectiva da andragogia busca quebrar essa lógica, os termos foram alterados para acentuar o princípio de Horizontalidade do conhecimento. Para Santos (2010): O desenvolvimento da Andragogia aparece orientado, com características sinérgicas, pelo Facilitador do aprendizado e permite o incremento do pensa- mento, da autogestão, da qualidade de vida e da criatividade do participante adulto, a fim de proporcionar uma oportunidade para que a auto-realização seja alcançada. (ALACÁ,, 1999 apud SANTOS, 2010, p. 5) A quebra de paradigma educacional proposto pela abordagem andragógica tem como pilar fundamental uma nova relação entre facilitadores e participantes e busca afirmar-se na auto-realização através de uma participação ativa de ambas as partes. Assim, o ensino não seria visto como uma fórmula pronta, entregue aos participantes para estes absorve- rem e reproduzirem. Ao contrário, por buscar uma maior efetividade na compreensão do assunto tratado, o facilitador deve estimular a criatividade e a autogestão do progresso dos participantes. Como aponta Santos (2010): Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 17 ao tratar com grupos de estudantes maduros, o papel do professor deve ser muito mais o de um “facilitador do conhecimento” (“Vamos decidir isto juntos”) e não mais o de uma autoridade em todas as facetas da matéria (“Vou lhes explicar o que considero ser importante que vocês saibam”). (SANTOS, 2010, p. 3) Visto os pontos abordados, devemos compreender agora quais ambientes são propí- cios para a prática da andragogia que vão para além das salas de aula tradicionais. 1.3 A andragogia e sua aplicabilidade em espaços não-escolares A necessidade de manter-se em formação, seja a nível técnico ou universitário, tem sido uma demanda do final do século XX e início do século XXI. Apesar dos dados mais recentes apontarem que 51% dos brasileiros adultos não concluíram o ensino básico3, é fato que a permanência do brasileiro nas instituições de ensino também têm aumentado, fruto de uma necessidadede mercado e uma maior oferta quanto a cursos de ensino superior e pós-graduação. Esse fenômeno é resultado de uma demanda do mercado, uma vez que exige-se uma mão-de-obra cada vez mais qualificada e também fruto de uma série de po- líticas de incentivo à educação.4 Diante desse cenário percebe-se que os adultos investem cada vez mais em sua formação, aprendendo não apenas através da prática, mas também debruçando-se sobre novas teorias e conhecimentos que possibilitam uma nova formação profissional ou uma maior atuação dentro de seus empregos. Essa necessidade também se mostra relevante para as empresas, visto que um funcionário bem qualificado agrega valor para os negócios. Por isso é possível perceber ações empresariais cada vez mais voltadas para a formação dos seus funcionários, tanto a nível público como privado. No setor público, por exemplo, estimula-se a continuidade na formação em ensino superior, principalmente em para cargos de chefia e como pré-requisitos para promoções. O funcionário, em geral, também recebe apoio para a conclusão destas formações, geralmente no formato de licenças remunera- das. Já no ambiente privado, treinamentos e consultorias também são apresentadas como formas de alinhar os colaboradores com as metas e propostas da empresa. Todos os trei- namentos, cursos e demais formações internas do ambiente empresarial devem partir dos 3 dados retirado de https://www.andes.org.br/conteudos/noticia/mais-da-metade-das-pessoas-de-25-anos-ou-mais-na o-concluii- ram-a-educacao-basica1#:~:text=S%C3%A3o%2069%2C5%20milh%C3%B5es%20de,G eografia%20e%20Estat%C3%ADsti- ca%20(IBGE)., acessado 14 de dezembro de 2022 4 Sobre a educação brasileira e o incentivo a formação escolar de adultos, ver o capítulo II deste trabalho. http://www.andes.org.br/conteudos/noticia/mais-da-metade-das-pessoas-de-25-anos-ou-mais-na Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 18 princípios da Andragogia, uma vez que a realidade do trabalho é, atualmente, uma premissa exclusiva dos adultos. Desse modo é possível perceber que a andragogia está ganhando cada vez mais espaço para além da sala de aula, o que, em seu princípio, era o único ambiente em que a formação ocorria. Sendo assim, o que podemos perceber é que o horizonte de atuação das práticas andragógicas vão se estender ainda mais ao longo dos próximos anos, se tornando uma área fundamental dentro do mundo corporativo. De acordo com Santos (2010): Métodos Andragógicos têm sido utilizados em empresas de todo o mundo. Os conceitos estão sendo expandidos para a gestão de pessoas, planeja- mento estratégico, marketing, comunicação, processos de qualidade, etc. Desde simples reuniões até complexos projetos de planejamento estratégico estão seguindo métodos baseados em conceitos andragógicos. As empresas já perceberam as vantagens e rapidamente implantaram programas de for- mação para transformarem seus funcionários em Facilitadores permanentes dentro da organização. (SANTOS, 2010, p.8) Como podemos perceber, a andragogia é uma realidade presente no mundo atual e que ganha espaço cada vez mais dentro da mentalidade e prática social, tanto no mundo como no Brasil. A educação, até pouco tempo atrás restrita aos modelos de ensino tradi- cional e voltada apenas para crianças, jovens e poucos adultos que ingressavam no ensino superior, agora transpõe os limites da sala de aula e adentram ao mundo do trabalho, do autoconhecimento e até mesmo do próprio gosto, em alguns casos, pelo saber. Junto a isso, podemos perceber outro cenário em que as práticas andragógicas ga- nham força é o mundo virtual, uma vez que cresce o número de estudantes em cursos à distância, nas mais variadas modalidades. De acordo com o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa), entre 2009 e 2019 o número de alunos matriculados em universidades a distância cresceu 378%.5 As vantagens práticas de um curso online favorecem o ensino dos adultos, em parte, uma vez que facilita a logística dos estudantes. O ensino virtual, por sua vez, enfrenta uma série de dificuldades que não nos cabe abordar nesta investigação, uma vez que precisaríamos de outros elementos e princípios para desenvolvê-lo. Entretanto, é fato que essa modalidade de ensino têm chamado atenção de adultos e cada vez mais a procura por esse tipo de formação se faz presente. 5 Informação reitrada de: https://g1.globo.com/educacao/noticia/2020/10/23/em-10-anos-quase-quadruplica-numero-de-alun os- -que-entram-no-ensino-superior-e-optam-pela-educacao-a-distancia-diz-inep.ghtml, acessado 15 de dezembro de 2022 Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 19 Levando em consideração todos esses aspectos, agora veremos como a andragogia foi vista ao longo da história da educação brasileira e como desenvolveu-se em nosso país até o estágio que apontamos acima. Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 20 CAPÍTULO II 2 HISTÓRIA DA ANDRAGOGIA NO BRASIL 2.1 A história da educação brasileira O processo de educação na história do Brasil é complexo, visto que nos últimos 5 séculos passamos por uma série de mudanças e formas de organização social. A educação, como parte do meio social e uma ferramenta em prol do Estado, também teve diversas alte- rações ao longo desse período. Ainda assim, é fundamental conhecermos minimamente as diferenças e as mudanças ocorridas nos períodos de nossa história para compreendermos a dimensão e importância da educação em nosso país. Tendo essa perspectiva em vista, comecemos pela estrutura educacional no que chamamos de “Brasil colônia”. Esse período compete entre os séculos XVI ao XIX, mais pre- cisamente entre 1500 e 1822, e é marcado pela relação entre o nosso país e sua metrópole, Portugal.6 Durante o início da colonização até 1750 a educação era uma exclusividade da companhia de Jesus, mais conhecida como jesuítas. A ordem religiosa veio ao Brasil com a missão de “catequizar os índios”, ensinando a doutrina cristã e a cultura europeia para os nativos. Além disso, comumente os Jesuítas tinham como função a educação das crianças nobres, filhos dos senhores de engenho e donos de grandes porções de terra. Essa edu- cação básica podia gerar dois caminhos para aqueles que pretendiam seguir no rumo das letras: o sacerdócio, em que se estudaria sobre filosofia e teologia ou o aprofundamento dos estudos indo para a Europa. As duas opções, como sabemos, eram vetadas aos indígenas. Dentro dessa perspectiva, portanto, não existia um ensino regular para adultos na co- lônia, logo, não é possível falar de andragogia nesse período. De acordo com Cunha (2000): “Diferentemente da Espanha, que instalou universidades em suas colônias americanas já no século XVI, Portugal não só desincentivou como também proibiu que tais instituições fossem criadas no Brasil. No seu lugar, a me- trópole concedia bolsas para que um certo número de filhos de colonos fossem estudar em Coimbra, assim como permitia que estabelecimentos escolares jesuítas oferecessem cursos superiores de filosofia e teologia” (CUNHA, 2000, p. 152) 6 Os termos “colônia” e “metrópole” são utilizados de forma conceitual, partindo da perspectiva de que uma colônia é uma região controlada pela metrópole em termos de economia, política e administração. Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 21 Vale ressaltar que a primeira universidade surgiu apenas no início do século XIX, com a vinda da família real ao Brasil. Constatar que no maior período de nossa história a educação de adultos foi inexistente, assim como para boa parte da sociedade, nos faz compreender os desafios de implementação dessa nova perspectiva e como, no longo prazo, a educação precisouir evoluindo até o estágio atual. Após a independência, porém, é possível encontrar um cenário relativamente dife- rente. A partir do que chamamos de “Brasil Império” (1822 - 1889), período que vai da in- dependência à proclamação da república, podemos observar que o Brasil já possui uma elite letrada, formada majoritariamente em cursos superiores na Europa, mas que também começa a desenvolver o ensino superior em seu próprio território. Nessa perspectiva a andragogia ainda se mostra tímida, visto que a formação intelectual se dava na juventude e não se propunha uma continuidade. Somente no século XX, com o avanço em políticas públicas e o incentivo da iniciati- va privada, a educação passa a ganhar novos ares voltando-se também para o ensino de adultos. Entre os principais programas de combate ao analfabetismo entre jovens e adultos destacamos o MOBRAL, movimento brasileiro de alfabetização. Esse programa tinha como objetivo diminuir o acentuado número de pessoas analfabetas no Brasil. Destaca-se que, de acordo com a Unesco, uma pessoa alfabetizada era caracterizada por saber ler algumas palavras ou pequenas frases e escrever seu nome. (UNESCO, 2008, p.58). Utilizando os dados contidos na tabela abaixo, de autoria de Marcelo Medeiros Coelho de Souza (1999)7, podemos pensar um pouco sobre essa questão: Tabela 1 - Alfabetização da População de Quinze Anos e Mais Brasil - 1900/1991. Ano Alfabetizados Analfabetos Sem Declaração Taxa de Alfabetização (%) 1900 3 380 451 6 348 869 22 791 35 1920 6 155 567 11 401 715 - 35 1940 10 379 990 13 269 381 60 398 44 1950 14 916 779 15 272 632 60 012 49 1960 24 259 284 15 964 852 54 466 60 1970 35 586 771 18 146 977 274 856 66 1980 54 793 268 18 716 847 31 828 75 1991 76 603 804 19 233 239 - 80 Fonte: INGE, censos demográficos, apud Anuário Estatístico/1995. 7 Retirado do artigo “O Analfabetismo no Brasil sob o Enfoque Demográfico”, SOUZA, 1999. Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 22 Podemos notar que ao longo dos anos 1950 até 1980 o Brasil passa por uma mudança significativa no número de pessoas alfabetizadas. Cabe destaque a década de 1970, em que em apenas 10 anos o número de pessoas alfabetizadas saltou de 35 milhões para 54, mos- trando a efetividade, nesses termos, das políticas sociais. Citamos o MOBRAL, mas também deve-se lembrar que este não foi o único programa voltado para a educação brasileira. de acordo com Quirino (2017), O processo de alfabetização de adultos no Brasil passou a ter maior evidência a partir da década de 1960. Nessa época, teve-se a composição de vários movimentos que “visavam a educação e cultura popular”. Entre os diversos programas o autor destaca: MEB - Movimento de educação de Base MCP - Movimento de cultura popular CPC - Centro popular de cultura CEPLAR - Campanha de educação popular8 Todos esses programas nasceram entre os anos 1950 e 1960, chegando ao fim durante o regime militar de 1964. Eles lançaram a base para a criação do MOBRAL e ajudaram a desenvolver a educação para adultos. Falar dessas iniciativas é, antes de tudo, perceber o problema estrutural da educação para adultos em nosso país no século XX, uma vez que até então uma minoria letrada atuava em nosso país. Como sabemos, hoje essa é uma realidade bem distinta, mas que ainda não foi superada. Podemos entender, porém, que um importante passo foi dado na segunda metade do século XX para o desenvolvimento da andragogia, uma vez que o público-alvo desses projetos eram adultos que na sua infância não tiveram oportunidade de aprender a ler e es- crever. É possível apontar as limitações desses programas que, em geral, ensinavam apenas a assinar o próprio nome e não tinham como finalidade a permanência dessas pessoas na escola, fazendo com que avançassem na sua formação escolar. Outro ponto importante a destacar-se é justamente a maneira tradicional de ensino utilizada nestes projetos, o que não se tornava atrativo para os adultos recém alfabetizados continuar sua trilha no letramento. Quanto a essa questão, cabe destacar a ação do pedagogo Paulo Freire, que em 1963 conseguiu utilizar métodos de ensino fora do padrão de sua época para alfabetizar 300 adul- tos na cidade de Angicos, no Rio Grande do Norte. Freire utilizou como ponto de partida a 8 QUIRINO, 2017, p. 11 Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 23 vida cotidiana daquelas pessoas, ensinando aos poucos as letras, palavras e formar frases que eram típicas do cenário e da vida em que aqueles adultos viviam. Aproximando o conhecimento prático e mostrando-o aos seus alunos, Freire conse- guiu em apenas 40 horas de aula um resultado brilhante. Se considerarmos os princípios da andragogia e alguns dos seus pressupostos podemos apontar que o experimento feito por Paulo Freire confirmou a tese de que a forma de ensinar crianças e adultos são comple- tamente distintas e precisam, portanto, estarem separadas, organizadas e partir de pontos de vista distintos. Dentro dessa perspectiva, no final dos anos 1990 se criou em nosso país uma nova modalidade de ensino para adultos: o EJA, educação de jovens e adultos. 2.2 Educação de jovens e adultos e a prática da andragogia O programa de educação de jovens e adultos, conhecido popularmente como EJA, tem por finalidade o resgate de adultos que não completaram sua fase escolar. As razões são diversas, mas dentre todas o que predomina é a necessidade de entrar no mercado de trabalho desde cedo, fazendo com o que os estudos fossem interrompidos. De acordo com Keller (2020): A Educação de Jovens e Adultos (EJA) foi instituída legalmente no Brasil como modalidade de ensino, Fundamental e Médio, em 1996, com a apro- vação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9394/96, desti- nada àqueles que não estudaram na idade escolar própria, em atendimento à demanda de jovens e adultos analfabetos, à baixa taxa de escolaridade e ao atraso escolar, cujos índices, historicamente, compõem a realidade educacional do nosso país. (KELLER, 2020, p.1) Vale ressaltar que a preocupação com a educação de jovens e adultos é uma pauta internacional. Desde o final dos anos 1940 até o presente momento diversos congressos e reuniões internacionais tiveram como objetivo discutir estratégias para lidar com o analfabe- tismo e a pouca instrução que grande parte da humanidade ainda tem quando comparado com o conhecimento que está acessível,seja pela tradição escolar ou mesmo no mundo virtual. Nesse sentido, é notável perceber que o movimento ocorrido no Brasil com movimen- tos de incentivo à alfabetização não foi uma exclusividade do nosso país, mas parte de um anseio internacional e que também atende, como vimos, a diversos interesses econômicos. Voltando ao EJA, o programa desde sua gênese tem como principal característica atender a uma população pobre, que por razões estruturais ou por outros motivos larga- ram sua caminhada escolar. De forma geral, essas pessoas têm uma dupla carga horária, Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 24 trabalhando de dia e, comumente, frequentando as aulas à noite. Visto isso, é fundamental entendermos que as necessidades desse público são distintas das que estão cursando regularmente a escola, em geral crianças e adolescentes. Além da qualificação necessária dos professores, formados e instruídos em suas áreas específicas, é fundamental que o do- cente que esteja à frente de uma turma EJA saiba sobre a andragogia e sua aplicabilidade em sala de aula. Tais fatores são decisivos para minimizar a evasão escolar e garantir o progresso do programa, fazendo com que ao longo dos anos esses alunos possam cursar os níveis fundamental e médio e abrindo-lhes, assim, oportunidades distintas nomercado de trabalho em que estão inseridos. Quanto ao preparo dos profissionais que atuam no EJA, o ministério da educação afirma: Com maior razão, pode-se dizer que o preparo de um docente voltado para a EJA deve incluir, além das exigências formativas para todo e qualquer professor, aquelas relativas à complexidade diferencial desta modalidade de ensino. Assim, esse profissional do magistério deve estar preparado para interagir empaticamente com esta parcela de estudantes e de estabelecer o exercício do diálogo. Jamais um professor aligeirado ou motivado apenas pela boa vontade ou por um voluntariado idealista e sim um docente que se nutra do geral e também das especificidades que a habilitação como formação sistemática requer. (BRASIL, 2000, p. 56) Através do trecho acima podemos entender que a busca por docentes para a educa- ção de jovens e adultos não pode ser motivada apenas pelo desejo de ajudar na educação dessas pessoas. É preciso, acima da boa vontade, a capacitação técnica de construir laços e uma forma eficaz de ensino, levando em conta as especificidades de cada turma e indivíduo que está voltando à escola. Nota-se, portanto, que o desenvolvimento desse programa tem um caráter mais com- plexo dos que foram desenvolvidos nos anos 1960, com estratégias tradicionais de ensino e limitadas a uma alfabetização funcional.9 O EJA, além de ser desenvolvido quando as preocupações com a andragogia já estavam em evidência, também conta com uma maior qualidade de profissionais envolvidos, uma vez que a formação universitária de docentes vem crescendo ao longo das décadas, resultado de uma política de incentivo e acesso ao ensino superior em nosso país. Assim, o EJA é fruto não somente de um esforço ou programa idealizado em determinado momento do Brasil, mas é sobretudo o resultado de uma série de políticas de incentivo de retorno dos adultos às salas de aula. 9 Entendemos por “alfabetização funcional” aquela que prepara o indivíduo a desenvolver a leitura e escrita, limitando-se a essas duas habilidades. Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 25 Apesar dos notáveis avanços, o Brasil ainda vive um cenário desafiador quanto à educação de jovens e adultos. De acordo com Keller (2020): A realidade educacional brasileira continua com dados alarmantes. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) (BRASIL, 2018a), o analfabetismo no Brasil atinge 6,8 % da população com mais de 15 anos de idade, somando 11,3 milhões de analfabetos. (...)Outro indicador preocupante diz respeito ao analfabetismo funcional. Conforme o Anuário Brasileiro da Educação Básica (2019), o Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF) aponta que 29% da po- pulação brasileira de 15 a 64 são analfabetos funcionais. (KELLER, 2020, p.19) Assim, podemos perceber a necessidade de um avanço nos estudos da andragogia, tanto para a criação de estratégias mais eficazes como também na implementação dos pres- supostos existentes, fazendo com que mais profissionais de educação estejam habilitados para atuar nesse campo. Em um mundo em que mostra-se cada vez mais necessário uma formação continuada, se faz não somente necessário saber sobre a andragogia do ponto de vista de atuar na formação de jovens e adultos que atrasaram seu processo escolar, mas em todas as demais modalidades em que possam ser inseridos pessoas adultas. Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 26 CONCLUSÃO A educação caminha com a humanidade. Essa é a ferramenta mais importante que possuímos enquanto espécie, uma vez que nos faz capaz de compreender a tecnologia, a arte, a ciência, a política e todos os elementos sociais que estão a nossa volta. É possível viver sem educação, mas é fato de que sem ela não conseguimos desfrutar de todo poten- cial humano que existe em nós. Talvez por isso Platão, um dos maiores filósofos da História, ressalta a importância da educação como um processo de despertar interior, de fazer com que o aluno reconheça em si algo que já está dentro dele, o saber que naturalmente flui e que nos aproximamos. Somos, nesse sentido, uma espécie que busca o conhecimento de forma natural, seja através da prática ou mesmo pelo caminho intelectual. Ainda assim, é fato de que essa ferramenta, como qualquer ferramenta, precisa ser polida, esmerada e ter um hábil condutor que possa fazer bom uso dela. Para isso existe a formação de profissionais da educação, que não somente buscam melhorar sua forma de transmitir ideias, mas também são capazes de garantir uma adequação do conhecimento para cada realidade que os toca. A andragogia, portanto, pode ser definida como mais um conhecimento que o educador precisa ter para saber lidar com situações, dentro e fora de sala, na qual exigem uma postura frente a educação de adultos. Seus princípios são aplica- dos não somente em sala de aula, mas principalmente em empresas, reuniões de família, e em diversos momentos de convivência em que, talvez por falta de habilidade, não saibamos ensinar aqueles que precisam aprender. Dito isso, podemos falar que a andragogia transpõe os limites da escola e, de forma indireta, é uma ferramenta útil para lidarmos com a vida social. Assim, seus pressupostos deveriam ser estudados não somente por pedagogos, professores em formação ou demais profissionais que atuam diretamente com ensino, mas também poderia ser ensinado para empresários, líderes de empresas e para toda pessoa que precise ensinar um adulto. Ensino de Jovens e Adultos: princípios e desafios da Andragogia no Brasil - ISBN 978-65-5360-274-8 - Ano 2023. 27 REFERÊNCIAS 1. ALCALÁ, Adolfo. Es la Andragogía una Ciencia?. Caracas: Ponencia, 1999. 2. AMORIM, Antônio (Org.) Educação de jovens e adultos. Salvador: EDUFBA, 2017. 3. Andragogia Brasil. Disponível em: https://www.andragogiabrasil.com.br/alexander-kapp, acessado 20 de novembro de 2022 4. ______, disponível em: https://www.andragogiabrasil.com.br/eduard-lindeman, acessado 22 de novembro de 2022 5. BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CEB nº. 11/2000. Diretrizes Curriculares para a Educação de Jovens e Adultos. Brasília, DF, maio 2000. 6. CAVALCANTI, Roberto de Albuquerque; GAYO, Maria Alice Fernandes da Silva. Andragogia na educação universitária. Conceitos. Disponível em: <www.adufpb.org.br/ publica/conceitos/11/art05.pdf>. 7. FERRAZ, Serafim Firmo de Souza; LIMA, Tereza Cristina Batista de; SILVA, Suely Mendonça de Oliveira e. 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