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INTRODUC387C383O20A20ENGENHARIA (1)

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ENSINO A 
DISTÂNCIA
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
 
 
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca do 
Centro Universitário Avantis - UNIAVAN 
Maria Helena Mafioletti Sampaio. CRB 14 – 276 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CDD 21ª ed. 
620 – Engenharia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Berndsen, Julio Cesar. 
B524i Introdução a engenharia./EAD/ [Caderno pedagógico]. Julio 
Cesar Berndsen. Balneário Camboriú: Faculdade Avantis, 2019. 
 98 p. il. 
 
 Inclui Índice 
 ISBN: 978-85-5456-104-8 
 ISBNe: 978-85-5456-103-1 
 
1. Engenharia. 2. Engenharia no Século XXI - Desafios. 3. 
Engenharia – Normas Técnicas. 4. Engenharia e modelagem – 
Projetos. 5. Engenharia e sustentabilidade. 6. Engenharia - 
Ensino a Distância. I. Faculdade Avantis. II. Título. 
PLANO DE ESTUDOS
Antes de começarmos o estudo de nossa disciplina, gostaria de explicar de como ela 
é estruturada. Primeiramente é apresento a ementa da disciplina contendo todos os 
tópicos que vamos abordar no decorrer do nosso estudo, apresento os objetivos a serem 
alcançados até a conclusão do estudo e a importância desta disciplina na formação de 
um engenheiro. 
EMENTA
Engenharia e sua história; Competências profissional; Áreas de atuação; Perfil do 
engenheiro; Os desafios da Engenharia no Brasil do século XXI; Os órgãos profissionais: 
CONFEA e CREA. Ética do profissional de Engenharia; Normas técnicas de engenharia; 
Projeto Modelagem Simulação otimização Comunicação Criatividade; Consciência 
ambiental e sustentabilidade; Mercado de trabalho local, regional e estadual: exigências 
e perspectivas.
OBJETIVOS DA DISCIPLINA:
• Apresentar ao acadêmico uma visão das habilidades, competências, associações, 
que orientam o exercício profissional bem como os campos de atuação;
• Situar a engenharia no Brasil e no mundo, destacando o papel social do profissional, 
as áreas de atuação e as atribuições profissionais;
• Introduzir a prática do ensino/aprendizagem como processo, no qual o aluno 
tenha informação ativa.
O PAPEL DA DISCIPLINA PARA A FORMAÇÃO DO ACADÊMICO
• Dar oportunidade aos acadêmicos para que tenham, de forma acessível, 
informações que possibilitem descobrir-se com a profissão escolhida e imaginar-
se nela;
• Integrar o acadêmico ao curso e à área de atuação do profissional de engenharia, a 
sua postura diante da sociedade;
• Estimular a criatividade do aluno tornando-o agente de seu aprendizado;
Apresentar um introdutório à engenharia por meio de abordagem geral, desde a 
história, ferramentas, modelos, simulação e criatividade e aplicação de projetos.
PROFESSOR
APRESENTAÇÃO DO AUTOR
Prof. Dr. Engº JC BERNDSEN
Doutor em Engenharia Mecânica pela Universidade 
Federal de Santa Catarina (UFSC), na área de Engenharia 
de Processo, Produto e Serviços. Mestre em Ciências 
Térmicas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Pós-
graduado em Engenharia Econômica, possui graduação 
em Engenharia Mecânica e é Professor universitário desde 
2006 nos cursos de Engenharia Mecânica, Elétrica, Civil 
e Produção, nas áreas de Desenvolvimento de Produtos, 
Projetos Industriais, Gerenciamento, Manutenção, 
Sistemas da Qualidade e Produção, eficiência energética e 
introdução a engenharia. Recebeu o prêmio Nacional CISER 
de inovação (1º lugar) como professor orientador de um fixador inteligente é membro 
do grupo de pesquisa da UFSC (GEPPS) no qual desenvolve pesquisas na Modelagem de 
Desenvolvimento de Produtos e Serviços.
Bons Estudos!
Email: julio.berndsen@avantis.edu.br
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9707671781412604
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - A ENGENHARIA E ÓRGAOS REGULAMENTADORES ..............................11
1 A ENGENHARIA ...........................................................................................................................................................13
1.1 A ENGENHARIA E SUA HISTÓRIA ...................................................................................................................13
1.1.1 As primeiras escolas de engenharia no mundo .................................................................................... 14
1.2 A ENGENHARIA NO BRASIL ............................................................................................................................15
1.3 O QUE É COMPETÊNCIA PROFISSIONAL? ............................................................................................... 16
1.4 AS FUNÇÕES DO ENGENHEIRO ..................................................................................................................... 17
1.5 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO ENGENHEIRO .....................................................................................................18
1.5.1 Engenharia Mecânica ................................................................................................................................................ 18
1.5.2 Engenharia Civil ............................................................................................................................................................. 19
1.5.3 Engenharia De Controle e Automação ...................................................................................................... 19
1.5.4 Engenharia Sanitarista e Ambiental ............................................................................................................ 19
1.5.5 Engenharia de Produção .................................................................................................................................... 19
1.5.6 Engenharia Elétrica....................................................................................................................................................20
1.6 PERFIL DO ENGENHEIRO ................................................................................................................................ 20
1.7 OS DESAFIOS DA ENGENHARIA NO BRASIL NO SÉCULO XXI .......................................................21
1.8 OS ÓRGÃOS PROFISSIONAIS: SISTEMA CONFEA E CREA..............................................................22
1.8.1 Sistema CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia ....................................22
1.8.2 CREA – Conselho Regional De Engenharia E Agronomia .........................................................23
1.9 NORMAS TÉCNICAS DE ENGENHARIA .....................................................................................................24
1.9.1 Objetivos das normas técnicas ........................................................................................................................ 24
1.9.2 Níveis De Normalização .........................................................................................................................................25
1.10 COMO SÃO ELABORADAS AS NORMAS TÉCNICAS NO BRASIL ............................................... 26
1.11 COMO SÃO ELABORADAS AS NORMAS TÉCNICAS NA EUROPA ...............................................27
1.12 COMO SÃO ELABORADAS AS NORMAS TÉCNICAS NOS ESTADOS UNIDOS .....................27
CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................................................................28
EXERCÍCIO FINAL ....................................................................................................................................................... 29
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................................... 30
UNIDADE 2 - PROJETO DE ENGENHARIA E MODELAGEM ..................................................31
INTRODUÇÃO A UNIDADE .......................................................................................................................................32
2 O PROJETO .................................................................................................................................................................332.1 FASES DE UM PROJETO.....................................................................................................................................33
2.2 CHAT ......................................................................................................................................................................... 35
2.4 O QUE É MODELAGEM E O QUE SÃO MODELOS ...............................................................................37
2.4.1 Tipos de modelo ..........................................................................................................................................................38
2.5 MODELAGEM POR COMPUTADOR............................................................................................................ 40
2.6 MODELAGEM DE PROBLEMAS FÍSICOS .................................................................................................42
2.7 CÁLCULOS MATEMÁTICOS E MODELAGEM .......................................................................................... 45
2.8 DISCUSSÕES DOS RESULTADOS DE UM MODELO ............................................................................47
2.9 FÓRUM ..................................................................................................................................................................... 48
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................................................... 48
EXERCÍCIO FINAL ....................................................................................................................................................... 49
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................................... 50
UNIDADE 3 - SIMULAÇÃO E OTIMIZAÇÃO ..............................................................................................53
INTRODUÇÃO A UNIDADE .................................................................................................................................... 54
3 SIMULAÇÃO .............................................................................................................................................................. 55
3.1 VANTAGENS DA SIMULAÇÃO ........................................................................................................................ 55
3.2 TIPOS DE SIMULAÇÃO ..................................................................................................................................... 56
3.2.1 Simulação Icônica .....................................................................................................................................................56
3.2.2 Túnel de vento...............................................................................................................................................................56
3.2.3 Simulação analógica............................................................................................................................................... 57
3.2.4 Simulação matemática .......................................................................................................................................... 57
3.3 O COMPUTADOR NA ENGENHARIA........................................................................................................... 58
3.4 SIMULAÇÃO COMPUTACIONAL................................................................................................................... 59
3.4.1 Situações que justificam a simulação ........................................................................................................61
3.4.2 Conduzindo uma boa simulação ....................................................................................................................61
3.4.3 Importância da simulação ..................................................................................................................................62
3.5 SIMULAÇÃO DE SISTEMAS FÍSICOS .........................................................................................................62
3.6 OTIMIZAÇÕES ...................................................................................................................................................... 66
 3.7 OTIMIZAÇÃO: UM CONCEITO LIGADO A MELHOR RESULTADO ................................................ 69
CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................................72
EXERCÍCIO FINAL ........................................................................................................................................................73
REFERÊNCIAS ................................................................................................................................................................ 74
UNIDADE 4 - COMUNICAÇÃO, EXPRESSÃO E SUSTENTABILIDADE .....................75
INTRODUÇÃO A UNIDADE .......................................................................................................................................76
4 COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO ....................................................................................................................... 77
4.1 CRIATIVIDADE .........................................................................................................................................................79
4.2 CONSCIÊNCIA AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE ...........................................................................82
4.3 FÓRUM ..................................................................................................................................................................... 84
4.4 COMBUSTÍVEIS FÓSSEIS ................................................................................................................................ 84
4.5 ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE............................................................................................................... 86
4.6 HIDROGÊNIO E CÉLULAS DE COMBUSTÍVEL ...................................................................................... 88
 4.7 CHAT ......................................................................................................................................................................... 90
4.8 COGERAÇÃO ........................................................................................................................................................... 91
CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................................................................... 93
EXERCÍCIO FINAL ....................................................................................................................................................... 94
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................................................... 95
1
unidade
A ENGENHARIA 
E ÓRGAOS 
REGULAMENTADORES
12
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
INTRODUÇÃO À UNIDADE
Na primeira Unidade vamos estudar a profissão “Engenheiro”. Vamos brevemente 
estudar como a engenharia evoluiu ao longo dos anos e sua importância no 
desenvolvimento do Brasil e de qualquer outra nação. Abordaremos quais as habilidades 
que um engenheiro precisa desenvolver, para que tenha sucesso professional bem como 
características peculiares de cada engenharia e suas áreas de atuação.
Qual a finalidade da existência da disciplina Introdução à Engenharia?
Para que os acadêmicos tenham de forma acessível informações que possibilitem 
descobrir-se com a profissão escolhida e imaginar-se nela; Integrar o acadêmico ao curso 
e à área de atuação do profissional de engenharia, a sua postura diante da sociedade;Estimular a criatividade do aluno tornando-o agente de seu aprendizado; Apresentar um 
introdutório à engenharia por meio de abordagem geral, desde a história, ferramentas, 
modelos, simulação e criatividade e aplicação de projetos.
Os objetivos de aprendizagem nessa unidade são: 
• Apresentar uma revisão histórica do desenvolvimento da engenharia;
• Apresentar a cronologia de como a engenharia se desenvolveu no Brasil; 
• Descrever as competências profissionais e áreas de atuação de um engenheiro;
• Conhecer quais são os órgãos profissionais relevantes aos engenheiros;
• Definir e demonstrar o que são normas técnicas;
• Compreender os objetivos das normas técnicas e como são elaboradas no Brasil e 
em outros países do mundo.
13
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
1 A ENGENHARIA
O que faz um engenheiro? Para responder esta questão é necessário compreender o 
surgimento e a evolução de algumas técnicas e dispositivos desenvolvidos pelos seres 
humanos com o intuito de solucionar problemas reais no seu dia-a-dia. Aborda-se nesta 
unidade uma forma de perspectiva de passado, presente e futuro da engenharia. Na 
perspectiva do “passado”, veremos as inquietações do ser humano em utilizar os recursos 
da natureza aumentando as técnicas para dar forma a objetos naturais e empregá-los 
para determinados fins, por exemplo: caçar e se defender de ataques de animais ferozes.
SAIBA MAIS:
Sugiro que você leia o texto intitulado “O desafio de inovar e crescer”, escrito 
por Nabuco Anai (2013). Neste texto, o autor faz uma discussão de como a inova-
ção tem auxiliado o Brasil a se tornar um país mais desenvolvido. Boa leitura! 
1.1 A ENGENHARIA E SUA HISTÓRIA
Os registros de utensílios, feitos a partir da pedra lascada devido à necessidade de 
desenvolver ferramentas para sobrevivência, datam aproximadamente 1.750.000 anos 
ocorrendo desenvolvimento tecnológico com o passar do tempo. Alguns exemplos podem 
ser citados como: as pirâmides, máquina a vapor, canalização do rio Nilo, entre outras. 
Posteriormente, outras invenções como a roda e a máquina simples. Um marco importante 
surgiu com o Engenheiro Gutenberg (1450) que melhorou e introduziu a imprensa 
mecanizada e dividiu a Engenharia em duas eras: engenharia do passado e a moderna.
14
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
 
(a) (b)
Figura 1. (a) O homem primitivo; (b) o início da imprensa. 
Fonte: Disponível em: (a) http://www.dandebat.dk/hellig1.htm. Acesso em: 03 jun. 2019 e (b) Disponível 
em: https://images.fineartamerica.com/images-medium-large-5/johann-gutenbergs-printing-press-cci-
-archivesscience-photo-library.jpg. Acesso em: 03 jun. 2019.
Na primeira fase, a que se refere ao passado é caracterizada como base empírica e 
de aperfeiçoamento e posteriormente definindo-se a Engenharia Moderna como a 
aplicação generalizada dos conhecimentos científicos na solução de problemas. Outras 
contribuições estão no plano das comunicações, transporte e produção de água e 
energia, dentre outros. A partir de 400 anos atrás a engenharia considerada mais atual 
teve uma aceleração muito forte após a Revolução Industrial. Evoluindo, em 1782, 
foi inserida a máquina a vapor na indústria da tecelagem e em 1832 foi fabricado o 
primeiro motor elétrico, mas este só foi usado em 1871. A engenharia é praticada desde 
as primeiras civilizações, tendo se acelerado com o auxílio das atividades militares, 
sendo que o primeiro curso de engenharia surgiu com Napoleão Bonaparte (França). As 
responsabilidades de um engenheiro naquela época eram: construção e funcionamento 
de engenhos para a guerra, estocagem de alimentos, construção de pontes, estradas 
(incluindo sua manutenção) para facilitar a movimentação de tropas. Devido a outras 
atividades além dos militares, como a construção de casas, equipamentos e outros, não 
havia distinção entre engenheiro militar e civil.
1.1.1 As primeiras escolas de engenharia no mundo
Abaixo encontra-se o Quadro 1 com as primeiras Escolas de Engenharia conhecidas 
no mundo:
http://www.dandebat.dk/hellig1.htm. Acesso em: 03 jun. 2019
https://images.fineartamerica.com/images-medium-large-5/johann-gutenbergs-printing-press-cci-archivesscience-photo-library.jpg
https://images.fineartamerica.com/images-medium-large-5/johann-gutenbergs-printing-press-cci-archivesscience-photo-library.jpg
15
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
1506 Veneza: primeira escola dedicada a engenheiros e artilheiros
1747 França: primeira escola de Engenharia do mundo, a École dès Ponts et Chaussées
1794 Foi criada a primeira escola de Engenharia dos EUA: A Academia Militar de West Point
1854 Zurique: a escola técnica mais importante dos países de língua alemã
1865 Estados Unidos: Massachussets Institute of Technology (1865)
1905 Carnegie Institute of Technology
1919 California Institute of Technology
Quadro 1. Escolas de Engenharia no mundo. 
Fonte: Adaptado de Bazzo W. A, 2006 Pag. 75
1.2 A ENGENHARIA NO BRASIL 
No Brasil a maior manifestação de escolas de engenharia foi por meio das construções 
de igrejas, engenhos e fortificações.
1810 Primeira escola de Engenharia do Brasil foi fundade pelo Príncepe Regente (futuro Rei D. João VI)
1874 Criada a Escola Politécnica do Rio de Janeiro
1876 Escola de Minas de Ouro Preto
1893 Escola Politécnica de São Paulo
... De lá para cá, existem mais de 300 cursos de engenharia no país e continuam crescendo. 
Quadro 2. Escolas de Engenharia no mundo.
Fonte: Adaptado de Bazzo W. A, 2006 Pag. 78
Em uma visão geral de 360°, observa-se a importância dos engenheiros, pois quase 
tudo que está em nossa volta como o computador, o mouse, o celular, inclusive a energia 
elétrica, foi desenvolvido, projetado e executado por engenheiros. 
Por definições mais coloquiais, engenharia é: “Aplicação de conhecimentos científicos 
e habilidades específicas à criação de estruturas, dispositivos e processos que se utilizam 
para converter recursos naturais em formas adequadas ao atendimento das necessidades 
humanas”.
Em outra visão Holtzapple e Reece (2006, p. 1) relata:
16
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
Engenheiros são indivíduos que combinam conhecimentos da ciência, 
da matemática e da economia para solucionar problemas técnicos 
com os quais a sociedade se depara. É o conhecimento prático que 
distingue os engenheiros dos cientistas, está na ênfase da praticidade. 
E segundo o engenheiro A. M. Wellington (1847 – 1895) que descreveu a 
engenharia como “a arte de fazer bem, com um dólar, o que outro pode 
fazer com dois.”
EXERCÍCIO:
• Faça uma busca na internet e liste três inovações tecnológicas as quais provo-
caram efeitos grandiosos na civilização justificando cada descrição.
• Elabore um questionário sobre inovação tecnológica e suas influências na sociedade, 
com no máximo 5 perguntas, e submeta a cinco engenheiros que atuam no mercado 
do trabalho. Faça uma comparação com as suas respostas e veja como elas variam de 
acordo com o campo de atuação e experiência profissional de cada engenheiro.
1.3 O QUE É COMPETÊNCIA PROFISSIONAL?
São ações e operações mentais que, associadas a saberes teóricos ou experimentais, 
proporcionam habilidades de saber como fazer. Segundo definição de Bazzo e Pereira 
(2006 p. 88), dentro das competências técnicas legais as atribuições legais de um 
engenheiro são: construir, analisar, avaliar, pesquisar, gerenciar, fiscalizar, controlar, 
desenvolver, ensinar, ensaiar, projetar, operar, manter, supervisionar, estudar, vender, 
vistoriar, testar e outras.
17
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
Figura 2: O engenheiro. 
Fonte: Disponível em: https://www.shutterstock.com/image-photo/inside-heavy-industry-factory-fema-
le-industrial-761907082?src=jz1bTDHV4Ob4TmCSUeU3iw-1-0&studio=1. Acesso em: 03 jun. 2019
As competências em engenharia sugeridas pelo Instituto Nacional de Estudos e 
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira e Ministério da Educação, INEP (2007) são:
• Argumentação e poder de síntese associada ao domínioda língua portuguesa;
• Assimilação e aplicação de novos conhecimentos;
• Raciocínio espacial, lógico e matemático;
• Capacidade crítica de identificação e solução de problemas;
• Observação, interpretação e análise de dados e informações;
• Utilização do método científico e do conhecimento tecnológico na prática 
profissional;
• Leitura e interpretação de textos técnicos e científicos;
• Pesquisa, obtenção de resultados, análise e elaboração de conclusões, propor 
soluções para problemas de engenharia;
• Habilidade de liderar pessoas e trabalhar em equipe;
• Habilidade de comunicar em mais de uma língua.
1.4 AS FUNÇÕES DO ENGENHEIRO
As funções dos engenheiros podem ser qualificadas como:
• Pesquisadores;
• Desenvolvimento;
• Projeto;
https://www.shutterstock.com/image-photo/inside-heavy-industry-factory-female-industrial-761907082?src=jz1bTDHV4Ob4TmCSUeU3iw-1-0&studio=1
https://www.shutterstock.com/image-photo/inside-heavy-industry-factory-female-industrial-761907082?src=jz1bTDHV4Ob4TmCSUeU3iw-1-0&studio=1
18
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
• Produção;
• Testes Operacionais;
• De vendas;
• Gerentes;
• Consultores;
• Professores;
• De construção.
O Engenheiro tem um forte raciocínio analítico e capacidade sistêmica de ponderar 
e integrar diversos elementos do ambiente de trabalho. Devido às competências 
explícitas, tem sido solicitado a ocupar cargos até então destinadas aos administradores 
e economistas. Contudo, de modo geral, sua atuação como engenheiro recai em aplicar 
conhecimentos científicos na resolução de problemas. Na vida de engenheiro e em sua 
caminhada ao longo dos tempos, a todo instante é solicitado a resolver problemas, o que 
sintetiza a engenharia de modo geral.
1.5 ÁREAS DE ATUAÇÃO DO ENGENHEIRO
No Brasil estima-se que existam mais de 90 tipos diferentes de engenharia. Porém, 
neste material, a ênfase será em apenas seis áreas de atuação:
• Mecânica;
• Civil;
• Controle e Automação;
• Ambiental;
• Produção;
• Elétrica.
• Suas características seguem abaixo:
1.5.1 Engenharia Mecânica
• Projetar motores, máquinas, instalações entre outros;
• Preparar processos de fabricação, mantutenção e montagem;
• Outras atividades pertinentes a área.
19
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
1.5.2 Engenharia Civil
• Organizar e projetar obras relacionadas a pontes, túneis, barragens, estradas, vias 
férreas, portos, canais, rios, aeroportos, sistemas de transportes, abastecimento 
de água e saneamento;
• Acompanhar as diversas etapas da obra com estudos de sol, incidência de vento 
etc.;
• Dimensionar Estruturas, materiais empregados, traçar cronogramas físicos e 
financeiros bem como controle de obra eficiente.
1.5.3 Engenharia De Controle e Automação 
• Controlar padrão de produtos e relacionar a redução de seus custos;
• Realizar à interface entre os diversos sistemas mecânicos, eletrônicos e processos 
industriais;
• Implementar a manutenção de vários sistemas de controle e automação entre os 
diversos sistemas.
1.5.4 Engenharia Sanitarista e Ambiental 
• Projetar, orçar, gerenciar e elaborar obras relativas as instalações e saneamento 
ambiental desempenhando um papel importante de contribuição da melhoria e 
qualidade ambiental para o desenvolvimento sustentável.
1.5.5 Engenharia de Produção
• Desenvolver associação das atividades das engenhariais tradicionais, tais como: 
gerenciar, racionalizar e vizualizar problemas de forma global buscando eficiência 
em processo produtivos.
20
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
1.5.6 Engenharia Elétrica
• Realizar, elaborar e projetar equipamentos que envolvam eletricidade bem como 
geração, transmissão e distribuição de energia elétrica entre outros.
EXERCÍCIO:
• Realize uma pesquisa individual sobre as grandes obras de engenharia que a sua 
cidade já recebeu desde a sua fundação. Enumere as mais importantes. Enumere 
agora três obras que você considera importante para o desenvolvimento da sua cidade.
1.6 PERFIL DO ENGENHEIRO
O mercado de trabalho, está sempre em evolução e dessa forma, exigindo novas 
habilidades e competências, como por exemplo: habilidade de liderar e trabalhar em 
equipes para resolver problemas e a habilidade de se comunicar em mais de um idioma. 
Em busca de desenvolvimento profissional e para melhorar as chances de sucesso, o 
Engenheiro deve procurar:
a. Desenvolver um ótimo embasamento científico e tecnológico;
b. Ter uma ampla formação, contemplando conhecimento de outras línguas e 
conhecimento em outras áreas como por exemplo, política, economia; 
c. Desenvolver a versatilidade (se tornar de fácil e rápida adaptação a diferentes tipos 
de trabalho, nas mais diversas situações);
d. Ser autodidata;
e. Desenvolver os seguintes tipos de inteligência: Inteligência Cognitiva (QI) que 
envolve capacidades como atenção, percepção, memória, raciocínio, obtendo 
assim conhecimento através da percepção; Inteligência Emocional (QE) e 
Inteligência Financeira (QF).
PARA REFLETIR:
• Faça uma comparação entre a sua definição de engenharia antes de começarmos a fazer este 
21
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
estudo e a sua atual definição. Quais são as principais diferenças?
1.7 OS DESAFIOS DA ENGENHARIA NO BRASIL NO SÉCULO XXI
Vivendo num mundo em que há constante mudança em tecnologia e com o auxílio 
de redes sociais e internet, a transferência de informação é muito rápida. Podemos então 
nos perguntar: O que fazer diante de tanta inovação? Os engenheiros desempenharam 
importantes tarefas que proporcionaram o desenvolvimento do país no passado. 
Atualmente, a participação desse profissional continua a ser importante, mas se faz 
também importante, o constante aperfeiçoamento profissional. 
Com o passar do tempo, diversas escolas de engenharia foram abertas, entre elas em 
1810 à academia Real Militar, que substituiu a Real Academia de Artilharia, Fortificação e 
Desenho. Depois, ela tornou-se à Escola politécnica do Rio de Janeiro sendo posteriormente 
chamada de Escola Nacional de Engenharia. Hoje ela é à Escola de Politécnica da UFRJ. 
É importante que os dirigentes de instituições de ensino, saibam o que pensam os 
outros setores da sociedade, daí a necessidade de se promover ajustes necessários na 
formação contínua de um engenheiro. É importante discutir as questões da engenharia 
contemporânea, para que isso gere frutos e riquezas para o país, tais como a construção 
de submarinos e promover o programa nuclear brasileiro. Uma também importante área 
é a área das telecomunicações e o seu papel no desenvolvimento tecnológico brasileiro. 
 
SAIBA MAIS:
Prezados acadêmicos a leitura faz parte do desenvolvimento da aprendizagem 
e é notório que ao longo dos séculos, o conhecimento vem se ampliando e conso-
lidando. Portanto não deixe de expandir. 
Leia o artigo intitulado “Avaliação das competências necessárias ao engenheiro de produção: 
a visão das empresas da região metropolitana de Porto Alegre”, publicado por Mirian Borchardt 
et al. no XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Este artigo é interessante pois 
aborda os conceitos estudados até agora, capacidades e habilidades específicas dos engenhei-
ros, aplicada a região metropolitana de Porto Alegre.
22
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
1.8 OS ÓRGÃOS PROFISSIONAIS: SISTEMA CONFEA E CREA
No ano de 2016 o Sistema CONFEA/CREA e Mútua completou 83 anos de 
funcionamento. Esta unidade tem por objetivo retratar o surgimento do Conselho Federal 
de Engenharia e Agronomia e as funções do CREA (Conselhos Regionais de Engenharia, 
e Agronomia) bem como uma explanação sobre as Normas Técnicas da Engenharia.
Figura 3: Logotipo do CREA e do CONFEA
Fonte: Disponível em: https://portal.crea-sc.org.br/. Acesso em: 03 jun. 2019; disponível em: http://
www.confea.org.br/. Acesso em: 03 jun. 2019.
EXERCÍCIO:
Visite o link https://portal.crea-sc.org.br/duvidas-frequentes/ (na parte “dú-
vidas frequentes”) e também em demais links no site do CREA/SC e responda as 
seguintes perguntas:• O que é ART e qual a sua importância?
• O que é um acervo técnico?
• Quais as possíveis penalidades a serem impostas ao profissional que não emitir a ART de 
um trabalho que está realizando?
• Quais são os objetivos do CREAjr-SC?
1.8.1 Sistema CONFEA – Conselho Federal de Engenharia e Agronomia
A história do CONFEA surgiu em 1933 pelo Decreto 23.569 pelo então presidente 
Getúlio Vargas e foi considerado um marco na história do Brasil. O sistema CONFEA/ 
CREA possui aproximadamente um milhão de profissionais registrados e movimenta 
uma parcela considerável do PIB em um mercado cada vez mais competitivo. Neste 
https://portal.crea-sc.org.br/
http://www.confea.org.br/
http://www.confea.org.br/
23
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
contexto esta é a instancia superior para qualquer profissional filiado recorrer de uma 
decisão referente ao seu exercício profissional. 
Em 2013, o Sistema completou 80 anos desde sua fundação, sendo hoje formado por 
27 conselhos regionais, 9 coordenadorias de câmaras especializadas. Anualmente, em 
conformidade com sua missão, os CREAS recepcionam no mercado de trabalho, milhares 
de egressos oriundos de cursos de graduação das profissões abrangidas pelo Sistema o 
qual possui um presidente, eleito pelo voto direto e secreto dos profissionais. Dentre as 
várias comissões atuantes, há também comissões de apoio e auxílio aos diretores que 
possuem como objetivo, aumentar a eficiência dos trabalhos. 
1.8.2 CREA – Conselho Regional De Engenharia E Agronomia
Na sistematização do CREA os conselhos regionais possuem com prioridade proteger 
a sociedade do exercício ilegal da profissão. O engenheiro, como profissional é obrigado 
a ter uma licença “carteira”. Para se obter este registro na ocasião de sua elaboração, é 
necessário que o profissional apresente os seguintes documentos:
a. Requerimento para Registro profissional – RRP (fornecido pelo CREA);
b. Diploma ou certificado original e fotocópia legível (frente e verso), devidamente 
registrado no órgão competente designado pelo MEC (para profissionais de nível 
técnico de segundo grau, no verso do diploma deverá constar, em carimbo de 
registro, a data da publicação da lauda do Diário Oficial);
c. Histórico Escolar contendo disciplinas, notas e respectivas cargas horárias;
d. RG ou RNE (Registro Nacional de Estrangeiro) e CPF, Título de Eleitor e prova 
de quitação com a Justiça Eleitoral (quando brasileiro), Certificado Militar, 
comprovante de Residência (fotocópias legíveis, frente e verso, apresentadas 
juntamente com os originais, ou cópias autenticadas);
e. 02 (duas) fotografias atuais, de frente, em cores com fundo branco, nas dimensões 
3x4 cm, sem data;
f. Cartão de registro provisório vencido, se houver;
g. Comprovante do pagamento da anuidade e taxas.
EXERCÍCIO:
a. Faça um breve relato referente as atividades do CREA na sua região.
24
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
b. Relacione quais normas técnicas são aplicadas na indústria automobilística.
1.9 NORMAS TÉCNICAS DE ENGENHARIA
Cada companhia, instituição de ensino ou grupo de trabalho, pode definir suas 
próprias normas técnicas. Contudo, a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) 
é o Foro Nacional de Normalização no Brasil. As norms técnicas da ABNT existem para:
• Tornar o desenvolvimento, a fabricação e o fornecimento de produtos e serviços 
mais eficientes, mais seguros e mais limpos;
• Facilitar o comércio entre países tornando-o mais justo;
• Fornecer aos governos uma base técnica para saúde, segurança e legislação 
ambiental, e avaliação da conformidade;
• Compartilhar os avanços tecnológicos e a boa prática de gestão;
• Dissimilar a inovação;
• Proteger os consumidores e usuários em geral, de produtos e serviços;
• Tornar a vida mais simples provendo soluções para problemas comuns.
1.9.1 Objetivos das normas técnicas
As normas, são elaboradas com objetivo de serem usadas como referência tem a 
característica de serem repetitivas e são usadas como regulamentação, acreditação 
e informações relevantes. Conforme refere a Figura 4 abaixo, entre os objetivos da 
normatização encontramos: segurança, proteção do produto, controle da variedade, 
proteção do meio ambiente, intercambialidade, eliminação de barreiras técnicas e 
comerciais, compatibilidade, comunicação, entre outros.
25
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
Figura 4. Objetivos da Normalização. 
Fonte: Disponível em: www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/objetivos. Acesso em: 03 jun. 2019.
1.9.2 Níveis De Normalização
O conteúdo de níveis de normalização abrange uma normalização nacional, regional e 
internacional. A Figura 5 apresenta as normas na forma de uma pirâmide, demonstrando 
as diversas hierarquias de sua utilização.
Figura 5. Objetivos da Normatização. 
Fonte: Disponível em: www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/niveis-de-normalizacao. 
Acesso em: 03 jun. 2019
http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/objetivos
http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/niveis-de-normalizacao
26
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
Os níveis setoriais acima descritos são:
Nivel empresarial
Elaboradas por empresas ou grupo de em-
presas com o objetivo de orientar compras, 
fabricação, vendas e outras operações
Normas Petrobras ou procedimen-
tos de gestão da qualidade.
Nível de associação
Elaboradas no âmbito de entidades asso-
ciativas e técnicas para o uso de associa-
dos. 
American Society for Testing and 
Materials (ASTM).
Nível nacional
 Elaboradas pelo governo, indústrias, consu-
midores e comunidade científica e emitidas 
por um Organismo Nacional de Normali-
zação, reconhecido como autoridade para 
torná-las públicas.
Normas da Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (ABNT) ou Asso-
ciação Alemã de Normas Técnicas 
(DIN).
Nível regional
Estabelecidas por um Organismo Regional 
de Normalização para aplicação em um 
conjunto de países.
Normas da Associação Mercosul 
de Normalização (AMN) ou Comitê 
Europeu de Normalização (CEN).
Nível internacional
Normas técnicas, de abrangência mundial, 
estabelecidas por um Organismo Interna-
cional de Normalização, reconhecidas pela 
Organização Mundial do Comércio (OMC). 
International Organization for Stan-
dardization (ISO)
Quadro 3. Níveis de Normatização. 
Fonte: ABNT, 2017. http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/niveis-de-normalizacao. 
Acesso 10 jun.2019.
EXERCÍCIO:
Leia a reportagem intitulada “Catástrofe de Brumadinho traz ao CREA-PE discus-
são sobre barragens” publicada no site do CREA-PE e escreva um parágrafo sobre a 
importância do CREA de vários estados se reunirem e discutirem a catástrofe de Brumadinho.
1.10 COMO SÃO ELABORADAS AS NORMAS TÉCNICAS NO BRASIL
No Brasil, a partir da definição de um problema, basta alguém apresentar uma 
solicitação formal à ABNT, que, no caso, é a única entidade que faz a gestão de todo o 
processo de normalização no Brasil, descrevendo a necessidade da existência da Norma 
http://www.abnt.org.br/normalizacao/o-que-e/niveis-de-normalizacao
27
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
Brasileira, listando as empresas, entidades e indivíduos que possam ter interesses na sua 
elaboração e aplicação. (NAKAMURA, 2016). O processo se inicia e evolui passando pelas 
diversas comissões de estudo e então se definem as suas devidas caracteristicas evolui 
até a publicação no diário oficial da união.
1.11 COMO SÃO ELABORADAS AS NORMAS TÉCNICAS NA EUROPA
Como nos demais países, estas são inspiradas nos procedimentos internacionais 
e o processo é muito semelhante ao do Brasil por meio de entidades responsáveis por 
toda a gestão do processo de normalização voluntária e consensual. Apenas em países 
comunistas as normas são ditadas exclusivamente pelo governo. 
Na França, a entidade normalizadora é a AFNOR (Association Française de 
Normalisation), no Reino Unido é a BSI (British Standards Institution) e na Alemanha, 
quem é o instituto responsável pela normalização nacional é o DIN (Deutsches Institut 
für Normung). Fundada em 1917, atualmente aentidade alemã consta com pouco mais de 
10 mil normas, porém, já chegou a ter quase 30 mil. (NAKAMURA, 2016). 
1.12 COMO SÃO ELABORADAS AS NORMAS TÉCNICAS NOS ESTADOS UNIDOS
Nos Estados Unidos o sistema adotado é um pouco mais diversificado, mas é 
direcionado pela ANSI (American National Standards Institute). Até o final de 2002 esta 
entidade já possuía mais de 11500 normas. (BAZZO, PEREIRA, 2006).
SAIBA MAIS:
Vimos a importância da utilização das normas e suas aplicações, agora che-
gou o momento das atividades de auto estudo. Faça a leitura da quarta edição da 
“Acessibilidade, Cartilha de Orientação”, lançada no Crea/SC.
28
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Nesta unidade apresentamos a “profissão engenheiro”, a evolução da engenharia no 
Brasil e em diferentes países do mundo. Discutimos as habilidades que um engenheiro 
precisa desenvolver para que tenha sucesso profissional, bem como características 
peculiares de cada engenharia e suas áreas de atuação. Apresentamos os órgãos 
profissionais que regem as atividades de engenharia. 
Engenheiros são indivíduos que combinam conhecimentos da ciência, da matemática 
e da economia para solucionar problemas técnicos com os quais a sociedade se depara. 
É o conhecimento prático que distingue os engenheiros dos cientistas, está na ênfase 
da praticidade. E segundo o engenheiro A. M. Wellington (1847 – 1895) que descreveu a 
engenharia como “a arte de fazer bem, com um dólar, o que outro pode fazer com dois.”
Competências profissionais, são ações e operações mentais, que associadas a saberes 
teóricos ou experimentais, proporcionam habilidades de saber como fazer.
O mercado de trabalho, está sempre em evolução e dessa forma, exigindo novas 
habilidades e competências, como por exemplo: habilidade de liderar e trabalhar em 
equipes para resolver problemas e a habilidade de se comunicar em mais de um idioma.
O Engenheiro tem um forte raciocínio analítico e capacidade sistêmica de ponderar 
e integrar diversos elementos do ambiente de trabalho. Devido às competências 
explícitas, tem sido solicitado a ocupar cargos até então destinadas aos administradores 
e economistas. Contudo, de modo geral, sua atuação como engenheiro, recai em aplicar 
conhecimentos científicos na resolução de problemas. Na vida de engenheiro e em sua 
caminhada ao longo dos tempos, a todo instante é solicitado a resolver problemas, o que 
sintetiza a engenharia de modo geral.
As normas são elaboradas com objetivo de serem usadas como referência tem a 
característica de serem repetitivas e são usadas como regulamentação, acreditação 
e informações relevantes. Conforme discutido nesta unidade, entre os objetivos da 
normatização, encontramos: segurança, proteção do produto, controle da variedade, 
proteção do meio ambiente, intercambialidade, eliminação de barreiras técnicas e 
comerciais, compatibilidade, comunicação, entre outros.
Esperamos que você tenha se familiarizado um pouco mais com a engenharia como 
profissão, organizações regulamentadoras e as responsabilidades de cada modalidade 
de engenharia. Na próxima unidade vamos apresentar, discutir e analisar “o projeto”. 
Independente da área de atuação do engenheiro, mostraremos que a habilidade de 
desenvolver um projeto é algo que todos os engenheiros têm em comum. 
29
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
EXERCÍCIO FINAL
1. [COMPREENSÃO] Os problemas que são apresentados aos engenheiros geralmente 
possuem elevada complexidade para serem totalmente representados em termos 
matemáticos, portanto, são utilizados modelos, que nada mais são do uma representação 
abstrata e simplificada de um sistema real. De acordo com o estudo desta unidade qual 
é a afirmação mais correta quanto às funções do engenheiro independente de sua 
especialidade?
A. Engenheiro é um profissional que constrói pontes, casas, edifícios estádios e 
viadutos.
B. Engenheiro é o profissional que tem por função analisar tendências de mercado 
para investimentos dos produtos que sua empresa produz.
C. Engenheiro é o profissional que desempenha funções de assistência técnica 
quando linhas de transmissão são acidentalmente derrubadas por árvores que 
caem durante tempestades.
D. Engenheiros são profissionais que desempenham uma grande gama de funções, 
como por exemplo, vendas, gerencia, projetos, teste, produção, pesquisa, ensino 
e consultorias.
E. Engenheiros são funcionários que exercem cargos de gerência em grandes 
montadoras.
2. [CONHECIMENTO] Entende-se por entidade de classe, uma sociedade de empresas 
ou pessoas com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, sem fins lucrativos 
e não sujeita a falência, constituída para prestar serviços aos seus associados. No caso 
das engenharias qual é o significado das siglas CONFEA e CREA, respectivamente?
A. Conselho Federal de Arquitetura e Centro de Representação e Assistência
B. Conselho Federal de Arquitetura e Conselho Regional de Arquitetos
C. Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e Conselho Regional de Engenharia 
e Agronomia.
D. Conselho Federal do Agronegócio e Conselho Regional de Agricultura.
E. Confederação de Esporte e Atletas e Centro de Reabilitação e Assistência.
3. [COMPREENSÃO] Existem muitas possibilidades de atuação para os engenheiros 
e o grau de dificuldade do processo de formação podem explicar a versatilidade. 
As competências desenvolvidas na graduação em Engenharia também facilitam a 
migração dos engenheiros para outras áreas, e os tornam requisitados nos mais diversos 
mercados. Habilidades estas ligadas à solução de problemas, um dos principais desafios 
30
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
no ambiente de negócios. Conforme o estudo que fizemos durante esta unidade é 
correto afirmar que:
A. Engenheiros são profissionais que atuam em uma única área profissional.
B. As normas técnicas são normas internacionais igualmente aplicáveis e definidas 
em todos os países do mundo.
C. As normas técnicas são definidas para facilitar o comércio entre países, proteger 
consumidores e tornar a prestação de serviços mais seguro.
D. registro no CREA é feito automaticamente após a graduação em qualquer escola 
de engenharia credenciada no país.
E. Apenas brasileiros natos podem ser registrados no CREA.
REFERÊNCIAS
ABNT - Associação Brasileira de Normas técnicas. Disponível em: www.abnt.org.br. 
Acesso em 16, set 2016.
BAZZO, W. A; PEREIRA, L. T. V. Introdução à Engenharia: Conceitos, ferramentas e 
comportamentos. 2. Ed. Florianópolis: EDUFSC, 2006.
HOLTZAPPLE, M. T; REECE, W. D. Introdução à Engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 2006.
INEP (2007) – www.educacaosuperior.inep.gov.br – acesso em 16, mar de 2016.
NABUCO A. O Brasil da inovação- Um panorama dos avanços em pesquisa e tecnologia 
– Editora Caros Amigos – 2013 – São Paulo
NAKAMURA, J. Normas técnicas em construção. Disponível em: http://techne.pini.
com.br/engenharia-civil/78/artigo285280-1.aspx. Acesso em 28 nov. 2016.
http://www.abnt.org.br/
http://www.educacaosuperior.inep.gov.br/
31
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
2
unidade
PROJETO DE 
ENGENHARIA E 
MODELAGEM
32
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
INTRODUÇÃO A UNIDADE
Na primeira Unidade, estudamos sobre a profissão “Engenheiro”, diferentes áreas de 
atuação desse profissional, seus órgãos profissionais e as normas técnicas que regem as 
atividades do engenheiro.
Independente da área de atuação, é de consenso, e de fato uma realidade, que 
engenheiros trabalham com projetos. Nesta unidade vamos estudar a definição, estrutura 
e estratégias de desenvolvimento de um projeto.
Uma das principais razões pelas quais um projeto não tem sucesso, ou seja, não traz 
os resultados esperados, é a falha ao se executar adequadamente as fases de um projeto. 
Muitos recursos são desperdiçados caso, por exemplo, um projeto não atende os objetivos 
pedidos pelo cliente ou às necessidades da estrutura interna de uma indústria. Caso um 
cliente peça por um assento mais confortável em ummodelo de carro, o projetista precisa 
primeiramente saber qual é o conceito de conforto definido pelo cliente, para alguns, 
conforto é definido como um melhor apoio para as costas, para outros um melhor apoio 
para os braços ou uma área maior para acomodar as pernas. A estética do novo assento 
pode ser atrativa, mas se as características acima não forem atendidas, o projeto falhou 
por não atender o objetivo, ou seja, não atende a necessidade do cliente.
Nesta unidade definimos cada etapa de um projeto e chamamos a atenção para o fato 
de que embora o projeto seja executado de maneira sistemática, todas as fases trazem 
igual importância ao sucesso do resultado. 
Os objetivos dessa unidade são:
• Apresentar a definição de projeto;
• Apresentar as fases da execução de um projeto;
• Desenvolver pensamento crítico e lógico necessários para o planejamento de um 
projeto;
• Desenvolver a habilidade de propor melhorias na execução de um projeto;
• Apresentar modelagem e tipos de modelos na engenharia;
• Desenvolver a modelagem de um sistema físico;
• Mostrar o papel da matemática na modelagem;
• Discutir resultados de um modelo matemático.
33
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
2 O PROJETO 
Engenheiros são formados para identificar, formular e solucionar problemas. A 
solução de tais problemas, contudo, pode exigir a necessidade de novos produtos e 
processos. Mas para se chegar à solução é necessário ocorrer um conjunto ordenado 
de ações as quais são denominados de projeto. Conforme Bazzo e Pereira (2008. p. 202) 
pode-se dizer que o projeto é a essência da engenharia e de acordo com Rozenfeld et al. 
(2006, p.155) se trata de um esforço temporário, levado a efeito para criar um produto ou 
um serviço único”
São exemplos de projetos de engenharia: construção de uma usina siderúrgica, um 
novo modelo de veículo etc.
De acordo com Bazzo e Pereira (2006), projeto pode ser definido como um conjunto 
de atividades que precede a execução de um produto, sistema, processo ou serviço. No 
transcorrer do trabalho cabe ao engenheiro modificar através da aplicação de técnicas 
próprias as informações coletadas em resultado que venha de encontro às necessidades 
captadas no início do trabalho.
2.1 FASES DE UM PROJETO
São vários e diferentes os olhares dos autores quanto às fases de um projeto, mas de 
forma geral segue o seguinte fluxo:
a. Identificação de uma necessidade: Geralmente o projeto inicia por alguma 
insatisfação com a situação atual. Algumas delas surgem a fim de reduzir custos, 
aumentar confiabilidade, desempenho de sistemas ou para satisfazer o desejo do 
público consumidor.
b. Definição do problema: O problema é mais específico que a identificação 
da necessidade, esta é mais genérica. Sua definição orienta a solução e daí a 
importância desta fase. É importante não confundir a solução do problema, com 
o próprio problema – às vezes a solução não é um aperfeiçoamento da situação 
atual.
c. Coleta de dados: Nesta fase a atitude do engenheiro é crucial pois estas referências 
que podem ser oriundas de fabricantes, internet, coletas em campo, banco de 
dados entre outras, serão de fundamental importância para elaboração e análise 
34
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
do trabalho. 
d. Concepção da solução: Após ter definido o problema e a coleta das informações 
para o projeto, o engenheiro deve se empenhar em buscar soluções através 
da formulação de modelos, descrição de processo, conhecimentos técnicos, 
especificação de componentes e configurações gerais de processo.
e. Avaliação: Nesta fase, é feita uma análise completa que pode empregar cálculos 
detalhados até mesmo com a ajuda de computadores.
f. Especificação da solução final: Neste momento, é feito um memorial descritivo 
sobre todos os detalhes estipulados que podem constar:
• Objetivos, funções e localizações das partes do projeto;
• Caracterização da solução final e das propriedades dos materiais especificados;
• Valores diversos previstos;
• Detalhes construtivos e operacionais;
• Desenhos dos sistemas e subsistemas
g. Comunicação do projeto: Uma idéia, por melhor que seja, se não é bem comunicada 
perde seu valor. A comunicação pode ser feita de várias formas. Um projeto de 
engenharia normalmente contém:
• Memorial descritivo;
• Memorial de cálculo;
• Lista de materiais;
• Cronograma;
• Orçamento do projeto;
• Informações gerais
SUGESTÃO DE VÍDEO:
Assista o vídeo “Gerador de hidrogênio. Teste de consumo e potência”. 
• https://www.youtube.com/watch?v=EzsqAdyyeTY&t=1s
Neste vídeo, um experimento é conduzido para se verificar a veracidade da redução de con-
sumo de combustível quando se instala um kit hidrogênio num motor de carro a gasolina.
https://www.youtube.com/watch?v=EzsqAdyyeTY&t=1s
35
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
2.2 CHAT 
Proposta 1
Utilizando a plataforma on-line da UNIAVAN, crie uma discussão com seus colegas 
de disciplina sobre 3 fases de um projeto (apresentados na sessão 2.1) que podem ser 
identificadas no vídeo “Gerador de hidrogênio. Teste de consumo e potência”.
Proposta 2
Discuta com seus colegas de classe alguns modos pelos quais a etapa de “avaliação” 
pode ser melhorada no experimento mostrado no vídeo “Gerador de hidrogênio. Teste de 
consumo e potência”. Para esta discussão, utilize a plataforma on-line UNIAVAN.
PARA REFLETIR
Apesar de todo o cuidado e rigor que grandes companhias têm quanto aos 
seus projetos antes de lançarem um produto no mercado ainda há falhas que só 
são percebidas quando de fato o produto é colocado em uso. Leia o texto “Os 11 maiores erros da 
indústria automotiva” e responda as seguintes perguntas sobre o parágrafo intitulado “O desas-
troso sistema de injeção de combustível da Chrysler os anos 80”:
1. De acordo com a crítica e com o seu entendimento sobre projetos, qual a fase do projeto 
que foi negligenciada e causou este problema de design?
2. Crie um projeto e descreva todas as suas fases para que o problema apresentado na 
crítica seja solucionado.
2.3 ABORDAGENS DE PROBLEMAS EM ENGENHARIA (FATORES DE SUCESSO)
A definição clara do problema é de suma importância, normalmente um engenheiro 
com pouca experiência começa a focar na solução primeiramente antes de conhecer o 
problema. Um problema usualmente, requer um estudo aprofundado da situação, para 
determinar os elementos que se deseja conhecer e todos os parâmetros envolvidos, 
devem ser analisados para que uma ideia geral do processo seja conhecida. Porém, é 
36
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
certo que a ferramenta utilizada para buscar as informações disponíveis durante o curso 
de engenharia, deve auxiliar na solução de problemas.
No texto “Os 11 maiores erros da indústria automobilística” (JALPNIK, 2010), vemos 
que erros de projeto, são detectados apenas após a o produto ser lançado no mercado. 
Companhias que presam pelo relacionamento com o consumidor e qualidade do produto 
que oferecem, devem estudar e solucionar tais erros, o que dá origem a mais um projeto. 
Ou seja, a tarefa de corrigir um erro de projeto, nada mais é do que um projeto novo, e 
como tal deve obedecer aos mesmos critérios e fases de um projeto como apresentado 
no tópico 2.1. 
Se pensarmos de uma maneira bem ampla, podemos fazer a seguinte pergunta: 
“Como devemos organizar a empresa de tal forma que produzimos os produtos com alta 
qualidade e confiabilidade para o consumidor e ao mesmo tempo corrigimos os erros 
que inadvertidamente cometemos nos produtos já lançados no mercado?” A busca da 
resposta dessa pergunta nada mais é do que a execução de mais um projeto. Ou seja, o dia 
a dia de um engenheiro, envolve a proposição e a execução de projetos, que se diferenciam 
em número de funcionários envolvidos, tempo de execução, recursos financeiros gastos, 
entre outros. Contudo, todos eles, não importante quão grandes ou pequenos, obedecem 
às fases de execução apresentadas nesta unidade. 
Imagine-se na seguinte situação vivenciada por um engenheirono final do século 
XX. Participar como membro de uma equipe de projeto de um novo produto formada 
por aproximadamente 1500 engenheiros de diferentes áreas (Mecânica, Elétrica, 
Automação e Controle, químico, aeronáutico etc.) e de 8 diferentes países (Brasil, Japão, 
China, Inglaterra, Alemanha, dentre outros), durante um período de 2 anos e meio. O 
investimento destinado somente nas fases deste projeto foi de U$ 850 milhões. Pense 
na complexidade de gerenciamento de prazo, de custos e de qualidade do produto. 
Você consegue imaginar as possíveis dificuldades de comunicação, e de atendimento 
às necessidades dos futuros clientes desse produto? Essa situação real de engenharia 
aconteceu na empresa brasileira EMBRAER durante o projeto da família de aeronaves 
ERJ-170/190. Antes mesmo do primeiro voo do protótipo, a Embraer já contabilizava mais 
de 110 pedidos em contrato de entrega e mais de 200 opções de compra. Sem dúvidas, 
este foi um dos projetos de engenharia mais bem-sucedido na história das empresas 
brasileiras!
EXERCÍCIO:
Considerando a situação real da empresa brasileira EMBRAER citada acima, 
37
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
quais práticas adotadas naquele projeto poderiam explicar o sucesso alcançado? Apresentar a 
resposta em um texto de 3 parágrafos.
2.4 O QUE É MODELAGEM E O QUE SÃO MODELOS 
Até o momento, vimos que o engenheiro é um grande especialista em solucionar 
problemas, percebemos também, que a solução nasce por meio de projetos, processos e 
sistemas. Neste processo de solução de problemas, um conjunto de fases de projeto, foi 
vista como uma metodologia de trabalho. 
Uma fase crítica de extrema importância para a solução dos problemas é a fase de 
DEFINIÇÃO DO PROBLEMA. Nessa fase, a representação do problema na forma de um 
modelo propicia uma grande contribuição para a sua solução.
Mas o que é um modelo? E quais são as contribuições de sua utilização? Qual é a 
relação entre engenheiros e os modelos? 
Caracteriza-se pela representação simplificada da realidade ou da solução de um 
problema abstrato usado para se similar a realidade.
Modelar nada mais é que representar o SFR (Sistema Físico Real), ou parte dele, em 
forma física ou simbólica.
Ao construir maquetes e protótipos, ao fazer desenhos técnicos em duas ou três 
dimensões por meio de softwares computacionais, ao elaborar equações matemáticas 
que expliquem qualquer tipo de fenômeno, dizemos que o engenheiro está modelando 
(ARAUJO; SMERO, 2016).
MODELOS UTILIZADOS 
PELOS ENGENHEIROS
Fotografias e planta industrial
Representação de um circuito elétrico ou de um sistema 
fluido-mecânico
A representação de um trocador de calor
Expressão matemática
Equação química
Gráficos (bolha, barra, pizza etc.)
Quadro 4. Diferentes tipos de modelos usados em engenharia
Fonte: O autor, 2017.
38
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
2.4.1 Tipos de modelo 
Tipos de modelos utilizados na engenharia e as suas contribuições para a compreensão 
da realidade e solução dos problemas:
• Modelos Icônicos: representam da forma mais real possível o SFR. Sua grande 
utilidade é a possibilidade de poder alterar o projeto com aperfeiçoamento 
que melhorem a segurança de operação e manutenção antes de construir o 
SFR. 
• Modelo Diagramático: Representado por um conjunto de linhas e símbolos que 
em juntos representam uma estrutura ou um comportamento do Sistema. 
• Modelo Matemático: é uma idealização, onde são usadas técnicas de construção 
lógica. Fenômenos e variáveis do problema são descritos por elementos idealizados 
que representam as características essenciais da situação real, através de uma 
expressão matemática. Exemplos de modelos matemáticos: equação de Torricelli, 
Momento de Inércia, centro de massa, expressão geral da posição de um móvel em 
MRUV em função do tempo (s), dentre outros.
SAIBA MAIS:
É de senso comum que matemática e física fazem parte do dia a dia de um en-
genheiro. O artigo publicado por Eliane Cristina Ferruzzi e Lourdes Maria Werle de 
Almeida intitulado, “Modelagem Matemática no ensino de Matemática para engenharia” aborda-
da como tal tema contribui para o desenvolvimento do engenheiro não apenas no âmbito profis-
sional, mas no meio social e pessoal também. Sugiro que você leia o texto e com as conclusões 
que ele traz, tente compreender a válida importância da matemática na vida de um engenheiro.
PARA REFLETIR:
Qual o motivo de se utilizar modelos?
Por que os modelos são limitados?
39
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
• Representação Gráfica: constitui um útil auxílio à visualização, comunicação e 
previsão de projetos. Segmentos de retas ou cores representam uma propriedade, 
como a temperatura, pressão, velocidade, tempo; ou um fato, como o número 
de falhas por unidade de tempo, acréscimo populacional de uma cidade, dentre 
outros.
SUGESTÃO DE VÍDEO:
Assista o vídeo “Modelagem de Processos” e escreva dois parágrafos comparan-
do as definições e conceitos apresentados no vídeo com os conceitos apresentados 
no tópico 2.3.1. O vídeo está disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=nAqtiLw39fs&-
t=28s. Acesso em: 02 jun. 2019.
Neste vídeo, o autor expande o conceito de modelagem à processos, apresenta o que é, as 
razões pelas quais é realizado, os principais objetivos e também como esta deve ser executada 
e sua aplicação no que definem ser “engenharia de requisito”.
O motivo de se modelar é bem amplo, mas os benefícios gerados pela sua utilização são:
• Diminuir a possibilidade de se cometerem possíveis erros de projeto com baixos 
custos;
• Prever e avaliar as melhores soluções de projeto, em termos de custo e qualidade, 
economizando assim o tempo de solução;
• Simular o funcionamento e checar a segurança de uso, produto ou sistema;
• Facilitar a comunicação da equipe durante o projeto;
• Realizar um exame da situação de muitas variáveis, em um menor espaço de 
tempo, determinando seus efeitos, no desempenho do sistema físico real;
• Avaliar os custos envolvidos no projeto;
• Utilizar o modelo como uma representação do produto, para aprovação do cliente;
• Gerar uma estimativa rápida de comportamento de um determinado fenômeno.
A Embraer utiliza de vários recursos de projeto, entre eles, o uso de seu centro de 
realidade virtual, e com isso consegue realizar avanços significativos utilizando esta 
ferramenta em seus projetos desde a fabricação até a montagem de componentes. São 
muitos os benefícios gerados pela sua utilização. Porém, uma das maiores vantagens do 
https://www.youtube.com/watch?v=nAqtiLw39fs&t=28s
https://www.youtube.com/watch?v=nAqtiLw39fs&t=28s
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INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
uso de modelos é o seu custo. Portanto, um modelo é uma representação simplificada 
da realidade, ou de um problema a ser resolvido. Embora que simplificado, auxilia os 
engenheiros a entender a realidade.
Em síntese, a utilização de modelos, ajuda a analisar melhor o problema e melhor 
contemplar soluções para diminuir custos. Contudo, é importante ressaltar, que nenhum 
modelo é totalmente preciso, pois trata-se de uma aproximação e a todo momento pode 
ser melhorado. 
Conforme vimos na unidade anterior, no início de um projeto, o engenheiro define o 
problema a ser solucionado e estabelece modelos que lhe permitam entender melhor a 
realidade a ser superada. 
Figura 6. Hangar da Embraer.
Fonte: Disponível em: https://abrilveja.files.wordpress.com/2017/12/2014-10-17t200458z_122240238_
gm1eaai0b8d01_rtrmadp_3_brazil-embraer.jpg. Acesso em: 02 jun. 2019.
2.5 MODELAGEM POR COMPUTADOR
CAD/CAM: Sistemas integrados de produção visando à prototipagem rápida. O 
acrônimo CAD (Computer Aided Design – Projeto Assistido por Computador) foi utilizado 
pela primeira vez no início dos anos 60 pelo pesquisador do Massachussetes Institute of 
Technology (MIT) Ivan Su- therland. Um exemplo pode ser visto na Figura 7. 
https://abrilveja.files.wordpress.com/2017/12/2014-10-17t200458z_122240238_gm1eaai0b8d01_rtrmadp_3_brazil-embraer.jpghttps://abrilveja.files.wordpress.com/2017/12/2014-10-17t200458z_122240238_gm1eaai0b8d01_rtrmadp_3_brazil-embraer.jpg
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INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
Figura 7. Estrutura de um edifício. 
Fonte: Disponível em: http://brsarch.com/uploads/Blog/navis%201.JPG. Acesso em: 02 jun. 2019.
Seu início, se deu no final dos anos 40 e início dos anos 50, propiciando a automação 
de frezamento, torneamento e outras operações. Isso significa que se pode projetar em 
uma tela de computador e transmitir informação por meio de interfaces de comunicação 
entre um computador e um Sistema de fabricação. Sistemas CAD/CAM caracterizam-
se por centralizar a execução de diversas atividades relacionadas ao processo produtivo, 
compreendendo desde o projeto mecânico (CAD) e análise estrutural (MEF), passando 
pela escolha adequada das máquinas CNC. Atualmente a prototipagem rápida também 
pode ser utilizada para desenvolver produtos a qual se possibilita a execução de modelos 
físicos tridimensionais. 
SAIBA MAIS:
Leia o texto “Voo sem piloto reduz custo” e saiba mais sobre como instituições bra-
sileiras têm desenvolvido ciência e superando desafios tecnológicos reduzindo custos 
não somente de pesquisa, mas melhorando a qualidade de atividades desenvolvidas em nosso país. 
http://brsarch.com/uploads/Blog/navis 1.JPG
42
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
EXERCÍCIO:
Com base com o que estudamos nesta unidade, explique quais seriam os be-
nefícios da utilização dos seguintes modelos: i) fluxograma industrial, ii) equação 
química, iii) maquete, iv) desenho técnico em duas dimensões e v) esquema representativo de 
uma caldeira industrial 
2.6 MODELAGEM DE PROBLEMAS FÍSICOS
É de senso comum, que um engenheiro é um profissional que constantemente utiliza 
conceitos da matemática e física para desenvolver seus projetos. 
Muitos estudantes se sentem intimidados pela quantidade de conceitos da matemática 
e física que terão que dominar para ser um profissional de sucesso. Contudo, não há razão 
para alunos se sentirem intimidados pela matemática e física. Cálculo, Álgebra Linear, 
Geometria Analítica, Mecânica, Termodinâmica, Eletromagnetismo são exemplos de 
disciplinas fundamentais para qualquer área de atuação de um engenheiro, contudo, 
tais conceitos serão adequadamente apresentados e ensinados a você de forma que não 
comprometam a formação nem o progresso de sua vida acadêmica e profissional.
Alguém poderia então fazer a legítima pergunta: “Por que tais disciplinas são tão 
fundamentais para a engenharia?” A resposta é tão simples quanto a pergunta. Tais 
disciplinas são fundamentais para a engenharia, porque tais disciplinas apresentam as 
ferramentas necessárias para que o engenheiro modele o problema a ser resolvido da 
forma mais próxima da realidade possível.
Perceba que na resposta desta pergunta usamos duas palavras chaves. A primeira delas 
é a palavra “modele” e a segunda palavra é “realidade”. Vimos no estudo desta unidade 
que modelar significa representar um sistema físico real. Quanto melhor um engenheiro 
dominar conceitos de matemática e física, melhor será o modelo por ele criado, ou seja, 
melhor será sua representação do sistema físico a ser estudado.
Vamos mostrar a seguir, uma situação em que modelamos um sistema físico. Vamos 
estudar a seguinte situação real apresentada por Çengel e Turner (2001, p. 433): Um carro 
é lançado em um lago durante um acidente e encosta no fundo do lago com as suas quatro 
rodas para baixo. A porta do carro tem 1,2m de altura e 1m de largura. O topo da porta 
está há 8m de profundidade abaixo da superfície da água. Pede-se para que se determine 
a força hidrostática agindo na porta do carro e a localização do centro de pressão e se 
43
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
faça uma discussão a respeito da possibilidade do motorista ser capaz de abrir a porta do 
carro. A Figura 8 representa a situação a ser estudada.
Antes de começarmos a pensar na solução do problema, vamos primeiramente 
entender qual é o problema a ser resolvido. Na realidade o que queremos saber é se um 
motorista dentro de um carro é capaz de abrir a porta, quando o carro está submerso a 
8m de profundidade. 
Perceba que o próprio enunciado do problema já dá início a modelagem. O enunciado 
afirma que o carro encosta no fundo do lago com as quatro rodas para baixo. Conforme 
podemos ver na Figura 9, existe a possibilidade de um carro aterrissar no fundo de um 
lago de rodas para cima, o que comprova que a hipótese de o carro estar com as rodas 
para baixo é uma aproximação, algo característico de uma modelagem.
Há uma série de perguntas a serem respondidas que o problema não nos dá informações 
a respeito, o que demanda a necessidade de fazermos mais hipóteses.
Figura 8. Carro submerso. 
Fonte: Disponível em: http://www.paper-plane.fr/wp-content/uploads/2011/10/Mini-countryman-drive-
-out-loud-middle-east-aquarium-dubai-mall-fish-3-600x399.jpg. Acesso em: 11 jun. 2019.
Com a prática desenvolvida resolvendo problemas físicos, o estudante será capaz de 
fazer estas hipóteses antes mesmo de se começar a resolver o problema. Contudo, não se 
sinta pressionado a conhecê-las todas logo no começo. Conforme a solução do problema 
progride, a necessidade de hipóteses torna-se evidente e mesmo que não definidas no 
início, elas podem e devem ser definidas no decorrer da análise, até porque, caso assim 
não o fosse, a solução seria impossível ou extremamente complicada de ser encontrada.
http://www.paper-plane.fr/wp-content/uploads/2011/10/Mini-countryman-drive-out-loud-middle-east-aquarium-dubai-mall-fish-3-600x399.jpg
http://www.paper-plane.fr/wp-content/uploads/2011/10/Mini-countryman-drive-out-loud-middle-east-aquarium-dubai-mall-fish-3-600x399.jpg
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INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
Mencionamos abaixo algumas dessas hipóteses:
• Fundo do lago é horizontal;
• Carro é muito bem vedado e a água não entra dentro do carro;
• A pressão no interior do carro é igual a pressão atmosférica.
Figura 9. Carro submerso de rodas para cima. 
Fonte: Disponível em: https://bloximages.chicago2.vip.townnews.com/madison.com/content/tncms/
assets/v3/editorial/b/d0/bd0ee8f8-69d0-5a27-a841-e9593dd27a1e/5b648a195b6fa.image.jpg?resi-
ze=1200%2C785 Acesso em: 11 jun. 2019.
Temos consciência de que esta é uma disciplina introdutória no curso de engenharia 
e que talvez o estudante não seja familiar com todos os conceitos físicos envolvidos 
na solução deste problema. Apresentaremos os cálculos e conclusões deles obtidos no 
próximo tópico, mas pedimos que durante o estudo desta disciplina, o estudante enfatize 
o entendimento físico e a estratégia adotada. Você estudará os conceitos aqui utilizados 
de maneira mais aprofundada em outras disciplinas. É nosso objetivo treiná-los de modo 
que estejam bem familiarizados com o conceito prático de modelagem, para quem quando 
chegar o momento, você tenha bom desempenho estudando os cálculos envolvidos na 
determinação da solução final. 
https://bloximages.chicago2.vip.townnews.com/madison.com/content/tncms/assets/v3/editorial/b/d0/bd0ee8f8-69d0-5a27-a841-e9593dd27a1e/5b648a195b6fa.image.jpg?resize=1200%2C785
https://bloximages.chicago2.vip.townnews.com/madison.com/content/tncms/assets/v3/editorial/b/d0/bd0ee8f8-69d0-5a27-a841-e9593dd27a1e/5b648a195b6fa.image.jpg?resize=1200%2C785
https://bloximages.chicago2.vip.townnews.com/madison.com/content/tncms/assets/v3/editorial/b/d0/bd0ee8f8-69d0-5a27-a841-e9593dd27a1e/5b648a195b6fa.image.jpg?resize=1200%2C785
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INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
2.7 CÁLCULOS MATEMÁTICOS E MODELAGEM
Uma vez que definimos algumas hipóteses, estamos preparados para a próximo etapa 
do problema postulado no tópico 2.6. Vamos agora apresentar algumas equações os 
cálculos matemáticos. 
Mais uma vez, enfatizamos que durante essa disciplina, não se prenda ao cálculo 
(embora vamos discuti-lo com o devido rigor científico), mas foque na metodologia e na 
discussão que fazemos conforme caminhamos rumo à soluçãoFigura 10.
Figura 10. Cálculos matemáticos. 
Fonte: Disponível em: https://www.shutterstock.com/image-photo/brilliant-young-mathematician-wri-
ting-on-big-1101286910?studio=1 Acesso em: 11 jun. 2019.
Como já mencionamos anteriormente, não vamos nos demorar em derivações 
matemáticas de equações, pois, tais tópicos serão estudados mais rigorosamente em 
outras disciplinas. A Hidrostática é o ramo da Física que estuda fenômenos envolvendo 
fluidos em repouso. Pode ser demonstrado que a pressão no interior de um líquido em 
repouso é expressada pela seguinte equação: P=Patm+ρgh. Em que P é a pressão absoluta 
em um ponto dentro do líquido que está submerso numa profundidade h, Patm é a 
pressão atmosférica agindo acima da superfície do líquido, ρ é a densidade do fluido em 
que o corpo está submerso, g é a aceleração da gravidade e h é a profundidade do corpo 
submerso. A Figura 11 representa os parâmetros apresentados acima.
https://www.shutterstock.com/image-photo/brilliant-young-mathematician-writing-on-big-1101286910?studio=1
https://www.shutterstock.com/image-photo/brilliant-young-mathematician-writing-on-big-1101286910?studio=1
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INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
Figura 11. Um corpo submerso num líquido em repouso. 
Fonte: Disponível em: http://fisicaevestibular.com.br/novo/wp-content/uploads/migracao/raclogico/
hidrostatica/i_abf90e711468b69f_html_e2b83589.png. Acesso em: 12 jun. 2019.
 A porta do carro submerso é uma superfície, um plano e não um ponto. Mais 
precisamente um plano vertical imerso em um líquido em repouso. Esta suposição, 
vem da hipótese apresentada no tópico anterior de que o carro está no fundo do lago 
com as quatro rodas para baixo e de que o fundo do lago é horizontal. Perceba que se 
estas hipóteses não fossem feitas, a equação P=Patm+ρgh teria que ser modificada, para 
contemplar a nova situação/ hipótese. Como por exemplo, se a superfície do lago não 
fosse horizontal, a porta do carro não seria representada como um plano vertical, mas 
sim como um plano inclinado (sobre um ângulo α) dentro de um líquido. A nova equação 
para o cálculo da pressão, considerando um plano inclinado imerso em um líquido é a 
seguinte: P=Patm+ρgh(senα).
 É correto afirmar que a pressão na parte superior da porta do carro é menor que 
a pressão na parte inferior, haja vista que tais pontos estão em profundidades diferentes 
(P=Patm+ρgh). Para este caso, podemos calcular a pressão média agindo no centro da 
porta (um quadrado) como sendo 84.4 x103 Pa. 
 O problema, nos pede que façamos uma discussão sobre a possibilidade de um 
motorista dentro do carro submerso abrir a porta. Quando pensamos em abrir uma 
porta, pensamos na força necessária para isso e não na pressão. Isso nos leva a pensar 
que uma análise, seria mais tangível no nosso senso crítico, se trabalhássemos com força 
ao invés de pressão. Podemos fazer isso, usando a definição de pressão: P=F/A. Em que P 
é a pressão exercida pela força F numa superfície de área A. A força para este caso pode 
ser calculada e chegamos ao valor de 101,3 x103N.
 
http://fisicaevestibular.com.br/novo/wp-content/uploads/migracao/raclogico/hidrostatica/i_abf90e711468b69f_html_e2b83589.png
http://fisicaevestibular.com.br/novo/wp-content/uploads/migracao/raclogico/hidrostatica/i_abf90e711468b69f_html_e2b83589.png
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INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
Figura 12. Diferentes pontos de aplicação de uma força para abrir uma porta. 
Fonte: Disponível em: http://propg.ufabc.edu.br/mnpef-sites/leis-de-conservacao/wp-content/uplo-
ads/2018/06/Porta.png. Acesso em: 12 jun. 2019.
Já que fizemos alguns cálculos, é o momento de fazermos uma avaliação se respondemos 
à pergunta do enunciado do problema. Nós calculamos a força hidrostática agindo na 
porta do carro como sendo 101.3 x103N, mas não definimos sua localização. Como uma 
de nossas hipóteses é de que a porta do carro é um retângulo, podemos afirmar que a 
localização de aplicação dessa força é no seu centro.
2.8 DISCUSSÕES DOS RESULTADOS DE UM MODELO
A última parte da pergunta a ser respondida é se o motorista conseguiria abrir a 
porta nesta profundidade. O enunciado do problema não nos dá informações sobre a 
capacidade física do motorista. Çengel e Turner (2001) afirmam que uma pessoa forte é 
capaz de levantar 100kg, o que tem um peso de 981N. Esta pessoa pode gerar um torque 
máximo (quando o ponto de aplicação da força é o ponto mais distante da dobradiça da 
porta) de 1 000Nm. Considerando os valores mostrados no tópico 2.7, vemos que a força 
gerada pela pressão média na porta do carro, está localizada a 0,5m da dobradiça, o que 
gera um torque de 50 600Nm, valor este de mais ou menos 50 vezes maior que a máxima 
força que uma pessoa “forte” pode gerar.
O motorista poderia deixar a água entrar dentro do carro, abaixando um pouco o vidro 
e manter a cabeça próxima ao teto do carro. O motorista deverá ser capaz de abrir a porta 
do carro um pouco antes do carro se encher completamente de água, quando a pressão 
de fora e de dentro do carro serem aproximadamente iguais. 
http://propg.ufabc.edu.br/mnpef-sites/leis-de-conservacao/wp-content/uploads/2018/06/Porta.png
http://propg.ufabc.edu.br/mnpef-sites/leis-de-conservacao/wp-content/uploads/2018/06/Porta.png
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INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
2.9 FÓRUM
Utilizando a plataforma online da UNIAVAN, realize uma das duas propostas abaixo.
Proposta 1
Faça uma discussão com os seus colegas de classe sobre qual seria a possibilidade de o 
motorista abrir a porta do carro caso estivesse em outra profundidade.
Proposta 2
Faça uma discussão com os seus colegas de classe sobre qual seria a possibilidade de o 
motorista abrir a porta do carro caso estivesse na mesma profundidade, mas imerso em 
outro fluido.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nesta unidade vimos a importância de saber a definição de um projeto e suas diferentes 
fases de execução. Explicamos detalhadamente cada fase de um projeto e enfatizamos 
quão importante a execução destas fases é para que um projeto seja concluído com 
sucesso.
Engenheiros são formados para identificar, formular e solucionar problemas. A 
solução de tais problemas, contudo, pode exigir a necessidade de novos produtos e 
processos. Mas para se chegar à solução é necessário ocorrer um conjunto ordenado de 
ações, as quais são denominados de projeto.
Também apresentamos as definições de modelagem e diferentes tipos de modelos. 
Modelos são representações da realidade, e por definição, não são exatos de modo 
que sempre há a oportunidade de melhora. Fizemos a exposição de razões pelas quais 
engenheiros trabalham com modelos: diminuir possibilidades de erros em projetos, 
prever e avaliar soluções, facilitar a comunicação, realizar exame de situação e resposta 
diante de variação de parâmetros, avaliar custos e gerar estimativa de comportamento 
do produto. 
Apresentamos uma situação em que aplicamos princípios de modelagem e como as 
aproximações feitas são relevantes para a compreensão da física, da solução do problema.
Na próxima unidade vamos estudar algumas das estratégias usadas pelos engenheiros, 
49
INTRODUÇÃO 
A ENGENHARIA
para desenvolver os projetos, simulação e otimização. Veremos que tão importante quanto 
definir um problema (a necessidade a ser suprida) também é o método e estratégia usada 
para chegar-se a procurada solução. 
EXERCÍCIO FINAL
1. [COMPREENSÃO] Suponha que uma pesquisa tenha sido feita na internet sobre 
o significado da expressão “projeto de engenharia” e suas definições são listadas 
nas alternativas abaixo. De acordo com o que estudamos nesta unidade, qual das 
alternativas apresenta a definição correta?
A. É o conjunto de atividades sistemáticas que tem por objetivo ao seu final criar um 
serviço ou produto.
B. É o produto de uma linha de produção.
C. É o conjunto de desenhos feitos, geralmente em papel A0, que mostram a estrutura 
interna de uma casa.
D. É como o código de ética de engenharia, criado pelo CREA de cada estado,

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