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Fisiopatologia - Síndrome Metabólica

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Maria Eduarda Zen Biz | ATM 2025.1 
8° fase – 2023.1 
Fisiopatologia 
UCXII 
 
Síndrome Metabólica 
Conceito 
A Síndrome Metabólica (SM), também chamada de síndrome X ou 
síndrome de resistência à insulina, é caracterizada pela associação 
variável de fatores de risco cardiovasculares como: 
 Resistência à insulina; 
 Obesidade visceral, central ou androgênica; 
 Dislipidemia aterogênica; 
 Hipertensão arterialsistêmica (HAS). 
Epidemiologia 
Não há estudos sobre a prevalência e incidência da síndrome 
metabólica na população brasileira em geral. Porém, considerando 
que a prevalência de obesidade, hipertensão e diabetes são 
elevadas na população brasileira, a SM constitui preocupação para 
os profissionais e autoridades de saúde. 
 Homens entre 25 e 87 anos 38.4% 
 Mulheres entre 25 e 87 anos 18,6% 
 Jovens 4,8 e 10,7%, em mulheres e homens jovens de 23 a 25 
anos 
Fisiopatologia 
A obesidade visceral ou central (abdominal) é caracterizada por 
uma distribuição da gordura corporal do tipo andróide, ou seja, 
conhecida como corpo em formato de “maçã”, representando o 
aspecto principal da SM. O acúmulo de gordura visceral, que pode 
ser facilmente estimado pela medida da circunferência da cintura 
(Tabela 1), está relacionado a diversos problemas metabólicos 
plasmáticos, característicos da SM. 
 
 Hipersensibilidade aos glicocorticóides; 
 Elevados níveis plasmáticos de glicose que induzem o 
pâncreas a hiperinsulinemia, culminando a resistência à 
insulina e DM II; 
 Aumento da secreção de angiotensina que pode aumentar o 
risco de hipertensão; 
 Aumento da secreção de interleucina-6 (IL-6), citocina 
inflamatória → inflamação celular por ↑glicose e gordura 
 Aumento de triglicerídeos (TG) que pode comprometer a 
viscosidade sanguínea, aumentando o risco cardiovascular; 
Maria Eduarda Zen Biz | ATM 2025.1 
8° fase – 2023.1 
 Redução do HDL, fundamental para realizar o transporte 
reverso do colesterol, apresentando efeitos anti-
inflamatórios, antioxidantes e vasodilatadores 
 
O que ela causa? 
 Efeitos da Obesidade Central: Resistência à insulina, 
Aterosclerose, Trombose e Hipertensão; 
 Síndrome Metabólica, Obesidade e Redução de HDL; 
 Novos Critérios para Diagnóstico da Síndrome Metabólica; 
 Hiperinsulinemia e Dano Renal na SM; 
 Apnéia Obstrutiva do Sono e Síndrome do Ovário Policístico. 
Resistência à insulina 
 A insulina é produzida pelo pâncreas em resposta à 
hiperglicemia e estimula o uso da glicose em vários tecidos. 
 Os tecidos que mais usam a glicose são: músculo esquelético, 
fígado e tecido adiposo. 
Na resistência à insulina, o tecido adiposo, o músculo e as células 
hepáticas não respondem apropriadamente à insulina, e a glicemia 
permanece alta. 
A hiperinsulinemia é um marcador da resistência à insulina, que, 
por sua vez, é considerada um preditor poderoso da diabetes 
melito tipo 2. 
Redução do óxido nítrico do endotélio pela ação da insulina (↓ 
VASODILATAÇÃO) → Disfunção endotelial → Alterações 
vasculares → Predispõem a aterosclerose, fibrose 
Obesidade visceral 
 A obesidade visceral reduz a captação da glicose mediada pela 
insulina e está diretamente relacionada à resistência 
insulínica. 
 O mecanismo está relacionado com as adipocinas produzidas 
pelo tecido adiposo, relacionando o metabolismo e a função 
vascular. 
 O SRAA também é ativado no tecido adiposo, levando a HAS e 
resistência à insulina. 
 Há redução da Adiponectina (RESPONSÁVEL POR MANTER AS 
PESSOAS MAGRAS → equilibra os níveis de LDL e ácidos 
graxos), estando reduzida na obesidade e na síndrome 
metabólica. 
 Os ácidos graxos livres liberados da gordura visceral e os 
lipídios intermediários atuam no aumento do estresse 
oxidativo. 
Dislipidemia aterogênica 
 ↑ triglicerídeos plasmáticos 
 ↓ níveis de HDL colesterol 
 ↑ LDL-colesterol 
A insulina normalmente reduz a lipólise nos adipócitos, mas 
alteração na sinalização da insulina aumenta a lipólise, levando ao 
aumento dos ácidos graxos livres. 
Hipertrigliceridemia → Aumento de produção do VLDL-colesterol 
→ Redução da eliminação 
 
 
Apneia obstrutiva e Síndrome do ovário policístico 
Indivíduos obesos apresentam maior chance → Aumenta o risco 
de descontrole glicêmico, resistência à insulina e SM → 
Consequência: Mulheres com ovários policísticos têm maior 
resistência à insulina e maior desenvolvimento de Síndrome 
Metabólica 
Prevalência 
A prevalência varia de acordo com o critério diagnóstico utilizado: 
Sexo; Idade; Etnia; Fatores comportamentais. 
 A combinação de obesidade e diabetes é reconhecida como 
uma das maiores ameaças à saúde humana do século. 
 O DM II é responsável por 90% dos casos de diabetes e tem 
apresentado aumento da sua prevalência e redução da sua 
idade de início. 
 12,4 a 28,5% em homens. 
 10,7 a 40,5% em mulheres. 
Tratamento 
 Melhoria do estilo de vida pela introdução de exercícios físicos 
regulares; 
 Modificações nos hábitos alimentares para promover controle 
ou redução de peso corporal; 
 Melhoria do sono; 
 Melhor controle lipídico, glicêmico e pressórico; 
 A redução do peso corporal mediante dieta hipocalórica ou 
exercício físico diminui a produção de mediadores 
inflamatórios e aumenta a síntese de mediadores 
antiinflamatórios. 
 A critério e sob supervisão do médico, podem ser usados 
inibidores da enzima conversora de angiotensina que reduzem 
a PA e o potencial inflamatório no dano renal; 
 O uso de estatinas, fibratos, ácido nicotínico e ácidos graxos 
ômega-3 também é importante para o tratamento das 
dislipidemias. 
 O uso de tiazolidinedionas,sensibilizadores de insulina, e da 
metformina, anti-hiperglicêmica, pode ser benéfico no 
controle da glicemia. 
Há necessidade de uniformização dos critérios diagnósticos para a 
SM e um maior entendimento dos fatores e dos níveis de risco para 
o desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Ao profissional de 
saúde, cabe a vigilância do conjunto de fatores de risco que 
compõem a Síndrome Metabólica, e implementar medidas que 
favoreçam um estilo de vida saudável. O tratamento 
medicamentoso geralmente é necessário, ou seja, tratar a 
obesidade, o DM II, dislipidemia e hipertensão arterial é 
importante.

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