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Patologia Técnica de necropsia Identificação do animal Condições da alimentação, manejo, densidade populacional Alterações que ocorreram com o animal Tempo de duração Número de animais que adoeceram ou morreram patologia ANAMNESE: EXAME EXTERNO: Local onde animal morreu Pele e anexos Aberturas naturais Ambos os lados do cadáver Observar: Boca, vulva, narinas, olhos (secreções), pavilhões auriculares (buscando parasitas), ânus (diarreia), pênis, pele(desidratação), pelo (alopecia), cascos Fixadores: -É uma subs. química responsável por manter o aspecto histológico o mais integro possível para exame da amostra. -São baratos, fáceis de usar e tempo de fixação aceitável. -Mais recomendado é FORMALINA a 10% e tamponada! Fixa de 12-24h sem causar manchas Permitir o estudo celular como em vida Evitar alterações na estrutura química celular Endurecimento de tecidos moles para processamento técnico Fixar proteínas e inativar enzimas proteolíticas responsáveis pela autólise. Fácil de preparar Barato Fixação em 24 horas Aldeído fórmico ou formalina a 37% ou 40% Fixador de eleição para laboratório de histopatologia Fixação entre 12 a 24 horas Usado para todos tipos de tecido 1-FORMOL A 10%: Formol comercial.......10 ml Água limpa.................90 ml 2-Formol neutro tamponado pH 7 Formol comercial (aldeído fórmico 37-40 vol.)........100 ml Água destilada.............900 ml Fosfato de sódio monobásico.......4,0 g Fosfato de sódio bibásico..............6,5 g Patologia Técnica de necropsia patologia REGRAS: 1-Fixar imediatamente após a colheita 2-Usar frascos de boca larga 3-Relação entre volume da peça e volume do fixador 1:20 4-Espessura da peça de aproximadamente 1 a 3 cm e o mais regular possível 5-Colher amostra representativa da lesão e da área aparentemente normal 6-Nunca congelar 7-Acompanhar laudo descritivo da peça 8-Evitar a maceração das mucosas por manuseio à necropsia 9-Intestinos fazer cortes transversais 10-Fragmentos com diferentes partes anatômicas, que justifiquem sua colheita. 11-Tecidos pouco densos colocar algodão sobre as amostras 12-Abrir abcessos e órgãos capsulados 13-Evitar coleta de tecidos autolisados RELATÓRIO: Cabeçalho Histórico do caso Exame externo e interno -Descrição por sistemas -Mencionar apenas alterações -Emitir um diagnóstico, se possível -Citar materiais remetidos para exames complementares Patologia Alterações post-mortem Imediatas: insensibilidade, imobilidade, inconsciência e arreflexia (morte somática ou clínica) Mediatas ou consecutivas: autolíticas -Alterações abióticas: não modificam o cadáver em geral. -Alterações cadavéricas transformativas ou bióticas: heterólise; modificação intensa; decomposição ou putrefação. Limita interpretação dos achados. -Autólise: É a destruição de um tecido por enzimas proteolíticas produzidas pelo próprio tecido. • Quanto mais diferenciado o tecido mais rápida é a autólise. -Heterólise / Putrefação: É a ação de enzimas proteolíticas dos germes saprófitas, geralmente oriundos do próprio trato intestinal do animal. patologia Fatores que influenciam seu aparecimento: -Temperatura: quanto mais alta, maior a velocidade das alterações cadavéricas. A baixa temperatura inibe a ação e a síntese de enzimas proteolíticas, assim como o crescimento bacteriano. -Cobertura tegumentar: pelos, penas e a camada de gordura aumenta a velocidade das alterações. -A morte somática não acarreta a morte simultânea de todos os tecidos. Células individuais podem permanecer vivas. -Quanto mais diferenciado um tecido, mais rapidamente se instalará o processo de autólise. Isso ocorre em função do alto índice metabólico e a maior necessidade de nutrientes e de oxigênio. -Tamanho corporal: quanto maior o animal, menor a superfície corporal x massa. Quanto maior o animal, mais difícil o resfriamento. -Quanto maior o teor de glicogênio muscular, mais tempo levará para o rigor mortis se instalar. -Causa da morte: Infecções clostridianas, septicemias, intoxicações por estricnina aceleram as alterações post-mortem. Considera a queda de temperatura corporal de 1 grau por hora pós morte. Tetanias elevam a temperatura corporal mesmo após a morte. Patologia Alterações post-mortem patologia Algor mortis: -Sinônimo: arrefecimento cadavérico, frialdade cadavérica, frigor mortis. -Verificação: resfriamento gradual do cadáver até alcançar a temperatura ambiente. -Aparecimento após a morte: depende da espécie, do estado nutricional, da temperatura e da causa da morte. Em geral, perceptível 3-4 horas após a morte. -Mecanismo de formação: com a parada das funções vitais e a dissipação do calor, ocorre o resfriamento gradual. Hipostase: -Sinônimo: livor mortis, lividez cadavérica. -Verificação: manchas violáceas nos locais de declive. -Aparecimento pós morte: entre 2-4 horas, se o animal permanecer na mesma posição. -Mecanismo de formação: com a parada da função cardíaca ocorre o acúmulo de sangue não coagulado nas regiões mais baixas por ação da gravidade, formando manchas hipostáticas.. coloração violácea -Sinônimo: rigidez cadavérica. -Verificação: tente a mover a mandíbula e as articulações das extremidades. Com a rigidez dos músculos, articulações tendem a pouca mobilidade. Fase pré rigor: apesar da morte somática, o tecido muscular ainda persiste vivo por algum tempo, com o glicogênio de reserva mantendo o ATP necessário ao metabolismo vital das fibras. Fase de rigor: com o esgotamento de glicogênio e sobrecarga metabólica das fibras face à acidificação e à carência de oxigênio, o músculo se torna auto- intoxicado. -Aparecimento pós morte: entre 2-4 horas, dependendo principalmente do estado nutricional e a causa mortis. Dura de 12-24 horas. -Mecanismos de formação: A carência de ATP leva a forte união entre actina e a miosina, que persiste até estas sejam destruídas totalmente pelos fenômenos líticos(autólise). Patologia Alterações post-mortem patologia Rigor mortis: O enrijecimento tende a iniciar-se nos músculos involuntários abrangendo os voluntários, na seguinte sequência: coração, músculos respiratórios, musc. mastigatórios, musc. perioculares (retração do globo ocular), musc. do pescoço, membros anteriores, do tronco e membros posteriores. -Observações: Fase pós rigor: com a destruição da actina e miosina por enzimas proteolíticas, ocorre relaxamento dos músculos e das articulações. Esta mesma sequência é também para o término da alteração. -É também importante ressaltar que a musculatura lisa intestinal(princ. jejuno) ao entrar em rigor mortis pode determinar intussuscepções (invaginação) post mortem. coágulo= superfície lisa, brilhante e de aspecto gelatinoso; está solto. trombo= superfície opaca e seca, sem aspecto gelatinoso; está aderido. Patologia Alterações post-mortem patologia Embebição por hemoglobina: -Verificação: manchas vermelhas no endotélio vascular, no endocárdio e nas vizinhanças de vasos(mais evidenciáveis em tecidos claros como omento, mesentério, tecido subcutâneo) -Aparecimento após a morte: em torno de 8 horas(variável). -Mecanismo de formação: devido à hemólise do coágulo, ocorre a liberação da hemoglobina, que se difunde no vaso e na periferia deste. Coagulação do sangue: -Verificação: aparecimento de coágulos vermelhos(cruóricos), amarelados(lardáceos), ou mistos nas câmeras cardíacas (lado direito do coração e nos vasos). -Aparecimento após a morte: em torno de 2 horas. -Duração: em torno de 8 horas, com posterior hemólise do coágulo e formação de um líquido vermelho escuro. -Mecanismo de formação: células endoteliais, leucócitos e plaquetas em hipóxia liberam tromboquinase que irá desencadear a formação de coágulos. Patologia Alterações post-mortem patologia Timpanismo post- mortem: Post-mortem: ausência total de alterações circulatórias nas paredes do tubo gastrointestinal. Ante-mortem: Hiperemia e hemorragia na parede gastrointestinal; Compressão do fígado e baço por distensão do rumem ou intestino. -Sinônimo: timpanismo cadavérico,meteorismo post-mortem. -Verificação: distensão abdominal por gases formados no tubo gastrointestinal. -Aparecimento após a morte: variável. -Mecanismo de formação: a fermentação e a putrefação do conteúdo gastrointestinal ocasionam grande volume de gás, que distende as vísceras ocas, aumentando a pressão intra-abdominal. -OBS: Diferença entre meteorismo post e ante-mortem: Embebição por bile: -Verificação: constatação de uma coloração amarelada (ferrugem) nos tecidos circunvizinhos à vesícula biliar. -Aparecimento após a morte: muito variável. -Mecanismo de formação: autólise rápida da parede da vesícula, em virtude da ação dos sais biliares, facilita a difusão dos pigmentos biliares. -Verificação: modificação na posição das vísceras, às vezes com torção e ruptura. -Mecanismo de formação: a fermentação e a putrefação do conteúdo gastrointestinal da origem a gases, que distendem, torcem e às vezes rompem. -OBS: Tais alterações post-mortem, devem ser diferenciadas das torções e das rupturas de vísceras ante-mortem, que são muito comuns em equinos. Diferenciá-las com base na ausência de alterações circulatórias (coloração avermelhada), comuns nas alterações ante- mortem. Patologia Alterações post-mortem patologia Pseudoprolapso retal: -Verificação: exteriorização da ampola retal, com ausência de alterações circulatórias (avermelhamento e hemorragia) que indiquem um processo ante-mortem. -Mecanismo de formação: aumento da pressão intra-abdominal e intrapélvica causada pelo meteorismo post-mortem é o fator desencadeador. -OBS: É mais comum em herbívoros. Deslocamento, torção e ruptura de vísceras: -Verificação: manchas de putrefação irregulares, enegrecidas ou cinza- esverdeadas, na pele da região abdominal e em órgãos vizinhos aos intestinos. -Mecanismo de formação: o sulfeto de hidrogênio oriundo das putrefações reage com o Fe liberado pela catabolização da hemoglobina, formando o sulfeto de Fe que cora os tecidos em cinza esverdeado ou preto. Patologia Alterações post-mortem patologia Enfisema cadavérico: -Sinônimo: crepitação pós morte -Verificação: Crepitação do tecido subcutâneo, tecido muscular e órgãos parenquimatosos. -Mecanismo de formação: proliferação de bactérias putrefativas que decompõe o tecido, formando bolhas de gás. Pseudomelanose: -Verificação: Fragmentação tecidual e desprendimento das mucosas. -Mecanismo de formação: Ação das enzimas proteolíticas geradas pela proliferação bacteriana agem nos tecidos mucosa, tornando-os friáveis. Maceração cadavérica: ocorrência precoce na mucosa ruminal, nesse caso, não indica putrefação nesse órgão. Coliquação: -Sinônimo: Liquefação parenquimatosa pós morte. -Verificação: Perda progressiva do aspecto e estrutura das vísceras -Mecanismo de formação: Enzimas proteolíticas geradas pela proliferação bacteriana decompõem e liquefazem o parênquima das vísceras. Ocorrência precoce na medular da adrenal não significa putrefação. Patologia Alterações post-mortem patologia Redução esquelética: -Sinônimo: esqueletização -Verificação: desintegração dos tecidos moles. -Mecanismo de formação: putrefação, alimentação de animais selvagens. ocorrência precoce na mucosa ruminal, nesse caso, não indica putrefação nesse órgão.
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