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RINITE ALÉRGICA • Rinite é a inflamação da mucosa de revestimento nasal, e é caracterizada por sintomas como obstrução nasal, rinorréia, espirros, prurido nasal e hiposmia • Existem diversos tipos de rinite, entretanto, aqui será falado apenas de rinite alérgica FENÓTIPOS E ENDÓTIPOS A rinite alérgica pode ser dividida em fenótipos, com base nas suas causas e em endótipos, com base nos mecanismos envolvidos na rinite, na qual existem quatro principais fenótipos e os endótipos que as caracterizam: • Rinite infecciosa: São as rinites induzidas por IVAS, tendo uma resposta neutrofílica (Não-tipo 2 ou tipo 1) envolvida(endótipo), possuindo mediadores como IFN-Gama, IL-17, TNF-Alfa. • Rinite Alérgica: É o principal subtipo, sendo a rinite induzida pela exposição a aeroalérgenos previamente sensibilizados, na qual o endótipo é a resposta Th2, mediada por eosinófilos, mastócitos, ILC2, IL-4, IL-5 e IL- 13 • Rinite com hiper-reatividade nasal, do idoso, gustativa: São subtipos menos comuns de rinite, na qual seu endótipo são alterações neurogênicas que promovem episódios de rinite quando a pessoa é exposta a substâncias como a fumaça do cigarro, partículas de diesel. • Rinite Mista: Envolve dois tipos acima, como uma rinite alérgica coexistindo com IVAS RINOSSINUSITE CRÔNICA • Na rinossinusite crônica existe uma evolução do quadro para citocinas que agridem cronicamente o epitélio do trato nasal superior, mudando em relação ao agudo, deixando de ter um padrão Th2 e passando a existir células Tipo Th1 e Th17(Ln. T helpers) Tipo Th2 • Neste tipo, que é o endótipo da rinite alérgica, ocorre a exposição a um alérgeno num primeiro momento, que é captado pelas células apresentadores de antígeno e levado até o linfonodo mais próximo, que é identificado por um linfócito que se torna um plasmócito secretor de IgE • A IgE formada, ao encontrar o alérgeno numa próxima agressão, já inicia a reação partir da direita da imagem abaixo e forma uma resposta rápida contra o alérgeno, levando a liberação de mediadores como prostaglandinas, leucotrienos, histamina, dentre outros, que acabam por gerar uma reação local e aumentar o número de eosinófilos e IgE circulantes • Tudo isso promove uma hiperplasia epitelial, espessamento da membrana basal, disfunção da barreira da mucosa nasal, e aumento da secreção pelas glândulas locais RESPOSTA NÃO-Th2 • Neste tipo ocorre uma primeira agressão, entretanto, a reação gerada frente a esta agressão não é igual a reação alérgica, ocorre a formação de uma reação inflamatória frente a estímulos não-alérgenos, como poluição, bactérias, com caráter Th1, na qual a principal célula são os neutrófilos, e não mais os eosinófilos ENDÓTIPO NEUROGÊNICO • É a rinite típica do idoso, sendo aquela que ocorre mediante irritantes como a mudança climática. O quadro neurogênico normalmente está associado ao Th2, ou seja, a pessoa possui a neurogênica e alérgena simultaneamente. DISFUNÇÃO EPITELIAL Como dito, com o tempo as células vão sofrendo e ocorrem lesões no epitélio, tornando-os hiperreativos, fazendo com que não necessariamente reagem apenas frente a alérgenos, mas também a situações como utilizar ar condicionado frio e seco, partículas de diesel, dentre outros, piorando ainda mais o quadro de rinite alérgica CLASSIFICAÇÃO Já foi mencionado anteriormente, tem como base a etiologia da rinite do paciente: • Rinite infecciosas: Fruto de Infecções virais e fúngicas • Rinite alérgica: Fruto de respostas frente a aeroalérgenos previamente sensibilizados • Rinite não alérgica: Acontece muito em mulheres, sobretudo grávidas, é um grupo heterogêneo, composto de rinite induzida por drogas, idoso, rinite hormonal, rinite da gestação, ocupacional não alérgica, gustatória e idiopática • Rinite mista: Tem uma alérgica e por agressão, por exemplo RINITE NA CRIANÇA • Quando se trata das crianças pré-escolares, a rinite infecciosa(causa sobretudo por vírus) é o principal tipo de rinite • Conforme a criança envelhece e se torna escolar e adolescente, diminui a prevalência de rinite infecciosa e aumenta a da rinite alérgica FATORES DESENCADEANTES Existem diversos fatores desencadeantes para uma crise de rintie alérgica, sendo eles: • Ácaro: É o principal desencadeador • Baratas • Fungos • Pólens • Outros Saber o desencadeante acima é um dos pilares do tratamento, que é justamente afastar o fator desencadeante, evitando agressões e consequente reações CLASSIFICAÇÃO QUANTO A GRAVIDADE O consenso ARIA dividiu a rinite com base na frequência dos sintomas e, após isso, na gravidade dos sintomas Classificação quanto a frequência dos sintomas: • Intermitente: Duração dos sintomas por menos de 4 dias por semanas OU que duram menos que 4 semanas • Persistente: Duração dos sintomas por 4 ou mais dias da semana E que duram mais de 4 semanas Por sua vez, a classificação quanto a gravidade leva em conta os seguintes critérios: • Sono normal • Sem interferência em atividades diárias, esportivas e de recreação • Sem dificuldades na escola e no trabalho • Sem sintomas incômodos Caso a pessoa apresente todos os critérios acima, a rinite é dita leve Quando ela apresenta 1 ou mais dos critérios acima, a rinite é considerada moderada a grave Com isso, existem quatro classificações possíveis para a rinite: • Intermitente leve • Intermitente moderada a grave • Persistente leve • Persistente moderada a grave A classificação acima é importante para o tratamento, que varia conforme a duração e gravidade da rinite alérgica da pessoa DIAGNÓSTICO O diagnóstico da rinite alérgica pode contar com as seguintes ferramentas para ver sua etiologia: • Teste de puntura(Prick test): Faz o diagnóstico da alergia, vendo qual é o alérgeno envolvido • IgE específica in vitro ou microarray PRICK TEST • O prick-test busca reações alérgicas mediadas por IgE ao realizar a injeção de alérgenos e ver se existe desenvolvimento de uma resposta imune na pele • O teste conta com alérgenos padronizados e necessita de supervisão direta de médico capacitado • Deve-se tomar cuidados com: Falso-positivos(acontece muito em quem tem dermografismo), falso- negativos(pessoas que tomam anti-alérgico) e pode promover reações sistêmicas(raro, geralmente ocorre reação vagal) • Contra-indicações: Uso de medicações antialérgicas, desmografismo, etc... o Nas contraindicações, utilizar teste de IgE sérica IgE sérica específica • São reações alérgicas meidadas por IgE, in vitro • É um exame de forte indicação de sensibilização alérgica, mas não deve ser valorizada na ausência de sintomas alérgicos • Apresenta sensibilidade e especificidade similares aos do skin prick test, entretanto, é mais oneroso • Apresenta como desvantagem a influência de IgE total, na qual pessoas com IgE alta(como pessoas infectadas parasitas) podem ter influencias no resultado IgE MICROARRAY • É um teste que conta com uma plataforma múltipla que identifica 112 componentes naturais ou recombinantes, de 51 fontes alergênicas • Possibilitou maior precisão diagnóstica: Cossensibilização e sensibilização cruzada • Apesar de bom, possui custo elevado RINITE ALÉRGICA LOCAL • É um tipo de rinite que se parece com a rinite alérgica, porém tem prick test negativa ou IgE específica negativa ou discordante, mas tem algo no ambiente fazendo que desperte o critério por agressão. OBS: Quanto mais pálida e rosa claro a mucosa nasal da criança está, pior o quadro TRATAMENTO • Possui um tratamento farmacológico e não-farmacológico: TRATAMENTO NÃO-FARMACOLÓGICO Consiste em: HIGIENE AMBIENTAL Deve-se afastar os potenciais alérgenos, como: • Ácaro: Principalmente, diminuir a fonte de acumuladores de pó, sobretudo no local que o paciente dorme • Fungo: Mofo de parede • Animais de estimação • BaratasTRATAMENTO FARMACOLÓGICO Pode-se utilizar: • Descongestionantes tópicos e orais: Difícil realizar, apenas em crises muito intensas e nunca em crianças menores que 12 anos • Anti-histamínico oral: Deve ser utilizado diante de crises agudas • Antihistamínico + Descongestionante oral • Antihistamínico + Antileucotrieno oral: Pouco utilizado • Corticosteróide nasal: É o carro-chefe de medicação usada. Os corticóides sistêmicos raramente são utilizados, apenas em crises muito intensas. • Cromoglicato dissódico: Excelente, evita a degranulação dos mastócitos, entretanto, a posologia dificulta seu uso, deve ser usado de 6/6hrs • Antileucotrienos CORTICOIDE TÓPICO Os seguintes corticoides nasais podem ser utilizados na rinite alérgica: • Beclometasona: Dificilmente utilizado • Budesonida: Bom corticóide, disponibilizado na farmácia popular • Fluticasona: É o avamys • Mometasona ANTI-HISTAMÍNICO TÓPICO São caros, dificilmente utilizados atualmente, apenas caso prurido ocular associado ou rinites alérgicas que não foram controladas com as medicações anteriores OBS: Lesão de córnea pode ocorrer devido a prurido ocular intenso OBS2: Cetotifeno não é mais utilizado hoje em dia pois existem medicamentos da mesma classe porém melhores. ANTI-HISTAMÍNICOS ORAIS Devem-se utilizar apenas os anti-histamínicos da 2ª geração para evitar os efeitos adversos, como os abaixo: • Desloratadina • Loratadina • Cetirizina IMUNOTERAPIA • Permanece com o único tratamento modificador da doença alérgia, além disso, proporcio benefícios duradouros após a sua descontinuação, previne a progressão da doença, inclusive o desenvolviment ode asma, bem como o desenvolvimento de novas sensibilizações TRATAMENTO CONFORME GRAVIDADE O tratamento preconizado varia conforme a classificação anteriormente mencionada, sendo a higiene ambiental preconizada para todos os quadros e o tratamento farmacológico varia: • Intermitente Leve: Utilizar Anti-histamínicos orais, nasais ou antileucotrieno • Intermitente Moderada/grave: Corticoide nasal ou anti-H1 oral ou anti-H1 nasal, com reavaliação em 2-4 semanas Persistente leve: Corticoide nasal ou anti-H1 oral ou anti-H1 nasal, com reavaliação em 2-4 semanas • Persistente Moderada/Grave: Corticoide Nasal ou Corticoide Nasal + Anti-H1 oral ou nasal ou Anti-H1 + antileucotrienos, com reavaliação em 2-4 semanas
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