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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA – UNAMA CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO RIO BRANCO – ACRE Um salve a todos os nobres e veneráveis Juristas; Abaixo segue uma atividade relacionada a nossa avaliação, a começar nesta semana, dia 01 de Dezembro de 2021; Vocês farão o seguinte, ante as informações apresentadas: a) Façam a leitura do texto abaixo; b) Extraiam todas as informações que julgarem pertinentes e relevantes sobre os casos abaixo alinhavados; c) Além de responderem às questões designadas aos casos abaixo, na condição de advogados, apresentem os argumentos que julgarem necessários à defesa do(s) personagem(s) apresentados; d) O ato de avaliação será individual, mas, nada lhes impede de interagir entre si para fins de melhor responder as questões propostas; e) Podem manter os mesmos componentes para realização desta demanda; f) Tal investida valerá o montante de 10,0(cinco) pontos para esta nota. Questão – 01: O Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002) traz informações relativas à domicílio e residência das pessoas naturais, do servidor público e das pessoas jurídicas. Considere que as pessoas naturais podem eleger seu domicílio e que os servidores públicos têm domicílio definido por lei, com exceção para a celebração de contrato específico, quando estes poderão, apenas para efeitos do contrato, eleger seu domicílio. Analise as afirmativas abaixo sobre esse tema: I. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência, provisoriamente. II. O domicílio voluntário é aquele que decorre da opção de seu titular, podendo este escolher onde fixa residência com ânimo definitivo, por ato ou vontade própria. III. O domicílio necessário é estabelecido por lei para o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. IV. O domicílio do servidor público será o lugar em que exercer permanentemente suas funções. V. O domicílio pode ser especificado pelos contratantes nos contratos verbais. São verdadeiras apenas as afirmativas. A I, II, III. B I, III, V. C I, IV, V. D II, III, IV. E III, IV, V. Argumento: De acordo com o Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002) as opções I e V estão erradas, pois elas divergem dos artigos: “Art. 70. O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo. ” - Referente a opção I. “Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes. ” – Referente a opção II. Questão – 02: Acerca Ana tem 17 anos e é casada em regime de comunhão parcial de bens. Sobre a personalidade jurídica e capacidade de Ana é correto afirmar: A Ana não tem capacidade de direito, mas tem capacidade de fato, eis que é casada. B Ana é relativamente incapaz em razão da idade, devendo ser assistida pelos seus pais para a prática dos atos da vida civil. C Ana é relativamente incapaz em razão da idade, devendo ser assistida por seu marido para a prática dos atos da vida civil. D Ana é plenamente capaz para a prática dos atos da vida civil. E Nenhuma das alternativas responde à questão suscitada. Argumento: De acordo com o Código Civil (Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002), Ana se tornará plenamente capaz, a partir do seu casamento: “Art. 5 o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade: II - Pelo casamento; ” Questão – 03: Considere o seguinte caso hipotético: Determinada pessoa é constrangida a tratamento médico para curar-se de uma doença grave detectada há vários anos por um médico oncologista. Trata-se de uma moderna técnica cirúrgica, sem comprovação científica e nunca testada em humanos, adotada por um médico em uma cidade no interior do estado do Paraná. O Delegado de Polícia, ao tomar conhecimento do caso, decide instaurar um inquérito para apurar os fatos, tendo em vista que a pessoa que fora obrigada ao tratamento inovador veio a óbito em decorrência desse tratamento. Com base nas informações apresentadas, assinale a alternativa correta. A A vontade do paciente morto, externada em vida para a ampla doação de seus órgãos, pode ser superada pela vontade de seus familiares ante o evidente erro médico. B Caso o paciente morto não houvesse deixado nada testado em vida, a decisão sobre a doação de órgãos caberia à família ou aos seus herdeiros. C Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, sem risco de vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica. D A retirada de órgãos do paciente morto pode atender a fins econômicos e de pesquisa, contanto que se preserve o caráter científico. E Salvo por exigência médica, é permitido o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Argumento: De acordo com a Lei “Nº 9.434, DE 4 DE FEVEREIRO DE 1997”, é possível a doação, desde que seja de acordo com autorização dou cônjuge ou parente próximo (maior de idade): “Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. ” Questão – 04: A respeito dos institutos jurídicos explanados nesta primeira etapa dos estudos jurídicos atinentes à Teoria Geral do Direito Civil, explique de modo fundamentado o que se intitula como “Ausência” e “Morte Presumida”. “Ausência é o estado, declarado por decisão judicial, da pessoa natural que se encontra em lugar incerto e da qual não se tem nenhuma notícia por prolongado período de tempo” – Código Civil comentado, Flávio Tartuce, 2019. Essa definição, baseia-se no que está exposto no Art. 22º do Código Civil: “Art. 22º. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-lhe-á curador” A morte presumida é aquela “sem corpo presente”, é uma dedução lógica feita pela lei ou pelo aplicador do direito, que parte de um fato conhecido para chegar no desconhecido. A morte presumida pode ocorrer sem declaração de ausência, como já exposto ou com a declaração de ausência. Conforme estabelece o artigo 7º do Código Civil: “Art. 7 o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra. Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento. ” Questão – 05: A respeito dos institutos jurídicos explanados nesta primeira etapa dos estudos jurídicos atinentes à Teoria Geral do Direito Civil, explique de modo fundamentado o que são os chamados “Direitos da Personalidade”, inclusive, cite exemplos destes direitos no decorrer das respostas a esta questão. De acordo com Flávio Tartuce, em seu livro Direito Civil Vol. 1 de 2014, direitos da personalidade têm por objeto os modos de ser, físicos ou morais do indivíduo e o que se busca proteger com eles são, exatamente, os atributos específicos da personalidade, sendo personalidade a qualidade do ente considerado pessoa. Na sua especificação, a proteção envolve os aspectos psíquicos do indivíduo, além de sua integridade física, moral e intelectual, desde a sua concepção até sua morte. Em síntese, pode-se afirmar que os direitos da personalidade são aqueles inerentes à pessoa e à sua dignidade (art. 1.°, III, da CF/1988). “Osdireitos da personalidade são aquelas situações jurídicas reconhecidas à pessoa, tomada em si mesma e em suas necessárias projeções sociais. Isto é, são os direitos essenciais ao desenvolvimento da pessoa humana, em que se convertem as projeções físicas, psíquicas e intelectuais do seu titular, individualizando-o de modo a lhe emprestar segura e avançada tutela jurídica. Os direitos da personalidade, portanto, possibilitam a atuação na defesa da própria pessoa, considerada em seus múltiplos aspectos (físico, psíquico, intelectual...).” - Direito Civil, Parte Geral, Chaves e Rosenvald, de 2017. No Código Civil, do Artigo 11º ao 21º, trata-se dos Direitos da Personalidade, são exemplos destes: Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome. Aluno: Riquiel Alves de Souza Curso: Direito 2º Período Matrícula: 01469885 “Actio autem nihil aliud est, quam jus persequendi judicio quod sibi debeatur”. Boa sorte a todos!!!!