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SOLUÇÃO DE CONFLITOS E TRABALHO EM GRUPO

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SOLUÇÃO DE CONFLITOS E TRABALHO EM GRUPO
Teoria do Conflito
Várias são as formas de definição e conceituação dos conflitos, que vêm sendo entendidos como uma divergência, um desentendimento ou luta expressa, estabelecida entre duas ou mais pessoas que mantém relação de dependência entre si, que percebem que se encontram (ou parece que se encontram com) falta de (ou limitação do acesso aos) recursos, metas ou objetivos contrapostos que se obstaculizam entre si. 
Conflito segundo as principais correntes sociológicas
A compreensão das fontes de conflitos pressupõe uma reflexão acerca do tema sob o olhar sociológico. A análise dos estudos sociológicos sobre o conflito abarca uma gama extensa de teorias e interpretações sobre a lógica do sistema social e de sua história. 
 Por meio do conceito de conflito, coloca-se a questão relativa à “natureza do sistema social”, assim como a “natureza da própria sociologia”. Coloca-se, ainda, o estudo do conflito desde uma abordagem sociológica que, segundo Pierre Birnbaum, de um modo ou de outro, deve buscar esclarecer simultaneamente “a lógica do sistema social e a lógica de sua história”.
Entretanto, como observa Giddens [2004], há consenso entre os autores quanto à sociologia ser uma disciplina em que “colocamos de lado os nossos próprios modos” de enxergar o mundo e passamos a “observar” criteriosamente “as influências” que moldam “as nossas vidas e a dos outros”. 
Giddens considera que a maior parte dos indivíduos tende a ver o mundo a partir das “características” de suas próprias vidas, e a sociologia mostra que é indispensável a adoção de “perspectivas mais abrangentes” da forma como somos e atuamos. A sociologia nos ensina, segundo o autor, que: 
[...] o que consideramos natural, inevitável, bom ou verdadeiro pode não o ser, e que o que tomamos como «dados» nas nossas vidas é fortemente influenciado por forças históricas e sociais. Compreender as maneiras ao mesmo tempo sutis, complexas e profundas, pelas quais as nossas vidas individuais refletem os contextos da nossa experiência social é essencial à perspectiva sociológica. [GIDDENS, 2004, p. 2]
O conflito se estabelece em quaisquer circunstâncias que envolvam interações e, especialmente, no curso das relações contratuais. Neste sentido, pode-se afirmar que o convívio humano oscila entre a harmonia e a tensão, dependendo de circunstâncias experimentadas pelos atores, sendo esta tensão, não raras vezes, manifestada através de conflitos explícitos.
Estudiosos do tema afirmam que os conflitos em maior escala e complexidade, advêm do fato de vivermos tempos de constantes mudanças, produzidas em ritmos acelerados que, derivam dos contínuos avanços das ciências e, ultimamente, da informática. Entendem que tais circunstâncias transformaram em efêmeros os lapsos de estabilidade que até então conhecíamos, provocando o aumento dos conflitos de forma considerável. [PONIEMAN, op cit, p. 
O conflito é relacional e, como tal, é parte eventual e inevitável das relações humanas. Integra o cotidiano humano e está presente em todos os segmentos da vida em sociedade. 
Alguns aspectos psicológicos dos conflitos
O conflito envolve aspectos psicológicos. A definição de conflito como um desentendimento, disputa ou luta expressa, estabelecida entre pessoas, que percebem a incompatibilidade e a impossibilidade de transposição das diferenças e o atendimento de seus interesses e necessidades, engloba a abordagem psicológica [percepção – incompatibilidade e suas decorrências]. 
As necessidades humanas não atendidas, assim como violações aos Direitos Humanos, geralmente são fontes de conflitos que tendem a se agravar. Segundo três estudos de Luskin6, em suas pesquisas realizadas na Universidade de Stanford, as frustrações e demandas pessoais não atendidas, criam no indivíduo, alterações afetivo-emocionais, com até mesmo repercussões físicas, ou seja, psicossomatizações que são representações no corpo de problemas ou questões não elaboradas a nível psicológico (cognitivo/emocional). 
O não atendimento das necessidades básicas humanas gera, na perspectiva dos estudiosos, níveis crescentes de conflituosidade e de violência, cujo ciclo passa pela autodestruição: abuso de álcool, drogas, depressão, opressão internalizada, podendo levar ao suicídio. 
O medo, segundo Bauman (2007), é um sentimento que todas as criaturas vivas conhecem. Quando o ser humano se defronta com uma ameaça [real], oscila entre a fuga ou a agressão. Mas existe, “outro tipo de medo". Um medo que expressa o “sentimento de suscetibilidade ao perigo”, uma sensação de insegurança, sensação da existência de exposição a muitos perigos. Uma sensação de vulnerabilidade, “de que o perigo nos agride” e não existe suficiente “confiança nas defesas disponíveis”. Ele alerta que as possibilidades de se escapar desse medo ou de enfrentá-lo se tornam reduzidas. Esse medo, dotado de capacidade auto-propulsora é, para Bauman, o mais temível de todos, pois brota livremente e sem causas nítidas. 
Na concepção de Bauman são três as classes dos medos: (i) o medo que ameaça a integridade física e as propriedades das pessoas; 
(ii) o medo que ameaça a duração e confiabilidade da ordem social, da qual depende a segurança do meio de vida (renda e emprego e sobrevivência) e, por fim, 
(iii) o medo que ameaça o lugar da pessoa no mundo, sua posição na hierarquia social, sua identidade (de gênero, de classe, de etnia e religiosa) e sua imunidade à degradação social .
Estratégias para abordagem e prevenção dos conflitos
Historicamente as estratégias para a resolução e/ou transformação dos conflitos e a construção da paz vêm albergando distintas propostas que variam conforme os objetivos a serem alcançados, quais sejam: a manutenção e o controle da proteção e da segurança, pela união dos conceitos referentes às necessidades inatas da pessoa e aos direitos humanos; a transformação ou resolução de conflitos, pela instituição de mecanismos de resolução de disputas e de diálogos colaborativos e a construção (ou reconstrução) da paz por meio de relações saudáveis, dos direitos humanos e da participação democrática de forma sustentável.
A partir dessas considerações é possível afirmar que a construção da paz abriga abordagens que contemplam ao mesmo tempo a paz e a justiça, os direitos humanos e a transformação dos conflitos. 
O foco da construção da paz está nas habilidades e práticas relacionadas com a transformação dos conflitos, porém, sem deixar de considerar os direitos humanos, sem desprezar a educação para a paz que deve incluir o desenvolvimento de habilidades, o domínio de técnicas e a construção de atitudes não-violentas. Funciona como uma interface entre diferentes abordagens para a promoção de mudanças sociais e persegue a paz justa (just peace). 
Pacificar implica em reconhecer a importância dos esforços para a redução da violência, saber reconhecer e respeitar as diferenças, estabelecer relacionamentos construtivos, que não envolvam práticas opressivas, reduzir a violência, praticar a não-violência. Pacificar é, também, oferecer estímulos para prosseguir na trajetória que propicia uma profunda transformação nas estruturas, culturas, paradigmas e valores da sociedade. Por fim, pacificar é conectar diferentes abordagens para a promoção de mudanças sociais e construir as bases e a trajetória para uma cultura de paz. 
AULA 2 - PRÁTICA - MEIOS ADEQUADOS DE RESOLUÇÕES DE CONFLITOS-
 MECANISMOS DE AUTOCOMPOSIÇÃO 
Parte Introdutória : SOCIEDADE E TUTELA JURÍDICA
O direito exerce na sociedade a função ordenadora, de modo a organizar a coletividade, coordenar os interesses e compor os litígios que surgem na vida social.
Atualmente, se surge um conflito entre duas pessoas, o direito impõe que, para findar esta situação e para restabelecer a tranquilidade, é necessário, que seja chamado o Estado-juiz, para que este analise o caso concreto e diga qual a vontade do ordenamento jurídico, exercendo sua função essencial, que é a pacificação. Porém, no passado, a realidade era extremamente diferente.Antes da estruturação do Estado os litígios interpessoais eram solucionados através da autotutela.
Com a organização do Estado, a justiça privada deu lugar à justiça pública e o Estado passou a se impor sobre os particulares, decidindo os conflitos de interesses destes. 
Parte Introdutória : SOCIEDADE E TUTELA JURÍDICA
O direito exerce na sociedade a função ordenadora, de modo a organizar a coletividade, coordenar os interesses e compor os litígios que surgem na vida social.
Atualmente, se surge um conflito entre duas pessoas, o direito impõe que, para findar esta situação e para restabelecer a tranquilidade, é necessário, que seja chamado o Estado-juiz, para que este analise o caso concreto e diga qual a vontade do ordenamento jurídico, exercendo sua função essencial, que é a pacificação. Porém, no passado, a realidade era extremamente diferente. 
Antes da estruturação do Estado os litígios interpessoais eram solucionados através da autotutela.
Com a organização do Estado, a justiça privada deu lugar à justiça pública e o Estado passou a se impor sobre os particulares, decidindo os conflitos de interesses destes. 
Parte Introdutória : Mecanismos de autocomposição: 
Consiste em meios onde as próprias partes buscam soluções para as suas controvérsias; possuindo poder de decisão, sem que haja interferência de um terceiro. 
Esta autocomposição pode ser: 	unilateral, onde uma das partes renuncia sua pretensão; bilateral, onde cada um dos litigantes faz concessões recíprocas.
Tipos:
 A) conciliação, onde as partes solucionam seus conflitos, mediante a presença de um conciliador, que as aproximam, as aconselham e as auxiliam, propondo possíveis acordos.
B) mediação, que é caracterizada pela presença de um terceiro, o mediador, que ouve as partes e formula sugestões de decisões. Entretanto, sempre prevalece a vontade das partes
Um desafio intrínseco de toda sociedade é o tratamento e solução dos conflitos que nela se originam. Via de regra, compete ao Estado, por meio de seu Poder Judiciário, dar a solução sobre os litígios, estes cada vez mais frequentes e perceptíveis com o avanço da dinâmica e complexibilidade social. Esse sistema tradicional é conhecido como cultura do litigio, em que a intervenção do Estado, por intermédio da figura do juiz, dirimirá as questões em disputa pelas partes.
O tratamento tradicional dos conflitos se pauta na busca em se alcançar uma justiça racional e imparcial, de forma a expressar os regramento e costumes da sociedade, com o objetivo de pôr fim às disputas, alcançando a pacificação social. A atração desse tratamento para o Poder Judiciário parte da junção da concepção sociológica do Direito com a visão centralista de Estado e de separação de poderes.
Em que pese a ideia central da judicialização dos conflitos sociais parta do pressuposto maior de que a situação conflituosa deve ser trabalhada adequadamente – o que acreditou-se por muito tempo que a melhor maneira seria fazê-lo de forma intervencionista e impositiva pelo Estado – o que se percebeu, contudo, é que esse modelo possui falhas, operacionais e de efetividade, abrindo, assim, nas últimas décadas campo para avanços e inovações em outros meios, os chamados meios consensuais.
Neste sentido, os meios consensuais ganharam força nos debates acadêmicos e legislativos ante a crescente demanda de litígios levados ao poder judiciário, com o consequente aumento em quesitos de morosidade, onerosidade e, muitas vezes, ineficiência.
No cenário de pós-modernidade, o Brasil também se inseriu ao debate, apresentando avanços tanto em edição de leis como em aplicação dos meios alternativos, que na prática consistem em mediação, conciliação e arbitragem. Esta postura é evidenciada na Lei da Arbitragem (Lei 9.307/96); nas resoluções do Conselho Nacional de Justiça, tal como a Resolução nº 125 de 2010; na Lei de Mediação (lei 13.140/2015); e no Novo Código de Processo Civil.
 
A importância dos meios Alternativos de Resolução de Conflitos
Quando se estuda o ser humano e os métodos de soluções de conflitos sociais por ele criados, é importante lembrar que estamos diante de um ente conflituoso por natureza, e essa característica dissimulada o leva a procurar a realizar seus objetivos, deixando, muitas vezes, para um segundo plano seus deveres, os interesses dos outros e o bem comum.
ASPECTOS GERAIS SOBRE ADRs
"No final da década de sessenta do século XX, houve um despertar por parte da cúpula dos juristas do Direito norte-americano, incluindo o Presidente da Suprema Corte à época, para os “mecanismos de resolução de disputas".
"O renascer para a realidade dos ADRMs pode ser explicado por confluência de fatores. Entre os mais lembrados, está o fato de os anos sessenta terem sido uma época tumultuada e de contestação na sociedade norte-americana: ao mesmo tempo em que houve uma valorização da vida em comunidade (flower power, etc.), foi também a época da Guerra do Vietnã e seus protestos, assim como na luta pelo reconhecimento dos direitos civis, das minorias e muitos batalhas políticas." (LORENCINI, 2009, p. 613)
Nos países de língua latina, dentre os quais o Brasil, utiliza-se a tradução literal – Resolução Alternativa de Disputas (RAD), embora, em território brasileiro, as expressões Métodos Alternativos de Solução de Conflitos (MASCs) e Métodos Extrajudiciais de Resolução de Conflitos ou Controvérsias (MESCs) sejam também vigentes.
Sucintamente, pode-se inferir que os Métodos Alternativos de Resolução de Conflitos possuem características e técnicas próprias, oferecem solução adequada aos diferentes tipos de contenda. É dotada de confidencialidade e sigilo, pois apostam, prioritariamente, na comunicação pacífica para a solução do embate.
Os meios alternativos surgem, assim, como movimentos, mas apoiados em programas que lhes dão cara, alguns deles encampados pelo serviço público. Inicialmente, as duas formas mais conhecidas – mediação e arbitragem – visaram atingir os respectivos objetivos como formas adequadas para determinados tipos de conflitos.
O conflito está intimamente ligado à ideia de interesse, uma vez que desta decorre. Cada ser humano possui a sua necessidade e procura a sua satisfação. Ocorre que muitas vezes a busca por essa satisfação se dá por meio de um bem, confrontando ao interesse de outrem, pois os bens são limitados.
[...] os conflitos são inerentes à vida humana, pois as pessoas são diferentes, possuem descrições pessoais e particulares de sua realidade e, pós-conseguinte, expõem pontos de vista distintos, muitas vezes colidentes. A forma de dispor tais conflitos mostra-se como questão fundamental quando se pensa em estabelecer harmonia nas relações cotidianas. Pode-se dizer que os conflitos ocorrem quando ao menos duas partes independentes percebem seus objetivos como incompatíveis; por conseguinte, descobrem a necessidade de interferência de outra parte para alcançar suas metas. (1999, p. 170)
É imperativo que o homem nasceu para viver no âmbito social e para completar-se com outro ser de sua espécie, buscando, dessa forma, realizar seus ideais de vida. Porém, conflitos entre os interesses sejam eles, individuais, coletivos ou difusos, e a necessidade de proporcionar proteção às prerrogativas naturais, também são da essência dos seres humanos e sempre vão ser uma constante na vida em sociedade.
Na atualidade, muito se tem falado na “crise do Poder Judiciário”, de uma evidente necessidade de reformas estruturais e de meios capazes de desafogar a Justiça brasileira, de forma célere, com credibilidade e efetividade. É notório, há tempos, que nossa Justiça não atende mais a todos os anseios da sociedade, principalmente sob a ótica da celeridade da prestação jurisdicional.
A adoção das ADRs pode funcionar como forma de desafogar o Judiciário, enquanto os litigantes são atraídos pela promessa de uma forma de solução mais rápida e barata. O aspecto econômico também é uma característica que atrai a comunidade, pois o movimento é uma maneira de alargar o acesso à justiça.
"O maior envolvimento das partes contribuiriapara encontrar soluções bem mais aptas à natureza do conflito e instaurar maior sintonia com resultados, tento em vista a participação por elas empreendida. E isso seria responsável por instaurar uma cultura de civilidade dentro do sistema jurídico."(Goldberg, 1999, p. 1853 apud LORENCINI, 2009, p. 614).
EM SÍNTESE:
Também podem ser classificados os meios alternativos em autocompositivos e heterocompositivos. Seriam autocompositivos aqueles em que as próprias partes envolvidas no litígio sem a intervenção de uma terceira pessoa chegam a um consenso, ou seja, o conflito é solucionado pelas partes, sem a intervenção de outros agentes no processo de pacificação da controvérsia (DELGADO, 2002, p. 664).
EM SÍNTESE:
E seriam heterocompositivos aqueles em que há a presença de um terceiro. Assim, de acordo com Delgado, se enquadram nessa divisão:
"[...] quando o conflito é solucionado através da intervenção de um agente exterior à relação conflituosa original. É que, ao invés de isoladamente ajustarem a solução de sua controvérsia, as partes (ou até mesmo uma delas unilateralmente, no caso da jurisdição) submetem a terceiro seu conflito, em busca de solução a ser por ele firmada ou, pelo menos, por ele instigada ou favorecida." (2002, p. 664.)
POR FIM:
Tem-se que conforme Constituição da Republica Federativa do Brasil de 1988 em seu artigo 5º, inciso XXXV, que o acesso à Justiça é um direito fundamental, senão vejamos: “A lei não excluirá da apreciação do poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”.
Ter acesso à Justiça tornou-se preceito primordial para a materialização da cidadania, sendo notável hoje não só quando a sociedade almeja exercer tal cidadania, mas também se mostra relevante ao passo que no âmbito jurídico, essa temática se torna complexa com a incapacidade do Estado em prover meios tanto materiais, quanto estruturais para a resolução dos mais variados conflitos existentes na sociedade.
AULA 3- CONCILIAÇÃO - VISÃO PRÁTICA
Conciliação – Conceito:
Conciliação é a atividade do conciliador que atua na tentativa de obtenção da solução dos conflitos sugerindo a solução sem que possa impor sua sugestão compulsoriamente. 
O conciliador tenta demover as partes a solucionar o conflito acatando suas ponderações e alternativas para a resolução do conflito que, entretanto, depende da anuência das partes.
A conciliação pode ser definida como um processo autocompositivo breve, no qual as partes ou os interessados são auxiliados por um terceiro, neutro ao conflito, ou por um painel de pessoas sem interesse na causa, por meio de técnicas adequadas, a chegar a uma solução ou a um acordo.
A conciliação envolve contextos conflituosos menos complexos que a mediação.
Conciliação - Princípios
· Princípios norteadores da conciliação e mediação previstos no Código de Ética da Resolução 125/2010: 
· Confidencialidade: tudo o que for trazido, gerado, conversado entre as partes durante a conciliação ou mediação fica adstrito ao processo. 
· Imparcialidade: o conciliador/mediador não toma partido de nenhuma das partes.
· Voluntariedade: as partes permanecem no processo mediativo se assim desejarem.
· Autonomia da vontade das partes: a decisão final, qualquer que seja ela, cabe tão somente às partes, sendo vedado ao conciliador e ao mediador qualquer imposição.
Princípios comuns à mediação e à conciliação previstos no CPC (art. 166) e Lei 13.140/2015 (art. 2º):
a ) Independência: o mediador e o conciliador devem se manter distantes das partes, sem se envolver com qualquer dos contendores;
b) Imparcialidade: impede qualquer interesse ou vínculo dos mediadores ou conciliadores com as partes. No início dos trabalhos o mediador e o conciliador “tem o dever de revelar às partes, antes da aceitação da função, qualquer fato ou circunstância que possa suscitar dúvida justificada em relação à sua imparcialidade para mediar o conflito, oportunidade em que poderá ser recusado por qualquer delas” (art. 2º da Lei 13.410/2015);
c) Oralidade: não há registro ou gravação dos atos praticados durante o procedimento de mediação e conciliação, notadamente em razão da confidencialidade;
Conciliação
Princípios
d) Autonomia da vontade das partes: as partes chegarão, se quiserem, a um acordo quanto à situação conflituosa, pois “ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação” (§ 2º do art. 2º da Lei 13.140/2015);
e) Decisão informada: estabelece como condição de legitimidade para a autocomposição a plena consciência das partes quanto aos seus direitos e a realidade fática na qual se encontram. Nesse sentido, somente será legítima a resolução de uma disputa por meio de autocomposição se as partes, ao eventualmente renunciarem a um direito, tiverem plena consciência quanto à existência desse seu direito subjetivo;
f) Confidencialidade: toda informação coletada durante os trabalhos não poderá ser revelada pelo profissional, pelos seus prepostos, advogados, assessores técnicos ou outras pessoas que tenham participado do procedimento, direta ou indiretamente, e, evidentemente, nessa medida, não podem testemunhar (§ 2º do art. 166 do CPC e arts. 30 e 31 da Lei 13.140/2015). A confidencialidade atinge, inclusive, as partes. Só há duas exceções à confidencialidade (art. 30, §§ 3º e 4º, da Lei 13.140/2015): a informação relativa à ocorrência de crime de ação pública e as informações que devem ser prestadas à administração tributária após o termo final da mediação.
Conciliação - O Conciliador
O conciliador pode ser:
a) judicial, atuando como auxiliar da justiça nas audiências de conciliação (CPC, art. 334), nos termos dos arts. 165 a 175 do CPC, ou 
b) extrajudicial, sem que haja, nessa hipótese, lei específica para regular o procedimento ou requisitos para sua atuação. 
Nas duas formas de atuação aplica-se as regras da Lei 13.140/2015.
o art. 167 do CPC exige, tanto para os conciliadores quanto para os mediadores judiciais, capacitação mínima para registro profissional, consistente em curso promovido por entidades credenciadas pelos tribunais, que respeitem o currículo definido pelo CNJ e pelo Ministério da Justiça.
Não se exige do conciliador formação superior ou formação superior jurídica específica.
Para atuação judicial, “os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com indicação de sua área profissional”. (art. 167, CPC)
O mediador e o conciliador estarão (CPC, arts. 167, § 5º, e 172): a) impedidos de exercer a advocacia no juízo em que atuam se advogados forem; b) impedidos durante 1 ano após a última audiência em que atuarem, de representar ou patrocinar as partes; c) havendo a celebração de compromisso entre as partes, o conciliador e o mediador estarão impedidos de atuar como árbitros.
Conciliador não é equiparado a servidor público, para os efeitos da legislação penal. Só o mediador é equiparado.
Se não forem voluntários (CPC, § 1º do art. 167) ou concursados do quadro próprio do tribunal (CPC, § 6º do art. 167), os conciliadores e mediadores particulares serão remunerados pelas partes conforme a tabela fixada pelo tribunal, de acordo com os parâmetros estabelecidos pelo CNJ, nos termos do art. 169 do CPC e do art. 13 da Lei 13.140/2015.
Conciliador e mediador devem ser escolhidos pelas partes ou designados pelo tribunal. 
Aplica-se ao conciliador e mediador as causas de impedimento e suspeição de juízes.
Haverá exclusão do cadastro (art. 173, CPC) se violar o dever de confidencialidade ou se agir com dolo ou culpa, sem prejuízo de responsabilidade civil e/ou penal.
No CPC está previsto o chamado procedimento comum (art. 318 e seguintes) onde haverá designação de audiência de conciliação em todos os processos.
Mas, a audiência apenas não será realizada se (CPC, §§ 4º, 5º e 6º do art. 334):
a) o autor dispensar na inicial; e,
b) o réu dispensar pelo menos 10 dias antes da audiência.
Sendoassim, a contestação será protocolizada no prazo de 15 dias contados da última audiência de conciliação ou da data do protocolo de dispensa da audiência pelo réu. 
O não comparecimento injustificado de qualquer das partes nesta audiência representará ato atentatório à dignidade da justiça e ensejará multa de até 2% do valor da causa ou da vantagem pretendida (CPC, § 8º do art. 334).
O CPC não previu o procedimento judicial da conciliação e da mediação. Apenas tratou dos mediadores e conciliadores judiciais nos arts. 165 a 175 e da realização da audiência no art. 334. 
Mas no CPC há algumas regras básicas:
a) possibilidade de múltiplas sessões destinadas à conciliação e à mediação (CPC, art. 334, § 2º);
b) intimação para a audiência na pessoa do advogado (CPC, art. 334, § 3º);
c) necessidade de acompanhamento por advogado ou defensor público (CPC, art. 334, § 9º);
d) homologação por sentença da transação obtida pelo resultado útil da mediação ou da conciliação (CPC, art. 334, § 11); e,
e) necessidade de intervalo de pelo menos 20 minutos na pauta das audiências de mediação ou de conciliação (CPC, art. 334, § 12).
Conciliação - Distinção entre mediação e conciliação
A doutrina aponta a seguinte distinção entre a mediação e a conciliação: 
I a mediação visaria à “resolução do conflito” enquanto a conciliação buscaria apenas o acordo; 
II a mediação visaria à restauração da relação social subjacente ao caso enquanto a conciliação buscaria o fim do litígio; 
III a mediação partiria de uma abordagem de estímulo (ou facilitação) do entendimento enquanto a conciliação permitiria a sugestão de uma proposta de acordo pelo conciliador; 
IV a mediação seria, em regra, mais demorada e envolveria diversas sessões enquanto a conciliação seria um processo mais breve com apenas uma sessão; 
V a mediação seria voltada às pessoas e teria o cunho preponderantemente subjetivo enquanto a conciliação seria voltada aos fatos e direitos e com enfoque essencialmente objetivo; 
VI a mediação seria confidencial enquanto a conciliação seria eminentemente pública; 
VII a mediação seria prospectiva, com enfoque no futuro e em soluções, enquanto a conciliação seria com enfoque retrospectivo e voltado à culpa; 
VIII a mediação seria um processo em que os interessados encontram suas próprias soluções enquanto a conciliação seria um processo voltado a esclarecer aos litigantes pontos (fatos, direitos ou interesses) ainda não compreendidos por esses; 
IX a mediação seria um processo com lastro multidisciplinar, envolvendo as mais distintas áreas como psicologia, administração, direito, matemática, comunicação, entre outros, enquanto a conciliação seria unidisciplinar (ou monodisciplinar) com base no direito.
AULA 4 – Os Conciliadores e Mediadores Judiciais – PARTE 1
O art. 3º e parágrafos do novo CPC consagra o princípio constitucional da inafastabilidade do controle jurisdicional e ressalta a importância da arbitragem, da conciliação e da mediação como formas alternativas e preferíveis para a solução das controvérsias, ao prescrever que, “Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito”, “é permitida a arbitragem, na forma da lei”, “o Estado promoverá, sempre que  possível, a solução consensual dos conflitos” e “a conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial”.
O estudo da conciliação e da mediação não pode ser feito isoladamente, uma vez que há um verdadeiro microssistema jurídico envolvido, composto pela Resolução 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça, pela Lei 13.140/2015 (Lei de Mediação) e pelo atual Código de Processo Civil. Frise-se que, no caso de conflito entre o Código de Processo Civil e a Lei de Mediação, prevalece esta última, por ser norma posterior e especial.
No tocante à Resolução 125, de 29.11.2010, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com alterações pelas Emendas 1, de 31.01.2013 e 2, de 08.03.2016, podemos citar as suas principais características e inovações:
I – Foi inspirada no direito de acesso à Justiça, previsto no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal;
II – Instituiu a política judiciária nacional de tratamento de conflitos de interesse, incumbindo os órgãos judiciários de oferecerem mecanismos consensuais de soluções de controvérsias (mediação e conciliação), bem como de prestarem atendimento e orientação ao cidadão (art. 1º, caput e parágrafo único);
III – Atribuiu ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a organização do programa, mediante a formulação de diretrizes gerais de implementação do sistema de conciliação e mediação (arts. 4º a 6º);
IV – Determinou, no âmbito dos Tribunais, a criação de Núcleos Permanentes de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos, com diversas atribuições (art. 7º e incisos);
V – Determinou aos Tribunais a criação dos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (CEJUSCs), para realizarem sessões de conciliação e mediação pré-processuais ou processuais (art. 8º);
VI – Delegou aos Juízos, Juizados e Varas, excepcionalmente, a realização das sessões de conciliação e mediação processuais, com participação obrigatória de profissionais cadastrados no Tribunal e supervisionados por Juiz Coordenador do Centro (art. 8º, § 1º);
VII – Fixou a obrigatoriedade de atuação nos Centros e demais órgãos judiciários de mediadores e conciliadores devidamente capacitados pelos Tribunais (art. 12);
VIII – Atribuiu ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) a organização do programa, mediante a formulação de diretrizes gerais de implementação do sistema de conciliação e mediação (arts. 4º a 6º);
Previu a criação de Fóruns de Coordenadores de Núcleos (art. 12-A e 12-B), para estabelecerem diretrizes específicas aos seus seguimentos;
Regulamentou as Câmaras Privadas de Conciliação e Mediação, obrigando-as ao cadastramento e à avaliação periódica pelos Tribunais (art. 12-C a 12-F);
Obrigou os Tribunais e o CNJ a manterem dados estatísticos sobre as atividades dos Centros (arts. 13 e 14);
Criou o “portal da conciliação”, com informações disponibilizadas pela internet (site do CNJ) sobre conciliação e mediação (art. 15);
No Anexo I, estabeleceu diretrizes curriculares dos cursos de capacitação dos conciliadores de mediadores;
No Código de Processo Civil de 2015, as disposições sobre mediação e conciliação são encontradas nos seguintes dispositivos:
· I – Art. 3º, §§ 2º e 3º: Das normas fundamentais do processo civil, com estímulo à conciliação, mediação e solução consensual dos conflitos, nos âmbitos judicial e extrajudicial, pelos juízes, advogados, defensores públicos e membros do Ministério Público.
· II – Arts. 165 a 175: Dos conciliadores e mediadores judiciais.
· III – Art. 334: Da audiência de conciliação ou de mediação.
Dos conciliadores e mediadores judiciais: arts. 165 a 175 do CPC:
O caput do art. 165 do atual CPC determina aos Tribunais a criação dos Centros judiciários de solução consensual de conflitos, sendo que tal disposição segue os ditames da Resolução 125/2010 do CNJ, que determina a criação dos CEJUSCs com setores processual, pré-processual e de atendimento ao cidadão; no mesmo sentido, ainda, o art. 24, caput, da Lei de Mediação.
O § 1º do art. 165 do CPC delega aos Tribunais a composição e a organização dos Centros de conciliação e mediação, estando o dispositivo no mesmo sentido do art. 24, parágrafo único, da Lei de Mediação e das regras específicas da Res. 125/2010 do CNJ (art. 8º e parágrafos).
Os § 2º e 3º do art. 165 preveem, respectivamente, as figuras do conciliador, que atua preferencialmente nas causas onde não houver vínculo anterior entre as partes, podendo sugerir soluções, sem uso de constrangimento ou intimidações, e do mediador, que atua preferencialmente nas causas onde houver vínculo anterior entre as partes, auxiliando as partes no restabelecimento da comunicação e identificação das soluções.
O art. 166, caput, do CPC, lista os princípios da conciliaçãoe da mediação, devendo tal dispositivo ser analisado conjuntamente com o “Código de Ética de Conciliadores e Mediadores Judiciais”, consistente no Anexo III à Resolução 125/CNJ e também com o art. 2º da Lei de Mediação.
A partir da interpretação conjunta das normas supra, podemos elencar os seguintes princípios aplicáveis à conciliação e à mediação:
Independência: dever do profissional da conciliação ou mediação atuar com liberdade, sem sofrer qualquer pressão interna ou externa.
Imparcialidade: dever do profissional de agir com ausência de favoritismo, preferência ou preconceito.
 Autonomia da vontade: livre autonomia dos interessados, inclusive no tocante às regras procedimentais. Entretanto, há certos princípios e regras que devem ser observados no procedimento, conforme especificado Anexo III da Res. 125/2010;
Confidencialidade: inclui todas as informações produzidas no curso do procedimento, que não podem ser utilizadas para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes; nesse sentido, os conciliadores ou mediadores não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação.
Oralidade e informalidade: na solução de um conflito, admite-se a aplicação de técnicas negociais para facilitar a auto–composição;
Decisão Informada: dever de manter o jurisdicionado plenamente informado quanto aos seus direitos e ao contexto fático no qual está inserido.
Confidencialidade: inclui todas as informações produzidas no curso do procedimento, que não podem ser utilizadas para fim diverso daquele previsto por expressa deliberação das partes; nesse sentido, os conciliadores ou mediadores não poderão divulgar ou depor acerca de fatos ou elementos oriundos da conciliação ou da mediação.
Oralidade e informalidade: na solução de um conflito, admite-se a aplicação de técnicas negociais para facilitar a auto–composição;
Decisão Informada: dever de manter o jurisdicionado plenamente informado quanto aos seus direitos e ao contexto fático no qual está inserido.
Isonomia entre as partes, busca do consenso e boa-fé (conforme previsão do art. 2° da Lei de Mediação);
Competência: dever do profissional de possuir qualificação que o habilite à atuação judicial, com capacitação na forma da Resolução 125/CNJ, observada a reciclagem periódica obrigatória para formação continuada;
Empoderamento: dever do profissional de estimular os interessados a aprenderem a melhor resolverem seus conflitos futuros em função da experiência de justiça vivenciada na auto- -composição;
Validação: dever de estimular os interessados perceberem-se reciprocamente como seres humanos merecedores de atenção e respeito.
Prosseguindo no estudo do tema, o art. 167, caput, do CPC exige a inscrição dos conciliadores, mediadores e câmaras privadas de conciliação e mediação em cadastros nacionais (no CNJ – Conselho Nacional de Justiça) e regionais (nos Tribunais de Justiça estaduais e Tribunais Regionais Federais), que manterão registros de profissionais habilitados com indicação da área profissional.
O § 1º do art. 167 do CPC exige a capacitação mínima para cadastro dos conciliadores e mediadores, que deverão fazer cursos em entidades credenciadas, com parâmetro curricular definido pelo CNJ em conjunto com o Ministério da Justiça.
A Lei de Mediação, por sua vez, exige ainda que o mediador judicial seja graduado há pelo menos 2 (dois) anos em curso de ensino superior reconhecido pelo MEC – Ministério da Educação e Cultura (art. 11 da Lei 13.140/2015).
AULA 5 – Os Conciliadores e Mediadores Judiciais - Parte 02
Em complemento à regra acima, temos que, segundo o art. 5º da Lei de Mediação, “aplicam-se ao mediador as mesmas hipóteses legais de impedimento e suspeição do juiz”.
A regra do art. 171 do CPC é no sentido de que, no caso de impossibilidade temporária de exercício, o conciliador ou mediador também devem comunicar o fato, suspendendo-se a distribuição de feitos.
O art. 172 do CPC prevê a ocorrência de impedimento do conciliador ou do mediador em assessorar, representar ou patrocinar qualquer das partes, no prazo mínimo de 1 ano, a contar da última audiência.
No mesmo sentido é a Lei de Mediação (art. 6º), que ainda prevê outros impedimentos ao mediador, como o de atuar como árbitro ou funcionar como testemunha em processos judiciais ou arbitrais pertinentes a conflito em que tenha atuado como mediador (art. 7º); o mediador e seus assessores, quando no exercício de suas funções, são equiparados a servidores públicos para fins penais (art. 8º).
O art. 173 do CPC estabelece a exclusão do cadastro nos Tribunais do mediador ou conciliador que atuar indevidamente (estando impedido ou agir com dolo ou culpa e violar seus deveres), devendo esse art. ser interpretado em conjunto com o Código de Ética do Anexo III da Res. 125/2010 do CNJ.
O § 1º do art. 173 do CPC impõe que a apuração de responsabilidades e a fixação de sanções se darão mediante processo administrativo, o que se coaduna com o disposto no art. 5º, LV, da Constituição Federal de 1988 – princípios do contraditório e da ampla defesa.
O § 2º do art. 173 do CPC prevê o afastamento temporário por até 180 (cento e oitenta) dias, mediante decisão fundamentada do juiz, no caso de suspeita de conduta irregular do mediador ou conciliador, com imediata comunicação do Tribunal para instauração de processo administrativo
A Lei Federal 13.140, de 26.06.2015, “dispõe sobre a mediação entre particulares, como meio de solução de controvérsias e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração pública”, e considera mediação a atividade técnica exercida por 3º imparcial, sem poder decisório, o qual, eleito ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula na identificação ou desenvolvimento de soluções consensuais à controvérsia (§ único, art. 1º).
Aplicam-se aos mediadores as mesmas hipóteses legais de impedimento ou suspeição do juiz (art. 5º). Vale dizer, o mediador ficará impedido de atuar em procedimento no qual interveio como mandatário da parte; quando no procedimento atuar, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consangüíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral, até o 2º grau; quando for cônjuge, parente, consangüíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o 3º grau; quando atuar como diretor ou administrador de pessoa jurídica, parte na causa (art. 134 do Código de Processo Civil – CPC).
Na conciliação, há a solução do conflito por autocomposição, mediante atuação de conciliador, sendo que, em geral, não há vínculo anterior entre as partes e o conciliador apresenta propostas e sugere soluções, analisando aspectos objetivos do conflito.
Na mediação, também há a solução do conflito por autocomposição, porém, mediante a atuação do mediador, havendo, em geral, vínculo anterior entre as partes. O mediador analisa aspectos subjetivos no conflito e estimula as partes a elas próprias encontrarem a melhor solução. O acordo gera título executivo extrajudicial, sendo necessária a homologação do juiz para transformar o título em judicial.
Na arbitragem, por seu turno, ocorre a solução do conflito por heterocomposição e a decisão do litígio é atribuída pelas partes a pessoa neutra e imparcial, chamada árbitro, havendo título executivo judicial, que independe de homologação judicial.
AULA 6 - ARBITRAGEM 
Arbitragem
Limite geral imposto ao uso da arbitragem
Nas relações de consumo, em regra é nula a cláusula arbitral, não é válida (art. 51, VII, CDC) e, se for pactuada, só terá eficácia se o consumidor não se mostrar juridicamente vulnerável ou se, além da cláusula arbitral preencher todos os requisitos formais do art. 10 da Lei de Arbitragem, resolvendo concordar expressamente o compromisso arbitral. 
Nos contratos de adesão, seja em relação de consumo ou não, é permitido o compromisso arbitral, ou seja, a convenção mediante a qual as partes se comprometem a submeter seus conflitos à arbitragem depois que o conflito já existe, quando não estiver presente a imposição pelo fornecedorou a vulnerabilidade jurídica do consumidor .
Nas relações de trabalho, nos conflitos coletivos, nada obsta que haja solução pela via arbitral, em razão do que dispõe o art. 114, § 1º, da CF, segundo o qual, “frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros”.
Já no conflito trabalhista individual, os doutrinadores costumavam afastar a possibilidade da arbitragem, e o faziam em razão da decantada irrenunciabilidade e indisponibilidade dos direitos assegurados pela CLT.
Todavia, a Lei 13.467/2017, que incluiu o art. 507-A na CLT, trouxe expressa possibilidade de as partes firmarem cláusula arbitral nos contratos de trabalho cuja remuneração do empregado seja superior ao dobro do limite máximo de benefícios do Regime da Previdência Social. Há necessidade de iniciativa do empregado.
Arbitragem : Espécies de convenção de arbitragem
Cláusula arbitral (ou compromissória): escrita no próprio contrato, em documento anexo ou em aditivo contratual, se caracteriza pelo pacto de levar futuras e eventuais controvérsias decorrentes de direitos patrimoniais disponíveis à solução arbitral. Portanto, sua principal característica é nascer antes da controvérsia entre as partes.
Compromisso arbitral: é o pacto entre as partes que, diante de um conflito já existente, se obrigam a submetê-lo à arbitragem. Portanto, sua principal característica é nascer quando já existe um conflito a ser dirimido, permitindo, assim, que a arbitragem, inclusive, resolva conflitos não contratuais, desde que decorrentes de direitos patrimoniais disponíveis. O compromisso pode ser:
a) Judicial: as partes encerram o procedimento judicial e submetem o conflito à arbitragem; 
b) Extrajudicial: firmado depois do conflito, mas antes da propositura de ação judicial.
Arbitragem: Autonomia da cláusula arbitral
Nos termos do art. 8º da Lei de Arbitragem, qualquer alegação de nulidade da cláusula arbitral representará a necessidade de o árbitro se manifestar, ainda que a disputa verse sobre a existência, validade ou eficácia da cláusula arbitral ou do compromisso arbitral. Com isso, fecha-se eventual alegação de natureza acessória da cláusula arbitral e, com alegação de nulidade prévia da convenção arbitral ou do contrato, pretensão de o litígio ser decidido pelo Poder Judiciário.
Qualquer questão envolvendo a invalidade, ineficácia ou nulidade da convenção de arbitragem, pelo princípio da competência-competência insculpido nos arts. 8º e 20 da Lei de arbitragem, deve ser levada inicialmente para decisão arbitral. Somente se o árbitro não reconhecer a pretensa invalidade, o Poder Judiciário poderá fazer o controle por meio da ação anulatória prevista nos arts. 32, I e II e 33, § 1º, da Lei de Arbitragem. 
A intervenção prévia do Poder Judiciário só é permitida nos limites dos arts. 6º e 7º da Lei de arbitragem no caso de cláusula arbitral vazia (ou “em branco”) permitindo que a própria arbitragem tenha seu início. 
Arbitragem - Arbitro
Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz que goze da confiança das partes (art. 13, caput, da LA).
A capacidade deve ser compreendida, para as pessoas naturais, como capacidade de exercício dos direitos (capacidade de fato – arts 1º a 5º do CC).
A doutrina costuma sustentar que o árbitro deve, obrigatoriamente, ser pessoa natural. Mas, alguns doutrinadores entendem que em algumas hipóteses o árbitro pode ser, com vantagens, uma pessoa jurídica, como, por exemplo, uma sociedade destinada a perícias, vez que pessoa jurídica também é dotada de capacidade de fato e personalidade jurídica (arts. 45 e 47 do CC).
A confiança estará presente no momento em que as partes, na cláusula arbitral (ou compromissória) ou no compromisso arbitral, nomearem os árbitros, presumindo-se, em razão da nomeação, que nele confiam.
O juiz não pode ser árbitro (Lei Complementar 35/1979 – Lei Orgânica da Magistratura Nacional – LOMAN, art. 26, II, e CF, art. 95, parágrafo único, I).
Embora não seja obrigatório, é conveniente que haja entre os árbitros alguém versado em ciências jurídicas, evitando eventuais nulidades formais do procedimento arbitral.
Não há qualquer vedação para que o estrangeiro seja árbitro, sequer se exige que a sentença arbitral seja proferida no vernáculo.
Para efeito da legislação penal os árbitros são equiparados, no desempenho da função, aos funcionários públicos.
Assim, aos árbitros são aplicáveis os crimes contra a administração pública (por exemplo, concussão, corrupção passiva e prevaricação: arts. 312 e ss. do CP).
Por extensão, os árbitros podem ser sujeitos de crimes contra a administração pública, como a corrupção ativa, tráfico de influência, desacato e desobediência (arts. 330 a 333 do CP).
Arbitragem - Poderes do arbitro
 	No desempenho da função, o árbitro é juiz de fato e de direito (art. 18 da LA, o que não significa que tenha as mesmas prerrogativas dos magistrados).
Profere sentença com a mesma força de uma sentença judicial transitada em julgado, vez que não está, em regra, submetida a recurso, salvo disposição nesse sentido na convenção de arbitragem.
Arbitragem - Deveres do arbitro
Imparcialidade: o árbitro toma partido, decidindo na sentença, sem se envolver com as partes.
Independência: o árbitro deve se manter distante das partes.
Competência: para decidir, o árbitro deve conhecer e ser experimentado na matéria que lhe é submetida.
Diligência: a solução do conflito deve ser pautada por cuidado, zelo e aplicação.
Discrição: o árbitro deve ser discreto e não divulgar os conflitos que lhe são submetidos, inclusive em razão do sigilo, que pode ser reforçado pela convenção de arbitragem.
OBS: O descumprimento de qualquer dos deveres impostos ao árbitro, por lei ou pela convenção de arbitragem a que o árbitro adere ao aceitar o mister, obriga-o a responder pelos danos que causar.
Arbitragem - Critérios para escolha do arbitro e do presidente do Tribunal arbitral
Os árbitros e o presidente do tribunal arbitral (colegiado de árbitros, na arbitragem desenvolvida por mais de um) são escolhidos, em regra, pelas partes na cláusula arbitral cheia ou no compromisso arbitral.
Ausente o critério de escolha pelas partes, poderão ser escolhidos pelos critérios da entidade especializada caso as partes optem pela arbitragem institucional e deleguem a escolha ao órgão arbitral que administrará a arbitragem.
Os árbitros e o presidente do tribunal arbitral são da confiança das partes e não do centro de arbitragem: não é possível ao regulamento de centro de arbitragem afastar o critério da livre escolha dos árbitros e do presidente do tribunal pelas partes na cláusula arbitral ou no compromisso arbitral, impondo, por exemplo, seu quadro de árbitros. Poderá efetuar o controle da escolha, mas terá que fazê-lo respeitando o princípio da razoabilidade.
Arbitragem multiparte: é aquela que envolve mais de duas partes no litígio ou mais de um demandante ou demandado de cada lado do litígio com interesses comuns. Nesses casos, competirá à convenção de arbitragem ou, supletivamente, ao regulamento do centro de arbitragem disciplinar o impasse entre as partes na escolha dos árbitros. Ausente a disciplina pelas partes ou pelo regulamento do centro escolhido, não restará alternativa senão a execução específica da cláusula arbitral, nos termos do art. 7º da Lei de Arbitragem.
Arbitragem - Impedimentos do arbitro
Como o árbitro não participa, em regra, da convenção de arbitragem e deve aceitar no momento da instituição do procedimento (art. 19 da LA), neste mesmo momento deve revelar alguma causa de impedimento ou suspeição (art. 14 da LA), utilizando as mesmas determinadas pelos arts. 144 e 145 do CPC:
Impedimento:
a) Quando o árbitro é parte;
b) Se postular, como advogado da parte, o seu cônjuge ou qualquer parente seu, consanguíneo ou afim, em linha reta; ou na linha colateral até o segundo grau;
c) Quando o árbitro for cônjuge, parente, consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceirograu;
d) Na eventualidade de o árbitro integrar a administração de pessoa jurídica, parte na causa;
e) Quando figurar como parte instituição de ensino que lecionar como empregado ou prestador de serviços;
f) Na hipótese de figurar como parte algum cliente de escritório de advocacia seu (por extensão ao inciso VIII do art. 144 do CPC), do seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo ou afim, de alguma das partes, em linha reta ou, na colateral, até o terceiro grau, ainda que o cliente seja patrocinado por advogado de escritório distinto; e
g) Quando promover contra a parte ou seu advogado qualquer espécie de ação, judicial ou arbitral.
Arbitragem - Suspeição do arbitro
É possível afastar as causas de suspeição no momento da instituição da arbitragem desde que as conhecendo plenamente as partes as aceitem.
Suspeição do árbitro:
a) Quando for amigo íntimo ou inimigo capital de qualquer das partes;
b) Quando alguma das partes for credora ou devedora do árbitro, de seu cônjuge ou de parentes deles, em linha reta ou na colateral até o terceiro grau;
c) Se o árbitro for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de alguma das partes;
d) Na hipótese de receber oferta ou presente antes ou depois de iniciado o processo; aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou se providenciar o necessário, subministrando meios para atender às despesas do litígio;
e) Se o árbitro se apresentar de alguma forma interessado no julgamento da causa em favor de uma das partes;
f) Ainda que não decline a causa, se o árbitro se declarar suspeito por motivo íntimo.
Arbitragem - Substituição do arbitro
Causas que podem indicar a substituição do árbitro:
a) Recusa do árbitro à nomeação;
b) Impedimento ou suspeição;
c) Falecimento; e,
d) Impossibilidade para o exercício da função, como, por exemplo, ser interditado por incapacidade absoluta ou relativa (arts. 3º e 4º do CC).
Diante de qualquer das causas que impedem o escolhido de ser árbitro, as partes podem convencionar:
a) A impossibilidade de substituição do árbitro (expressa, vez que se trata de exceção), extinguindo o compromisso arbitral, fazendo com que tenham que submeter seus litígios ao Poder Judiciário (art. 12, I e II, da LA);
b) A substituição do árbitro (regra, se nada for convencionado sobre a impossibilidade de substituição), nos termos do art. 16 da LA.
AULA 7-Compliance
1. Considerações preliminares:
 Nos últimos anos, podemos acompanhar inúmeros casos de irregularidades envolvendo empresas privadas e o Poder Público, que resultaram na prisão de empresários e agentes políticos. Esse cenário fomentou a criação e a aprovação de leis que tornaram ainda mais rígida a responsabilidade de companhias e dirigentes em casos de corrupção.
 Nesse sentido, diversos modelos de compliance tornaram-se temas constantes no mundo corporativo, uma vez que esses se apresentam como uma das ferramentas mais eficazes para garantir o funcionamento de normas e leis definidas pelo poder público.
 Mas afinal, o que é compliance?
2. O que é Compliance?
 O vocábulo compliance, de origem inglesa, advém do verbo to comply, que significa “agir em conformidade”. Dessa forma, uma instituição, pública ou privada, que segue um programa de compliance, busca atuar em conformidade com as leis vigentes e com seus regulamentos internos.
 O objetivo é que todos na instituição – gestores, colaboradores, parceiros e fornecedores – ajam conforme as regras direcionadas ao seu segmento de atuação, nos mais diversos setores e atividades da companhia.
 Assim, dentre outras medidas, para garantir que os processos internos e externos estejam em conformidade com as leis, um dos fundamentos para a instituição de um programa de compliance eficiente é a construção de um regulamento interno (ou código de conduta), pautado por questões éticas e procedimentais.
3. Um breve histórico do Compliance no Brasil:
 No Brasil, o compliance tornou-se um assunto relevante sobretudo com a promulgação da Lei nº 12.846/2013 (popularmente conhecida como Lei Anticorrupção).
 O referido texto legal, que passou a produzir seus efeitos em 2014, definiu uma série de sanções cíveis e criminais às empresas e gestores por infrações contra a Administração Pública. Tais irregularidades se referiam principalmente a atos de corrupção e fraudes em licitações ou em contratos com órgãos de governo.
 A grande novidade da Lei Anticorrupção foi uma mudança de paradigma quanto à responsabilização de gestores e das empresas. Antes, a responsabilização só recaia sobre os que estavam diretamente ligados ao ato lesivo, seja autor ou mandante. Com a Lei n. 12.846/2013, os dirigentes e empresas também passaram a ser passíveis de responsabilização jurídica, mesmo que não tenham participado diretamente do ato lesivo. 
Contudo, a Lei também trouxe mecanismos de proteção para dirigentes e empresas que tenham funcionários envolvidos em irregularidades – é aqui onde entra o compliance: 
Art. 7º Serão levados em consideração na aplicação das sanções:
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa jurídica;
 Há de se salientar que, embora as origens do compliance no Brasil estarem intimamente ligadas ao combate à corrupção, tal mecanismo poderá ser utilizado para outras finalidades, sempre relacionadas com colocar/manter as atividades da instituição em conformidade com a legislação.
4. O profissional do Compliance:
 Com a difícil tarefa de construir, aplicar e monitorar todos os mecanismos de controle interno, que garantem a conformidade da instituição com as leis, entra em cena o profissional do compliance (comumente chamado de gerente de compliance).
 Anteriormente, tal função costumava ser desempenhada pelo time jurídico, composto basicamente por advogados. No entanto, como a atuação do gerente de compliance é bem ampla, o trabalho também passou a ser realizado por profissionais de outras áreas do conhecimento, como administradores de empresas, engenheiros, contadores etc. – a depender do segmento da instituição.
 Também é de extrema relevância para o sucesso do programa de compliance a independência dos profissionais envolvidos em sua implementação, a fim de evitar que sejam corrompidos pela cúpula gestora da empresa durante a execução dos mecanismos e procedimentos adotados.
5. Afinal, para que serve o Compliance e como construir um programa eficiente?
 Como dito, o compliance serve para alinhar às atividades da instituição com a legislação vigente, por meio de mecanismos de controle e monitoramento. Para isso, é necessário difundir uma cultura de ética na organização e treinar funcionários, para que sigam as regras.
 Mas como construir o programa de compliance? Através da conjugação de algumas medidas:
a) Fazer um levantamento detalhado dos riscos relacionados às atividades da instituição – especialmente em relação às leis, como questões ambientais, trabalhistas, licitatórias etc.
b) Mapear as formas de controle interno já existentes, como normas e procedimentos listados no regulamento da organização.
c) Implementar estratégias de aprimoramento às formas de controle já mapeadas.
d) Avaliar o potencial de fraudes e preveni-las.
e) Elaborar programas para divulgar uma cultura de ética e respeito às leis, inclusive com a criação de códigos de conduta.
f) Realizar treinamentos com os colaboradores, de forma a inseri-los na cultura ética da organização.
g) Criar canal de denúncias.
h) Promover, periodicamente, auditorias de compliance.
i) Para alcançar seus objetivos, o programa de compliance deverá se utilizar de uma série de ferramentas que garantam a transparência e legalidade dos processos, a apuração das irregularidades e a punição dos envolvidos em atos ilícitos.
6. As vantagens do Compliance:
 Redução de custos: o compliance busca prevenir problemas que poderiam ser muito onerosos para as organizações, como multas, processos judiciais e até o fechamentodo negócio (no caso de empresas, por exemplo). É importante ressaltar que tais custos poderiam se originar, até mesmo, de situações relativamente simples, como erros na declaração de tributos, não pagamento de taxas etc.
 Vantagens competitivas: empresas comprometidas com a lei certamente buscam parceiros comerciais que seguem um programa de compliance. Além disso, negócios que possuem essa estratégia bem estruturada têm facilidade para obter crédito. Em resumo, uma organização idônea – e que zela por sua imagem – é uma boa referência para o mercado, atraindo clientes, investidores e fornecedores.
 Qualidade operacional: quando a organização segue um programa de compliance, naturalmente eliminará falhas e “gargalos” que reduzem a qualidade de seu produto ou serviço. Afinal, normas regulamentadoras existem para manter um padrão mínimo de qualidade.
7. Os modelos de Compliance:
 Os modelos de compliance variam de acordo com o segmento de atuação da organização. Mas existem alguns modelos “padrão”, são esses: 
 Compliance Anticorrupção: após tantos escândalos de corrupção divulgados pela mídia, é natural que empresas se preocupem com seu relacionamento junto aos órgãos públicos. Uma instituição associada à corrupção pode sofrer graves consequências que afetam o lucro e a imagem da marca. Por isso, é indispensável investir em estratégias de prevenção para evitar desvios de conduta de colaboradores, parceiros ou fornecedores. Empresas envolvidas em processos licitatórios devem estar especialmente interessadas nesse modelo.
 Compliance Ambiental: tem por objetivo adequar as operações corporativas conforme as leis vigentes, a fim de que o empreendimento não seja responsabilizado por prejuízos causados ao meio ambiente. As ações estratégicas desse modelo buscam formas de evitar multas ambientais, processos administrativos e outros tipos de infrações.
Compliance voltado para a responsabilidade social: as organizações devem reconhecer que suas atividades causam impactos nas comunidades em que estão inseridas. Por isso, as ações não devem ser direcionadas apenas para a geração de lucro, mas também para trazer melhorias à sociedade e elevar a qualidade de vida das pessoas envolvidas nas suas operações, como colabores, clientes e parceiros. Assim, o compliance também está relacionado à responsabilidade social e deve ser utilizado para impactar positivamente na vida das pessoas.
 Compliance Trabalhista: para reduzir ou evitar reclamações trabalhistas, muitas empresas investem nesse modelo de compliance. Dessa forma, trata-se de uma ferramenta que fornece condições mais seguras e éticas aos funcionários. Para isso, os responsáveis pela área devem planejar e avaliar o ambiente de trabalho com o intuito de evitar acidentes, diminuir a ocorrência de doenças laborais, solucionar conflitos e minimizar riscos que possam ferir o direito do trabalhador.
8. Casos Reais:
· https://veja.abril.com.br/economia/marca-zara-esta-envolvida-em-denuncia-de-trabalho-escravo/
· https://www.migalhas.com.br/quentes/367856/juiz-reconhece-pratica-de-assedio-moral-organizacional-pelo-carrefour
Aula 08 - JUSTIÇA RESTAURATIVA
JUSTIÇA RESTAURATIVA : 
1) CONCEITO: a Justiça Restaurativa é um método que busca, quando possível e apropriado, realizar o encontro entre vítima e ofensor, assim como eventuais terceiros envolvidos no crime ou no resultado dele, com o objetivo de fazer com que a vítima possa superar o trauma que sofreu e responsabilizar o ofensor pelo crime que praticou.
2) OBJETIVO: É a satisfação de todos os envolvidos. Busca-se responsabilizar ativamente todos os que contribuíram para a ocorrência do evento danoso, alcançar um equilíbrio de poder entre vítima e ofensor, revertendo o desvalor que o crime provoca.
3) DIFERENÇA ENTRE A JUSTIÇA RESTAURATIVA E A RETRIBUTIVA :
“No sistema retributivo, muitas vezes a pessoa recebe uma pena que acha injusta, pois na cabeça dela é certo fazer o que ele vinha fazendo, ainda que seja um crime, vai ser preso, fica com mais raiva, volta para a sociedade e se sente ainda mais justificado em continuar cometendo crimes. A Justiça Restaurativa vai ter um olhar diferenciado. Ela vai atuar sobre três aspectos principais: a vítima, que tem um protagonismo dentro do processo, o ofensor, que será responsabilizado pelo ato que cometeu, e a comunidade. Então tudo isso é incluído no processo”. https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2019/maio/justica-restaurativa-entenda-os-conceitos-e-bjetivos#:~:text=Segundo%20a%20defini%C3%A7%C3%A3o%20adotada%20pelo,o%20trauma%20que%20sofreu%20e
DA JUSTIÇA RESTAURATIVA
Resolução Nº 225 de 31/05/2016. Dispõe sobre a Política Nacional de Justiça Restaurativa no âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências.
 Art. 1º. A Justiça Restaurativa constitui-se como um conjunto ordenado e sistêmico de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à conscientização sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de conflitos e violência, e por meio do qual os conflitos que geram dano, concreto ou abstrato, são solucionados de modo estruturado na seguinte forma:
I – é necessária a participação do ofensor, e, quando houver, da vítima, bem como, das suas famílias e dos demais envolvidos no fato danoso, com a presença dos representantes da comunidade direta ou indiretamente atingida pelo fato e de um ou mais facilitadores restaurativos;
II – as práticas restaurativas serão coordenadas por facilitadores restaurativos capacitados em técnicas autocompositivas e consensuais de solução de conflitos próprias da Justiça Restaurativa, podendo ser servidor do tribunal, agente público, voluntário ou indicado por entidades parceiras;
III – as práticas restaurativas terão como foco a satisfação das necessidades de todos os envolvidos, a responsabilização ativa daqueles que contribuíram direta ou indiretamente para a ocorrência do fato danoso e o empoderamento da comunidade, destacando a necessidade da reparação do dano e da recomposição do tecido social rompido pelo conflito e as suas implicações para o futuro.
DA JUSTIÇA RESTAURATIVA
Resolução Nº 225 de 31/05/2016. Dispõe sobre a Política Nacional de Justiça Restaurativa no âmbito do Poder Judiciário e dá outras providências.
Art. 8º. Os procedimentos restaurativos consistem em sessões coordenadas, realizadas com a participação dos envolvidos de forma voluntária, das famílias, juntamente com a Rede de Garantia de Direito local e com a participação da comunidade para que, a partir da solução obtida, possa ser evitada a recidiva do fato danoso, vedada qualquer forma de coação ou a emissão de intimação judicial para as sessões.
§ 1º. O facilitador restaurativo coordenará os trabalhos de escuta e diálogo entre os envolvidos, por meio da utilização de métodos consensuais na forma autocompositiva de resolução de conflitos, próprias da Justiça Restaurativa, devendo ressaltar durante os procedimentos restaurativos:
· I – o sigilo, a confidencialidade e a voluntariedade da sessão;
· II – o entendimento das causas que contribuíram para o conflito;
· III – as consequências que o conflito gerou e ainda poderá gerar;
Justiça restaurativa, mediação e conciliação — entenda as diferenças. Fonte: Agência Senado
Conciliação: É aplicada em conflitos simples ou naqueles em que o facilitador pode adotar uma posição mais ativa, mas ainda neutra. É um processo consensual curto, que busca restaurar e harmonizar uma relação social. Exemplo: prejuízo ao consumidor por parte de uma empresa.
Mediação: É utilizada em conflitos multidimensionais ou complexos, geralmente com carga emocional envolvida. Ocorre de forma que uma terceira pessoa, neutra e imparcial, facilita o diálogo entre duas partes para que elas construam uma solução para o conflito. A mediação pode ou não terminar em um acordo e não tem um prazo definido. Exemplo: conflito entre mãe e pai  em torno da guarda dos filhos.
Justiça restaurativa: É aplicada em infrações de menor e maior potencial ofensivo. Consiste em reuniões mediadas por um facilitadorentre vítima, ofensor e comunidade. É da vítima o papel de decidir onde, quando e qual a duração de cada reunião. O objetivo é que as partes cheguem a um acordo para responsabilização do ofensor com reparação de danos. Exemplos: atropelamento, agressão física ou moral, furto, importunação sexual.
Infrações de menor potencial ofensivo: 
As Infrações penais de menor potencial ofensivo são as contravenções penais e aqueles crimes cuja pena máxima prevista não ultrapasse a 02 (dois) anos.
· Um caso real
· Vítima: Ana Cristina
· Ofensor: Pedro
· Conflito: Pedro assaltou a casa de Ana Cristina.
· Local: São Paulo
· Acordo: Pedro fez aulas diárias de futebol, participou de um grupo de jovens de uma igreja e tornou-se voluntário em um projeto social. Ana Cristina ainda adotou Pedro.
Exemplo:
Em dezembro de 2013, na cidade Planaltina (DF), distante apenas 45 km do Congresso Nacional, Leonardo Henrique Monteiro atropelou seis pessoas da mesma família, matando a matriarca. A filha mais nova perdeu parcialmente a visão. A nora ficou traumatizada e por isso não conseguia engravidar. Leonardo, que fugiu para não sofrer linchamento, foi acusado de homicídio culposo, mas um ano e meio após o acidente ainda não tinha sido julgado. Júlio César Melo, técnico do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJ-DFT), propôs reunir a família e o acusado, o que foi precedido de 19 encontros individuais.
Ao final, o motorista compreendeu a dimensão de seu erro e concordou em pagar parte da cirurgia da criança, além do tratamento de fertilização da nora, embora este não tenha sido necessário: com a resolução do caso, o trauma foi superado e a mulher conseguiu engravidar. O ofensor acabou condenado à pena mínima — dois anos em regime semiaberto.
Exemplo:
Em 2014, dois vizinhos da zona rural do DF brigavam em relação a um limite de terra, o processo foi levado à vara cível e resolvido em tribunal. Ainda assim, eles continuaram a conflitar pelos limites das águas de uma mina por meio de ameaças. Animais de uma das chácaras foram mortos. Nesse caso, o acordo restaurativo envolveu, além das partes, a Agência Nacional de Águas (ANA) e a ONG ambiental WWF, que sugeriram a adoção de um programa de duplo apadrinhamento da mina.
Alguns resultados:
Introdução da justiça restaurativa nas legislações de alguns países, merecendo destaque a Colômbia, que a inseriu na Constituição (art. 250) e na legislação (Art. 518 e seguintes, do novo Código de Processo Penal), e a Nova Zelândia, que, desde 1989, a introduziu na legislação infanto-juvenil
Redução de 30%, desde sua inserção, na taxa de homicídios de Bogotá, cidade que já foi considerada uma mais violentas da América Latina
Na Nova Zelândia, o tribunal é considerado a última opção para quem comete um crime, diferente de muitos países onde a justiça retributiva (baseada na punição) é a primeira instância. Os casos neozelandeses são analisados e é realizada uma conferência restaurativa
Atendimento e acompanhamento da aplicação das práticas restaurativas em processos judiciais por ato infracional (crimes e contravenções praticados por menores de 18 anos) em Porto Alegre, realizados pela Central de Práticas Restaurativas do Juizado da infância e da Juventude (CPR-JIJ). Em três anos (2005-2008), 2.583 pessoas foram atendidas por sua Central de Práticas Restaurativas.
AULA 9- DIREITOS HUMANOS 
· ASPECTOS : 
"Direitos Humanos são uma categoria de direitos básicos assegurados a todo e qualquer ser humano, não importando a classe social, raça, nacionalidade, religião, cultura, profissão, gênero, orientação sexual ou qualquer outra variante possível que possa diferenciar os seres humanos.“ https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/direitos-humanos.htm
“Os direitos humanos consistem em um conjunto de direitos considerado indispensável para uma vida humana pautada na liberdade, igualdade e dignidade. Os direitos humanos são os direitos essenciais e indispensáveis à vida digna.” 
Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos / André de Carvalho Ramos.– São Paulo : Saraiva, 2014.
Conceito
O Direitos Humanos visam concretizar as exigências de dignidade da pessoa humana, de liberdade e igualdade, as quais devem ser reconhecidas pelos ordenamentos jurídicos em âmbito nacional e internacional. 
Rol de Direitos Humanos :
Não há um rol predeterminado desse conjunto mínimo de direitos essenciais a uma vida digna. As necessidades humanas variam e, de acordo com o contexto histórico de uma época, novas demandas sociais são traduzidas juridicamente e inseridas na lista dos direitos humanos.
Noções Gerais
Os direitos humanos representam valores essenciais, que são explicitamente ou implicitamente retratados nas Constituições ou nos tratados internacionais
No âmbito internacional as normas jurídicas de Direitos Humanos se revelam por meio de:
a)tratados internacionais;
b)costumes;
No âmbito interno destacam :
a) constituição; 
b) leis específicas; 
c) atos normativos secundários (decretos executivos).
Conteúdo dos direitos humanos
Representam valores essenciais, explícita ou implicitamente retratados nas Constituições ou tratados internacionais.
Consequências de uma sociedade pautada na defesa de direitos
Reconhecimento do direito a ter direitos;
Reconhecimento de que os direitos de um indivíduo convivemcom os direitos de outros – o conflito e a colisão de direitos implicam a necessidade de estabelecimento de limites, preferências e prevalências.
Fundamentalidade
Formal (inscrição dos direitos nas Constituições ou tratados)
Material (direito considerado indispensável para a promoção da dignidade humana)
ATENÇÃO : Em geral, todo direito exprime a faculdade de exigir de terceiro, que pode ser o Estado ou mesmo um particular, determinada obrigação.
Âmbito Nacional
Os Direitos Humanos possuem superioridade normativa material (quanto ao seu conteúdo) e formal (jus cogens), pois são imperativas e não podem ser derrogadas por vontade das partes.
Características:
Os Direitos Humanos são fruto de um longo processo histórico, de diversas lutas pelo reconhecimento do ser humano como o fim, e não um meio, do Direito.
1- Historicidade:
Os Direitos Humanos são fruto de um longo processo histórico, de diversas lutas pelo reconhecimento do ser humano como o fim, e não um meio, do Direito.
CARACTERÍSTICAS: 
2- Universalidade
Os Direitos Humanos se aplicam a todas as pessoas em qualquer parte do mundo.
3- Irrenunciabilidade
Os titulares dos Direitos Humanos não podem renunciar a esses direitos. Tal renúncia é considerada nula, ainda que realizada livremente pelo indivíduo.
4- Inalienabilidade
Os Direitos Humanos não podem ser negociados (vendidos, cedidos, emprestado, doados etc.).
5- Imprescritibilidade
Os Direitos Humanos não se sujeitam a prazo prescricional, ou seja, não se esvaem com o passar do tempo. 
A pretensão indenizatória por violação aos Direitos Humanos está sujeita a prescrição
6-Interdependência
Os Direitos Humanos possuem uma relação complexa de proteção por meio de diversos diplomas jurídicos internacionais e nacionais.
DIMENSÕES :
O jurista italiano Norberto Bobbio, no livro A era dos direitos, organizou uma classificação dos Direitos Humanos em “gerações” (atualmente dimensões), de acordo com seu período e características.
1ª DIMENSÃO : Os Direitos Humanos de Primeira Dimensão se relacionam com o ideal de liberdade e compreendemos direitos civis e políticos.
2ª DIMENSÃO : Os Direitos Humanos de Segunda Dimensão se relacionam com o ideal de igualdade e compreendemos direitos sociais, culturais e econômicos.
3ª DIMENSÃO: Os Direitos Humanos de Terceira Dimensão se relacionam com o ideal de fraternidade e compreendemos direitos coletivos e difusos.
Os direitos humanos têm distintas maneiras de implementação, do ponto de vista subjetivo e objetivo. 
“Do ponto de vista subjetivo, a realização dos direitos humanos pode ser da incumbência do Estado ou de um particular (eficácia horizontal dos direitos humanos, como veremos) ou de ambos, como ocorre com o direito ao meio ambiente (art.225 da CF/88, que prevê que a proteção ambiental incumbe ao Estado e à coletividade).
Do ponto de vista objetivo, a conduta exigida para o cumprimento dos direitos humanos pode ser ativa (comissiva, realizar determinada ação) ou passiva (omissiva, abster-se de realizar). “
Ramos, André de Carvalho. Curso de direitos humanos / André de Carvalho Ramos.– São Paulo : Saraiva, 2014.
DIMENSÕES
	Primeira Dimensão
	Liberdade
	Direitos civis e políticos
	Revolução Francesa
	Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789)
	Estado absolutista –liberal
	Liberdade de expressão
	Segunda Dimensão
	Igualdade
	Direitos sociais, culturais e econômicos
	Revolução Mexicana
	Constituição de Weimar (1919)
	Estado liberal –social
	Educação
	Terceira Dimensão
	Fraternidade
	Direitos coletivos e difusos
	II Guerra Mundial
	Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)
	Estado social –constitucional
	Meio ambiente
A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), de 1948: 	
Desencadeou um processo de mudança no comportamento social e na produção de instrumentos e mecanismos internacionais de direitos humanos que foram incorporados ao ordenamento jurídico dos países signatários.
A Declaração Universal dos Direitos do Homem , de 1948 foi criada como uma forma de garantir paz no mundo, pois parte-se do princípio de que “ desprezo e o desrespeito pelos direitos do homem resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade” (Preâmbulo da Declaração Universal dos Direitos do Homem) 
Atualmente observamos : violações de direitos humanos, tanto no campo dos direitos civis e políticos, quanto na esfera dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais.
Nossa realidade é : generalização dos conflitos, o crescimento da intolerância étnico-racial, religiosa, cultural, geracional, territorial, físico-individual, de gênero, de orientação sexual, discriminações a imigrantes, refugiados e asilados em todo o mundo ...
Resultado: os direitos humanos e a educação em direitos humanos consagraram-se como tema global, reforçado a partir da Conferência Mundial de Viena.
NOSSO TEMPO ATUAL : tempos difíceis e conturbados por inúmeros conflitos, nada mais urgente e necessário que educar em direitos humanos, tarefa indispensável para a defesa, o respeito, a promoção e a valorização desses direitos.
PROBLEMA NOS PAÍSES DA AMÉRICA LATINA: países da América Latina são caracterizados historicamente pelas violações dos direitos humanos, expressas pela precariedade e fragilidade do Estado de Direito.
Direitos humanos no Brasil vem ganhando maior destaque por meio de proposições da sociedade civil organizada e de ações governamentais no campo das políticas públicas, visando ao fortalecimento da democracia.
A Constituição Federal de 1988 : consagrou o Estado Democrático de Direito e reconheceu, entre seus fundamentos, a dignidade da pessoa humana e os direitos ampliados da cidadania (civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais).
ATENÇÃO : O Brasil passou a ratificar os tratados internacionais (globais e regionais) de proteção dos direitos humanos, além de reconhecer a jurisdição da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Estatuto do Tribunal Penal Internacional. 
CULTURAL DA PAZ: É uma proposta para que as relações humanas sejam permeadas pelo diálogo, pela tolerância, pela consciência da diversidade dos seres humanos e de suas culturas. A ONU definiu cultura de paz na Declaração e Programa de Ação sobre uma Cultura de Paz , em 13 de setembro de 1999, da seguinte maneira:
 “ Uma Cultura de Paz é um conjunto de valores, atitudes, tradições, comportamentos e estilos de vida baseados: No respeito à vida, no fim da violência e na promoção e prática da não-violência por meio da educação, do diálogo e da cooperação; No pleno respeito aos princípios de soberania, integridade territorial e independência política dos Estados e de não ingerência nos assuntos que são, essencialmente, de jurisdição interna dos Estados, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e o direito internacional; No pleno respeito e na promoção de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais; No compromisso com a solução pacífica dos conflitos; Nos esforços para satisfazer as necessidades de desenvolvimento e proteção do meio-ambiente para as gerações presente e futuras; No respeito e promoção do direito ao desenvolvimento; No respeito e fomento à igualdade de direitos e oportunidades de mulheres e homens; No respeito e fomento ao direito de todas as pessoas à liberdade de expressão, opinião e informação; Na adesão aos princípios de liberdade, justiça, democracia, tolerância, solidariedade, cooperação, pluralismo, diversidade cultural, diálogo e entendimento em todos os níveis da sociedade e entre as nações; e animados por uma atmosfera nacional e internacional que favoreça a paz” (ONU:2004).
A cultura de paz não é uma cultura na qual não existam conflitos, mas sim que estes são resolvidos de forma pacífica.
 “ Cultura de paz é uma cultura que promove a diversidade pacífica. Tal cultura inclui modos de vida, padrões de crença, valores e comportamento, bem como os correspondentes arranjos institucionais que promovem o cuidado mútuo e bem-estar, bem como uma igualdade que inclui o reconhecimento das diferenças, a guarda responsável e partilha justa dos recursos da Terra entre seus membros e com todos seres vivos” (apud JESUS; MILANI:2003:35).
Papel do Estado na cultura da PAZ: cabe a esse Estado receber tais demandas, sociais da sociedade civil, normatizá-las e atender à população, na forma de políticas públicas. 
A política pública “ é [uma] linha de ação coletiva que concretiza direitos sociais declarados e garantidos em lei. É mediante as políticas públicas que são distribuídos ou redistribuídos bens e serviços sociais, em resposta às demandas da sociedade” (apud CARVALHO: 2002:12). 
AULA 10 – Estudos dos processos grupais : métodos e condução grupal.
A convivência social tem um caráter construtivo do ser humano.
A Convivência pode gerar possibilidades de desenvolvimento de habilidades, de conflito, de laços de solidariedade, de afetividade e problemas interpessoais.
Os aspectos das relações sociais são conhecidos como processo grupal.
O processo grupal, também chamado de dinâmica psicossocial, refere-se a uma rede de relações equilibradas de poder entre os participantes de um determinado grupo.
Os grupos fazem parte da nossa vida em sociedade. 
Os grupos são: 
1. a família, 
2. a escola,
3. os espaços de trabalho, 
4. lazer etc. (...)
“a história de vida dos indivíduos é a história de pertencimento em inúmeros grupos.” (ALEXANDRE, 2002, p.209)
Todo indivíduo pertence a vários grupos na sociedade.
O racismo é crime previsto no art. 20, da Lei 7.716/1989 e atinge uma coletividade indeterminada de indivíduos. 
A conduta típica é verificada consiste em discriminar toda a integralidade de uma categoria.
O racismo é crime inafiançável e imprescritível, por força do disposto no art. 5º, XLII, da CF, c/c art. 323, I, do CPP. 
"O preconceito racial não é exclusivo do Brasil, visto que, em maior ou menor escala, todos os países colonizadores e colonizados apresentam, em algum grau, índices de preconceito racial contra negros ou, no caso de países colonizados, nativos daquele local.“ https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/racismo.htm
"No Brasil, as causas do racismo podem ser associadas, principalmente, à longa escravização de povos de origem africana e a tardia abolição da escravidão, que foi feita de maneira irresponsável, pois não se preocupou em inserir os escravos libertos na educação e no mercado de trabalho, resultando em um sistema de marginalização que perdura até hoje.“
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/racismo.htm
"Casos de racismo
Casos de racismo chamaram a atenção dos brasileiros por envolverem pessoas famosas ou terem sido compartilhados nas redes sociais. Podemos destacar o caso do goleiro Aranha, então jogador do Santos, que

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