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SOI LAB III (Semana 1) - Aspectos técnicos da radiografia de torax

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Enízia Simões
3° período
Aspectos técnicos da radiografia de tórax
- O exame de radiofrafia (RX) é o primeiro a ser solicitado para avaliação de
doenças
- É uma representação bidmensional de estruturas tridimensionais, tendo
como desvantagem a sobreposição de estruturas na imagem
- O primeiro passo na avaliação do RX é identificar quais as incidências obti-
das e se são suficientes para responder a questão clínica
- Depos é necessario verificar se a técnica utilizada foi adequada e se não
tem artefatos ou deficiências que possam prejudicar a interpretação do
exame
- Também se faz importante a sistematização da avaliação da imagem, res-
peitando a semiologia e terminologia radiológica, para que todas as informa-
ções contidas no RX sejam adequadamente identificadas, interpretadas e
relatadas.
IncidIncidIncidênciasnciasncias
- Sempre que possível deve ser feito com as incidências em posteroanteri-
or (PA) e em perfil. No entanto, tem outras incidências que também são
realizadas
Posteroanterior (PA) e em perfilPosteroanterior (PA) e em perfilPosteroanterior (PA) e em perfil
- Sempre que possível deve ser realizado em ortostase (de pé) e em inspi-
ração profunda
- A imagem em PA é preferida em relação à AP, pois aproxima o coração
do detector e reduz sua magnificação. Além de auxiliar a retirar as escápu-
las dos campos pulmonares
- A distância mínima do paciente para a ampola (distância foco-objeto) deve
ser de 1,5 m, sendo ideal a distância tecnicamente padronizada de 1,8 m
- O paciente pode elevar os membros superiores, em geral com apoio (segu-
rando em algo), ou apoiar as mãos na cintura afastando os ombros, além de
encostar a porção anterior do tórax no detector
- A imagem em perfil pode ser obtida com o lado direito ou esquerdo junto
ao detector. Mas é mais comum o esquerdo, para reduzir a magnificação do
coração
- Quanto mais próxima a estrutura do detector, menor a ampliação e defor-
mação e melhor a nitidez.
- O perfil também auxilia a detectar opacidades intersticiais
- A imagem em perfil pode ser obtida após a ingestão oral de meio de con-
traste positivo pelo paciente, para auxiliar na avaliação do esôfago, hérnia
hiatal e na dilatação do átrio esquerdo
Anteroposterior (AP)Anteroposterior (AP)Anteroposterior (AP)
- É realizado quando o paciente está impossibilitado de realizar o exame em
PA e em perfil.
Exemplo: crianças pequenas, pacientes no leito, em cadeiras de roda ou com
dificuldades de mobilização.
- Pode ser realizada com pacientes sentado ou deitado e o feixe de raios X
penetra por via anterior, estando a porção posterior do tórax em contato
com o detector
- Imagem em AP é a de pior qualidade
 Imagem em PA ortostático (es-
querda)
 Imagem em AP deitado (direita)
Decúbito lateral com raios horizontais (Laurel)Decúbito lateral com raios horizontais (Laurel)Decúbito lateral com raios horizontais (Laurel)
- É uma incidência é indicada principalmente para auxiliar na identificação de
derrame pleural e na dife?renciação de derrame e espessamento pleural.
- Deve ser realizada com o paciente deitado sobre o lado em que se suspei-
ta haver doença pleural.
- A ampola de raios X é colocada horizontalmente, com o feixe incidindo an-
teriormente no corpo do paciente e o detector colocado junto a face poste-
rior do tórax
- Apesar de menos comum, também pode ser usado na suspeição de pneu-
motórax, devendo, nesta situação, o lado suspeiro estar pra cima
A presença de duas incidências auxilia a localizar e caracterizar as altera-
ções mais adequadamente
Lesões localizadas atrás do coração ou nas bases atrás das cúpulas diafragmáti-
cas, podem ser pouco visíveis na imagem, assim, a incidência em perfil é útil
Nesse tipo de incidência o coração encontra-se amplificado, já que está
mais afastado do detector. Além disso, dificulta a avaliação de opacidades
pulmonares
Enízia Simões
3° período
Demais incidênciasDemais incidênciasDemais incidências
- São menos utilizadas atualmente, principalmente devido ao desenvolvimento
e maior disponibilidade da TC de tórax.
- A incidência apicolordóticaincidência apicolordóticaincidência apicolordótica é realizada com o paciente em hiperlordose, as
costas apoiadas sobre o detector e o feixe penetrando pelo tórax anterior-
mente. Na imagem apicolordótica, as clavículas estão elevadas e são retira-
das dos campos pulmonares, facilitando a identificação de lesões nas regiões
apicais, assim como no lobo médio e língula. Além disso, nessa avaliação o co-
ração e os grandes vasos ficam prejudicados
- O exame em expiração máxima pode ser obtido em PA ou AP e é utilizado
para auxiliar a detectar pequeno pneumotórax, que se torna mais evidente
na expiração quando comparado à imagem em inspiração. A imagem em ex-
piração pode também auxiliar no diagnóstico de aspiração de corpo estra-
nho, identificando o aprisionamento aéreo relacionado ao mecanismo valvular
do objeto na via aérea central (o lobo ou segmento pulmonar distal se man-
tém hipertransparente e expandido na expiração)
OBS: Os mamilos ou lesões de pele e subcutâneo podem simular nódulos ou
outras opacidades pulmonares no RX de tórax. Os mamilos muito comumente
são vistos como pequenas opacidades arredondadas projetadas no campo
pulmonar inferior, nem sempre de maneira simétrica
ParParParâmetros tmetros tmetros técnicoscnicoscnicos
- A avaliação de fatores técnicos fatores técnicos fatores técnicos ajudará a determinar se uma radiografia
de tórax está adequada para interpretação ou se algum artefato pode levá-
lo ao erro
- Os 3 principais parâmetros técnicos do RX de tórax avaliados na rotina
clínica são:
• regime de dose (penetração do RX)
• inspiração correta
• alinhamento (centrado ou não)
Regime de doseRegime de doseRegime de dose
- Em um exame de RX de tórax, nas incidências em PA ou AP, com dose
adequada e boa penetração da radiação, é possível identificar a coluna ver-
tebral apenas nas suas porções mais superiores (T1 a T3), sendo o terço in-
ferior da coluna obscurecido pela sombra cardíaca e do abdome superior
- Quando identificamos toda a coluna, descrevemos que a grafia está muito
penetrada, com dose excessiva de radiação
IMPORTANTE:IMPORTANTE:IMPORTANTE: Para determinar se uma radiografia de tórax em PA foi pe-
netrada de maneira adequada, deve ser possível ver coluna torácica atra-, deve ser possível ver coluna torácica atra-, deve ser possível ver coluna torácica atra-
vés da sombra do coraçãovés da sombra do coraçãovés da sombra do coração
- Quando não se identifica nenhuma porção da coluna, descrevemos que o
exame está pouco penetrado
Imagem muito penetrada
(Escura)
Imagem pouco penetrada
(Com baixa dose de
Radiação)
InspiraçãoInspiraçãoInspiração
- Para a realização do exame de RX de tórax, o paciente é solicitado a reali-
zar uma apneia inspiratória máxima, ou seja, “encher bem o peito de ar e
segurar”
- Quando a inspiração foi feita corretamente, é possível identificar de 9 a
11 arcos costais posteriores projetados sobre os campos pulmonare
- Uma radiografia pouco inspirada pode dificultar a identificação e caracteri-
zação de opacidades pulmonares, doença pleural ou mesmo indicar uma falsa
cardiomegalia
Enízia Simões
3° período
Inspiração adequada
 Imagem pouco inspirada da mes-
ma paciente, mostrando como há
diferença do volume e transpa-
rência pulmonar e da área cardía-
ca.
AlinhamentoAlinhamentoAlinhamento
- No exame centrado, as bordas mediais das clavículas têm a mesma distân-
cia para o centro da coluna dorsal (imagens em PA ou AP).
- A grafia rodada distorce a anatomia radiológica normal do tórax, podendo
mascarar lesões ou mesmo criar falsas imagens que simulam alterações pa-
tológicas
- Já na grafia adequadamente alinhada, as bordas mediais das clavículas são
equidistantes da coluna e as escápulas estão projetadas fora dos campos
pulmonares. A coluna do paciente encontra-se no centro da imagem, equidis-
tante das margens laterais
Imagem em PA um pouco ro-
dada
AmpliaçãoAmpliaçãoAmpliação
IMPORTANTE:IMPORTANTE:IMPORTANTE: Quanto mais próximo um dadoobjeto estiver da superfícieQuanto mais próximo um dado objeto estiver da superfícieQuanto mais próximo um dado objeto estiver da superfície
na qual está sendo gerada a imagem, mais fiel ao seu tamanho real será ona qual está sendo gerada a imagem, mais fiel ao seu tamanho real será ona qual está sendo gerada a imagem, mais fiel ao seu tamanho real será o
resultadoresultadoresultado. Da mesma maneira, quanto mais distante um objeto estiver da su-
perfície na qual está sendo gerada a imagem, mais ampliado parecerá.
- Na radiografia de tórax em PAPAPA padrão (ou seja, obtida na incidência poste-incidência poste-incidência poste-
roanteriorroanteriorroanterior), o coraçãoo coraçãoo coração, sendo uma estrutura anterior, está mais próximoestá mais próximoestá mais próximo da
superfície da imagem e, portanto, mais fiel ao seu tamanho realmais fiel ao seu tamanho realmais fiel ao seu tamanho real. Em um es-
tudo em PA, o feixe de raios X entra em “P” (posterior) e sai em “A” (ante-
rior). A radiografia frontal de tórax padrão geralmente é uma exposição em
PA
AngulaçãoAngulaçãoAngulação
- O feixe de raios X passa horizontalmentehorizontalmentehorizontalmente (paralelo ao chão) em um exa-paralelo ao chão) em um exa-paralelo ao chão) em um exa-
me de tóraxme de tóraxme de tórax em posição ortostática. Nesta posição, o plano do tó-plano do tó-plano do tó-
raxraxrax está perpendicularperpendicularperpendicular ao feixe de raios X
- Se o paciente estiver sentado ou em pé e o feixe de raios X estiver angu-
lado para cima, a imagem é chamada de imagem de tórax em incidência api-api-api-
colordóticacolordóticacolordótica. Se, por outro lado, o feixe de raios X estiver na horizontal, mas
o paciente estiver inclinado para trás, produz o mesmo efeito apicolordótico
- Pacientes hospitalizados- Pacientes hospitalizados- Pacientes hospitalizados, em particular, podem não ser capazes de se
sentar completamente eretos no leito, de modo que o feixe de raios X pos-o feixe de raios X pos-o feixe de raios X pos-
sa entrar no tórax com a cabeça e o tórax do paciente inclinados parasa entrar no tórax com a cabeça e o tórax do paciente inclinados parasa entrar no tórax com a cabeça e o tórax do paciente inclinados para
trástrástrás
- Nas incidências AP apicolordóticas, as estruturas anteriores no tórax (p.
ex., clavículas) são projetadas mais altas na imagem radiográfica resultante
do que as estruturas posteriores no tórax, que são projetadas mais abaixo
Radiografia em PA de tórax normal e tecnicamente adequada. O grau de pe-grau de pe-grau de pe-
netração está adequadonetração está adequadonetração está adequado, visto que é possível visualizar a coluna vertebral
(setas brancas contínuas) através do coração. Foi realizada uma boa inspira-Foi realizada uma boa inspira-Foi realizada uma boa inspira-
çãoçãoção, com quase 10 costelas posteriores visíveis. O paciente não está rotacio-paciente não está rotacio-paciente não está rotacio-
nadonadonado, pois o processo espinhoso de um corpo vertebral torácico (seta preta
contínua) está projetado a meio caminho entre as cabeças das clavículas (se-
tas brancas tracejadas). Há pouca ampliação porque esta é uma radiografia
de tórax em PA. A extremidade medial da clavícula (C) se sobrepõe à primei-
ra costela anterior (1). Portanto, não há angulação
SistematizaSistematizaSistematização da avaliao da avaliao da avaliaçãooo
- A sistematização da avaliação do exame radiográfico deve ser sempre
adotada, respeitando a semiologia e a terminologia radiológica, para que to-
das as informações contidas no RX sejam adequadamente identificadas, in-
terpretadas e relatadas.
- A sistematização também auxilia a não deixar de descrever todos os acha-
dos na imagem, inclusive aqueles não diretamente relacionados à queixa clíni-
ca ou à história fornecida pelo médico solicitante do exame
- A sugestão de modelo de relatório normal que pode servir como guia na
avaliação sistematizada é:
1. PARTES MOLES: sem alterações
2. ARCABOUÇO ÓSSEO: íntegro.
3. MEDIASTINO E TRAQUEIA: centrados.
4. HILOS E TRAMA VASCULAR PULMONAR: aspecto habitual.
5. PARÊNQUIMA PULMONAR: transparência normal, sem opacidades.
6. CÚPULAS E SEIOS COSTOFRÊNICOS: livres.
7. CORAÇÃO: morfologia e índice cardiotorácico normais.
8. AORTA: sem alterações
- A presença de aparatos médicos, como tu?bos, drenos e cateteres, pode
ser descrita no iní?cio do relatório.
- Nas ALTERAÇÕES DE PARTES MOLEALTERAÇÕES DE PARTES MOLEALTERAÇÕES DE PARTES MOLE (pele, subcutâneo, músculos, mamas),
descreve-se o a presença de calcificações, assimetria mamária ou enfise-
ma. Além disso, alterações do abdome superior ou região cervical também
podem ser descritas
- No ARCABOUÇO ÓSSEOARCABOUÇO ÓSSEOARCABOUÇO ÓSSEO descrevemos as alterações identifi?cadas na colu-
na, arcos costais, clavículas, ossos dos ombros e demais componentes ós-
Enízia Simões
3° período
seos identificados
- Na avaliação DO MEDIASTINO, A TRAQUEIA, OS HILOS PULMONARES E ADO MEDIASTINO, A TRAQUEIA, OS HILOS PULMONARES E ADO MEDIASTINO, A TRAQUEIA, OS HILOS PULMONARES E A
TRAMA VASCULAR PULMONARTRAMA VASCULAR PULMONARTRAMA VASCULAR PULMONAR, descrevemos, por exemplo, quando há
alargamento mediastinal, desvio da traqueia e estruturas mediastinais, au-
mento vascular ou linfonodal do hilo pulmonar, deslocamento hilar, redistribui-
ção ou cefalização da trama vascular pulmonar.
- Na avaliação do PARÊNQUIMA PULMONARPARÊNQUIMA PULMONARPARÊNQUIMA PULMONAR, descrevemos a presença das
opacidades pulmonares, sejam elas difusas ou focais, indicamos a presença
de opacidades alveoares, intersticiais, nódulos, massas e cavidades, entre
outros.
- A avaliação das CÚPULAS E SEIOS COSTOFRÊNICOSCÚPULAS E SEIOS COSTOFRÊNICOSCÚPULAS E SEIOS COSTOFRÊNICOS, indica a busca pelos
marcadores de doença pleural (derrame, espessamento), que em geral se
manifesta através da obliteração das cúpulas diafragmáticas e dos seios
costofrênicos.
- Na avaliação CARDÍACACARDÍACACARDÍACA, a área cardíaca é medida através do índice cardi-
otorácico (relação do maior diâmetro transverso do coração sobre o diâme-
tro interno da caixa torácica ao nível cardíaco), que no adulto é menor ou
igual a 50%, quando aferido na imagem em PA (inspirada e em ortostase).
Quando há alteração focal de arco cardíaco, indicando, por exemplo, aumen-
to isolado de câmara cardíaca ou hipertensão pulmonar, também descreve
neste item.
- Na avaliação da aorta torácicaaorta torácicaaorta torácica, é realizada principalmente ao nível do bo-
tão aórtico, que forma o primeiro arco cardíaco à esquerda superiormente.
Neste item descrevemos, por exemplo, a ectasia e ateromatose aórtica
REFERÊNCIASREFERÊNCIASREFERÊNCIAS
WADA, T.D.; RODRIGUES, J.A.H.; SANTOS, M.K. Aspectos técnicos e roteiro da
análise da radiografia de tórax. Ribeirão Preto, 2019
HERRING, W. Radiologia básica: aspectos fundamentais. 4ª edição. GEN Gua-
nambara Koogan, 2021

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