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NEUROFISIOLOGIA-2

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2 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 3 
2 NEUROFISIOLOGIA ................................................................................... 4 
2.1 Estruturas anatômicas do sistema nervoso .......................................... 6 
3 MECANISMOS DE AJUSTE E CONTROLE DO SISTEMA NERVOSO ... 12 
3.1 Produção do movimento pelo sistema nervoso .................................. 17 
4 ORIGEM DAS REGIÕES DO SISTEMA NERVOSO ................................ 21 
5 PARTE PERIFÉRICA DO SISTEMA NERVOSO ...................................... 40 
6 O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO...................................................... 49 
7 DOENÇAS DEGENERATIVAS DO CÉREBRO ........................................ 54 
8 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI , esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - 
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum 
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
2 NEUROFISIOLOGIA 
 
Fonte: phbr.com.br 
O sistema nervoso permite ao organismo perceber as variações do ambiente 
interno e externo, difundir as mudanças que essas alterações estabelecem e realizar 
as respostas adequadas para manter o equilíbrio interno do organismo. Além disso, 
também é responsável pelos sistemas envolvidos na coordenação e regulação das 
funções corporais. Certas estruturas do sistema nervoso também desempenham um 
papel no planejamento e controle dos movimentos. Além disso, a neurofisiologia 
estuda o movimento de íons através das membranas, bem como a atividade dos 
neurotransmissores (ANTUNES, 2018). 
O sistema nervoso é dividido em três partes: SNC, SNP e sistema nervoso 
autônomo (SNA). O SNC consiste no encéfalo e na medula espinal. O SNP consiste 
nos neurônios localizados fora do SNC, além de nervos (feixes de prolongamentos 
dos neurônios), os quais unem o encéfalo e a medula com estruturas periféricas. O 
SNA inclui neurônios que inervam os músculos liso e cardíaco e o epitélio glandular 
(MOORE; PERSAUD, 2004), essa complexidade acontece no decorrer da evolução 
filogenética, e em especial as estruturas encefálicas que estão interligadas com o 
comportamento e com as funções cognitivas e emocionais. Sendo o vivente mais 
 
 
 
5 
 
 
primitivo, ou seja, nos seres vivos mais primitivos, a função principal do sistema 
nervoso é adaptar-se ao meio ambiente, razão pela qual a evolução humana fez do 
seu órgão cérebro, um elemento-chave para a sobrevivência da espécie. 
Conforme VIEIRA A; et al., (2014) nesse contexto é um desafio constante para 
os pesquisadores que são da área da neurociência e neurofisiologia, tendo em vista 
que os estudos sobre as duas áreas estão voltados para a compreensão do cérebro 
e do sistema nervoso central. O estudo do cérebro foi notável no século XX de modo 
que veio para revolucionar, dessa forma os estudos permitiram que nos tempos atuais 
é possível entender as funções (e disfunções) do sistema nervoso central. 
Para VIEIRA A; et al., (2014) a neurofisiologia foi comparada em todos países 
com a história da própria fisiologia. É sabido que a história da fisiologia do sistema 
nervoso central tem relação com a neurofisiologia, porque todas as funções do 
organismo animal, desde os invertebrados até as espécies de vertebrados mais 
desenvolvidas, o Homo Sapiens, são geradas, reguladas ou pelo menos moduladas 
pelo sistema nervoso central. A neurofisiologia é uma parte da fisiologia que tem como 
objeto de pesquisa os mecanismos de funcionamento do sistema nervoso central 
como já mencionado acima, eles interagem com as neurociências, pois com o seu 
conhecimento é possível diagnosticar, tratar e monitorar as funções durante os 
procedimentos que afetam o sistema nervoso central. 
No dizer de VIEIRA A; et al., (2014) a neurofisiologia clínica está relacionada 
dentro da neurofisiologia, em sua tamanha funcionalidade, utiliza – se de 
conhecimentos anatômicos, fisiológicos e clínicos, e tem como finalidade diagnosticar, 
intervenção terapêutica e a monitoração de funções no decorrer dos procedimentos 
específicos para tornar possível a avaliação do sistema nervoso central, periférico e 
muscular. Sabe-se que a produção científica de um país está claramente vinculada 
ao seu desenvolvimento social e econômico. Nos dias atuais, o Brasil é 
reconhecido internacionalmente por representar um avanço significativo em áreas 
exigentes do conhecimento que antes eram atribuições exclusivas de países 
desenvolvidos. 
 
 
 
6 
 
 
2.1 Estruturas anatômicas do sistema nervoso 
O sistema nervoso é formado por um conjunto de conexões entre os nervos e 
órgãos do corpo que recebem e respondem a informações, mensagens e outros 
estímulos externos e internos. Além disso, ele é o responsável por comandar todos os 
movimentos do nosso corpo, tanto voluntários quanto involuntários. Controlar todos 
os sistemas fisiológicos do corpo, como a respiração e os batimentos cardíacos, é 
uma de suas principais funções. O sistema nervoso permite a identificação, o 
armazenamento e a interpretação de todos os estímulos externos (como gostos, 
cheiros, toques, imagens e sons) e internos (como sensação de fome, sede e 
cansaço). Para começar com esta explicação, o sistema nervoso é dividido em duas 
partes: central e periférica. O tecido nervoso apresenta dois principais tipos de células: 
os neurônios, considerados células nervosas, e as neuroglias, que são células gliais. 
Os neurônios são as unidades estruturais do sistema nervoso que se especializam na 
transmissão rápida de informações, e os neurônios são as células auxiliares que 
sustentam a função nervosa central (ANTUNES, 2018). 
Um neurônio é formado por um corpo celular com prolongamentos: os dendritos 
e o axônio. Os dendritos expressam os impulsos nervosos que entram e saem do 
corpo celular, enquanto os axônios terminais realizam a sinapse (MOORE; DALLEY; 
AGUR, 2014). 
As camadas de lipídios e substâncias proteicas formam uma bainha de mielina 
ao redor de alguns axônios, fazendo com que a velocidade do impulso nervoso 
aumente (Figura) (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). Desses inúmeros neurônios, 
existem diferentes tipos que podem ser classificados segundo a sua forma ou função. 
Na classificação de acordo com a forma, eles podem ser neurônios multipolares que 
apresentam muitos prolongamentos celulares, vários dendritos e um axônio. Já os 
neurônios bipolares apresentam apenas dois prolongamentos, ou seja, um axônio e 
outro prolongamento que pode se ramificar em dendritos e neurônios unipolares que 
têm apenas um prolongamento: o axônio. Na classificação segundo a função, eles 
podem ser neurônios sensitivos que recebem os estímulos recebidos de fora do corpo 
e produzidos internamente, transmitindo-os ao SNC. 
 
 
 
7 
 
 
Os neurônios motores recebeminformações do sistema nervoso central e as 
transmitem aos músculos e glândulas do corpo. Eles também podem integrar 
neurônios, que são encontrados no sistema nervoso central, e conectar 
neurônios, interpretando estímulos sensoriais (Figura) (COSENZA, 2013 
apud ANTUNES, 2018). 
 
 
 Anatomia do neurônio 
 
Fonte: ANTUNES, 2018 
 
O segundo tipo de célula são neuroglias, também conhecidos como células 
gliais, que são cinco vezes mais numerosas que os neurônios. Eles são compostos 
de células não neuronais e não estimulantes que são um componente importante do 
tecido nervoso, sustentando, isolando e nutrindo as células nervosas. As células da 
glia fazem parte do sistema nervoso. São células auxiliares que suportam a atividade 
do SNC e diferem em sua forma e função, a saber: células dendríticas, células de 
Schwann, células acessórias, astrócitos e células microscópicas (ANTUNES, 2018). 
Os oligodendrócitos são as células responsáveis pela produção das bainhas de 
mielina, que funcionam como isolantes das células do SNC, e cujas extensões 
 
 
 
8 
 
 
envolvem o axônio, dando origem à bainha de mielina (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 
2007) . 
As células de Schwann são funcionalmente semelhantes aos 
oligodendrócitos, porém estão localizadas ao redor dos axônios do sistema 
nervoso periférico. Cada uma dessas células forma uma bainha de mielina 
ao redor de um segmento de um único axônio (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 
2007 apud ANTUNES, 2018). 
As células estromais são células epiteliais colunares localizadas entre os 
ventrículos do cérebro e o canal central da medula espinhal. Em algumas áreas, essas 
células possuem cílios, que facilitam o movimento do líquido cefalorraquidiano. 
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004). 
Os astrócitos são vários processos que irradiam do corpo celular. Eles têm 
feixes fibrosos intermediários compostos de proteínas filamentosas ácidas da glia que 
fortalecem a estrutura celular. Essas células conectam os neurônios aos capilares 
sanguíneos e ao estroma (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2007). Microglia representam 
células pequenas, alongadas, com processos curtos e irregulares capazes de 
fagocitose e originados de precursores que chegam à medula óssea via corrente 
sanguínea, representando o sistema fagocítico mononuclear dos neutrófilos. Além 
disso, também estão envolvidos na inflamação e no reparo do SNC, também secretam 
uma série de citocinas que regulam os processos imunológicos e removem os restos 
celulares oriundos da lesão do SNC (ANTUNES, 2018). 
 
Sistema nervoso central 
 
O SNC é formado por duas partes básicas, o encéfalo e a medula espinhal, que 
integram e coordenam os sinais de entrada e saída, além de desempenhar funções 
mentais superiores, como aprendizado e raciocínio. O conjunto de neurônios no SNC 
é chamado de núcleo, como o núcleo caudado. Os axônios (feixes de fibras nervosas 
do sistema nervoso) se fundem com núcleos proximais ou distais ao córtex cerebral e 
formam uma via (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
O encéfalo está localizado dentro da calota craniana. É uma parte muito 
complexa do sistema nervoso central, pois está envolvida em atividades que 
vão desde a razão e a inteligência até o controle da pressão arterial e da 
 
 
 
9 
 
 
temperatura. O cérebro é dividido em três partes: o cérebro, o cerebelo e o 
tronco encefálico (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004 apud ANTUNES, 2018). 
O encéfalo é responsável por receber sinais sensoriais e desenvolver respostas 
motoras voluntárias. Ele ocupa quase todo o quebra-cabeça. O cérebro é dividido em 
duas metades: os hemisférios direito e esquerdo, ambos conectados por um feixe de 
fibras brancas: o corpo lúteo (SCHUNKE, 2007). Cada hemisfério cerebral tem três 
lados e duas extremidades. As faces são divididas em externas (convexas em relação 
à cúpula do crânio), inferiores (irregulares, acima da base do crânio e acima do 
cerebelo) e internas (retas, planas e em relação à média do hemisfério oposto). 
(SCHUNKE, 2007). 
Em cada hemisfério existe uma cavidade chamada ventrículo lateral. Esses 
ventrículos não se comunicam diretamente entre si, mas através do ventrículo médio, 
também conhecido como terceiro ventrículo, localizado entre os dois hemisférios. O 
cérebro também é revestido por meninges, que são: a dura (externa), aracnoide 
(média) e a pleura (interna). Entre a aracnoide e o estroma está o líquido 
cefalorraquidiano (SCHUNKE, 2007; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
O cerebelo é um órgão do sistema nervoso que se origina na parte dorsal do 
mesencéfalo e está localizado dorsalmente em relação à medula oblonga e 
ao piloro. Sua distinção com o tronco encefálico refere-se ao fato de que o 
cerebelo está sempre ativo de forma inconsciente e não intencional e tem 
uma função exclusivamente para o movimento, em termos de equilíbrio e 
coordenação (LENT, 2005 apud ANTUNES, 2018). 
O tronco cerebral, é uma área do cérebro localizada entre a medula espinhal e 
o tálamo. Possui três estruturas: medula, mesencéfalo e ponte. Essas áreas são 
responsáveis por funções básicas e vitais para a manutenção da vida, como 
frequência cardíaca, respiração e pressão arterial. A medula espinhal é uma extensão 
do sistema nervoso central localizada na coluna vertebral, no canal espinhal, ao longo 
do eixo do crânio, começa na junção do crânio com a primeira vértebra cervical e entre 
a primeira e a segunda vértebra lombar em adultos. Na medula espinhal estão todos 
os neurônios motores dentro do músculo, e os impulsos guiam o nervo para realizar o 
movimento. Também recebe todos os estímulos sensoriais do corpo humano e alguns 
da cabeça, realizando o processamento inicial da informação de todos esses impulsos 
nervosos. A medula espinhal é composta de uma substância branca e cinza, como o 
 
 
 
10 
 
 
cérebro. As organelas das células nervosas se unem na parede interna e formam a 
substância cinzenta. A substância branca, por sua vez, é formada por sistemas 
interligados de feixes fibrosos. Quando cortada ao longo da medula espinhal, a 
substância cinzenta tem a forma da letra H, coberta por uma matriz de substância 
branca. Os braços da letra H são chamados de chifres, dois dos quais são anteriores 
e ventrais, e dois posteriores em dorsais, direito e esquerdo (ANTUNES, 2018). 
 
Sistema nervoso periférico 
 
O sistema nervoso periférico é formado por nervos, gânglios e terminações 
nervosas. Este sistema é responsável por realizar estímulos ao sistema nervoso 
central ou emitir respostas em órgãos específicos. Nesse sentido, você entenderá, a 
seguir, cada uma das estruturas que compõem esse sistema. Os nervos e fibras 
nervosas são revestidos por tecido conjuntivo, formando várias camadas, 
nomeadamente epineuro, perineuro e endoneuro. Entre as camadas de tecido 
conjuntivo, o epineuro é a camada mais externa que envolve todo o nervo. É 
constituído por tecido conjuntivo densamente padronizado, rico em vasos sanguíneos 
e composto por colágeno tipo I e fibroblastos. O epigástrio, que circunda cada fibra 
nervosa e se origina da infiltração da membrana plasmática, é formado por camadas 
concêntricas de fibroblastos circundados pela membrana basal e conectados por 
junções apertadas (barreira hemato-nervosa) ANTUNES, 2018 
O endotélio envolve cada fibra nervosa, consiste em tecido conjuntivo frouxo 
produzido pelas células de Schwann e é composto por colágeno reticular (tipo 
III) e alguns fibroblastos. Além disso, também contém capilares internos, 
revestidos com endotélio - que não é absorvido - e conectados por junções 
apertadas (SCHUNKE, 2007; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014 apud 
ANTUNES, 2018). 
Os nervos são resilientes e adaptativos precisamente por causa da camada de 
tecido conjuntivo das fibras nervosas que os acompanham. Ressaltamos que são 
divididos em 12 pares de crânios e 31 pares de espinhais (MOORE; DALLEY; AGUR, 
2014). 
Os gânglios do sistema nervoso são aglomeradosde células nervosas 
localizadas fora do sistema nervoso central. Os gânglios geralmente se apresentam 
 
 
 
11 
 
 
como um pequeno inchaço em certos nervos. Eles atuam como estações de conexão 
entre os neurônios e as estruturas do corpo, por isso podem ser perceptivos e 
autônomos (SCHUNKE, 2007). Os terminais nervosos estão localizados nas 
extremidades periféricas das raízes nervosas e são classificados como sensoriais e 
motores. Nas terminações nervosas sensoriais, os receptores são encontrados nas 
extremidades distais do nervo (MOORE; DALLEY; AGUR, 201 ). 
Quando estimulados adequadamente, esses receptores absorvem os 
estímulos e os convertem em um impulso nervoso que viaja por todo o corpo 
até o SNC. Ao atingir o SNC, esse estímulo é interpretado e produz uma 
percepção de sensibilidade geral ou específica. As terminações nervosas 
motoras, por sua vez, são responsáveis por conectar o sistema nervoso aos 
efetores ou efetores, ou seja, músculos, glândulas, órgãos internos e outros 
(SNELL, 2011 apud ANTUNES, 2018). 
 
Sistema nervoso autônomo 
 
O sistema nervoso autônomo atua como regulador das funções autonômicas, 
cujo controle é involuntário, como os sistemas cardiovascular, respiratório, renal, 
endócrino e digestivo. Esse sistema desempenha um papel importante na 
manutenção da homeostase em todos os momentos diante de diversas situações e 
desafios ambientais, podendo ser separado em simpático e parassimpático 
(ANTUNES, 2018). 
A empatia é recrutada sempre que o organismo está em uma situação de 
emergência, como lutar ou voar, ou seja, quando é necessário gastar energia. 
Por outro lado, a atividade parassimpática exerce efeitos antagônicos nos 
mesmos órgãos simpáticos internos e está envolvida nas funções de 
economizar e adquirir energia (repouso e digestão). De qualquer forma, um 
determinado estado do corpo é resultado de um equilíbrio entre as atividades 
simpáticas e parassimpáticas, que se integram e se complementam 
(MOORE; DALLEY; AGUR, 2014 apud ANTUNES, 2018). 
 
 
 
 
12 
 
 
3 MECANISMOS DE AJUSTE E CONTROLE DO SISTEMA NERVOSO 
 
Fonte: canstockphoto.com 
3.1 Neurofisiologia do sistema motor 
 
Todo movimento é gerado por padrões espaciais e temporais de contrações 
musculares desencadeados pelo sistema nervoso, especificamente pelo encéfalo e 
pela medula espinal. O sistema sensorial configura representações internas do nosso 
corpo e do mundo externo. Uma das principais funções dessas representações é 
orientar o movimento. O movimento só é possível porque a região cerebral que o 
controla consegue um acesso ao fluxo de informações sensoriais no cérebro. Os 
movimentos podem ser de postura e equilíbrio, reflexo, rítmico, voluntário e 
involuntário (ANTUNES, 2018): 
 Postura e equilíbrio: são os movimentos organizados no tronco cerebral. Um 
exemplo para esse tipo de movimento é ficar em pé por um período de tempo 
sem cair. 
 
 
 
13 
 
 
 Reflexos: são padrões involuntários de contração e relaxamento muscular 
provocados por uma resposta involuntária por meio de estímulos periféricos. 
Um exemplo para esse tipo de movimento é o reflexo de retirada e o reflexo de 
estiramento. 
 Rítmicos: são padrões de movimentos repetitivos espontâneos ou 
desencadeados por estímulos periféricos. Um exemplo para esse tipo de 
movimento é o ato de locomover, mastigar, engolir e coçar. 
 Voluntários ou elaborados: são os movimentos complexos pré-elaborados para 
realizar. Um exemplo para esse tipo de movimento andar ou pegar um objeto. 
O processamento elaborado de informações no SNC tem como produto final a 
contração de músculos esqueléticos. Uma unidade motora é constituída por um 
neurônio e pelo conjunto de fibras musculares que são inervadas por ele. É variável a 
quantidade de fibras inervadas por um neurônio, porém, são todas do mesmo tipo. No 
estudo da Neurofisiologia, existe uma organização hierárquica do movimento, sendo 
que cada nível apresenta circuitos que regulam e organizam respostas motoras 
complexas (Quadro) (ANTUNES, 2018). 
 
Hierarquização neurofisiológica do movimento 
 
 
Fonte: ANTUNES, 2018 
 
 
 
 
 
14 
 
 
Quando está em repouso, a membrana celular está polarizada, sendo que 
dentro da membrana fica negativo e fora dela positivo. O impulso nervoso é 
produzido pela despolarização da membrana. Um potencial de ação é 
representado por uma manifestação elétrica de uma onda de despolarização 
e repolarização que percorre a fibra nervosa com uma velocidade que varia 
de 12 a 120 m/s (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014 apud ANTUNES, 2018). 
Na despolarização, acontece uma modificação repentina da permeabilidade ao 
sódio, favorecendo sua entrada no interior da membrana nervosa e a saída dos íons 
de potássio de dentro para fora. Essa troca de eletrólitos é essencial para realizar a 
despolarização e, consequentemente, potencializar a ação. Logo em seguida, ocorre 
a repolarização, caracterizada pelo movimento dos eletrólitos na direção contrária, 
recompondo o potencial da membrana (Figura) (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014). 
 
Sinapse 
 
Fonte: ANTUNES, 2018 
 
 
O sistema nervoso tem dois tipos de nervos: motores e sensoriais. Os nervos 
motores funcionam comandando o movimento. Cada neurônio motor e as fibras dentro 
 
 
 
15 
 
 
dele correspondem à unidade motora. Os nervos sensoriais são responsáveis pela 
transmissão de impulsos dos músculos para o sistema nervoso central. Para o 
trabalho de precisão, são necessárias de 3 a 6 fibras musculares por neurônio, 
enquanto para o trabalho de treinamento de força, até 100 fibras musculares são 
recrutadas por neurônio. Existem vários órgãos específicos para recepção: as hastes 
musculares e o órgão tendinoso de Golgi. Os eixos musculares estão ligados a 
tendões em cada extremidade do músculo e são sensíveis à tensão. O órgão 
tendinoso de Golgi está localizado nos tendões, representado por uma rede de 
terminações nervosas na forma de pequenos nódulos. Essas estruturas são sensíveis 
durante a tensão muscular (ANTUNES, 2018). 
Os reflexos são considerados uma forma especial de controle neural sobre 
movimentos e atividades e são independentes da consciência. Os reflexos 
são automáticos e estão divididos em três partes: a primeira parte é o 
estímulo, ou seja, o impulso sensorial, a segunda parte é quando os 
interneurônios levam a informação do neurônio sensorial para o neurônio 
motor e a terceira parte é quando o impulso termina, pelos nervos motores 
para ativar os músculos. No entanto, os reflexos podem ser ajustados. Esse 
tipo de reflexo é responsável por dominar certa manipulação com destreza e 
depende principalmente da formação de novos reflexos, ou seja, um 
mecanismo de controle independente do controle consciente, além disso, 
também economiza combinações de movimentos, como padrões em zonas 
de comando (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014 apud ANTUNES, 2018). 
 
Padrões de processamento neural 
 
Os processamentos de entradas neurais podem ser em série ou em paralelo. 
No processo em série, a entrada neural percorre no decorrer de um caminho para um 
destino específico, enquanto no processo paralelo essa entrada trafega por diferentes 
vias para ser integrada em várias regiões do SNC. Cada maneira apresenta suas 
próprias vantagens para o funcionamento neural como um todo (COSENZA, 2013). O 
encéfalo apresenta um poder de processar informações que é derivado de sua 
habilidade de processar em paralelo. 
 
Processamento em série 
 
 
 
 
16 
 
 
Durante o processamento serial, todo o sistema nervoso se comporta de uma 
maneira que pode ser prevista para acertar ou errar. Um neurônio excita o próximo, 
ativa o próximo e assim por diante, causando uma resposta específica prevista. Um 
exemplo de processamento seriado é o reflexo espinhal e também a via sensorial 
direta dos receptores para o cérebro (COSENZA, 2013). 
Os reflexos são respostas rápidas e automáticas a estímulos,com um 
estímulo específico sempre causando a mesma resposta. A atividade 
reflexiva, realizando os comportamentos mais simples, é estereotipada e 
dependente de estímulos. Um exemplo disso é retirar a mão de uma panela 
de água quente após tocá-la, além de acionar o fechamento dos olhos 
quando um objeto se aproxima (COSENZA, 2013 apud ANTUNES, 2018). 
Os reflexos ocorrem através de vias neurais, chamadas de arcos reflexos. Eles 
têm cinco componentes essenciais: receptores sensoriais, neurônios sensoriais, 
centros de integração do sistema nervoso central, neurônios motores e efetores. A 
Figura representa o arco reflexo simples, onde os receptores detectam mudanças no 
ambiente interno ou externo e o efetor é um músculo ou glândula. 
 
Arco reflexo simples 
 
Fonte: ANTUNES, 2018. 
O processamento paralelo 
 
Nesse tipo de processo, são segregadas as entradas em várias vias e a 
informação que passa em cada uma delas é empregada simultaneamente pelas 
 
 
 
17 
 
 
diferentes partes do circuito nervoso. Um exemplo comum é quando se cheira uma 
lata de milho (entrada sensorial), o que pode fazer lembrar da colheita de milho na 
zona rural, ou de que não gosta de milho, ou que precisa comprá-los na feira, ou talvez 
trazer todos esses pensamentos ao mesmo tempo (LENT, 2005). Em cada indivíduo, 
o processamento dispara em paralelo a algumas vias que são únicas. O mesmo 
estímulo — cheirar a lata de milho, conforme exemplo anterior — promove inúmeras 
respostas, além da simples consciência do cheiro. O processamento em paralelo não 
é apenas uma repetição, cada circuito faz ações diferentes com a informação, mas 
cada canal é decodificado em relação a todos os outros, gerando um todo integrado 
(LENT, 2005). 
Pense, por exemplo, sobre o que ocorre quando se pisa em um prego ao 
caminhar descalço. O reflexo de retirada, processado em série, causa a retirada 
instantânea do pé machucado do prego, por meio de um estímulo doloroso. Ao mesmo 
tempo, impulsos nocivos e de pressão rapidamente ascendem para o encéfalo em 
vias paralelas, o que concede se decidir pelo simples ato de esfregar a região dolorida 
para o alívio ou até mesmo correr para uma unidade de saúde (COSENZA, 2013). 
Esse tipo de processamento é muito importante para as funções mentais 
superiores por reunir as partes para entender o todo. Um exemplo comum é que se 
pode reconhecer um euro em uma fração de segundos, tarefa que se fosse executada 
por um computador com processador em série poderia levar um período muito maior 
de tempo. Isso acontece pelo fato de se usar o processamento em paralelo, o que 
possibilita que um único neurônio envie informação para muitas vias e não apenas 
uma, favorecendo, assim, o processamento rápido de muito mais informações 
(ANTUNES, 2018). 
3.2 Produção do movimento pelo sistema nervoso 
Diferentes regiões do sistema nervoso estão envolvidas na produção e também 
no controle dos movimentos voluntários realizados. O planejamento do movimento 
acontece, principalmente, no lobo frontal, mas também envolve o córtex parietal 
posterior, os núcleos da base e o cerebelo (COSENZA, 2013). 
 
 
 
18 
 
 
Algumas regiões do lobo frontal que estão relacionadas com o planejamento 
motor se destacam: o córtex pré-frontal e o córtex motor. O córtex pré-frontal atua no 
planejamento de comportamentos complexos, detalhando o objetivo para o qual os 
movimentos devem ser conduzidos. O córtex pré-frontal também é responsável por 
levar as informações para o córtex motor, que organiza as sequências de movimento 
apropriadas à atividade (LENT, 2005). 
Além disso, o córtex parietal posterior realiza um importante papel no 
planejamento motor. Essa região recebe aferências somatossensoriais, 
visuais e proprioceptivas, empregando essas informações para definir a 
posição do corpo e do alvo no espaço. Outra característica do córtex parietal 
é a produção de modelos internos do movimento, chamados de engramas 
motores, antes de ativação do córtex pré- -motor e do córtex motor. Devido a 
essa relação dos lobos parietais com áreas pré-frontais e atividade dessas 
regiões na tomada de decisão, eles representam o maior nível de integração 
na hierarquia do controle motor (LENT, 2005 apud ANTUNES, 2018). 
Duas áreas principais dividem o córtex motor, conforme a Figura: córtex motor 
primário (área 4) e outra região que é subdividida em área motora suplementar e área 
pré-motora, ou chamada de córtex pré-motor (área 6). A área pré-motora está 
relacionada à escolha de movimentos específicos ou às sequências de movimentos a 
partir do conjunto de movimentos da pessoa. A região motora suplementar é 
responsável pelo planejamento e começo dos movimentos com base em experiências 
prévias (COSENZA, 2013). 
Nesse sentido, os córtices parietal pré-frontal e posterior lançam informações 
para área 6, que vai determinar as características do movimento que será 
efetuado. Logo depois, a informação é levada para área 4. Os axônios dos 
neurônios do córtex motor primário vão até a medula espinal, emitindo a 
informação para os neurônios motores da medula espinal que ativam os 
músculos específicos ou grupos musculares para realização da tarefa 
desejada (LENT, 2005 apud ANTUNES, 2018). 
A decisão de bater palmas, por exemplo, é seguida pelo aumento de atividade 
elétrica no córtex pré-frontal, a qual é responsável por enviar impulsos nervosos para 
o córtex motor. O córtex motor, por intermédio das informações fornecidas pelo córtex 
visual, planeja o trajeto ideal para o membro superior encontrar as duas mãos para 
bater a palma (ANTUNES, 2018). 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
 
Cortex motor 
 
 
Fonte: ANTUNES, 2018 
Para a garantir movimentos rápidos, coordenados e precisos na ação, o 
sistema nervoso deve constantemente receber informações sensoriais e utilizá- -las 
no ajustamento e na correção do trajeto do membro e na modulação da força dos 
músculos para realizar as palmas. Esses ajustes que você aprendeu até agora são 
efetuados pelo cerebelo e também pelos núcleos da base (ANTUNES, 2018). 
 
Núcleos da base 
 
Os núcleos da base são grupos de células nervosas que ficam no prosencéfalo 
interconectados: núcleo caudado, putâmen, globo pálido, núcleo subtâlamico e 
substância negra. Essas estruturas herdam projeções do neocórtex, abrangendo o 
córtex motor, e do sistema límbico. Os núcleos da base atuam na iniciação e na 
regulação da força muscular necessária para realizar o movimento. Lesões nessas 
estruturas são comuns, sendo assim, é possível observar no cotidiano as pessoas 
com a Doença de Parkinson (ANTUNES, 2018). 
 
 
 
 
20 
 
 
Cerebelo 
 
O cerebelo deriva da parte dorsal do mesencéfalo e fica dorsalmente em 
relação ao bulbo e à ponte. Ele se posiciona na fossa cerebelar do osso occipital, 
como representado na Figura, e se liga à medula espinal e ao bulbo por meio do 
pedúnculo cerebelar inferior e à ponte e ao mesencéfalo mediante os pedúnculos 
cerebelar médio e superior, respectivamente (ANTUNES, 2018). 
 
 
 
 
Fonte: ANTUNES, 2018 
 
 
O córtex cerebral, motor e parietal posterior envia projeções para núcleos 
localizados na ponte que se conectam ao cerebelo por meio de vias 
cerebelares. O núcleo transventricular do tálamo conecta o cerebelo ao córtex 
motor. Observe uma pessoa com lesões cerebelares para entender o papel 
do cerebelo na realização motora. Pessoas com essa lesão apresentam 
alterações no equilíbrio e coordenação (COSENZA, 2013 apud ANTUNES, 
2018). 
O controle da duração e sequência dos movimentos é realizado pelo cerebelo. 
O cerebelo recebe uma cópia de todas as informações transmitidas pelos receptores 
 
 
 
21 
 
 
sensoriais ao córtex somatossensorial e os movimentos desejados pelo córtex motor. 
Uma vez que um movimento é feito, ele envia informações sobre a força, tempo e 
direção do movimento para o córtex motor. Desta forma, o cerebelo pode calcular o 
erro e dizerao córtex motor como corrigir o movimento na próxima corrida (ANTUNES, 
2018). 
4 ORIGEM DAS REGIÕES DO SISTEMA NERVOSO 
 
 
Fonte: cabana-on.com 
O sistema nervoso central foi dividido em três partes: SNC, SNP e sistema 
nervoso autônomo (SNA). Quando falamos do sistema nervoso central, é importante 
enfatizar que o SNC é formado pelo cérebro e pela medula espinhal. O SNP é formado 
por neurônios localizados fora do SNC e nervos (feixes de reforço, ou seja, extensões 
de neurônios) que conectam o cérebro e a medula espinhal às estruturas periféricas. 
O SNA inclui neurônios que inervam o músculo cardíaco e liso e 
epitélio glandular (MOORE; PERSAUD, 2004 apud RODRIGUES A; 2017). 
O sistema nervoso consiste em um conjunto de conexões entre nervos e órgãos 
do corpo que têm a função de coletar e responder a informações, mensagens e outros 
estímulos externos e internos. Além disso, é responsável por controlar todos os 
movimentos do nosso corpo, voluntários e involuntários, e monitorar todos os sistemas 
 
 
 
22 
 
 
fisiológicos do corpo, como respiração e batimentos cardíacos, é uma de suas 
principais funções. 
Normalmente formado a partir da placa neural, o ectoderma embrionário é 
induzido a se diferenciar na placa neural pela notocorda e pelo mesoderma paraxial. 
O tubo neural emerge da placa neural e se diferencia no SNC, que inclui o cérebro e 
a medula espinhal. As células que compõem o SNP e SNA originam-se da crista 
neural, que também é formada pela placa neural (MOORE; PERSAUD, 2004 apud 
RODRIGUES A; 2017). 
O sistema nervoso permite a identificação, o armazenamento e a 
interpretação de todos os estímulos externos (como gostos, cheiros, toques, 
imagens e sons) e internos (como sensação de fome, sede e cansaço). Para 
iniciar essa explicação, o sistema nervoso é dividido em duas partes: central 
e periférico. O tecido nervoso apresenta dois principais tipos de células: os 
neurônios, considerados células nervosas, e as neuroglias, que são células 
gliais. Os neurônios são unidades estruturais do sistema nervoso 
especializadas em comunicação rápida e as neuroglias são células auxiliares 
que têm a função de suporte ao funcionamento do SNC (JUNQUEIRA; 
CARNEIRO, 2004 apud ANTUNES M; 2018). 
Um neurônio é constituído por um corpo celular com processos: os dendritos e 
o axônio (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004 apud ANTUNES M; 2018). Os dendritos 
expressam impulsos nervosos que entram e saem do corpo celular enquanto os 
terminais axônicos formam sinapses (MOORE; DALLEY; AGUR, 2014 apud 
ANTUNES M; 2018). As camadas de substâncias lipídicas e proteicas formam uma 
bainha de mielina ao redor de alguns axônios, o que aumenta a velocidade do impulso 
nervoso (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004 apud ANTUNES M; 2018). 
O cérebro está na tampa. É uma parte muito complexa do SNC, pois está 
envolvida em atividades que vão desde a razão e a inteligência até o controle da 
pressão arterial e da temperatura. O cérebro é dividido em três partes: cérebro, 
cerebelo e tronco encefálico (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004 apud ANTUNES M; 
2018). 
O cérebro é responsável por receber sinais sensoriais e desenvolver respostas 
motoras voluntárias. Ocupa quase todo o crânio. O cérebro é dividido em duas 
metades: os hemisférios direito e esquerdo, ambos conectados por um feixe de fibras 
brancas: o corpo caloso (SCHUNKE, 2007 apud ANTUNES M; 2018). 
Cada hemisfério cerebral tem três faces e duas extremidades. As faces são divididas 
 
 
 
23 
 
 
em externa (convexa em relação à calota craniana), inferior (que é irregular, sobre a 
base do crânio e sobre o cerebelo) e interna (vertical, plana e relacionada ao lado 
interno do hemisfério oposto). (SCHUNKE, 2007 e ANTUNES M; 2018). 
Em cada hemisfério, há uma cavidade que é o ventrículo lateral. Esses 
ventrículos não se comunicam entre si diretamente, mas por meio do 
ventrículo médio, também conhecido como terceiro ventrículo, o qual está 
entre os dois hemisférios. O cérebro também é revestido pelas meninges, que 
são: dura-máter (externa), aracnoide (média) e pia-máter (interna). Entre a 
camada aracnoide e a pia-máter está o líquido cefalorraquidiano (SCHUNKE, 
2007; MOORE; DALLEY; AGUR, 2014 apud ANTUNES M; 2018). 
Na quarta semana de desenvolvimento, o tubo neural começa a se formar. 
A parte cranial do tubo forma o encéfalo até o quarto par de somitos 
e a parte caudal forma a medula, ambos componentes do SNC. O SNP é composto 
por gânglios, nervos cranianos e autônomos e gânglios originados principalmente da 
crista neural. No SNA, o sistema nervoso simpático deriva das células da crista neural, 
enquanto o sistema nervoso parassimpático deriva dos neurônios e núcleos do tronco 
encefálico e da região sacral da medula oblonga (MOORE; PERSAUD, 2004 apud 
RODRIGUES A; 2017). 
Portanto, após LAZZARETTI C; (2017), o sistema nervoso central controla e 
integra todas as funções corporais para atingir a homeostase: comportamento 
alimentar, temperatura corporal, movimento, respiração, entre milhares de outras 
funções. Basicamente, essas funções são gerenciadas e executadas por duas 
subdivisões: o sistema nervoso central (SNC) e o sistema nervoso periférico (SNP). 
Nossos receptores periféricos coletam informações externas que são levadas ao SNC 
por nervos que atuam como cabos e têm a função de fazer conexões. No SNC, as 
informações são processadas na medula espinhal ou no cérebro para que sejam 
geradas respostas adequadas para cada contexto em que a pessoa está ou está 
inserida. 
Temos também o sistema nervoso autônomo, também conhecido como 
sistema autônomo devido a sua natureza involuntária, está ligado à inervação motora 
e sensorial dos intestinos e trabalha para manter a homeostase sem um comando 
central para suas ações (MACHADO, 2006 apud MADEIRA). 
 
 
 
24 
 
 
O sistema nervoso autônomo é dividido em sistema nervoso simpático e 
sistema nervoso parassimpático. O simpático intervém em 
situações estressantes e realiza ações de luta ou fuga, ou seja, ações que exigem 
uma reação rápida. 
O sistema nervoso parassimpático está associado a atividades de repouso, 
esses dois sistemas geralmente atuam de forma antagônica nas mesmas vísceras, 
por exemplo na bexiga, o sistema nervoso simpático permite que ela relaxe, enquanto 
o sistema nervoso parassimpático as faz relaxar. Contrato. Anatomicamente, o 
sistema nervoso autônomo consiste em um neurônio pré-ganglionar localizado no 
sistema nervoso central. No sistema nervoso simpático, esses neurônios estão 
localizados na porção toracolombar da medula espinhal. No parassimpático eles são 
encontrados no tronco encefálico e na parte sacral da medula espinhal. Os neurônios 
pré-ganglionares se conectam aos gânglios próximos à medula espinhal no sistema 
nervoso simpático e ao órgão-alvo no sistema nervoso parassimpático. Os neurônios 
pós-ganglionares de ambos os sistemas estão localizados nos próprios intestinos 
(ANTUNES, 2018). 
O sistema nervoso é composto por dois componentes principais: o sistema 
nervoso central (SNC), localizado no crânio e interior da coluna vertebral e o 
sistema nervoso periférico (SNP), distribuído por todo o organismo. O SNC é 
formado pelo encéfalo e pela medula espinhal, é onde está localizada a maior 
parte das células nervosas do organismo. Já o SNP é formado pelos nervos, 
que são extensas redes de fibras nervosas onde há um número relativamente 
menor de células nervosas (LENT, 2004 apud PIFFER I; et al., 2014). 
O sistema nervoso somático, também chamado de sistema nervoso 
relacionado à vida, comunica o organismo com o ambiente: as informações 
provenientes dos receptores periféricos do corpo enviam impulsos ao sistema nervoso 
central sobre o que está acontecendo no ambiente (MACHADO, 2006) apud 
MADEIRA F; 2017). No sistema nervoso central, a informação da periferia é modulada 
e interpretada, e uma resposta é gerada. O sistema nervoso somático recebe essa 
respostapor meio de vias neurais que descem do sistema nervoso central (neurônio 
motor somático) e a transmite para a placa motora terminal, dando um comando para 
ativar ou inibir a ação do músculo esquelético. 
 
 
 
 
25 
 
 
 Cérebro 
 
O cérebro exibe formato ovoide e compõe-se de uma cobertura externa de 
substância cinzenta denominada de córtex e de substância branca interna. A 
substância branca é constituída por células da glia e seu nome origina-se da presença 
de grande quantidade de material esbranquiçado chamado de mielina. Por sua vez, a 
substância cinzenta é formada sobretudo por corpos celulares dos neurônios e células 
da glia (MENESES, 2015 apud AGUIAR R; 2020). 
O cérebro pode ser divido ainda, em cinco partes funcionalmente distintas, 
delimitadas, com certa imprecisão, pelas fissuras (sulcos mais profundos) 
essas divisões são conhecidas como lobos cerebrais, das quais, quatro são 
maiores e visíveis na superfície do cérebro e uma menor, localizada 
profundamente nos hemisférios. Os lobos maiores são: lobo frontal, lobo 
parietal, lobo occipital e lobo temporal. O lobo menor é a ínsula (GUYTON, 
1993 apud PIFFER I; et al., 2014). 
Os hemisférios cerebrais constituem a maior parte do encéfalo e cada 
hemisfério apresenta um lobo frontal, um lobo parietal, um lobo occipital e um lobo 
temporal. Cada um desses lobos tem funções específicas, como funções associativas, 
movimentos e emoções (frontal), sensações táteis (parietal), audição (temporal) e 
visão (occipital) (MARTINEZ, 2014 apud AGUIAR R; 2020). Os hemisférios direito e 
esquerdo (Figura abaixo) são incompletamente separados pela fissura longitudinal. 
 
Fonte: portal.anhembi.br (Hemisférios cerebrais). 
 
 
 
26 
 
 
O cerebelo é uma porção do sistema nervoso central que exerce um papel 
muito importante no controle da postura e dos movimentos voluntários, influencia 
inconscientemente a contração uniforme dos músculos voluntários e coordena 
cuidadosamente suas ações (SNELL, 2013 apud AGUIAR R; 2020). O cerebelo situa-
se na calota craniana posterior (Figura abaixo). 
 
Fonte: portal.anhembi.br (Localização anatômica do cerebelo). 
O sistema nervoso central (SNC) é revestido de membranas chamadas de 
meninges, formadas por tecido conjuntivo. A principal função das meninges é proteger 
o tecido nervoso, determinando espaços com importância anatomoclínica 
(MENESES, 2015 apud AGUIAR R; 2020). A pia-máter é uma membrana muito fina e 
translúcida que recobre diretamente o tecido nervoso. A pia-máter e a aracnoide são 
as meninges mais delicadas. A aracnoide é a meninge intermediária localizada 
internamente à dura-máter, que é a mais externa e se relaciona com o crânio (Figura 
abaixo) (MENESES, 2015 apud AGUIAR R; 2020). 
 
 
 
27 
 
 
 
Fonte: portal.anhembi.br (Localização das meninges). 
 Desenvolvimento do sistema nervoso central 
 
O desenvolvimento embriológico é um processo intrincado, sendo a formação 
do sistema nervoso humano apenas um componente, embora vital. O 
desenvolvimento de nossos corpos nos torna o que somos, mas o desenvolvimento 
de nossos cérebros nos torna quem somos, dando-nos a capacidade de pensar, ver, 
sentir (tanto física quanto emocionalmente), etc. (GAITANIS, TARUI, 2018 apud 
SILVEIRA F; et al., 2020). 
O sistema nervoso possui vários elementos, cada um dos quais, quando 
totalmente formado e ativo, terá responsabilidades diferentes. O sistema 
nervoso central (SNC) é composto pelo cérebro e pela medula espinhal. O 
cérebro interpreta as informações recebidas pela medula espinhal e gera 
seus próprios sinais e instruções para que o corpo as execute. A medula 
espinhal transmite informações do cérebro para o corpo e vice-versa 
(GUERRINI, DOBYNS, 2014 apud SILVEIRA F; et al., 2020). 
O sistema nervoso periférico (SNP) consiste em todos os neurônios fora do 
cérebro e da medula espinhal, incluindo os nervos cranianos e os nervos espinhais. 
Esses nervos são aferentes (ou seja, sinais de recepção sensorial no corpo a serem 
transmitidos para processamento no cérebro) ou eferentes (motor, fornecendo sinais 
do cérebro para o corpo) (GUERRINI, DOBYNS, 2014 apud SILVEIRA F; et al., 2020). 
Segundo Marin-Valencia, Guerrini, Gleeson (2014 apud SILVEIRA F; et al., 
2020) finalmente, o sistema nervoso autônomo (SNA), que é composto em parte pelo 
SNC e em parte pelo SNP, contém neurônios que suprem o músculo cardíaco, o 
 
 
 
28 
 
 
músculo liso e as glândulas. O SNP tem dois componentes: o sistema nervoso 
simpático fornece sinais para o corpo se preparar para "lutar ou fugir"; e o sistema 
nervoso parassimpático sinaliza ao corpo que ele pode "descansar e digerir". 
 
 
Fonte: unilogos.org (Medula espinhal (vista ventral) Fonte: (MARIN-VALENCIA, GUERRINI, 
GLEESON, 2014 apud SILVEIRA F; et al., 2020). 
 Estruturas anatômica e fisiológica do cérebro 
 
De acordo com os estudos voltados para o cérebro foi constatado que o cérebro 
é um dos órgãos mais complexos do corpo humano, e sua importância reside no fato 
de desempenhar um papel predominante de comando, também ser responsável pelo 
controle e coordenação das funções motoras e sensoriais, possuir interações diversas 
e organizadas entre suas várias áreas que são apropriadas para fornecerem 
respostas aos estímulos ambientais. Segundo Cosenza e Guerra (2011 apud 
RODRIGUES T; 2014), “ o sistema nervoso está relacionado ao cérebro sendo ele a 
parte mais importante (...) e trabalha com a interação do organismo e com o meio 
externo, além de conectar as suas funções internas. Essa função irá auxiliar o ser 
humano a tomasse consciência da informação que vem através dos órgãos dos 
 
 
 
29 
 
 
sentidos e a processá-las, fazendo uma comparação com as próprias experiências e 
expectativas (p. 11 e 25). 
 O cérebro é constituído por uma massa cinzenta e branca, e tem uma 
consistência gelatinosa e pesa aproximadamente 1,5 kg, consiste em um aspecto 
enrugado devido aos giros e sulcos. A proteção do cérebro está vinculada a caixa 
craniana e por uma série de membranas (meninges) preenchidas com líquido (líquor 
ou líquido cefalorraquidiano), fazendo com o que o encéfalo flutue. ” (LENT, 2001, p. 
12 apud RODRIGUES T; 2014). Nesse contexto, o cérebro é associado pelo 
hemisfério direito e esquerdo (telencéfalo) desprendidos por um sulco profundo, mais 
interligados pelo corpo caloso (que são fibras nervosas que associam as partes 
correspondentes dos dois córtices cerebrais). Os hemisférios têm a função de 
controlarem diferentes atividades, porém trabalham de forma integrada. O hemisfério 
esquerdo está associado a habilidades analíticas e matemáticas e o hemisfério direito 
está relacionado a criatividade e as habilidades artísticas. 
Segundo Martin (2013 apud RODRIGUES T; 2014), “os hemisférios cerebrais 
são os componentes bem mais desenvolvidos do sistema nervoso central. 
Cada hemisfério é uma metade distinta que possui quatro componentes 
principais: o córtex cerebral, formação hipocampal, o corpo amigdaloide ou 
amígdala e núcleos da base. Juntas, essas estruturas medeiam a maioria dos 
comportamentos humanos sofisticados e o fazem por meio de conexões 
anatômicas complexas” (p. 13). 
Os hemisférios são cobertos por uma fina camada cinza conhecida como córtex 
cerebral. O córtex cerebral é a camada mais externa do cérebro e contém bilhões de 
neurônios organizados em circuitos que são "responsáveis pelas funções neuronais e 
psicológicas mais complexas”. ” (LENT, 2001, p. 8 apud RODRIGUES T; 2014), 
tornando – se o local de seguimento para o processamento mais aprimorado, 
sofisticado e distinto. O mesmo é o responsável pelas principais funções como a 
memória, atenção, consciência, linguagem, percepção e o pensamento. 
O córtex cerebral geralmente é dividido em grandes regiões chamadas lobos, 
cujos nomes correspondem aos ossos que cobrem o crânio e são chamados de 
frontal, parietal, occipital e temporal (COSENZA & GUERRA,2011; MARTIN, 2013 
apud RODRIGUES T; 2014), e segundo Lent (2001 apud Rodrigues T; 2014) também 
contém o lobo insular, que fica situado em uma região profunda no hemisfério e não 
 
 
 
30 
 
 
visível externamente. No entanto, cada um deles possuem funções diferenciadas e 
especializadas, e estão intrinsecamente relacionadas e interconectadas ao ponto de 
vista fisiológico. 
No dizer de RODRIGUES T; (2014) o lobo frontal tem sua responsabilidade nas 
habilidades motoras, como também na articulação da fala, pensamento e 
planejamento (cognição e memória). Associa – se o córtex motor, que domina e 
controla a coordenação do hemisfério direito ou pelo esquerdo e vice-versa, em 
relação o córtex pré-frontal, a responsabilidade é de auxiliar o lado criativo e abstrato, 
além de motivar respostas afetivas e emocionais. Já o lobo parietal tem a função de 
interpretar as sensações que vão guiar o corpo, são divididos em duas áreas: uma 
chamada de área anterior que seria córtex somatossensorial, cuja a sua função é de 
captar as sensações, tanto táteis, proprioceptivas, térmicas ou dolorosas, e também 
existe a região posterior, responsável por identificar, analisar e interpretar as 
informações que são recebidas da região antecedente. 
Conforme RODRIGUES T; (2014) já os lobos temporais, são subdivididos 
funcionalmente em três áreas e são elas: a primária que tem a sua relação com a 
audição, a parte medial que se trata de questões relacionadas à aprendizagem e as 
frações que são porções inferiores que se relacionam-se ao processamento da 
informação visual, os mesmos se correlaciona com o comportamento. 
Quanto ao lobo insular, que é não é visível por se localizar profundamente no 
cérebro (LENT, 2001 apud RODRIGUES T; 2014), está envolvido em atividades 
básicas como alimentação e sexo. Dessa maneira, as experiências sensoriais são 
modificadas em emoções e sentimentos, como nojo, desejo, decepção, culpa, 
ressentimento, orgulho, humilhação, arrependimento, compaixão e empatia. Também 
prepara o organismo para situações premeditadas. 
O encéfalo, além de ser constituído pelo cérebro, também abriga o cerebelo 
e o tronco encefálico. Estes, que trabalham em consonância com o cérebro, 
desenvolvem atividades regulam funções corporais e motoras. O cerebelo é 
especializado na regulação de movimentos dos membros e dos olhos e a 
manutenção da postura e do equilíbrio (MARTIN, 2013 apud RODRIGUES T; 
2014). 
As informações recebidas pelo tronco encefálico são de características 
sensoriais das estruturas cranianas e podem controlar os músculos da cabeça. São 
 
 
 
31 
 
 
subdividas em bulbo, ponte e mesencéfalo e participam dos mecanismos de 
respiração e regulação de pressão arterial e também tem a função de controlar o 
movimento dos olhos (MARTIN, 2013 apud RODRIGUES T; 2014). 
 
 
Fonte: br.pinterest.com 
 Os neurônios 
 
De acordo com GOMES K; et al., (2017) antes de tratarmos sobre o sistema 
nervoso central é necessário conhecer sua unidade funcional: o neurônio. O neurônio 
é a célula que controla o sistema nervoso. Estima-se que existem em média cerca de 
cem bilhões de neurônios no cérebro de um ser humano em sua completa formação 
neurológica adulta, para se ter uma ideia do que eles significam e a tamanha 
importância. Ele contém quatro regiões morfologicamente especializadas: dendritos, 
corpos celulares, axônios e terminações de axônios. 
Conforme GOMES K; et al., (2017) os dendritos são projeções do corpo celular 
responsáveis por receber informações de outros neurônios. O corpo celular, por sua 
vez, contém o núcleo e as organelas, que são vitais para o neurônio, e também 
funcionam como parte integrante do sinal que é registrado com o sinal transmitido. Tal 
sinal transmitido perpassa o axônio, que é outra projeção do corpo celular, que conduz 
 
 
 
32 
 
 
informações que são codificadas em potenciais de ação e transportada para as 
terminações axônicas. Essas são as partes que se comunicam com as células-alvo 
desse sinal neural, seja uma célula muscular, uma glândula ou até mesmo outro 
neurônio. 
Para GOMES K; et al., (2017) os neurônios podem ser categorizados como: 
unipolares, bipolares ou multipolares: 
 Como caracteriza GOMES K; et al., (2017) o neurônio unipolar possui 
a forma mais simples em que há uma única projeção do corpo celular 
que forma o axônio, que possui múltiplas extremidades e terminações, 
recebe e integra informações aferentes. Tendo em vista que são os 
neurônios que atuam nas células musculares lisas e na secreção 
glandular. 
 No dizer de GOMES K; et al., (2017) O neurônio bipolar, por sua vez, 
possui duas formas que se originam em lados opostos do corpo celular, 
o primeiro corresponde ao dendrito e o segundo relaciona-se ao axônio. 
“O fluxo é basicamente: dendrito> corpo> axônio. 
 Conforme GOMES K; et al., (2017) há também o pseudounipolar, no 
qual em desenvolvimento ambos os processos que saem do corpo 
celular se fundem em único que se bifurca após sair do corpo celular. 
Muitos neurônios sensoriais caracterizam a esse tipo de neurônio. 
 GOMES K; et al., (2017) alega que os neurônios multipolares, por sua 
vez, têm um arranjo complexo de dendritos no corpo celular e um único 
axônio que mais tarde se ramifica. Aqueles com axônios longos são 
chamados de neurônios de projeção, que medeiam a comunicação entre 
regiões do sistema nervoso entre o sistema nervoso e as áreas que 
correspondem ao sistema nervoso periférico. Aqueles com axônios 
curtos são chamados de interneurônios, que estão na mesma região do 
sistema nervoso que seu corpo celular está instalado. 
 
 Tecido nervoso e sistema nervoso 
 
 
 
 
33 
 
 
O sistema nervoso é um dos sistemas mais complexos do corpo humano, tanto 
pela sua estrutura quanto pelas funções que exerce. É dividido em duas grandes 
áreas: o sistema nervoso central como já abordado anteriormente, ele é responsável 
em grande parte pelo armazenamento da memória; e o sistema nervoso periférico, 
responsável por receber os estímulos sensoriais de todo o corpo e direcionar para as 
partes superiores do tecido e por retransmitir os sinais no sentido contrário (GUYTON; 
HALL, 2002a apud Pereira L; et al., 2011). 
É formado por três conjuntos diferentes de células, sendo os neurônios e as 
células da glia que se originam do tecido ectodérmico, e células da micróglia, 
originadas do mesoderma. Em relação aos neurônios, já foram descritos mais 
de 32 tipos distintos que possuem funções e características morfológicas 
diferentes entre si (ALVAREZ-BUYLLA; LIM, 2004a). Entre eles estão os 
neurônios motores da medula espinhal e os neurônios principais dos gânglios 
simpáticos (KIERNAN, 2003a apud Pereira L; et al., 2011). 
Todo o processo de armazenamento e estimulação sensorial, realizado pelos 
neurônios, é possível graças à transmissão de impulsos nervosos pelas sinapses 
entre as bilhões dessas células que constituem o sistema nervoso, como uma rede 
altamente integrada. As sinapses podem ser de dois tipos principais: químicas, que 
envolve a liberação de substâncias conhecidas como neurotransmissores (por 
exemplo: dopamina e serotonina); e elétricas, que consistem em condução da 
eletricidade por canais iônicos abertos direto de líquidos para a célula mais próxima 
(GUYTON; HALL, 2002b apud Pereira L; et al., 2011). 
 
 
 
34 
 
 
 
Fonte: repositorio.com 
Já as células da glia, compreendem os astrócitos, oligodendrócitos e células 
epidimárias. A primeira categoria de células serve como preenchimento nos espaços 
entre os neurônios além de possibilitar um suporte físico aos outros elementos 
nervosos, podem absorver também alguns neurotransmissores, ajudando dessa 
forma, no encerramento do processo pós-sináptico. A segunda categoria, os 
oligodendrócitos, exercem a função de síntese e manutenção da bainha de mielina 
dos axônios SNC, sendo que nos nervos periféricos isto fica a cargodas células de 
Schwann. As terceiras, as células epidimárias, fazem parte do epitélio que reveste de 
todo o sistema ventricular e são divididas ainda em três tipos: os ependimócitos, os 
tanicitos e a células epiteliais coróideas (KIERNAN, 2003b apud Pereira L; et al., 
2011). 
 
 
 
35 
 
 
Mesmo com todos esses conjuntos de células, faz-se necessária a proteção 
do tecido contra microrganismos. Função está exercida, ainda que não muito 
evidente, pelas células da micróglia, que fazem o papel de macrófagos no 
sistema nervoso, podendo adquirir propriedades fagocíticas (KIERNAN, 
2003c apud Pereira L; et al., 2011). 
O sistema nervoso central é organizado regiões importantes como, medula 
espinhal, mesencéfalo, ponte, cerebelo, diencéfalo (do qual faz parte o hipotálamo) e 
telencéfalo. Cada uma dessas regiões apresenta um papel específico tanto no 
controle das vias sensitivas quanto em processos mais complexos como acumular 
informações ao nível intelectual (KIERNAN, 2003d apud Pereira L; et al., 2011). 
Do ponto de vista de LUZ S; et al., (2002) os neurônios são células competentes 
e especializadas que não se dividem e nas quais a irritabilidade e a condutividade são 
altamente avançadas. O tecido nervoso é mais estudado no contexto do sistema 
nervoso, que é composto de órgãos e estruturas funcionalmente interconectados que 
são responsáveis pela função nervosa. 
Para LUZ S; et al., (2002) como os outros tecidos do organismo, o tecido 
nervoso está composto por diferentes unidades estruturais, as células nervosas ou 
neurônios. A célula nervosa tem a habilidade e a capacidade de gerar e distribuir uma 
forma de atividade elétrica => o impulso nervoso, e esses impulsos garantem uma 
comunicação rápida entre as várias partes do corpo. Ao combinar várias células 
nervosas em uma, o corpo pode receber informações do ambiente externo, analisar 
essas informações e reagir a elas de maneira adequada. 
Como descrito por LUZ S; et al., (2002) os neurônios são unidades funcionais 
do sistema nervoso central. A sua função é receber informações e as encaminhá-las 
na forma de impulsos para outras partes do sistema nervoso. Os contatos 
especializados que transportam informações entre os neurônios são chamados de 
sinapses. A célula é identificada como um neurônio quando recebe ou envia sinapses. 
No cérebro humano existem bilhões de neurônios e alguns deles recebem milhares 
de sinapses. O enorme número de neurônios no corpo humano, a complexidade e a 
especificidade das sinapses dão aos humanos suas diversas respostas e 
comportamentos. 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 Os neurônios classificam-se em: 
 No dizer de LUZ S; et al., (2002) nervos sensoriais: transmitem os 
impulsos dos receptores para o SNC. 
 Para LUZ S; et al., (2002) nervos motores: transmitem os impulsos do 
SNC para células efetoras. 
 Conforme LUZ S; et al., (2002) interneurônios: rede intermediária entre 
os neurônios e os sensoriais e os neurônios motores (99,98 %). 
 
 
Fonte. Repositorio.com (Neurônio). 
 Neurônio-espelho 
 
Os neurônios espelhos, quando ativados pela observação de uma ação, 
permitem que o significado da mesma seja compreendido automaticamente que pode 
ou não ser seguida por etapas conscientes que permitem uma compreensão mais 
abrangente dos eventos através de mecanismos cognitivos mais sofisticados (ver 
revisão em GALLESE, 2005 apud OLIVEIRA G; et al., 2017). 
 
 
 
37 
 
 
Os neurônios-espelho não são ativados somente por observações de 
movimentos, mas também a partir de comunicação. Em outro estudo foram 
comparados à ativação pela comunicação dos cães através de latidos, 
macacos em movimentos labiais e em humanos na fala em silencio. Os 
resultados em humanos mostraram que a observação na fala em silencio atua 
na área da Broca no hemisfério esquerdo (BUCCINO, BINKOFSKI, & 
RIGGIO, 2004 apud OLIVEIRA G; et al., 2017). 
Os neurônios espelho foram ligados a várias modalidades do comportamento 
humano tais como imitação, teoria da mente, aprendizado de novas habilidades e 
leitura da intenção em outros humanos (RIZZOLATTI, FOGASSI, & GALLESE, 2006 
apud OLIVEIRA G; et al., 2017). Foi apontado que uma das funções do neurônio-
espelho é saber interpretar o comportamento dos outros a partir de uma ativação nas 
representações motoras (BONINI & FERRARI, 2012; MARSHALL & MELTZOFF, 
2012; RIZZOLATTI & CHAIGHERO, 2004; SINIGAGLIA, 2012; apud OLIVEIRA G; et 
al., 2017). Pesquisas apontam que neurônio-espelho tem função chave no processo 
de imitação de ações motoras. O sistema é ativado no córtex pré-motor fazendo gerar 
uma rápida resposta e eficiente à ação observada (RIZZOLATTI et al., 1996 apud 
OLIVEIRA G; et al., 2017). 
Recentemente, foi descoberto na neuroimagem indica que o cérebro humano 
de adultos também e constituído do sistema para combinar a ação e observação que 
podem ser homólogos ao sistema neurônio-espelho de macacos (OZTOP et al., 2012 
apud OLIVEIRA G; et al., 2017). Utilizando análises de EEG (eletroencefalograma), 
MEG (magnetoencefalografia) e fMRI (ressonância magnética funcional), foram 
obtidas evidencias de existir um sistema de neurônio-espelho em humanos 
(VANDERWERT et al., 2012 apud OLIVEIRA G; et al., 2017). 
 
 Sinapses 
 
A sinapses é a base dos neurônios por meio da qual ocorrem os processos de 
comunicação entre eles, contudo, é onde acontece a passagem do sinal neural que é 
a transmissão sináptica, através de processos eletroquímicos específicos, graças a 
certas propriedades particulares que são características de sua constituição. O axônio 
conduz os impulsos para fora do corpo celular, as extremidades de cada axônio 
chegam muito perto dos dendritos do próximo neurônio, mas não chega ao ponto de 
 
 
 
38 
 
 
tocá-lo, há espaços entre eles chamados sinapses, a sinapse impede que os 
neurônios tenham uma ligação física, mas permite que mediadores químicos passes 
de um neurônio a outro. As sinapses são muito diversas em suas formas e outras 
propriedades: algumas são inibidoras e algumas, excitadoras; em algumas o 
transmissor é a acetilcolina (DeGroot 1994 apud SANTOS R; 2002). 
 
 
Fonte: researchgate.net/figure (Representação da Sinapses) 
Como caracteriza SANTOS R; (2002) os neurônios não se tocam quando 
acontece uma sinapse, mantendo – se um espaço entre eles designando em uma 
fenda sináptica, que de acordo com um neurônio pré-sináptico se junta a um outro 
neurônio denominado neurônio pós-sináptico. O sinal nervoso (impulso) que vem 
através do axônio da célula pré-sináptica chega ao seu fim e causa a liberação de 
neurotransmissores que são depositados em bolsas chamadas vesículas sinápticas 
que está relacionada com a fenda. Quando se refere a esse elemento químico quer 
 
 
 
39 
 
 
dizer que se liga quimicamente a receptores específicos no neurônio pós-sináptico e 
continua a propagação do sinal. 
Para SANTOS R; (2002) um neurônio apenas pode receber ou enviar entre 
1.000 a 1000.000 conexões sinápticas em relação a outros neurônios e isso irá 
depender do tipo e localidade no sistema nervoso central. Em relação ao número e a 
qualidade das sinapses em um neurônio, os mesmos podem variar entre outros 
fatores, dependendo da experiência e aprendizagem, que demonstram a capacidade 
plástica do sistema nervoso central. 
A atividade sináptica é modulada pelos astrócitos, aumentando ou diminuindo 
a força sináptica através de neurotransmissores fornecendo glicose e 
oxigênio e mantendo fluxo de sangue para suas necessidades, 
estabelecendo assim uma estreita relação entre eles (NEDERGAARD; 
VERKHRATSKY, 2012). Além disso, os astrócitos são fonte também de 
outros metabólitos como lactato, ácidos graxos e fatores tróficos que sust 
entam a saúde neuronal (PANOV et al., 2014 apud ROCHA R; 2017). 
Como aponta HALL, JOHN E; (2011) os sinais aferentes chegam ao neurônio 
por meio de sinapses localizadas principalmente em dendritos neuronais,além 
daquelas que também atingem o corpo celular. Podem existir para diferentes tipos de 
neurônios desde de poucas centenas até cerca de 200.000 de conexões sinápticas 
aferentes. O sinal eferente de um mesmo neurônio, por sua vez, trafega por um único 
axônio que possui muitos ramos diferentes que levam a outras regiões do sistema 
nervoso ou à periferia do corpo. A grande maioria das sinapses tem como 
característica especial o sinal que normalmente se propaga na direção anterógrada, 
do axônio de um neurônio antecedente em relação aos dendritos localizados nos 
neurônios seguintes. O sinal acontece através desse fenômeno que possibilitará que 
o mesmo trafegue na direção necessária para executar as funções nervosas 
requeridas. 
Para HALL, JOHN E; (2011) a sinapse representa o ponto de contato entre um 
neurônio e o próximo. Deve-se notar que as sinapses determinam as direções nas 
quais os sinais nervosos são distribuídos por todo o sistema nervoso. Algumas 
sinapses transferem sinais de um neurônio para outro facilmente, enquanto outras são 
difíceis de transferir sinais, ou seja, com mais dificuldade de transmissão. Também 
deve ser levado em consideração que os sinais facilitadores e inibidores vêm de 
 
 
 
40 
 
 
diferentes áreas do sistema nervoso eles podem controlar a transmissão sináptica, às 
vezes abrindo sinapses para transmissão e às vezes fechando sinapses. Além disso, 
certos neurônios pós-sinápticos respondem com grande número de impulsos e outros 
com poucos. 
De acordo com HALL, JHON E; (2011) contudo, as sinapses, têm uma ação 
seletiva, às vezes bloqueando sinais fracos enquanto deixam passar sinais fortes, e 
às vezes selecionando e amplificando certos sinais fracos, muitas vezes transmitindo-
os em várias direções, em vez de confiná-los em um endereço. A informação é 
transmitida para o sistema nervoso central em sua maior parte na forma de potenciais 
de ação, chamados simplesmente de “impulsos nervosos” que se propagam por 
sucessão de neurônios, um após o outro. 
5 PARTE PERIFÉRICA DO SISTEMA NERVOSO 
 
Fonte: fisioterapeutaviviani.com 
 
 
 
41 
 
 
O sistema nervoso periférico conecta todos os tecidos e órgãos com o sistema 
nervoso central. Com base na anatomia e na função, podemos dividir os nervos em 
dois grupos: O sistema nervoso cérebro espinhal e seus vários impulsos, que 
conectam o cérebro e a medula espinhal com o mundo externo e o sistema nervoso 
autônomo, que possui funções contínuas e independentes do controle voluntário, 
desempenhando um importante papel neurovisceral (BARRAL; CROIBIER, 2007 
apud BONFIM A; 2010). 
Anatomicamente o sistema nervoso periférico é constituído pelos nervos 
cranianos, nervos espinhais com suas raízes e ramos e os componentes 
periféricos do sistema nervoso autônomo (CROSSMAN; NEARY, 1997; 
DANGELO; FATTINI, 2007 apud BONFIM A; 2010). 
O neurônio é a unidade funcional do sistema nervoso, sendo projetado 
morfológica e bioquimicamente para transmitir informações. Os impulsos são 
conduzidos através de uma cadeia de neurônios para que o organismo possa 
perceber, interpretar e interagir com o meio exterior (BARRAL; CROIBIER, 2007 apud 
BONFIM A; 2010). 
Há, no sistema nervoso, muitos tipos de neurônios, porém sua característica 
básica é preservada. O neurônio é composto pelo corpo celular e seus 
prolongamentos protoplasmáticos: axônios e dendritos. Axônios são as extensões 
longas de corpos celulares localizadas no Gânglio da raiz dorsal, gânglios 
autonômicos ou corno ventral da medula espinhal ou do cérebro. São normalmente 
denominados de fibras nervosas (CROSSMAN, NEARY, 1997 apud BONFIM A; 
2010). 
Cada fibra nervosa é uma estrutura altamente organizada de células 
nervosas. Cada célula tem um axônio e uma bainha de Schwan. Os axônios 
são agrupados e protegidos por três camadas de tecido conjuntivo, o 
endoneuro, o perineuro e o epineuro (BARRAL; CROIBIER, 2007; TOPP; 
BOYD, 2006 apud BONFIM A; 2010). 
O endoneuro é constituído de uma camada delicada, distensível contendo 
fibroblastos, capilares e sem evidenciar canais linfáticos, o que a torna suscetível a 
alterações de condução e do fluxo axoplasmático de vido às alterações pressóricas. 
É a camada mais interna do tecido conjuntivo (TOPP; BOYD, 2006 apud BONFIM A; 
2010). O perineuro é uma membrana fina, mas densa e forte, de tecido conjuntivo que 
 
 
 
42 
 
 
rodeia cada fascículo, formada por fibras elásticas ou colagenosas em camadas 
cilíndricas e concêntricas que são responsáveis pela manutenção da integridade do 
nervo sob tensão (SUNDERLAND, 1990; FLORES, 2000 apud BONFIM A; 2010). 
O epineuro é formado por um tecido frouxo que permite certa mobilidade ao 
nervo. Essa característica lhe atribui uma grande importância para a mecânica do 
sistema nervoso, pois facilita o deslocamento passivo dos fascículos do interior do 
nervo, que é necessário para o movimento (FLORES, 2000; STOLINSKI, 1995 apud 
BONFIM A; 2010). 
Três tipos de fibras são encontrados no sistema nervoso periférico – fibras 
motoras, sensoriais e autônomas. A proporção de fibras de cada nervo depende da 
sua função. Nervos destinados primariamente às extremidades possuem mais fibras 
autônomas (BUTLER, 2003 apud BONFIM A; 2010). A organização estrutural dos 
nervos periféricos permite a tolerância de tensões proporcionadas por posturas do 
tronco, cabeça e membros, permitindo ao mesmo tempo a condução de impulsos 
(TOPP; BOYD, 2006 apud BONFIM A; 2010). 
 
 Plasticidade neural 
 
O sistema nervoso central e periférico, exclusivamente o cérebro, é beneficiado 
de uma capacidade de desenvolver mecanismos adaptativos que irá permitir 
realização da sua função integradora entre o meio ambiente e o ser humano, a esta 
capacidade é chamada de plasticidade. “A plasticidade cerebral é o meio pelo qual o 
organismo cria modificações funcionais duradouras permitindo a acomodação entre 
os desafios do meio e as possibilidades do indivíduo” (SOBRINHO, 1995, p. 27 apud 
SAVASSINI D; 2019). 
Lent (2013 apud SAVASSINI D; 2019) definiu neuroplasticidade como a 
característica do sistema nervoso de modificar a sua estrutura ou função como 
resposta às influências ambientais que o acomete. Tanto as alterações plásticas 
quanto as influências ambientais que as provocam podem variar copiosamente, de 
sutis a muito fortes. 
A plasticidade neural que acontece durante o desenvolvimento embrionário e 
pós-natal é caracterizada como plasticidade ontogenética, nessa fase o ambiente 
 
 
 
43 
 
 
exerce grande influência sobre o sistema nervoso imaturo, fato que marca o período 
crítico. Finalizado este período, a capacidade plástica do sistema nervoso não está 
totalmente perdida, porém passa a ter um caráter mais voltado às sinapses, trata-se 
da plasticidade adulta. Os dois casos manifestam-se de três maneiras: morfológica, 
sendo alterações nos axônios, dendritos e sinapses; funcional, manifesta-se mediante 
alterações na fisiologia neuronal e sináptica; e, comportamental, a partir de alterações 
relacionadas com aprendizagem e memória (LENT, 2013 apud SAVASSINI D; 2019). 
A neurogênese, que é a capacidade de proliferação neuronal, está presente 
não só no período crítico como também na fase adulta em algumas regiões do sistema 
nervoso. Até pouco tempo acreditava-se que somente os axônios do sistema nervoso 
periférico (SNP) possuíam a capacidade regenerativa, entretanto, Lent (2013 apud 
SAVASSINI D; 2019) cita que os axônios centrais possuem essa possibilidade 
também, e Sousa (2008 apud SAVASSINI D; 2019) explica que nesse processo 
adaptativo do sistema nervoso os mecanismos neurobiológicos envolvidos são: 
recuperação de sinapses, potencialização sináptica, supersensibilidade de 
desnervação – pós-sináptica, aumento da eficiência de sinapses silenciosas, 
brotamento regenerativo e brotamento colateral, dentre eles os mais discutidos são 
os dois últimos. 
O Sistema NervosoCentral possui esta capacidade de responder aos 
estímulos proporcionando modificações e readaptações durante toda a vida, 
estas modificações é também conhecida como neurogenese ou 
neuroplasticidade. A Neuroplasticidade não é uma exclusividade de casos 
patológicos, ela também ocorre por toda a vida, como por exemplo em casos 
de emoções, estímulos externos ou quando ocorre estímulos de 
aprendizagem, fortalecendo a conexão entre os neurônios, assim, quando há 
grandes perdas da massa encefálica acarretando em sequelas, há 
recuperação gradativa do indivíduo (RELVAS, 2009 apud CAIMAR B; 2016). 
Segundo Roque, (2016 apud CAIMAR B; 2016), as características da 
neuroplasticidade mostram que o sistema nervoso pode ser muito maleável, o que 
nos leva a crer na possibilidade do desenvolvimento do indivíduo principalmente 
através de estímulos emocionais, de aprendizagem e externos. A neuroplasticidade é 
algo sequencial, que vem a promover a remodelação de todo o cérebro em pequeno, 
médio e longo prazo a fim de readaptar as funções neuronais. 
 
 
 
44 
 
 
Para COSTA A; et al., (2019) nessa linha, a “plasticidade” geral pode ser 
descrita como adaptabilidade que leva em conta as contingências filogenéticas e 
ontogenéticas, exclusivamente ao cérebro, o sistema nervoso, com neurônios ou 
sinapses, o que nos permite interpretar a sistematização descrita a seguir: 
 
Plasticidade cerebral: refere-se ao cérebro e sua capacidade de mudar ao 
longo da vida. Sobre este aspecto, deve-se esclarecer que há alguns anos se aceitava 
que o tecido cerebral não tem capacidade regenerativa. Portanto, não foi possível 
esclarecer como, apesar disso, pacientes com deficiências graves, por exemplo, 
conseguiram certas recuperações. Ele explica: a recuperação do cérebro pode ser 
gradual, mas os ganhos na função podem continuar por anos após a lesão. O grau de 
recuperação depende de vários fatores, incluindo: idade, área do cérebro afetada, 
quantidade de tecido nervoso afetado, mecanismos de reorganização cerebral e 
fatores ambientais e psicossociais (AGUILARREBOLLEDO, 1998, p.514 apud 
COSTA A; et al., 2019). 
No entanto, ao invés de ser entendida com ênfase no cérebro, a plasticidade 
cerebral pode ser definida como a adaptabilidade do SNC que "permite mudanças em 
sua própria organização estrutural e funcional" (ODA; SANT'ANA; CARVALHO, 2002, 
p. 173). apud COSTA A; et al., 2019). A opção pelo SNC, no qual o cérebro tem papel 
de destaque, amplia o alcance do conceito. Nessa tendência, os mecanismos pelos 
quais ocorre a plasticidade cerebral incluem modificações neuroquímicas, sinápticas, 
receptoras, de membrana e outras modificações estruturais neuronais 
(AGUILARREBOLLEDO, 1998, apud COSTA A; et al., 2019). 
Plasticidade Neural: A plasticidade neural pode ser amplamente definida como uma 
mudança adaptativa na estrutura e funções do sistema nervoso que ocorre em 
qualquer estágio da ontogenia, em função de interações com o ambiente interno ou 
externo, ou como resultado de lesão, trauma ou lesões que afetam o ambiente neural 
(ODA; SANT’ANA; CARVALHO, 2002, p. 173, citando PHELPS, 19904, e VILLAR et 
al., 19985 apud COSTA A; et al., 2019). 
Por essa concepção, e em comparação com o conceito de plasticidade 
cerebral supracitado, podemos destacar que este último trata do SNC, 
enquanto o primeiro conceito trata de todo o SN, composto tanto pelo SNC 
quanto pelo Sistema Nervoso Periférico (SNP). Tendo em vista que o 
 
 
 
45 
 
 
processo evolutivo “resultou em cérebros com uma abundância de circuitos 
neurais que podem ser modificados pela experiência” (ODA; SANT’ANA; 
CARVALHO, 2002, p. 171 apud COSTA A; et al., 2019), e que tais circuitos 
neurais podem passar por modificações na estrutura neuroquímica de seus 
elementos, sobretudo no nível morfológico, podemos englobar tais 
modificações também dentro do conceito de “plasticidade neuronal”. Além 
disso, é fundamental considerar que tal plasticidade neural “está presente em 
todas as etapas da ontogenia, inclusive na fase adulta e durante o 
envelhecimento” (ODA; SANT’ANA; CARVALHO, 2002, p. 171 apud COSTA 
A; et al., 2019). Essa premissa é recente: a capacidade de modificação do 
sistema nervoso em função de suas experiências, tanto em indivíduos jovens 
como em adultos e idosos, foi reconhecida apenas nas últimas décadas, com 
base em Rosenzweig (1996 apud COSTA A; et al., 2019). 
Plasticidade Neural: refere-se aos neurônios. Como os neurônios não se 
dividem, sua destruição representa uma perda permanente, mas suas extensões 
podem "regenerar dentro de certos limites" (ODA; SANT'ANA; CARVALHO, 2002, p. 
172; baseado em GARTNER; HIATT, 1999) . ; e JUNQUEIRA, CARNEIRO, 1999 e 
COSTA A, et al., 2019). A plasticidade neuronal é máxima durante o desenvolvimento, 
mas é parcialmente preservada no SNC adulto e se manifesta em resposta a 
mudanças nos níveis hormonais, aprendizado de novas habilidades, resposta a 
mudanças ambientais e lesões (ROSENZWEIG, 1996, apud COSTA A; et al. al. , 
2019). 
Entre os tipos e modificações que caracterizam a plasticidade neuronal, 
destacam-se: (1) modificações que permitem manter as propriedades dos elementos 
funcionais do sistema nervoso contra agressões físicas, químicas ou metabólicas; (2) 
variações observadas no curso da diferenciação e maturação do sistema nervoso; e 
(3) mudanças no curso do processamento de informações e comportamento 
adaptativo, incluindo diferentes modos de aprendizado e armazenamento de 
informações. E morfologicamente, há evidências de: (1) crescimento de novas 
terminações; (2) crescimento de botões sinápticos; (3) crescimento de espinhos 
dendríticos; (4) crescimento de áreas sinápticas funcionais; e (5) estreitamento da 
fenda sináptica (ODA; SANT’ANA; CARVALHO, 2002, p. 173, a partir das leituras de 
BRODAL, 1984; DOUGLAS, 1999; e COHEN, 2001 apud COSTA A; et al., 2019). 
Plasticidade sináptica: refere-se às sinapses (entre neurotransmissores). A 
plasticidade sináptica pode ser definida como as alterações que ocorrem nas 
conexões intereuronais, como a plasticidade na expressão de moléculas neuroativas, 
que resultam no aumento ou diminuição da síntese de vários neurotransmissores, 
 
 
 
46 
 
 
razão pela qual o termo plasticidade é utilizado em muitas situações que 
comprometem seu significado original e perdem seu valor na descrição de alguns 
processos típicos e característicos do sistema nervoso (VILLAR et. al., 19 
apud ODA; SANT'ANA; CARVALHO, 2002, p. 174 apud COSTA A; e Alabama ., 
2019). 
A plasticidade sináptica de longo prazo é o conjunto de mudanças na eficácia sináptica 
com duração superior a meia hora; plasticidade sináptica de curto prazo, aquelas que 
duram menos. Os mecanismos responsáveis pela expressão dessa plasticidade estão 
localizados pré e pós-sinapticamente. (COLINO; MUÑOZ; VARA, 2002 apud COSTA 
A; et al., 2019). 
Oda, Sant'Ana e Carvalho (2002 apud COSTA A; et al., 2019), apoiados por 
leituras de Brodal (1984 apud COSTA A; et al., 2019) e Douglas (1999 apud COSTA 
A; et al., 2019 ). ), entendem que a plasticidade sináptica envolve mudanças 
moleculares como: mudanças conformacionais em moléculas de membrana 
preexistentes; alterações químicas da molécula da membrana por fosforilação, 
acetilação ou metilação; alterações conformacionais de proteínas receptoras; 
Liberação ou descoberta de receptores inativos e sítios de ligação aumentados para 
moléculas transitórias. 
Em suma, a plasticidade cerebral pode, portanto, ser entendida como esse 
conceito maior e mais amplo que aborda de forma abrangente as funções adaptativas 
do cérebro.Por outro lado, as definições mais específicas do termo indicam desvios 
do assunto em questão: “plasticidade cerebral” se refere ao SNC, “plasticidade neural” 
se refere ao NS, “plasticidade neural” se refere aos neurônios e “plasticidade 
sináptica” “refere-se aos neurônios. refere-se a sinapses, com base em 
literaturas

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