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Recursos humanos Ambientação do novo empregado: conceito e informações pertinentes Conceito Após o recrutamento e seleção de pessoas com perfis adequados a cada cargo ou função na empresa, ocorre o processo de admissão do novo funcionário. O setor de RH deve então preparar a recepção e a ambientação do novo empregado. Também conhecida como integração, a ambientação é o processo pelo qual as empresas ambientam e integram os novos funcionários a toda organização: desde a ambientação dos espaços físicos e equipe com quem este funcionário irá trabalhar, até a cultura organizacional e os direitos e deveres do colaborador e da empresa. A ambientação também pode ser importante para funcionários que são transferidos de áreas, levando em consideração o tamanho da organização e a identificação dessa necessidade. Com a integração, a empresa, além de acolher o novo colaborador, dissemina a cultura da organização. Vamos recordar o que é cultura organizacional? Cultura organizacional é o conjunto de princípios, valores, regras, crenças e rituais que orientam a organização. Toda e qualquer empresa tem cultura, mas há diferenças entre grandes e pequenas empresas. De modo geral, empresas grandes têm sua cultura organizacional formalmente definida e estabelecida com a definição de missão, visão e valores. Enquanto que as empresas pequenas, mesmo que não tenham essas definições claras e formais, contam com diretrizes de conduta e regras organizacionais. Na atuação como técnico em RH, informe-se e organize-as previamente às integrações de novos colaboradores. Qual é a importância de o novo empregado conhecer e ambientar-se à cultura organizacional? Para que o novato esteja ambientado ao trabalho, ele precisa conhecer seus deveres e direitos no ambiente organizacional. Assim, é papel do RH apresentar a cultura organizacional, ou seja, as regras organizacionais e o que é esperado dos funcionários, bem como devem ser apresentados informações detalhadas sobre remuneração ou política salarial, benefícios oferecidos e possibilidades de carreira (ou seja, os direitos do empregado). A transmissão, de forma clara e transparente, dos direitos e dos deveres aos colaboradores neste início pode definir o comprometimento ou a negligência dos funcionários. É como uma combinação inicial de um relacionamento em que cada uma das partes fala o que pode oferecer e com o que se compromete para que a relação seja adequada a ambos e para que perdure, saudavelmente, por um longo tempo. Geralmente, estas informações são disseminadas por códigos de ética e manuais de conduta profissional. O que é código de ética? Código de ética é um documento textual que contém diretrizes e parâmetros de conduta para todos os colaboradores e explana a postura da organização com os diferentes organismos com os quais se relaciona – clientes, fornecedores, comunidade, governo. Esse código precisa ser disseminado para que se torne parte do dia a dia dos funcionários e esteja incorporado à cultura organizacional. Exemplo de diretrizes de códigos de ética: Repudia práticas de corrupção e suborno Considera falta grave o uso de drogas ilegais e álcool Gênero, orientação sexual e origem (étnica, nacional, cultural, religiosa, familiar, regional etc.) não são, sob nenhuma hipótese, motivo para discriminação Garante a igualdade profissional entre homens e mulheres Repudia qualquer forma de discriminação e preconceito Inaceitabilidade de condutas abusivas e/ou ofensivas no ambiente de trabalho Utilização dos recursos disponibilizados pela organização apenas para fins profissionais Promoção de um ambiente de respeito e cooperação Por isso a importância da integração, pois ela é uma combinação prévia e, sendo assim, precisa ocorrer no início da relação empregado-empregador. Em muitas empresas, a ambientação é considerada apenas o momento de apresentação da empresa e de funcionários, antigos e novatos. Com a realização de uma ambientação inadequada, o funcionário pode tratar de forma rude e ofensiva os colegas – cada pessoa adulta têm formas próprias de pensar e agir que se constituíram ao longo de sua vida. Entretanto, ao ingressar em um espaço coletivo, neste caso, uma organização, é necessário conhecer e respeitar valores e regras daquela organização, que pode ter como diretriz: “inaceitabilidade de condutas abusivas e/ou ofensivas no ambiente de trabalho”. Então, ambientar e integrar o funcionário é inseri-lo nas normas e na cultura da empresa, para que tenha atitudes de acordo com a organização, e não unicamente conforme sua própria constituição. O profissional/técnico de RH, ao estar à frente de um grupo de novatos conduzindo a integração, precisa ter em mente os objetivos que devem ser alcançados, para que o processo seja eficiente. Objetivos da integração de novos colaboradores: Adaptar o novo colaborador à cultura da empresa (regras e valores da empresa) Informar sobre questões de remuneração e benefícios, bem como deveres Reduzir ansiedade e temores comuns ao início do trabalho Promover sentimento de inclusão e pertencimento Promover o adequado desempenho das tarefas Favorecer o aumento do desempenho e contribuição do novo colaborador, já no período de experiência Foi possível perceber que além da ambientação à cultura organizacional há outros importantes objetivos da integração, que beneficiam tanto o empregado quanto a empresa? A integração promove o adequado desempenho das tarefas do novato em menor espaço de tempo, além de oportunizar acolhimento e inclusão – sentimentos humanos fundamentais, assim como a necessidade de interação. Assim, o RH está realizando sua função de proporcionar desenvolvimento e cuidado para empregados e empregador. Por outro lado, a falta de integração do empregado pode gerar desmotivação, desajustamento e alta rotatividade para a organização. Na medida em que o funcionário não se sente incluído e não sente que pertencente à empresa e a seu grupo de trabalho, é comum ele perder o interesse e abandonar o emprego. Não faz sentido? Como realizar a ambientação e o papel do técnico em RH Agora que conceito, importância e objetivos da integração estão entendidos, é possível aprofundar nosso estudo e compreender o papel do técnico em RH. O técnico em RH acompanha e executa as atividades de ambientação, assim como planeja e organiza previamente a recepção dos novos colaboradores. Dependendo da estrutura e do tamanho da organização, o RH tem um formato mais ou menos desenvolvido de integração e o técnico em RH irá seguir esse formato, podendo fazer sugestões de melhorias na medida em que se apropriar mais dessa função. De modo geral, em um número expressivo de empresas, a ambientação tem se resumido a uma atividade com duração de um turno ou apenas algumas horas. Entretanto, esse momento é apenas um acolhimento inicial. A ambientação trata- se de um processo complexo, tendo em vista que o adulto tem uma identidade formada, com ideias, valores próprios, experiências anteriores, necessidades e receios, e o seu ingresso em um local de trabalho prevê uma adaptação à identidade dessa empresa, modos de funcionamento, modos de relação entre grupos e entre gestores e subordinados, regras e condutas estabelecidas e com expectativas próprias com relação ao novato. Dito de forma prática, o funcionário estará completamente integrado quando conhecer com propriedade seu ambiente de trabalho e todos os espaços físicos, quando estiver convivendo e socializando com colegas com naturalidade e quando estiver executando suas tarefas de modo autônomo e competente. Desta forma, é imprescindível desenvolver um processo de integração pelo qual é fornecido suporte para essa mútua adaptação. Uma forma de realizar a integração como processo é desenvolver um programa de integração, com diferentes etapas. A seguir, será elucidada uma possibilidade de programa, que deve ser adaptada ao contexto, às necessidades e às possibilidades de cada organização.Etapas de um programa de integração Clique ou toque nos botões para visualizar o conteúdo. Planejamento Ambientação Treinamento Acompanhamento 1ª Etapa: planejamento O planejamento deve ser feito a cada nova integração e está diretamente ligado à atuação do técnico em RH. Essa etapa é composta por ações prévias ao início efetivo da ambientação, que é a recepção e o acolhimento dos novatos. Quais são essas ações? Solicitar à área responsável a organização e a preparação da estação de trabalho do colaborador: computador, mesa, cadeira, acessos aos sistemas, e-mail;, crachá etc., conforme a função. Comunicar a data de início do novato ao gestor imediato para que ele faça o acolhimento no setor (quando aplicável). Definir previamente com o gestor imediato quem poderá ser a pessoa-referência. Pessoa-referência é um colega ou supervisor/gestor/coordenador que será a referência para o novato para esclarecimentos de dúvidas e orientações. Muitas vezes, será essa pessoa que treinará o novo colaborador em suas funções. Organizar um local/sala para reunir o funcionário novo e realizar o primeiro momento da integração. Verifique recursos necessários: quadro de giz, flip chart (bloco grande de papel), canetas, televisão, projetor multimídia e demais recursos de acordo com cada organização. Organizado e preparado o ambiente e os colegas para o acolhimento do novo funcionário, o primeiro momento da integração pode acontecer. 2ª Etapa: ambientação A etapa da ambientação consiste no encontro pessoal com o novato. Neste momento, apresenta-se a instituição, os direitos e deveres do empregado e os espaços físicos. Essa ambientação ocorre em um turno ou algumas horas, conforme a quantidade de colaboradores ingressantes, o tamanho da organização e definições do RH de cada empresa. O momento de integração pode ser subdividido em quatro fases: Informações institucionais Normalmente, a empresa tem um vídeo e ou uma apresentação de slides com: o histórico da instituição, o organograma para explicar a estrutura, os processos internos, os produtos e serviços e a atuação no mercado. Apresentação das políticas de RH As políticas de RH são compostas pelos direitos – informações sobre os benefícios e remuneração – e deveres dos colaboradores – alinhamento com missão, visão e valores, regras, código de éticas, normas de segurança etc. Depende do tamanho da empresa e de sua estruturação. A princípio, o funcionário já tem conhecimento sobre salário e benefícios. Entretanto, é preciso retomar esse assunto com dados e informações completas. O funcionário pode ter dúvidas quanto ao dia do mês de recebimento ou o percentual de desconto de vale-transporte, assistência médica e odontológica, convênios e outros benefícios. Fique atento: é importante ter todas essas informações para passá-las com confiabilidade. Além disso, é interessante oferecer e manter aberto um espaço para perguntas e esclarecimentos. Quanto aos deveres e responsabilidade dos funcionários: caso a empresa seja de pequeno porte e não tenha missão, visão e valores formalizados, preocupe-se em transmitir as regras da instituição e do RH. Exemplos: aborde a obrigatoriedade da utilização de crachá nas dependências da organização, reforce horários de entrada e saída e pontualidade, deixe claro qual é a tolerância a faltas, atrasos, apresente regras de boa convivência. Visitação aos principais setores da organização O técnico realiza uma visita guiada pelos espaços físicos da organização para que o novo colaborador conheça o ambiente organizacional e as pessoas com que vai trabalhar. Fique atento: O novo funcionário deve tomar conhecimento de onde ficam os setores, os banheiros, os vestiários e os refeitórios (quando aplicável). Nesse momento, o profissional/técnico de RH informa como funcionam esses setores. Por exemplo: como se acessa o refeitório? Utiliza-se o crachá? O novo funcionário deve ser apresentado a todos os demais colaboradores. Assim, toda a empresa passa a saber que há um colega novo, seu nome e a que setor pertence. Encaminhamento do novo colaborador ao setor Certifique-se de que tudo o que o novo colaborador precisa para iniciar suas atividades está pronto (acessos, e-mail, mesa, cadeiras e outros – conforme a função). Apresente o gestor imediato e a pessoa-referência. Fique atento: Certifique-se de que apresentou o novo colaborador a todas as pessoas- chave com quem ele irá interagir. É interessante preparar um manual impresso – caso a empresa ainda não tenha – com as principais informações por escrito, possibilitando consulta posterior. A quantidade de dados é grande e dificulta uma absorção adequada. 3ª Etapa: treinamento Esta etapa consiste na aquisição de competências técnicas e comportamentais exigidas para o bom desempenho no cargo a ser ocupado. Dependendo da empresa, do seu porte e/ou da função do novo colaborador, o RH terá um treinamento ou uma capacitação específica pronta e caberá ao técnico dar apoio e suporte necessários. Em empresas menores, a pessoa-referência irá treinar e acompanhar esse processo junto ao novo colaborador, sempre com a supervisão da chefia. 4ª Etapa: acompanhamento Durante os primeiros meses, o gestor imediato deve assumir o papel de facilitador do processo de ambientação. O acompanhamento é um monitoramento da trajetória do colaborador recém-admitido, o que assegura que a integração seja o mais eficaz possível, nos diversos objetivos que deve atingir: Adaptação à cultura da empresa (regras e valores da empresa) Ciência e domínio das informações relativas a remuneração e benefícios Redução da ansiedade e aumento de sentimentos de pertencimento e inclusão Adequado desempenho das tarefas e aumento gradativo do desempenho O RH desempenha um importante papel no acompanhamento da evolução da integração do novato. É possível estabelecer um cronograma semanal ou quinzenal de reuniões com o gestor imediato, o novo colaborador e um profissional do RH para: Dar feedbacks – para que o colaborador tome conhecimento sobre o seu desempenho, suas potencialidades e necessidades de melhorias. Ouvir dúvidas e necessidades do colaborador. Pode ser função do técnico em RH, se a empresa assim entender: Elaborar cronograma e acompanhar reuniões entre gestor imediato e colaborador. Realizar reuniões com o novato a fim de acompanhar aspectos relativos à percepção do novato sobre sua inclusão e a aceitação no grupo – colegas e gestores. A etapa do acompanhamento é fundamental nesse processo, pois proporciona a informação segura e formal de que o colaborador está se adequando e oportuniza melhorias. O RH não pode negligenciar a necessidade que as pessoas têm de obter feedback sobre seu trabalho e desempenho. Além disso, o acompanhamento do novato, assim como as avaliações de desempenho, devem ser bem conduzidos, com respeito e transparência, de tal forma que possam ser instrumentos motivacionais, de contribuição positiva para o clima organizacional e que asseguram a produtividade qualificada. Vamos recapitular? O técnico em RH acompanha e executa as atividades de ambientação, assim como planeja e organiza previamente a recepção dos novos colaboradores. A integração deve ser entendida como um processo que ocorre ao longo de alguns meses e que pode ser desenvolvido como um programa dividido em quatro etapas. 1ª Etapa: planejamento – ações prévias para a recepção e acolhimento dos novatos: Prepare a estação de trabalho e o crachá do colaborador Avise o gestor imediato da data de início Defina uma pessoa-referência Organize o local para a integração 2ª Etapa: ambientação – encontro presencial com o novo empregado, preferencialmente no primeiro dia de trabalho, no qual serão abordadas: 1. Informações institucionais 2. Apresentação das políticas de RH 3. Visitação aos principais setores da organização 4. Encaminhamento do novo colaborador ao setor 3 ª Etapa: treinamento A empresa provê ao colaborador a aquisição de competênciastécnicas e comportamentais. 4ª Etapa: acompanhamento A empresa acompanha a integração efetiva e gradual do novo colaborador. Atividade de reflexão Vamos pensar e desenvolver sua habilidade para conduzir a integração? Clique ou toque nos títulos para visualizar o conteúdo. 1. Você verifica previamente o local onde fará a integração? Verificar o local antes do início da atividade é importante para não ocorrer imprevistos. Verificar o número de cadeiras, testar os recursos disponíveis e certificar-se de que não há nenhuma outra reunião agendada no mesmo horário são ações fundamentais. 2. Você cumpre o horário? Encerra a apresentação no tempo previsto? Ser pontual é um aspecto importante para todos os profissionais. Como o profissional de RH muito frequentemente está com pessoas, precisa cumprir seus horários para não deixar ninguém esperando. A pontualidade do profissional de RH demonstra o comprometimento da empresa com seus funcionários. Planeje o encontro com um roteiro, subdividindo o encontro em partes. Defina a duração de cada parte e fique atento ao relógio. Fique atento Quando se realiza uma apresentação é muito importante informar, no início, a programação do que irá ocorrer, os momentos de intervalo e o horário previsto para encerramento. As pessoas diminuem a ansiedade ao tomar conhecimento do que vivenciarão. 3. Você domina o uso dos recursos (vídeos, projetores, caixas de som etc.)? Conheça os recursos que a sua empresa tem e prepare a integração de acordo com isso. Por recursos entende-se: computadores, projetores, caixas de som, televisores, quadro de giz e outros, que variam conforme cada organização. Teste previamente se está tudo funcionando e peça orientação, caso não domine algum dos recursos. 4. Você cuida de sua apresentação pessoal para que seja apropriada ao ambiente organizacional e ao momento da integração? De acordo com uma pesquisa desenvolvida pelo psicólogo Albert Merhabian, a vestimenta representa 50% da primeira impressão que uma pessoa tem de outra. Além disso, o profissional de RH também é exemplo para toda a organização. Então, vista-se conforme o ramo de negócio e regras da empresa. Se você tiver dúvidas, pergunte para a pessoa que contratou você. O ideal é o RH ter um código de vestimenta definido. Se tiver, ele deve ser incluído na integração e você será o representante dele. 5. Você procura olhar diretamente para as pessoas? Olhar diretamente para as pessoas permite que você faça conexão com elas e perceba suas reações. Além de ser uma maneira de valorizar e prestigiar a presença dos ouvintes. Outros aspectos importantes: O que o seu semblante está transmitindo? Observe e adeque ele para que seja coerente com o que você está falando. Evite ficar apoiado sobre apenas uma das pernas e procure não deixá-las muito abertas ou fechadas 6. Você consegue criar um clima descontraído sem ficar excessivamente informal, mantendo a postura profissional? Para criar um clima descontraído e manter a postura formal, utilize um tom de comunicação amigo e espontâneo. Esse cuidado serve para deixar as pessoas um pouco mais à vontade, pois o início do trabalho novo gera ansiedade e angústias. Outro aspecto importante é falar com entusiasmo, demonstrando o seu envolvimento com a empresa. 7. Você sabe com clareza os objetivos da integração? Ter conhecimento dos objetivos da integração é saber onde se quer chegar. Quando você internalizar a importância da integração para o empregado e para a empresa, você será mais assertivo em suas colocações e se sentirá motivado, pois entenderá o significado do que está fazendo. 8. Você identifica e registra possíveis melhorias de uma integração para a seguinte, mantendo postura proativa e inovadora? A melhoria dos processos e procedimentos são cada vez mais comuns nas instituições e promovem uma cultura de qualidade. Procure usar uns cinco minutos ao final da ambientação para refletir e anotar pontos em que você poderia ter se saído melhor.
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