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9 
UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ 
Joseli Quintana Tramujas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PSICOPEDAGOGIA E A APRENDIZAGEM NOS TRANSTORNOS 
DO ESPECTRO AUTISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2010 
 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PSICOPEDAGOGIA E A APRENDIZAGEM NOS TRANSTORNOS 
DO ESPECTRO AUTISTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2010 
 11 
Joseli Quintana Tramujas 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PSICOPEDAGOGIA E A APRENDIZAGEM NOS TRANSTORNOS 
DO ESPECTRO AUTISTA 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso (ou Dissertação) 
apresentada ao Curso de Psicopedagogia da 
Faculdade de Ciências Humanas da Universidade 
Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a 
obtenção do grau (ou título) de Psicopedagoga. 
Orientador: Márcia Maria Loss de Carvalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2010 
 12 
TERMO DE APROVAÇÃO 
Joseli Quintana Tramujas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A PSICOPEDAGOGIA E A APRENDIZAGEM NOS TRANSTORNOS 
DO ESPECTRO AUTISTA 
 
Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do título de Especialista em 
Psicopedagogia no Curso de Psicopedagogia da Universidade Tuiuti do Paraná. 
 
 
Curitiba, 18 de setembro de 2010 
 
 
 
 
 
 
____________________________________ 
 
 
 
 
 
Psicopedagogia 
Universidade Tuiuti do Paraná 
 
 
 
 
Orientadora: Prof. Márcia Maria Loss de Carvalho 
 
 
 13 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente agradeço ao “Senhor”, meu Pai Eterno, que me ajudou a 
acreditar e a desenvolver minhas habilidades. 
Agradeço também por Ele ter colocado em meu caminho pessoas que me 
ajudaram e me apoiaram. Pessoas essas que fazem parte do meu dia a dia, assim 
como minha família; minhas filhas, que agüentaram o meu mau humor, meu stress e 
também as corridas a biblioteca para pegar livros, dos quais não fazem parte do seu 
universo. Ao meu esposo, que em dias ensolarados abriu mão de sair, para não me 
deixar sozinha, mesmo que eu estivesse atrás do computador. 
Agradeço a minha parceira de trabalho, minha coordenadora e amiga, que 
sem exitar em momento algum, me cedeu todo o material que possuía referente ao 
tema escolhido e me permitiu sair algumas vezes mais cedo do trabalho, para 
desenvolver minha pesquisa. 
E por fim, agradeço a minha querida amiga e orientadora que com toda 
certeza, foi um anjo que caiu em meu caminho, abriu as portas para o meu 
conhecimento, me dando oportunidades maravilhosas de compartilhar experiências 
fantásticas no mundo maravilhoso do Transtorno do Espectro Autista. Teve toda 
paciência do mundo em me orientar e corrigir meus erros de ortografia e 
concordância. 
A todos vocês o meu muito obrigada, por fazerem parte de mais essa 
conquista, da qual jamais achei que alcançaria. 
 
 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Temos que continuar a escrever, 
caminhar, servir e aceitar novos desafios 
até o fim de nossa própria história”. 
Gayle M. Clegg 
 15 
SUMÁRIO 
 
RESUMO.............................................................................................................8 
1.INTRODUÇÃO..................................................................................................9 
2.HISTÓRICO....................................................................................................11 
3.AATUAÇÃOPSICOPEDAGÓGICA................................................................17 
3.1DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA...........................................................23 
4. ABA - APLIED BEHAVIOR ANALYSIS (ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 
APLICADA).......................................................................................................28 
4.1 O QUE É ABA? ...........................................................................................28 
4.2 COMO A ABA É USADA PARA ENSINAR CRIANÇAS COM 
AUTISMO?.........................................................................................................30 
4.2.1 Qual a maneira correta de usa a ABA?...................................................30 
4.2.1.1.Comportamento Verbal .........................................................................31 
4.2.1.2 Generalização .......................................................................................33 
4.3 O QUE É DTT? ...........................................................................................33 
4.4 Visão geral de um programa de ABA .........................................................34 
4.4.1 Currículo ..................................................................................................34 
4.4.2 Programas ...............................................................................................35 
4.4.3 Estímulos .................................................................................................36 
5. TEACCH – TREATMENT AND EDUCATION OF AUTISTIC AND RELATED 
COMMUNICATION HANDICAPPED HILDREN…………………………………38 
5.1 OS OBJETIVOS DO TEACCH ....................................................................40 
CONCLUSÃO....................................................................................................42 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.................................................................43 
 
 
 16 
LISTA DE ABREVIAÇÕES 
 
TEA - Transtorno do Espectro Autista 
ASA - Autism Society of American (Assoc. Americana de Autismo) 
ABA - Applied Behavioral Analysis (Análise do Comportamento Aplicada) 
TEACCH - Treatment and Education of Autistic and Related Communication 
Handicapped Children 
 
 
 
 
 17 
RESUMO 
 
Esta pesquisa teve como objetivo, através de uma revisão literária, discorrer como 
se processa a aprendizagem nos Transtornos do Espectro Autista (TEA). Trata-se 
de um estudo qualitativo, por meio de literatura pertinente ao tema. Foram 
pesquisados autores que abordam o Desenvolvimento Infantil, a Psicopedagogia e o 
Transtorno do Espectro Autista (TEA). É abordada a atuação do psicopedagogo 
diante de um processo investigativo de aprendizagem nos Transtornos do Espectro 
Autista (TEA) e os recursos que podem ser utilizados no desenvolvimento 
comportamental e cognitivo dessas crianças. Recursos esses apresentados e 
descritos como a ABA e o TEACCH, que tem como objetivo analisar e explicar a 
associação entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem. O 
TEACCH apóia o portador de autismo em seu desenvolvimento para ajudá-lo a 
conseguir chegar à idade adulta com o máximo de autonomia possível. Isto inclui 
ajudá-lo a compreender o mundo que o cerca através da aquisição de habilidades 
de comunicação que lhe permitam relacionar-se com outras pessoas, oferecendo-
lhes, até onde for possível, condições de escolher, de acordo com suas próprias 
necessidades. Desta forma compreende-se que o psicopedagogo através de 
capacitação e orientação encontra-se apto a atuar no desenvolvimento cognitivo e 
comportamental dos portadores TEA. 
 
 18 
1.INTRODUÇÃO 
 
O transtorno do espectro autista tem sido motivo de grande preocupação por 
parte de profissionais de diferentes áreas, por depender de fatores relacionados ao 
comportamento e sociabilidade. A pesquisa realizada teve o objetivo de discorrer 
como se processa a aprendizagem nos portadores do espectro autista (TEA). 
Como o psicopedagogo atua diante de um processo investigativo de 
aprendizagem nos Transtornos do Espectro Autista (TEA) percebe-se a necessidade 
de verificar quais os recursos que podem ser utilizados no desenvolvimento 
comportamental e cognitivo dessas crianças, uma vez que o psicopedagogo é visto 
como um detetive, assim afirma Edith Rubinstein, 
O psicopedagogo é visto como, um detetive que busca pistas, procurando 
selecioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a 
sua meta é fundamentalmente investigar todo o processo de aprendizagem 
levando em consideração a totalidade dosfatores nele envolvidos, para, 
valendo-se desta investigação, entender a constituição da dificuldade de 
aprendizagem. (2009, p. 128). 
 
Desta forma pode-se perceber a importância do psicopedagogo no 
conhecimento da aprendizagem e desenvolvimento da criança, para que desta 
forma, tenha condições para atuar diretamente com os portadores do TEA. 
Vale ressaltar que o desenvolvimento da criança acontece passando por 
fases ou estágios, estes com crianças típicas acontece normalmente, ao contrario 
dos portadores do TEA, que necessitam da orientação e direção, para que possam 
atuar e desenvolver suas habilidades tornando-os mais auto-suficientes. 
Pensando nesse processo, foram apresentados nesta pesquisa alguns 
métodos os quais já são comprovados empiricamente sua eficácia. Cabe aos 
profissionais habilitados estudarem e capacitar-se o suficiente, para colocar em 
prática o processo de investigação que assim os compete, uma vez que os 
portadores do TEA possuem um distúrbio da comunicação e da interação social 
 19 
muito intenso, dificultando desta forma sua aceitação por profissionais e até mesmo 
pela sociedade. 
Contudo o método ABA, como já mencionado é um programa que tem por 
objetivo trabalhar o comportamento dos portadores de TEA, ajudando-os no 
processo de orientação e organização das tarefas diárias, assim como no 
relacionamento social no meio em que vive. 
O programa TEACCH, apresenta sua proposta dando um referencial das 
coisas que irão acontecer e o que já aconteceu, pois se tratando de TEA, estes 
possuem muita dificuldade em perceber o que acontece do que já aconteceu. 
Tendo essa proposta como ferramenta de trabalho, percebe-se o 
psicopedagogo apto a trabalhar com portadores do TEA, uma vez que este se 
dedique e tenha o desejo de conhecer como se dá o processo de aprendizagem dos 
portadores do TEA. 
 
 20 
2. HISTÓRICO 
 
O termo autismo vem do Grego Autós, significa algo como “por si mesmo” O 
Autismo é conhecido como um distúrbio do desenvolvimento humano que vem 
sendo estudado há pelo menos seis décadas. 
Em 1911, Bleuler usou pela primeira vez a expressão, “autismo” para apontar 
a perda de contato da realidade que decorria na comunicação. Em 1929, Melanie 
Klein apresenta para a psicanálise o “Caso Dick,” que descreve uma criança, 
considerada esquizofrênica na época, mas que apresentava sintomas autísticos 
diferenciados da esquizofrenia, a descrição foi considerada como referência por 
terapeutas durante algum tempo. 
Em 1943, o psiquiatra americano Leo Kanner, americano que trabalhava em 
Baltimore, nos Estados Unidos, descreveu um grupo de crianças em sua publicação 
intitulada “Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo” (Autistic Disturbances of Affective 
Contact). As crianças investigadas por Kanner apresentavam dificuldades para se 
relacionarem com outras pessoas e situações desde muito pequenas. Possuíam 
falha no uso da linguagem e apresentavam um desejo obsessivo e ansioso para a 
manutenção da mesmice. 
Kanner acreditava que o autismo fosse causado por pais altamente 
intelectualizados, pessoas emocionalmente frias e com pouco interesse nas relações 
humanas. 
Em 1944, o pediatra austríaco Hans Asperger, sem ter nenhum conhecimento 
dos estudos de Kanner, descreve um artigo sobre crianças com características 
semelhantes ao autismo, ou seja, muita dificuldade na comunicação social, no 
entanto possuíam inteligência normal (GADIA, 2006, p. 423). 
 21 
Ao contrário de Kanner, que via um prognóstico mais sombrio para estes 
pacientes, Asperger acreditava que eles responderiam melhor ao tratamento, 
possivelmente em função de que os pacientes descritos por ele apresentavam um 
rendimento superior ao daqueles descritos por Kanner. 
Coincidência ou não, os dois autores escreveram, na mesma época, 
trabalhando isoladamente, os sintomas da doença que hoje conhecemos como 
autismo infantil. 
Discordando do proposto por Kanner, Bender, em 1947, usou o termo 
esquizofrenia infantil, pois ele considerava o autismo como a forma mais precoce da 
esquizofrenia 
O Conselho Consultivo Profissional da Sociedade Nacional para Crianças e 
Adultos com Autismo dos Estados Unidos (salle, et al) define o autismo como uma 
síndrome que aparece antes dos trinta meses e que possui as seguintes 
características: distúrbios nas taxas e seqüências do desenvolvimento; distúrbios 
nas respostas a estímulos sensoriais; distúrbios na fala, linguagem e capacidades 
cognitivas; distúrbios na capacidade de relacionarem-se com pessoas, eventos e 
objetos. 
Contudo mais tarde com a evolução de pesquisas científicas pode-se saber 
que o autismo é considerado uma síndrome, definida por alterações presentes 
desde muito cedo, tipicamente antes dos três anos de idade, e que se caracteriza 
sempre por dificuldades na comunicação, na interação social e no uso da 
imaginação. 
Hoje existem instituições de amparo e assistencialismo aos portadores do 
TEA, uma delas e conhecida como a AMA – Associação de Amigos do Autista, que 
foi fundada em 1983, pelos pais de crianças autistas, que até então mal se conhecia 
 22 
sobre a doença. A associação teve e tem a missão de proporcionar à pessoa com 
autismo uma vida digna: trabalho, saúde, lazer e integração à sociedade. Oferece à 
família da pessoa com autismo instrumentos para a convivência no lar e em 
sociedade e tende a promover e incentivar pesquisas sobre o autismo. 
Segundo a Autism Society of American Associação Americana de Autismo 
(ASA), 
O autismo é uma inadequacidade no desenvolvimento que se manifesta de 
maneira grave por toda a vida. É incapacitante e aparece tipicamente nos 
três primeiros anos de vida. Acomete cerca de 20 entre cada 10 mil 
nascidos e é quatro vezes mais comum no sexo masculino do que no 
feminino. É encontrado em todo o mundo e em famílias de qualquer 
configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu até agora provar 
qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas crianças, que possa 
causar a doença. (ASA 1978) 
 
Os sintomas geralmente são causados por disfunções físicas no cérebro 
verificado pela anamnese ou presente nos exames e entrevista com o sujeito. 
Segundo a ASA (1978) esses sintomas incluem: 
 Distúrbios no ritmo de aparecimentos de habilidades físicas, sociais e 
lingüísticas. 
 Reações anormais às sensações. As funções ou áreas mais afetadas 
são: visão, audição, tato, dor, equilíbrio, olfato, gustação e maneira de 
manter o corpo. 
 Fala e linguagem ausentes ou atrasadas. Certas áreas específicas do 
pensar, presentes ou não. Ritmo imaturo da fala, restrita compreensão de 
idéias. Uso de palavras sem associação com o significado. 
 Relacionamento anormal com os objetivos, eventos e pessoas. 
Respostas não apropriadas a adultos e crianças. Objetos e brinquedos não 
usados de maneira devida. 
 
Segundo Dr. Schwartzman o autismo é muito amplo podendo ser comparado 
com “a deficiência mental, outro conjunto de sinais e sintomas presentes numa série 
imensa de pessoas”, para ele ainda não existe o autismo, mas, um “espectro de 
desordens autísticas”, onde aparecem as mesmas dificuldades, mas, em graus de 
comprometimento diferentes. Ele caracteriza o autismo por três aspectos: 
Primeiro: são crianças que parecem não tomar consciência da presença do 
outro como pessoa. Segundo: apresentam muita dificuldade de 
comunicação. Não é que não falem, não conseguem estabelecer um canal 
 23 
de comunicação eficiente. Terceiro: têm um padrão de comportamento 
muito restrito e repetitivo. (Acesso em 2010) 
 
 
O Diagnóstico deve ser uma investigação detalhada, onde a criança deverá 
ser acompanhada por um profissional competente e que entenda da síndrome do 
autismo . O autismo poderá estar associado a diversas síndromes como: 
 Síndrome de Asperger, 
 Síndrome X Frágil, 
 Síndrome de Rett, 
 Distúrbio Obsessivo – Compulsivo 
 Deficiência mental - leve, moderada ou severa,etc. 
O diagnóstico ainda é uma etapa muito difícil, pois é feito com base em um 
quadro de comportamentos. Além desses aspectos específicos, a criança autista 
demonstra uma série de outros problemas não específicos, como medos, fobias, 
alterações do sono, alimentação e ataques de birra e agressão. Na ocorrência de 
retardo mental grave associado, é bastante comum a auto-agressão. 
Não existem exames que possam determinar objetivamente que uma 
pessoa é autista. Pode manifestar-se desde os primeiros anos de vida e quanto 
antes se iniciar o tratamento do autismo melhor serão os resultados. 
Conforme já mencionado anteriormente, o autismo foi estudado e 
descoberto através de pesquisas realizadas por Kanner. (assim como outros 
estudiosos). O que mais chamou a atenção desses pesquisadores foi a questão 
comportamental apresentada pelas crianças pesquisadas, sua dificuldade em 
relacionamento e comunicação. Desta forma novos estudos foram realizados como 
o intuito de compreender melhor essa síndrome e seus sintomas variáveis. 
Assumpção e Kuczynki (2007) relatam estudos das anormalidades genéticas 
causadas pelo autismo. Através das pesquisas apresentadas por Kanner estes 
 24 
autores começam um estudo mais aprofundado com relação ao quadro 
caracterizado como o isolamento extremo, obsessividade, estereotipias e ecolalias. 
Novas alterações surgem associam-se ao autismo, o déficit cognitivo, 
deixando de ser considerado uma psicose para um distúrbio do desenvolvimento. 
Assim sendo o trabalho formulado define-se como transtorno global do 
desenvolvimento, ocorrendo antes dos três anos de idade, com critérios de 
alterações significativas na interação social, comunicação verbal e não-verbal. 
Mesmo com as pesquisas realizadas a etiologia do autismo ainda hoje é 
desconhecida, por mais que muitos estudos tentem desvendá-la. Alguns fatores 
sugerem as prováveis causas sendo estes apontados por Assumpção e Kuczynki 
(2007, p.18) como sendo: 
A alta associação com a deficiência mental; a alta incidência de convulsões 
nessa população; os níveis séricos aumentados de serotonina; o tamanho 
aumentado do encéfalo e a diminuição de neurônios e sinapses em 
amígdala, hipocampo e cerebelo. 
 
Segundo pesquisadores a investigação de fatores biológicos como um dos 
instrumentos em busca da compreensão da síndrome autística já se tornou evidente 
e deve continuar sendo exaustivamente pesquisada. 
Desde as descobertas realizadas por Leo Kanner, as atitudes e tratamentos 
com as crianças autistas mudaram muito. Novos pensamentos começaram a ganhar 
dimensões. Na visão deles o autismo era visto como uma desordem neurológica, ou 
seja, uma psicose. Com o passar do tempo e o aprimoramento das pesquisas o 
autismo passa a ser visto como um transtorno. 
Verifica-se que a criança autista tem grande dificuldade em reproduzir e criar 
fatos que não façam parte da sua realidade, tornando difícil para eles e para seus 
familiares ajudá-los. 
 25 
Tendo essa preocupação, verifica-se a necessidade de perceber como os 
TEA, respondem a qualidade de vida. Estudos apontam que a qualidade de vida nas 
crianças é algo muito significativo, pois permite a eles condições de reconhecer o 
eu, e ao seu redor. Fator esse que com as crianças portadoras do TEA, não é 
atingido. Segundo Elias (2007, p.271) 
Qualidade de vida é algo bastante significativo na vida das crianças, pois 
permite a apreensão dos significados de sua vida. Porém o que se observa 
é que a saúde global das criança ainda recebe avaliações pouco 
satisfatórias; são escassos estudos sobre qualidade de vida na infância, 
ainda mais gritante no que se refere à qualidade de vida na criança autista. 
 
 
Em raros momentos foi estudada a qualidade de vida dos portadores de 
TEA, pelo fato de, em muitos casos, a comunicação ser ausente, Person (2000 apud 
Elias 2007) afirma ser: 
... impossível estudar a qualidade de vida de modo direto em pessoas com 
autismo, especialmente em grupos nas quais a compreensão da fala está 
limitada ou ausente. Assim, para ele, medidas indiretas são essenciais para 
identificar a qualidade de vida nesse grupo. 
 
 
Quando se fala de qualidade de vida, fala-se do desenvolvimento da criança 
de forma que ela tenha situações de vida saudável e que dentro das possibilidades e 
limitações dela, seja feliz. 
Partindo do pressuposto que a criança precisa de uma qualidade de vida, 
estável e que permita a eles condições apropriadas para viverem inseridas na 
sociedade, propõem apresentar na pesquisa realizada alguns aspectos referentes à 
relação que a criança do TEA possui com aprendizagem. 
 26 
3. A ATUAÇÃO PSICOPEDAGOGICA 
 
Pode-se afirmar que a Psicopedagogia é uma área interessada em 
investigar a relação da criança com a aprendizagem. Sendo assim esta relação pode 
configurar-se como problemática, em relação aos aspectos pedagógicos, 
psicológicos, afetivos e cognitivos. Por se tratar de uma área investigativa esse 
profissional deve criar condições para que o indivíduo desenvolva uma 
aprendizagem mais significativa, Bossa (1994, p.62) ressalta que “a psicopedagogia 
preventiva se baseia principalmente na observação e análise profunda de uma 
situação concreta”. 
Neste caso compete ao Psicopedagogo conhecer as características da 
criança com o TEA, para que este tenha condições de planejar uma intervenção que 
venha atingir as necessidades e os aspectos afetivos, cognitivos e comportamentais 
de seus clientes. 
Talvez esse profissional não tenha percebido ainda a riqueza dessa 
profissão, que além de ajudar no quesito aprendizagem, esse possui uma função 
bem especial que, segundo Bossa, (1994, p. 66) é “a de socializar os conhecimentos 
disponíveis, promover o desenvolvimento cognitivo e a construção de regras de 
conduta, dentro de um projeto social mais amplo”. Desta forma esse indivíduo pode 
se tornar inserido de maneira mais organizada em um mundo totalmente novo, pelo 
menos pra ele. 
Visto que a psicopedagogia usa muito a palavra intervenção, buscou-se o 
significado desta, no sentido de esclarecer melhor sua função. O dicionário informa 
que é o “ato de interpor”, consequentemente, interpor quer dizer, “por uma coisa 
entre outra”. Com isso fica claro que a psicopedagogia tem o papel de mediador, 
 27 
aquele que está entre a dificuldade de aprendizagem e /ou comportamento com a 
expectativa de aprender e ter uma vida mais estruturada. 
Tratando de um sentido mais especifico, a intervenção é a interferência do 
profissional, onde realiza o processo de desenvolvimento do indivíduo. A intervenção 
tem como objetivo ajudar na compreensão, assimilação e orientação 
comportamentais, no caso dos portadores do TEA, introduzindo esse sujeito a novos 
elementos que poderão levá-lo a quebra de paradigmas. 
A intervenção psicopedagógica tem o objetivo de revelar um padrão de 
relacionamento com o mundo, diferente daquela vivenciada até o momento pelo 
indivíduo, que consequentemente poderá ser lançado ao aprendizado e integrando-
se a sociedade conforme suas condições o permitam. 
Vendo a psicopedagogia por essa perspectiva, ela nos projeta a uma análise 
e a uma reflexão da necessidade de perceber as angústias ali apresentadas, a 
estudar e pesquisar as condições que estão sendo requeridas nos aspectos 
relacionados com o desenvolvimento, cognitivo e/ou comportamental. A partir do 
momento em que o psicopedagogo percebe a aprendizagem como um processo de 
construção, onde se geram hipóteses, reformulações e a complexidade de fatores 
múltiplos, surgem inquietações e insatisfações, que nos permitem aceitar novos 
desafios convidando-os a sair da posição fria de mero expectador, para a de 
terapeuta que interage e busca maior entendimento e conhecimento referente ao 
indivíduo. 
Bossa (1994, p. 76) faz uma comparação ao psicopedagogo com um jogo de 
fichas, onde se requer atitude do profissional frente ao problema aliapresentado, diz 
ela: 
“Sei que a ficha simboliza um jogador – mas necessito negar – (para poder 
jogar), e então a ficha converte-se em um jogador e vejo na ficha uma 
 28 
pessoa – não vejo mais a ficha – esqueço-me da noção de ficha” (apud 
Fernandez, 1990, p. 124). 
 
Se o terapeuta atuar dessa maneira no jogo, terá condições de perceber seu 
cliente e ajudá-lo a vencer seus obstáculos. Edith Rubinstein (2009, p. 128) confirma 
esse conceito quando diz que, 
O psicopedagogo é visto como, um detetive que busca pistas, procurando 
selecioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a 
sua meta é fundamentalmente investigar todo o processo de aprendizagem 
levando em consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para, 
valendo-se desta investigação, entender a constituição da dificuldade de 
aprendizagem. 
 
Quando o psicopedagogo perceber a importância de ser um terapeuta 
investigativo e participativo, ao desvendar o misterioso mundo das dificuldades de 
aprendizagem ou se tratando aqui especificamente do TEA, verifica-se a 
necessidade cada vez maior deste, investir na parceria da dinâmica do atendimento 
aos portadores do TEA. Ao se pensar na educação da criança autista, é preciso ter 
conhecimento sobre o padrão normal de desenvolvimento das demais crianças, e 
desta forma ser capaz de diferenciar o comportamento que seja decorrente do 
autismo. Sabendo que o indivíduo para aprender utiliza-se das estruturas do: 
organismo, corpo, estrutura simbólica e estrutura cognitiva, é importante abordar as 
características da ação psicopedagógica de não focar a patologia, mas os múltiplos 
aspectos que convergem na aprendizagem do indivíduo, o que se dará com a 
participação de conhecimentos próprios e a de outros campos do saber, o que 
amplia possibilidades deste olhar psicopedagógico. 
A psicopedagogia se destaca desta forma, por apresentar a questão da 
aprendizagem vista sob a ótica do indivíduo que aprende na sua forma peculiar de 
construir o seu conhecimento. Essa afirmação torna-se o ponto mais importante de 
toda essa pesquisa, pois é onde podemos unir a psicopedagogia ao autismo. 
 29 
Pelo grau de comprometimento que muitos apresentam às propostas 
educativas para os indivíduos com TEA, estão mais focadas na modificação dos 
comportamentos, como se nada mais fosse possível ser feito para sua educação. 
Vendo por essa perspectiva, a abordagem a ser aplicada vai depender de 
cada caso, na medida em que a problemática aparece, “cada situação é única”, 
afirma Bossa (1994, p. 61) uma vez que a aprendizagem do indivíduo tem seu 
próprio contexto. E com certeza o terapeuta que se restringir a ser um mero 
aplicador de técnicas não será suficientemente educativo para conseguir resultados 
significativos e eficientes na sua atuação porque os autistas podem ser diferentes 
uns dos outros, desta forma cada caso exige uma adequação específica e concreta. 
Por se tratar de um trabalho com aspectos diferentes em seu procedimento 
é necessário ter metas norteadoras para que os terapeutas não se sintam perdidos 
em seus planejamentos e avaliações, pois respeitar essa individualidade não 
significa trabalhar sem metas a serem cumpridas. 
As metas propostas para o atendimento devem considerar os seguintes 
aspectos: Bastos 
• Promover o bem-estar emocional da pessoa autista, diminuindo suas 
experiências negativas de medo, ansiedade, frustração, incrementando 
possibilidades de emoções positivas de serenidade, alegria e auto-estima. 
• Promover a autonomia pessoal e as competências de auto-cuidado, 
diminuindo assim sua dependência de outras pessoas. 
• Aumentar suas possibilidades de comunicação, autoconsciência e controle 
do próprio comportamento. 
• Desenvolver habilidades cognitivas e de atenção, que permitam uma 
relação mais rica com o seu meio ambiente. 
• Aumentar a liberdade, espontaneidade e flexibilidade de suas ações, 
assim que estiver preparado. 
• Aumentar sua capacidade de assimilar e compreender as interações com 
outras pessoas, assim como sua capacidade de interpretar as intenções dos 
demais. 
• Desenvolver técnicas de aprendizagem, baseadas na imitação, 
aprendizagem de observação. 
• Diminuir aquelas condutas que trazem sofrimento para o próprio sujeito e 
para os que o rodeiam como as auto-agressões, ações destrutivas. 
• Desenvolver suas competências comunicativas. (apud Riviére 1997, 
p.128) 
 
 30 
E para atingir essas metas o terapeuta deve atentar-se na individualidade de 
cada um e permear-se no processo terapêutico dessas crianças portadoras do TEA. 
Vejo o trabalho psicopedagógico como uma ferramenta para ajudar na 
organização e estrutura cognitiva e comportamental desses indivíduos. O relato 
apresentado no quadro abaixo, nos faz refletir no perfil de profissionais que 
desejamos ser: aquele que simplesmente faz por fazer ou aquele capaz de ajudar na 
compreensão das simples tarefas do dia a dia dos portadores do TEA? 
Quadro 1 “...Participar De Um Processo Educativo Extrapola A Aquisição De 
Conhecimentos Acadêmicos...”(BASTOS, 2005, p.129) 
 
“Prezados Senhores, 
Meu irmão Daryl, 18 anos, portador de deficiência mental severa, freqüenta escola há doze 
anos. Nunca foi atendido em nenhum outro ambiente. Recebe há vários anos atendimento no ensino 
especial e tem aprendido a fazer muitas coisas! 
Daryl pode agora, fazer muitas coisas que antes não conseguia: pode colocar 100 pinos num 
tabuleiro em menos de dez minutos, com 95% de exatidão; porém não consegue colocar moedas na 
máquina de refrigerantes; diante de instrução verbal, pode tocar o nariz, o ombro, a perna, o pé, os 
cabelos, a orelha; porém não consegue assoar o nariz quando necessário; pode armar um quebra-
cabeça de 12 peças com 100% de precisão e colorir um desenho sobre a Páscoa dentro dos limites; 
porém prefere música, mas nunca o ensinaram a usar um radio de pilhas ou um toca disco; pode 
dobrar papéis em 4 partes iguais; porém não consegue dobrar a sua roupa; pode ordenar blocos de 
papel por cor em dez cores diferentes; porém, não pode separar a roupa branca da roupa colorida para 
lavar; pode fazer bonitos trabalhos com argila; porém não pode amassar a massa de pão e fazer 
biscoitos; pode enfiar contas coloridas alternadamente num fio, conforme o modelo apresentado num 
cartão, porém, não consegue amarrar os seus próprios sapatos; pode repetir o alfabeto e dizer o nome 
das letras quando lhe é pedido; porém, não consegue distinguir o banheiro masculino do feminino 
quando vamos ao McDonald’s; pode responder se um dia está nublado e até desenhar no quadro uma 
nuvem cinza; porém sai na chuva sem um abrigo ou guarda-chuva; pode contar até 100; porém não 
consegue contar o dinheiro para pagar o cachorro-quente pode sentar-se num círculo com 
comportamento adequado e cantar canções infantis; porém, nada mais próprio de sua idade é capaz de 
fazer Espero sinceramente, que alguém que se encontre na mesma situação de Daryl, tenha tido a 
oportunidade de aprender coisas diferentes.” 
Lewis, P. (1987). 
 
 31 
Como esse irmão não compreende o comportamento de Daryl, muitos de 
nós também ficamos boquiabertos quando nos deparamos com situações 
semelhantes. Para não sermos surpreendidos, os autores abaixo nos remetem a 
uma reflexão de nossos conhecimentos e atitudes, quando eles afirmam: 
 
Fica evidente que ao trabalharmos com crianças portadoras do TEA 
devemos ter a preocupação com a generalização e manutenção das 
condutas aprendidas deve nortear os procedimentos pedagógicos, que 
também deve considerar a individualização dos processos de aprendizagem 
através das seqüências naturais desses processos, adequando as 
instruções verbais simples e de fácil compreensão para aquela situação. 
Não se pode também esquecer da “literalidade”, que normalmente os 
acompanha. As condutas são aprendidas quando usadas efetivamente 
numa variedade de situações onde sejam adequadas. 
Praticar umaconduta aprendida contribui para assegurar que o que 
aprendemos fará parte do nosso repertório comportamental. Portanto, 
basear o planejamento pedagógico nas necessidades do dia a dia, que se 
repetem no ambiente natural da criança ou do jovem é vital para 
conseguirmos algum sucesso. (BASTOS apud. Bereohff, Leppos e Freire 
2005, p. 131) 
 
Diante de tantas informações e orientações de profissionais, familiares e dos 
próprios portadores do TEA, compete a nós profissionais, uma profunda reflexão do 
que temos, do que somos e do que queremos ser ao trabalhar com novos desafios. 
Inicialmente com a Psicopedagogia, após um reconhecimento e 
aproximação junto ao nosso paciente, temos dois recursos que nos auxiliam e com 
certeza ajudam na estrutura comportamental dos TEA. São esses recursos 
chamados de APLIED BEHAVIOR ANALYSIS (Análise Aplicada do Comportamento) 
– ABA e o TREATMENT AND EDUCATION OF AUTISC AND RELATED 
COMMUNICATION HANDICAPPED CHILDREN (Tratamento e Educação para 
crianças autistas e/ou com problemas relacionados com a comunicação) – TEACCH. 
Na sequência iremos apresentar os programas e de que maneira estes 
podem ajudar no desenvolvimento cognitivo e comportamental dos portadores do 
TEA. 
 32 
3.1 DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
 
Uma vez visto que o papel do psicopedagogo é o de ser um investigador ou 
um mediador, parte-se do pressuposto que para tal função, é necessário conhecer 
um pouco mais sobre o desenvolvimento da criança, para então compreender o 
processo de desenvolvimento da aprendizagem da criança com TEA, construindo 
um trabalho terapêutico direcionado às suas necessidades mais especificas. 
Piaget apresenta, em seus estudos, como se dá o processo de 
desenvolvimento da criança: como pensa, aprende e se diferencia do adulto, 
consequentemente, tendo necessidades diferentes e que em momento algum 
podem ser tratados da mesma forma. Piaget afirma que: 
Deste ponto de vista, o desenvolvimento mental é uma construção contínua, 
comparável à edificação de um grande prédio que, à medida que se 
acrescenta algo, ficará mais sólido, ou a montagem de um mecanismo 
delicado, cujas fases gradativas de ajustamento conduziriam a uma 
flexibilidade e uma mobilidade das peças tanto maiores quanto mais estável 
se tornasse o equilíbrio. (PIAGET, 2001, p. 14) 
 
É, portanto, importante ressaltar que para o bom desenvolvimento da criança 
é necessário respeitar sua estrutura, para que essa construção não corra o risco de 
desmoronar no meio do caminho e venha a ter problemas no processo evolutivo. 
Falando da diferença entre a criança e o adulto, Piaget diz que a criança 
pode ser uma “pequena personalidade”, mas, para isso acontecer esta já é capaz de 
saber bem o que quer e como pode agir, podendo ser vista como esse edifício, 
estruturado e sólido. Contudo, para que essa criança chegue a esse nível, é porque 
passou pelos estágios de desenvolvimento descritos por Piaget (2001, p. 15): 
1. O estágio dos reflexos, ou mecanismos hereditários, assim como 
também das primeiras tendências instintivas e das primeiras emoções. 
2. O estágio dos primeiros hábitos motores e das primeiras percepções 
organizadas, como também dos primeiros sentimentos diferenciados. 
3. O estágio da inteligência sensório-motora ou prática, das regulações 
afetivas elementares e das primeiras fixações exteriores da afetividade. 
 33 
4. O estágio da inteligência intuitiva, dos sentimentos interindividuais 
espontâneos e das relações sociais de submissão ao adulto. 
5. O estágio das operações intelectuais concretas e dos sentimentos 
morais e sociais de cooperação. 
6. O estágio das operações intelectuais na sociedade dos adultos. 
 
 
Estes seis estágios de desenvolvimento dividem-se em quatro fases, sendo 
a primeira composta dos três primeiros estágios compatíveis aos níveis de lactância 
que corresponde a um ano e meio até dois anos de idade. A segunda fase 
corresponde ao quarto estágio, que abrange a idade de dois até sete anos, ou como 
ele classifica “primeira infância”. A terceira fase corresponde ao quinto estágio do 
desenvolvimento, que abrange as crianças de sete até onze - doze anos. E a última 
fase está presente no sexto estágio que é a adolescência. 
Cada estágio significa uma evolução na estrutura do desenvolvimento da 
criança, fazendo desta forma alterar seus comportamentos e necessidades 
específicas, Piaget pontua a seguinte questão como: 
A criança, como o adulto, só executa alguma ação exterior ou mesmo 
inteiramente interior quando impulsionada por um motivo e este se traduz 
sempre sob a forma de uma necessidade (uma necessidade elementar ou 
um interesse, uma pergunta, etc.). (2001, p. 16) 
 
Ou seja, a criança evolui conforme surge o desequilíbrio, desequilíbrio esse, 
que permite a maturação necessária para o desenvolvimento do indivíduo. Desta 
forma nas fases iniciais do desenvolvimento podem-se considerar as estruturas 
mentais como formas de equilíbrio onde cada ação é um avanço significativo no 
desenvolvimento humano. 
Assim, não é possível definir um limite para o desenvolvimento, nem tão 
pouco da pessoa, pois dependem das condições oferecidas pelo meio e do grau de 
apropriação que o sujeito fizer delas. As funções psíquicas podem prosseguir num 
permanente processo de especialização e sofisticação, mesmo atingindo a 
maturação. 
 34 
A criança precisa realizar no seu desenvolvimento a conquista do mundo 
físico com o social. O mundo é percebido como uma sucessão de estímulos, que 
precisa ser organizado para ser entendido. E o trabalho da aprendizagem, consiste 
justamente em construir procedimentos que o levem a organizar esse mundo. 
Mesmo porque o mundo sofre mudanças constantes, mas, dentro dessas 
mudanças, há uma determinada permanência, como por exemplo: um carro se 
movimenta, mas continua sendo o mesmo carro, só mudou de posição. Todas essas 
modificações mantêm alguma coisa sem mudar, enquanto existe outra parte que 
muda. 
No desenvolvimento da criança um aspecto importante é entender essas 
transformações e ser capaz de encontrar um ponto de equilíbrio. Assim a criança vai 
aprendendo a formar categorias e classificá-las de acordo com suas semelhanças, e 
ordená-las em função de suas diferenças. Desta forma a criança começa a adquirir 
um sentido cada vez mais precioso e, paralelamente, aumentam as possibilidades 
de agir sobre ele. 
Esse pode ser considerado o processo normal do desenvolvimento, 
adquirido por um individuo sem limitações na sua aprendizagem e relacionamento 
com o outro. Nesse caso os portadores do TEA, se diferenciam, no quesito, 
percepção, porque esses não conseguem compreender as mudanças ditas naturais 
destas fases do desenvolvimento, eles precisam de ajuda, no sentido de orientá-los 
e prepará-los para tais mudanças. 
Enquanto o desenvolvimento e aprendizagem do indivíduo típico passa de 
uma fase para outra sem grandes traumas, os portadores do TEA, sofrem grandes 
conflitos, pela incapacidade de sozinhos associarem o que dependem de suas 
ações, com o que vem do exterior. 
 35 
Segundo um autor desconhecido a “educação é um processo que possibilita 
uma articulação das capacidades de agir intelectualmente e pensar produtivamente”. 
Neste sentido, a missão do ensino é transmitir não o mero saber, mas uma cultura 
que permita compreender a condição do ser humano e o ajude a viver de maneira 
simples e autosuficiente. 
O autor (2010) afirma que 
O processo de aprender é bastante complexo, envolve vários fatores: 
variáveis cognitivas, afetivas, sociais, econômicas e até políticas. O ensinar 
envolve também inúmeras variáveis e pode ser considerado como uma 
aprendizagem de construção permanente do conhecimento. A capacidade 
de aprender está presente em todos os indivíduos sendo que para alguns 
ocorre uma relativa dificuldade de assimilação e manutenção de seu 
conhecimento, ligando o processo de absorção daquilo que se queraprender a fatores muito mais relevantes do que o simples fato de 
necessitar fixar aquilo que é ensinado. Assim entende-se que o processo de 
aprendizagem é desencadeado a partir da motivação, onde o mesmo se dá 
no interior do indivíduo, estando, entretanto, intimamente ligado às relações 
de troca que o mesmo estabelece com o meio em que vive. (p. 3) 
 
Para poder compreender melhor como se dá o processo de aprendizagem 
dos portadores do TEA, é preciso ficar bem claro que (esses) possuem “um distúrbio 
de desenvolvimento complexo, que é definido como um ponto de vista 
comportamental”, segundo Gadia (2006). Esses indivíduos possuem dificuldades no 
que diz respeito ao comportamento e habilidades sociais. 
Para o autor ainda: 
Os comportamentos que definem o autismo incluem déficits qualitativos na 
interação social e na comunicação, padrões de comportamento repetitivos e 
estereotipados e um repertorio restrito de interesses sociais (GADIA 2006, 
p. 423). 
 
Desta forma é alterada toda a maneira desses indivíduos se relacionarem e 
até mesmo em sua aprendizagem, não podendo assim usar os mesmos recursos 
metodológicos com eles. Podemos sim, atingir os mesmos objetivos na educação 
dos TEA, mas, é necessário perceber que enquanto trabalhamos com indivíduos 
 36 
típicos de forma simples e objetiva, com os TEA, precisamos nos atentar aos 
mínimos detalhes. 
Como já mencionado acima, os TEA necessitam de uma intervenção mais 
especifica. Segundo o autor os métodos de intervenção podem ser subdivididos em 
três grupos: 
Aquelas que usam modelos de analise aplicada do comportamento; os que 
são fundamentados em teorias de desenvolvimento; e aqueles que são 
fundamentados em teorias de ensino estruturado (GADIA, 2006, p. 429). 
 
 
As teorias do desenvolvimento são conhecidas como Floor Time e o de 
Intervenção do Desenvolvimento de Relações, é conhecido como RDI. 
O Floor Time foi desenvolvido por Stanley Greenspan, que utiliza o modelo 
no qual os pais, familiares e terapeutas, fazem o mesmo que as crianças estão 
fazendo. Ele acredita que as crianças autistas teriam um déficit no processamento 
entre afeto e intenção, consequentemente afetando as habilidades de planejamento 
motor, processamento auditivo e capacidade da linguagem. Nesse método exige-se 
um extenso tempo de dedicação e participação dos familiares, pois o programa 
consiste em brincadeiras e interações com a criança por cerca de 3 - 5 horas diárias. 
Em contrapartida o RDI, trabalha com os pais, baseando-se em pesquisas 
do desenvolvimento socioemocional. Este método parte do princípio que as crianças 
autistas teriam disfunções nas habilidades em compartilhar experiências e a 
capacidade de pensar. 
Ambos os métodos são usados, mas necessitam da comprovação empírica, 
pois indícios levam a crer que estes, apresentam efeito placebo. 
Já o método da Analise do Comportamento Aplicada (ABA) e o TEACCH, 
são os métodos dos quais serão mencionados no capitulo seguinte, tendo estes 
melhores resultados e eficácia comprovada. 
 37 
4. ABA - APLIED BEHAVIOR ANALYSIS (ANÁLISE DO COMPORTAMENTO 
APLICADA) 
 
Segundo Gadia (2006, p. 430) a ABA é “o foco de terapia comportamental é 
a conduta mais observada na criança, é o que nos permite compreender como o 
individuo aprende”. 
 
4.1 O QUE É ABA? 
De acordo com o manual de treinamento da ABA traduzido em 2005 por 
Margarida Hofmann Windholz e colaboradores, Análise do Comportamento Aplicada 
(Applied Behavior Analysis; abreviando: ABA) é um termo advindo do campo 
científico do Behaviorismo, que observa, analisa e explica a associação entre o 
ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem. 
Uma vez que um comportamento é analisado, um plano de ação pode ser 
implementado para modificar aquele comportamento. O Behaviorismo concentra-se 
na análise objetiva do comportamento observável e mensurável em oposição, por 
exemplo, à abordagem psicanalítica, que assume que muito do nosso 
comportamento deve-se a processos inconscientes. (Lembre-se de Freud!). 
Ivan Pavlov, John B. Watson, Edward Thorndike e B.F. Skinner foram os 
pioneiros que pesquisaram e descobriram os princípios científicos do Behaviorismo. 
São considerados os “Pais do Behaviorismo”. 
O livro de B.F. Skinner, lançado em 1938, “The Behavior of Organisms” (O 
comportamento dos organismos), descrevia sua mais importante descoberta, o 
Condicionamento Operante, que é o que usamos atualmente para mudar ou 
modificar comportamentos e ajudar na aprendizagem. 
 38 
Condicionamento Operante significa que um comportamento seguido por um 
estímulo reforçador resulta em uma probabilidade aumentada de que aquele 
comportamento ocorra no futuro. Em português, isso significa que à medida que 
você vai levando a vida, vão lhe acontecendo coisas que vão aumentar ou diminuir a 
probabilidade de que você adote determinado comportamento no futuro. Por 
exemplo, se durante seu caminho para o trabalho você acena e sorri para o 
motorista do carro ao lado, e ele deixa que você atravesse na sua frente, você 
provavelmente vai tentar a mesma estratégia no dia seguinte. Seu comportamento 
de acenar e sorrir ficarão mais freqüentes, porque foi reforçado pelo outro motorista! 
Todos nós aprendemos através de associações e nosso comportamento é 
“modificado” através das conseqüencias. Tentamos coisas e elas funcionam; então 
as fazemos novamente. Tentamos coisas e elas não funcionam; então é menos 
provável que as façamos novamente. Nosso comportamento foi “modificado” pelo 
resultado ou conseqüência. 
Ao lado do Condicionamento Operante, Skinner pesquisou e descreveu os 
termos: SD (Estímulo Discriminativo = Discriminative Stimulus), Reforçador 
(Reinforcer), Controle de Estímulo (Stimulus Control), Extinção (Extinction), 
Esquemas de Reforçamento (Schedules of Reinforcement) e Modelagem (Shaping). 
Todos esses conceitos podem ser aplicados para trabalhar com uma vasta gama de 
comportamentos humanos. 
ABA é um termo “guarda-chuva”, descreve uma abordagem científica que 
pode ser usada para tratar muitas questões diferentes e cobrir muitos tipos 
diferentes de intervenções. 
Educação, especificamente Educação Especial para crianças com autismo, 
é uma das aplicações dessa ciência. 
 39 
4.2 COMO A ABA É USADA PARA ENSINAR CRIANÇAS COM AUTISMO? 
Para ensinar crianças com autismo, ABA é usada como base para 
instruções intensivas e estruturadas em situação de um-para-um. Embora ABA seja 
um termo “guarda-chuva” que englobe muitas aplicações, as pessoas usam o termo 
“ABA” como abreviação, para referir-se apenas à metodologia de ensino para 
crianças com autismo. 
Um programa de ABA frequentemente começa em casa, quando a criança é 
muito pequena. A intervenção precoce é importante, mas esse tipo de técnica 
também pode beneficiar crianças maiores e adultos. A metodologia, técnicas e 
currículo do programa também podem ser aplicados na escola. A sessão de ABA 
normalmente é individual, em situação de um-para-um, e a maioria das intervenções 
precoces seguem uma agenda de ensino em período integral – algo entre 30 a 40 
horas semanais. O programa é não aversivo – rejeita punições, concentrando-se na 
premiação do comportamento desejado. O currículo a ser efetivamente seguido 
depende de cada criança em particular, mas geralmente é amplo; cobrindo as 
habilidades acadêmicas, de linguagem, sociais, de cuidados pessoais, motoras e de 
brincar. O intenso envolvimento da família no programa é uma grande contribuição 
para o seu sucesso. 
 
4.2.1 Qual a maneira correta de usar a ABA? 
Apesar de Lovaas ter sido o primeiro a usar as metodologias da ABA para 
ensinar crianças com autismo, desde então muitos psicólogos vêm fazendo muitas 
contribuições e refinamentos a essa abordagem. Como com qualquer ciência, a ABA 
continua a evoluir. 
 40 
Muitas técnicas têm sido descobertas e tornado o ensino de ABA mais 
eficiente e efetivo ainda.Essas “práticas melhoradas” serão incorporadas no 
Programa “Ajude-nos a aprender” (“Help Us Learn”). 
Há muitas escolas, organizações e indivíduos que usam ou oferecem 
consultoria em metodologias do tipo ABA e cada um tem seu jeito próprio de aplicá-
las, mas todos usam os mesmos conceitos básicos (ou deveriam usar!). A ciência 
que apóia a intervenção – a Análise do Comportamento Aplicada – é a mesma; 
somente a maneira de aplicá-la varia! 
Pense em ABA fazendo uma analogia com tocar piano. Quando você 
aprende a tocar, pode tocar rock, música clássica, blues ou jingles. Os sons podem 
variar, mas todos eles usam a mesma metodologia básica e seguem convenções 
musicais aceitas por todos. 
 
4.2.1.1.Comportamento Verbal 
Em 1958, Skinner publicou um livro chamado “O Comportamento Verbal” 
(edição brasileira lançada pelas editoras Cultrix/EDUSP, 1978, esgotada), que 
descreveu a aquisição de linguagem como outro tipo de comportamento humano 
influenciado pelo reforçamento. Skinner acreditava que nós aprendemos linguagem 
através de associações e reforçamento. Por exemplo, um bebê que emite sons de 
balbucio e gorjeio ao acaso, pode emitir o som “maa”, que será então reforçado por 
um sorriso e um abraço da mãe. Isso serviria para aumentar a probabilidade do 
bebê fazer o som “maa” de novo, esperando a mesma reação da mãe. Skinner 
acreditava que você associou o item “bala” com a palavra “bala” porque quando 
você fez aquele determinado som (bala), freqüentemente apareceria uma bala 
reforçando, assim, a associação entre o som “bala” e o objeto concreto. Assim 
 41 
trabalha o Condicionamento Operante. Isso foi uma virada e tanto para a 
comunidade científica, cuja crença até então era que “a linguagem fosse 
autogerativa” e inata. 
Skinner criou um novo conjunto de termos para descrever as diferentes 
unidades funcionais da linguagem – “operantes verbais”. (Você pode ter ouvido 
alguns desses termos – Mando, Tato, Intraverbal, que foram todos cunhados por 
Skinner). Skinner acreditava que as pessoas precisariam aprender as associações 
para palavras em todas as suas categorias funcionais antes que pudessem 
realmente entender e usar a palavra como parte da sua linguagem. É interessante 
notar que, embora Skinner tenha usado o termo Comportamento Verbal (Verbal 
Behavior – VB), ele também é aplicável para pessoas que usam sistemas de 
linguagem de sinais ou comunicação aumentativa em vez de linguagem vocal. 
Hoje em dia você pode ouvir pessoas dizendo que estão fazendo “VB”, em 
oposição à “ABA”, como no exemplo a seguir: “nós fazíamos ABA, mas agora 
fazemos VB”. Por favor, lembre-se que eles não são diferentes. Comportamento 
Verbal refere-se ao ensino da linguagem seguindo os princípios da Análise do 
Comportamento Aplicada. 
Comportamento Verbal é ABA. Jack Michael, Mark Sundberg, James 
Partington, Vince Carbone e Patrick McGreevy são, atualmente, alguns dos mais 
respeitados psicólogos e pesquisadores no campo do Comportamento Verbal e 
ABA. Sundberg e Partington são coautores do livro “Teaching Language to Children 
with Autism or Other Developmental Disabilities” (Ensinando linguagem para 
crianças com autismo ou outras deficiências de desenvolvimento, ainda sem 
tradução em português), que é amplamente usado para orientar pessoas na 
estruturação de programas de Comportamento Verbal. O suplemento desse livro é o 
 42 
“ABLLS” (pronunciado como “ables”, em inglês) que é a abreviatura de “Assessment 
of Basic Language and Learning Skills” (Avaliação de habilidades básicas de 
linguagem e aprendizagem). O ABLLS é um guia curricular, um método de avaliação 
e um instrumento para monitorar a aquisição de habilidades. 
 
4.2.1.2 Generalização 
A meta do ensino é, obviamente, que o aprendizado adquirido na sessão de 
um-para-um, seja generalizado para situações mais cotidianas, como as de casa e 
da escola. Um bom programa de ABA sempre inclui a generalização do 
aprendizado. À medida que a criança progride pode tornar-se mais capaz de 
“aprender incidentalmente”, o que significa simplesmente assimilar linguagem ou 
conceitos ou habilidades que não são ensinadas diretamente em sessões 
individuais. Neste ponto, ele ou ela podem estar prontos para entrar em uma sala de 
aula ou em uma brincadeira em grupo onde haverá contato com outras crianças. Um 
bom currículo de ABA deve ter algum equilíbrio entre as atividades – trabalho de 
mesa, brincar, motora ampla, motora fina, etc; uma variedade de locações – sala de 
terapia, casa da família, quarto de dormir, carro, etc; e uma variedade de 
professores ou terapeutas. Tudo isso ajudará que a generalização das habilidades 
fique mais fácil. 
 
4.3 O QUE É DTT? 
O Ensino por Tentativas Discretas (Discrete Trial Teaching – DTT) é uma 
das metodologias de ensino usadas pela ABA. Tem um formato estruturado, 
comandado pelo professor, e caracteriza-se por dividir seqüências complicadas de 
aprendizado em passos muito pequenos ou “discretos” (separados) ensinados um 
 43 
de cada vez durante uma série de “tentativas”, junto com o reforçamento positivo 
(prêmios) e o grau de “ajuda 2” que for necessário para que o objetivo seja 
alcançado. 
Pense em aprender a jogar futebol – você não começou colocando um 
uniforme do seu time e apresentando-se como centro-avante. Provavelmente, 
começou aprendendo como chutar e controlar a bola com os pés. Então, depois que 
desenvolveu essas habilidades, começou a chutar a gol. Se foi sortudo, teve alguém 
– pai, mãe, um irmão mais velho – que lhe proporcionou muitas oportunidades para 
praticar (“tentativas!”), muito encorajamento (“reforçamento positivo!”) e que lhe 
ajudou a se posicionar corretamente para chutar a bola quantas vezes fosse 
necessário (“dando ajudas!”). 
É importante notar que apesar do termo “DTT” ser frequentemente usado 
como sinônimo de “ABA”, ele não o é. A ABA é muito mais abrangente e inclui 
muitos tipos diferentes de intervenções, estratégias de ensino e manejo 
comportamental. DTT é um método dentro do campo da ABA. 
 
4.4 Visão geral de um programa de ABA 
Apresentamos aqui uma rápida visão geral dos elementos que compõem um 
programa de ABA 
4.4.1 Currículo 
O currículo usado será dividido em uma série de categorias, ou “programas”, 
tais como habilidades de cuidados pessoais, habilidades sociais, habilidades de 
linguagem, habilidades acadêmicas etc, organizadas em níveis de dificuldade, de 
maneira que você comece com habilidades básicas, muito simples, e depois as use 
 44 
para desenvolver as mais complexas. Os programas que você seleciona para 
trabalhar formam seu currículo: 
a) Programa de Linguagem Receptiva 
• Aponta para objetos quando solicitado 
• Segue instruções de um passo 
• Aponta para partes do corpo 
b) Programa Habilidades de Imitação 
• Imita ações motoras amplas 
• Imita ações motoras finas 
• Imita ações com objetos 
c) Programa Habilidades de Cuidados Pessoais 
• Tira as roupas 
• Usa colher e garfo 
• Usa o toalete 
4.4.2 Programas 
Uma vez selecionados, os programas serão estabelecidos de maneira que 
todos saibam quais instruções dar, como apresentar os materiais que podem ser 
usados e qual resposta é aceitável. Há uma terminologia que geralmente é usada 
para ajudar nisso: 
a) Estímulo / SD 
• Conhecido e chamado de “SD” ou “Estímulo Discriminativo”. 
• A instrução inicial, a exigência, ou comando a ser dado. 
• Também conhecido como o antecedente. 
• Especifica a fala e/ou a apresentação dos materiais. 
b) Tentativa 
 45 
• A seqüência completa de apresentar um SD, obter uma resposta (usando 
quantas dicas/ajudas forem necessárias) e o reforçar da resposta. 
• Unidade básica de um programa individual, que é praticada durante a 
sessão. 
c) Resposta 
• A(s) resposta(s) esperada(s) e aceitável(is). 
d) Reforçador 
• “Estímulo reforçador” abreviado para “SR+” 
• Também conhecido como reforçamento ou conseqüencia. 
•A conseqüencia que segue imediatamente a resposta da criança. 
e) Ajudas/ Dicas 
• Estímulos ou dicas suplementares dadas pelo professor. 
• Usadas antes ou durante a execução do comportamento. 
 
4.4.3 Estímulos 
Uma lista de palavras ou ações, uma coleção de materiais, itens, etc. que 
estão sendo usados para determinado programa (por exemplo: figuras de animais, 
lista de palavras para praticar, conjunto de blocos de montar, cartões de pistas). 
a) Aula 
• O tempo de atividade gasto trabalhando com a criança no seu programa. 
• Também chamada “sessão” por pessoas que preferem usar linguagem 
terapêutica. 
b) Domínio 
• Os critérios que determinam quando a criança aprendeu a habilidade e 
está pronta para seguir em frente. 
 46 
• A maioria das pessoas está adotando o critério de “fluência” (100% correto 
e rápido) das pesquisas de Comportamento Verbal. 
• Outras pessoas podem preferir permanecer com o tradicional “80%, ou 
melhor, em três sessões sucessivas de dez tentativas cada”. 
c) Dados 
• Registrar simplesmente como a criança age em cada tentativa. A resposta 
de uma criança a cada SD pode ser: 
- correta (indicada por um „+‟ou um „V‟) 
- incorreta (indicada por „-„ ou um “x”) 
- sem resposta (indicada por um NR /SR) 
- Aproximação muito próxima (indicada por um „A‟ ou você pode encontrar 
„S‟, para Aproximação Sucessiva) 
• Anotar dados e monitorar o progresso é uma parte vital da ABA. Se você 
não tiver uma visão clara e acurada de como a criança está, você pode correr o risco 
de frustrar e aborrecer a criança e você não vai saber quando está na hora de mudar 
para um novo programa. 
d) Método 
• Descreve qualquer apresentação especial de material, lugar ou estrutura 
usada. 
 
 47 
5. TEACCH – TREATMENT AND EDUCATION OF AUTISTIC AND RELATED 
COMMUNICATION HANDICAPPED CHILDREN – (TRATAMENTO E EDUCAÇÃO 
PARA AUTISTAS E CRIANÇAS COM DÉFICITS RELACIONADOS À 
COMUNICAÇÃO) 
Em 1972 a Assembléia da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, aprovou a 
legislação que criava a Divisão para o tratamento e educação de crianças autistas e 
portadoras de problemas de comunicação correlatos dentro do Departamento de 
Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade da Carolina do Norte em 
Chapel Hill, Estados Unidos. Este programa que recebeu o nome de TEACCH foi 
inicialmente um programa estadual de serviços para crianças autistas e com 
problemas de comunicação correlatos e seus familiares visando também o 
esclarecimento da comunidade local para a compreensão de pessoas com este tipo 
de problemas. 
A origem do TEACCH remonta ao início da década de 60 quando foi 
montado um grupo no Departamento de Psiquiatria da Universidade da Carolina do 
Norte em Chapel Hill para atender crianças portadoras de autismo, ou psicose 
infantil como era mais comum na época. Este grupo atuava a partir da de uma visão 
psicanalítica, oferecendo liberdade total às crianças e terapia aos pais destas para 
tentar modificar sua relação com os filhos, que segundo eles seria a causadora de 
seus distúrbios. 
Esta era a visão que se tinha de autismo na época, acreditando-se que a 
criança autista, devido a problemas causados pelos pais, embora tivesse toda sua 
capacidade intacta, se recusava executar qualquer tarefa sendo por isso classificada 
como “intestável”. 
 48 
Em 1967, Alpern comprovou através de suas investigações científicas, não 
só que as crianças eram testáveis, mas também que à medida que baixava-se o 
nível de dificuldade dos testes aplicados diminuía o negativismo da criança e seus 
problemas de comportamento. 
Quando Eric Schopler se juntou ao grupo, descontente com os resultados 
obtidos, solicitou verba federal ao Instituto Nacional de Saúde Mental para poder 
testar as suas idéias. 
Schopler acreditava na base neurológica do autismo. Não encontrou através 
de seus estudos nenhuma diferença substancial entre os pais de crianças autistas e 
os demais pais (Schopler e Reichler, 1972), portanto propõe uma abordagem 
diferente que consistia basicamente em uma proposta individualizada de ensino 
contando com os pais como co-terapeutas. Schopler também demonstrou que 
ambientes estruturados eram mais positivos na adaptação destas crianças 
(Schopler, Bhehm, Kinsbourne e Reichler, 1971). 
Na medida em que a ciência foi avançando e mais estudos foram sendo 
realizados, as teorias que culpavam os pais foram caindo, a educação foi assumindo 
um papel cada vez mais importante no tratamento do autismo e os pais, além de 
coterapeutas, foram também ocupando um papel político importante na luta pelos 
direitos de seus filhos. 
O programa TEACCH, nos Estados Unidos, tem recebido reconhecimento 
nacional e internacional e é visto por um grande número de pessoas como um 
modelo de serviços, treinamento e pesquisa de excelência. 
Em 1972 o programa recebeu o Gold Achievement Award da Associação 
Americana de Psiquiatria “pelo estabelecimento de pesquisas produtivas sobre 
distúrbios de desenvolvimento e implementação de sua efetiva aplicação clínica”. 
 49 
A publicação do Instituto Nacional de Saúde Mental, Families Today, em sua 
edição para a Conferência Nacional da Casa Branca em 1980 sobre a família, 
descreveu o TEACCH como o programa de abrangência estadual para crianças 
autistas, mais efetivo dos Estados Unidos. A divisão de patologias da infância da 
Associação Americana de Psicologia reconheceu o TEACCH como programa 
modelo nacional em serviços dirigidos a crianças e seus familiares. 
O TEACCH tem sido agraciado com um grande número de premiações tanto 
para os serviços de atendimento quanto aos de treinamento. 
 
5.1 OS OBJETIVOS DO TEACCH 
O objetivo máximo do TEACCH é apoiar o portador de autismo em seu 
desenvolvimento para ajudá-lo a conseguir chegar à idade adulta com o máximo de 
autonomia possível. Isto inclui ajudá-lo a compreender o mundo que o cerca através 
da aquisição de habilidades de comunicação que lhe permitam relacionar-se com 
outras pessoas, oferecendo-lhes, até onde for possível, condições de escolher de 
acordo com suas próprias necessidades. 
A meta fundamental é o desenvolvimento da comunicação e da 
independência e o meio principal para isto é a educação. A avaliação é a ferramenta 
para a seleção de estratégias, que deverão ser estabelecidas individualmente. 
O TEACCH desenvolveu o PEP – Perfil Psicoeducacional em 1976 por 
Schopler e Reichler, com a finalidade de avaliar habilidades e défictis de crianças 
portadoras de autismo, assim como seu nível de desenvolvimento em 9 diferentes 
áreas funcionais e comportamentos incomuns em 4 áreas de patologia. 
O TEACCH ao contrário de métodos comportamentais não ataca os 
problemas de comportamento diretamente, mas tenta analisar e eliminar as suas 
 50 
causas, procurando indicar visualmente ao estudante quais tarefas serão realizadas, 
é o instrumento de apoio para ensinar o que vem antes, o que acontece depois, 
proporcionando o planejamento de ações e seu encadeamento numa seqüência de 
trabalhos. 
Este pode ser apresentado com diversas formas, por exemplo: 
– Com objetos 
– Com figuras (desenhos ou fotos) 
– Figuras e descrições 
– Por Escrito 
Resumidamente o TEACCH ajuda nas tarefas que devem desenvolver a 
capacidade para realizar atividades de forma independente,estabelecer relação 
causa-efeito, noção de sequência(início / meio / fim). São individuais e devem 
informar ao estudante : 
 Qual é a atividade 
 O quanto deve trabalhar (quantas vezes, quanto tempo) 
 Como saber que terminou e o que fazer depois de terminada a 
tarefa 
 O que vem depois 
São ensinados primeiramente nas sessões individuais e após apresentar 
domínio na realização passará a fazê-los de forma sistemática e independente. 
 
 
 
 51 
CONCLUSÃO 
Por se tratar de uma pesquisa qualitativa e descritiva, esta não se encontra 
totalmente concluída, uma vez que faltam alguns dados e informações, que permitauma conclusão clara e objetiva. 
Por hora pode-se afirmar que todos nós, psicopedagogos, temos condições 
para trabalhar com os portadores do TEA, uma vez que estejamos aptos a 
desenvolver nosso instinto investigativo, pois nunca um TEA vai ser igual ao outro, 
ou seja, o que pode resultar positivamente para um, para o outro pode não obter 
sucesso algum. 
No entanto compete aos psicopedagogos não desistir, mas sim, explorar e 
investigar todas essas diferenças, permitindo a esses indivíduos mais autonomia e 
consequentemente uma interação social suficiente para uma boa qualidade de vida. 
Se o terapeuta atuar dessa maneira no jogo, terá condições de perceber seu 
paciente e ajudá-lo a vencer seus obstáculos. Edith Rubinstein (2009, p. 128) 
confirma esse conceito quando diz que, 
O psicopedagogo é visto como, um detetive que busca pistas, procurando 
selecioná-las, pois algumas podem ser falsas, outras irrelevantes, mas a 
sua meta é fundamentalmente investigar todo o processo de aprendizagem 
levando em consideração a totalidade dos fatores nele envolvidos, para, 
valendo-se desta investigação, entender a constituição da dificuldade de 
aprendizagem. 
 
Acredito não ter ouvido definição melhor do que está para o psicopedagogo 
atuante e perseverante. Podemos sim fazer a diferença desde que estejamos 
atentos as necessidades advindas por nossos pacientes. 
A Psicopedagogia ainda não é reconhecida no Brasil como gostaríamos que 
fosse, mas, nada nos impede de atuar com conhecimento e fundamentados nas 
necessidades relatados por indivíduos que buscam por esse auxílio. 
 
 52 
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