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Patologias musculares

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Sistema muscular 
O sistema muscular tem como funções: manutenção da 
postura, locomoção, função respiratória, metabolismo da glicose e 
temperatura corporal. Alguns nutrientes são críticos para a 
manutenção, são o selênio, vitamina E e proteínas. 
A unidade morfofuncional do musculo são as miofibrílas. As 
células do músculo estriado esquelético, onde os núcleos ficam na 
periferia e são eosinofílicas. Além disso, possui tres tipos de fibras 
musculares: rápida, rápida oxidativa e lenta. 
A função motora está diretamente ligada ao sistema nervoso 
periférico (taxa de contração e metabolismo oxidativo, anaeróbico ou 
misto). O metabolismo é diretamente determinado pelo neurônio 
motor, que é o responsável pela inervação. 
As lesões histológicas podem ser: idiopáticas, miopáticas, 
neuropáticas e podem ser doenças neuromusculares, que são 
desordens de neurônios motores inferiores, nervos periféricos, 
junções neuromusculares e músculos. 
A coloração rósea/avermelhada do músculo se dá por conta 
do alto suprimento sanguíneo, que possui mioglobina (pigmento), que é 
a responsável pelo transporte do oxigênio. 
 
Indicadores de disfunção neuromuscular 
Os achados são variáveis, se iniciando por uma alteração no 
tamanho muscular (inchaço, hipertrofia e atrofia), fraqueza muscular 
e marcha anormal. 
 
Como avaliação sensorial, podemos identificar o tamanho, 
coloração (levar em consideração a idade, tipo do músculo, espécie do 
animal e a perfusão sanguínea), textura e elevação de proteínas 
séricas (CK e AST). 
Os exames microscópicos são os mais fidedignos, avaliando 
cortes longitudinais e transversais. 
 
 
 
Patologias musculares 
Necrose 
Acima, é uma animal com aumento de volume no membro 
pélvico direito, sem dor e sem linfonodos reativos. Na lâmina no meio, 
é um linfono com presença de células de gordura. A terceira imagem 
é um histopatológico de biópsia na qual é possível observar necrose e 
presença de adipócitos. Por conta do aumento de volume, ocorria uma 
compressão das fibras musculares, causando necrose. 
 
Classificação das doenças musculares 
As doenças musculares são causadas por vários fatores: 
degenerativos, inflamatórios, congênitos/hereditários, endócrinos, 
eletrolíticos, neuropáticos, desordens da junção neuromuscular e 
neoplasias. As lesões musculares podem ocorrer de maneira: 
• Direta: feridas penetrantes, injeções, fraturas e 
esmagamentos; 
• Indireta (hematógena): patógenos sanguíneos, toxinas, 
anticorpos, imunocomplexos e células inflamatórias; 
• Fisiológica: tensão muscular excessiva (ruptura), dano induzido 
por exercício, perda de inervação e suprimento sanguíneo, 
anormalidades endócrinas e eletrolíticas; 
• Genética: defeitos no metabolismo, defeitos de 
desenvolvimento e defeitos estruturais da miofibríla; 
• Nutricionais: deficiência de vitamina E e Selênio, plantas tóxicas 
e toxinas. 
 
Distúrbios de crescimento 
Os distúrbios de crescimento são frequentes na medicina 
veterinária, podendo ser de etiologia primária ou secundária. A atrofia 
é um dos distúrbios, podendo ocorrer por: denervação ou 
compressão (doença do neurônio motor equino, hemiplegia laringea 
equina), atrofia por desuso, senil, por caquexia (atrofia induzida por 
câncer – síindrome paraneoplásica) e atrofia secundária a doença 
endócrina (hipercortisolismo, hipotiroidismo e síndrome de cushing em 
equinos idosos). 
Outros distúrbios de crescimento são: hipertrofia (aumento do 
tamanho das miofibrilas), que ocorre de forma fisiológica (induzida por 
exercício físico) e compensatória (patológica e secundária a diminuição 
das fibras musculares e/ou interferência no metabolismo celular 
normal), e hiperplasia muscular (musculatura dupla). 
 
 
Doenças musculares degenerativas 
As doenças musculares degenerativas resultam em necrose 
segmentar ou global das miofibras, e as fibras musculares tem 
grande numero de anastomoses arteriovenosas. As desordens 
resultam de: oclusão de artérias principais, danos vasculares 
intramusculares, pressão externa sobre o músculo (necrose de 
miofibrilas), tumefação de músculo em compartimento não expansível 
(síndrome compartimental e lesão de vasos sanguíneos que irrigam as 
miofibrilass. 
 
Síndrome do compartimento 
Ocorre um edema muscular, que é apertado por estruturas 
adjacentes que não cedem (ossos, fáscias e cartilagens). O aumento 
do músculo associado a incapacidade de expansão das estruturas 
adjacentes leva a necrose de miofibrilas. Ocorre em equinos 
anestesiados (tríceps laterais e glúteos), chamado de neuropatia pós-
cirúrgica. 
 
Obstruções e lesões vasculares 
Em gatos, há uma neuropatia chamada de trombo cavalete, 
que é a formação de trombo em uma artéria que impede a irrigação 
dos membros posteriores, gerando uma possível necrose. 
Em grandes animais, os danos vasculares ocorrem muito em 
compressões, principalmente quando o animal permanece em 
decúbito por muito tempo. 
As lesões vasculares podem gerar um extravasamento de 
sangue e necrose. Uma das patologias desse tipo é chamada de 
púrpura hemorrágica equina, uma patologia imunomediada, onde as 
células atacam os vasos, liberando sangue na musculatura, gerando 
hipóxia, isquemia e por fim, necrose. 
 
Miopatias com necrose 
Algumas miopatias podem gerar necrose, sendo mais comum 
ocorrer em bovinos, equinos e em pequenos ruminantes. Como 
achados gerais, podemos observar uma dificuldade locomotora, 
mioglobinúria, degeneração e necrose muscular. Sempre ocorrerá, em 
qualquer patologia muscular, uma alteração de CK e AST. 
 
Deficiência de selênio/vitamina E (doença do músculo branco) 
O selênio é um mineral que compõe a glutationa peroxidase e 
proteje contra lesões oxidativas. Por conta dos músculos terem uma 
alta necessidade de contração, eles são muito sensíveis a lesão 
oxidativa. 
Ocorre muito em animiais jovens de até 12 meses e em 
novilhas prenhes. Em surtos, normalmente, a presdiposição ocorre 
por conta de volumosos ou cereais de baixa qualidade e em bezerros 
colocados em pastagem pela primeira vez. 
A sintomatologia da doença é o caminhar rígido e arrastado, 
decúbito, dispnéia, mioglobinúria e CK aumentada. Em novilhas prenhes, 
irá gerar um aumento de abortos, natimortos e um decúbito pós 
parto. Em bezerros, a taxa de mortalidade aumenta 
consideravelmente, já que ocorre lesões cardíacas. 
 
Miopatias toxicas 
As miopatias tóxicas ocorrem por conta de pastos e fenos 
(senna – fedegoso e gossipol – semente de algodão), antibióticos, 
como Atb ionóforos (monensina, lasalocida e narasina – causam uma 
sobrecarga de Ca e morte da célula muscular) e acidentes ofídicos. 
 
Miopatia por plantas tóxicas 
As miopatias por plantas tóxicas ocorrem por conta da 
injestão de plantas como o Senna (fedegoso) e por injestão de 
sementes. Essa intoxicação gera uma degeneração muscular em 
bovinos e equinos. 
Ocorre mais em animais jovens, na época de seca, provoca 
surtos e tem alta letalidade, mais em equinos do que em bovinos. 
 
 
Intoxicação por ionóforos 
As intoxicações desse tipo ocorrem muito por conta de pró-
bióticos, tratamentos de timpanismo e geralmente, por erros de 
manejo. Há uma formação de complexos lipossolúveis, que possuem 
facilidade de penetração nas células, causando miopatias e 
cardiomiopatia degenerativa. 
 
Acidentes ofídicos 
Ocorre por conta de serpentes no gênero Bothrops, que 
possuem veneno de ação necrotizante e hemorrágica. 
 
Miopatias por esforço 
As miopatias por esforço ocorrem por meio de exercícios. É 
uma miopatia de captura, onde ocorre necrose de fibras musculares 
de grandes grupos musculares. É secundário a esforço físico 
exagerado. Frequentemente ocorre em animais em condições pré-
existentes, como deficiência de selênio, distrofia muscular, depleção 
de eletrólitos e acúmulo de glicogênio intracelular. 
A rabdomiólise equina é uma miopatia causada por esforço. Ela 
também é conhecida como: “azoturia”/mal da segunda-
feira/mioglobinúria paralítica/atamento.Clinicamente, ocorre uma 
relutância de movimento, andar rígido, inchaço de membros, suor, dor 
e desconforto. 
Esses sinais clínicos ocorrem durante ou logo após o exercício, 
os animais muito afetados podem apresentar sintomatologia até em 
exercícios leve e sempre terá o CK e o AST muito aumentados. A 
doença está associada a alimentação com grãos, pouco exercício, 
deficiência de selênio e vitamia E (exacerba a sintomatologia), e pode 
gerar uma lesão renal (mioglobinúria – nefrose hemoglobinica). 
Alterações inflamatórias (miosites) 
Nas miosites, as células inflamatórias são agentes 
responsáveis por iniciar ou manter a lesão. Elas podem ser: agudas ou 
crônicas, focal, multifocal a coalescente, extensa, difusa, 
discreta/acentuada, supurativa/não supurativa e 
hemorrágicas/necrohemorrágicas. 
 
Miosite bacteriana (clostridiose) 
É uma miosite causada pelas bactérias: Clostridium chauvoei, C. 
septicum, C. novyi, C. sordelli e C. perfringens. Elas são bactérias gram 
+, que dependem da baixa tensão de oxigênio para esporular. 
 
Gangrena gasosa e edema maligno 
Ocorrem após feridas contaminadas por clostridios com 
presença de esporos no solo. A germinação e crescimento 
dependentes de: pH básico, baixa tensão de oxigênio (feridas 
penetrantes profundas) e geralmente, ocorrem depois de manejos 
(tosquia, caudectomia, castrações e injeções com agulhas 
inapropriadas). 
Possui alta mortalidade e é de alta velocidade. A sintomatologia 
é a anorexia, hipertermia, claudicação, edema acentuado e bolhas de 
gás subcutâneo. 
 
Carbúnculo sintomático 
O carbúnculo sintomático é de grande importância econômica 
em bovinos e ovinos que acomete animais jovens, gerado por bacilo 
anaeróbico gram + que forma esporos presentes no solo. A 
contaminação ocorre de forma direta por penetração (gangrena 
gasosa) ou ingestão (carbúnculo sintomático – C. chauvoei). 
Pela ingestão ele atravessa a mucosa intestinal, se lojam 
(esporo) nos músculos e em condições de anaerobiose ocorre 
ativação de esporos (esporulam), proliferação bacteriana e produção 
de toxinas. As toxinas causam dano capilar, hemorragia, edema e 
necrose muscular. 
A sintomatologia consiste em sinais de toxemia (calor, inchaço, 
crepitação, disfunção de grupos musculares, febre e aumento de CK 
e AST) e achados macroscópicos (hemorragia, edema, crepitações 
causadas por bolhas de gás e fibras musculares escurecidas). 
Miopatias hereditárias/congênitas 
Uma miopatia hereditária é a paralisia periódica hipercalêmica 
(PPHI), uma doença autossômica dominante onde ocorre mutação do 
gene referente ao canal de Na (sódio). É uma patologia causada por 
estresse, principalmente em animais jovens (2-3 anos), que gera uma 
paralisia flácida e colapso. 
Outra miopatia hereditária é a miopatia por acúmulo de 
polissacarídeos equina (EPSSM), que tem como predisposição os 
Quarto de milha, árabe, PSI e equinos de tração. É uma doença que 
ocorre acúmulo de glicogênio nas células. A sintomatologia clínica é 
variável e associada a falta de energia suficiente nas fibras 
musculares. 
Nesses animais, ocorre rabdomiólise recorrente, andar duro, 
atrofia, dores, CK e AST aumentadas. Os músculos mais afetados são 
os glúteos, semimembranoso e semitendinoso. 
 
Hipocalcemia puerperal em vacas 
A hipocalcemia é uma disfunção neuromuscular progressiva 
que ocorre em animais com alta produção de leite. Nota-se uma 
paralisia flácida, colapso circulatório e depressão sensorial. Ocorre 
geralmente de 24 a 48 horas após o segundo/terceiro parto. 
Esta muito associado a prolapso uterino, distocia, retenção de 
placenta, deslocamento de abomaso e mastite. A sintomatologia pode 
ser dividida em 3 estágios: excitabilidade, decúbito esternal e decúbito 
lateral. Nesse caso, ocorre também uma paralisia flácida por conta da 
pouca liberação de acetilcolina e inibição da contração muscular lisa e 
cardíaca (distocias).

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